Dia agitado 1x04

Parte da série Perdidos na Floresta

Cara, o Moreno com certeza estava bêbado. Ele nunca havia dado pinta de gay e agora do nada resolve me beijar. Ta certo que o beijo foi bom mas não durou mais do que 10 segundos. Eu empurrei ele na cama para que ele parasse e então tentei tirar satisfação com ele.

- Ta louco cara? Piro na batatinha? - Disse gritando.

- Não, só queria tirar a prova.

- Que prova?

- Se você era gay e eu tinha que saber.

- Pra que?

- Curiosidade sabe...

- Vamos voltar pra festa então seu maluco, e pare de beber. E não conte nada pra ninguém sobre o que aconteceu aqui.

- Tudo bem - Disse ele.

Quando voltamos para a festa, continuamos a agir normalmente. Começamos a conversar com o Lipe e o Yuri e via-se que eles estavam pra lá de bêbados. A Nanda e a Lara ainda estavam se esfregando nos stripers, então eu resolvi ir embora, porque aquilo com certeza não tava me agradando nem um pouco. Quando eu estava saindo, a Lara correu com um drinque na mão pra falar comigo.

- Beto, onde você vai? - Perguntou ela.

- Vou embora - Respondi.

- Por que? A festa ta incrível.

- Pra vocês né, porque pra mim ta um inferno.

- Mas espera mais um pouco que daqui a pouco vamos todo mundo embora.

- Cruz Credo! Eu não entro no mesmo carro com o Yuri e nem o Lipe, eles estão pra lá de bêbados, e você e a Nanda estão muito assanhadinhas com aqueles stripers. Vou embora e amanhã você me conta se alguém saiu grávida daí.

- Provavelmente vai ser a Nanda, ela ta mais assanhada que eu - Disse a Lara rindo.

- Ai, até mais - Falei saindo.

Eu saí em frente a casa e chamei um táxi. O táxi demorou uma hora e meia pra chegar, e eu tive que ficar em pé ali esperando pra não entrar naquele inferno de novo. Quando fui chegar em casa era mais ou menos 3 da madruga, e estava um silêncio absoluto. Não ouvia-se nem um gato miando no estacionamento. Tentei não fazer barulho nenhum quando entrei no prédio, e quando entrei no elevador, dei um grande suspiro, feliz por ter saído daquele inferno. A camiseta daquele garoto estava cheirando bebida, isso porque eu não tinha bebido muito. Tudo o que eu queria era deitar na cama e dormir, e nunca mais acordar.

Quando o levador abriu, fui andando até o meu apê. Tudo estava em silêncio, sem nenhum barulho, quando de repente ouço alguém chamar. Não consegui evitar o pulo e acabei soltando um grito.

- Hei - Disse aquele mesmo garoto.

- Ah, que susto - Disse gritando.

- Calma, sou eu, não vou te fazer mal - Disse ele sorrindo.

- É que eu não esperava que tivesse alguém no prédio acordado essas horas.

- Você está - Disse ele rindo.

- Você também - Disse.

- Parece que você acabou de chegar - Disse ele.

- Sim, e eu prometo que eu vou lavar a sua camiseta e te entregar depois.

- Tudo bem, não se preocupa, de dia eu passo aqui pegar.

- Que horas? - Perguntei.

- Ao meio dia, tudo bem pra você?

- Sim, pode ser.

- Então até depois... - Disse me despedindo dele.

- Até... Ah, só mais uma coisa, o meu nome é Bruno, e como é o seu?

- Beto... quer dizer, Roberto, mas pode me chamar de Beto - Respondi

- Tudo bem, até amanhã.

Ele ficou parado parado em frente a porta do apê dele e ficou me olhando entrar. Entrei e fechei a porta, me encostei sobre ela e fiquei pensando no sorriso do Bruno, em como ele era lindo. Não perdi tempo e fui logo tirando a roupa pra ir tomar banho, devo ter ficado 30 minutos apenas com a água quente escorrendo pelo meu corpo. Até que o dia não tinha sido tão ruim assim; eu comprei roupas, fui numa festa, beijei um cara, vi três gostosos sem camisa (quatro contando com o Bruno no elevador), fiz amizade com o Bruno e ganhei animes novos. Até que o dia progrediu pra mim. Quando saí do banho, tudo o que eu fiz foi ir para o meu quarto, me jogar na cama e dormir do jeito que eu estava(pelado).

Quando eu acordei era 11h. Eu ainda fiquei deitado por mais meia hora, quando de repente lembrei que daqui a pouco o Bruno estaria vindo em casa para pegar a camiseta dele. Eu levantei da cama em um pulo e logo corri pra pegar a camiseta e lavá-la, eu estava com tanto sono que acabei dormindo e não lembrei de lavar a camiseta. Já estava quase na hora do almoço e eu também não tinha feito comida.

Quando eu menos esperava, a campainha toca. Eu já sabia que era o Bruno, mas nada ainda estava pronto. A camiseta não tava lavada, eu estava com fome e nem tinha me trocado. Apenas vesti uma cueca box e saí para atender a porta.

- Oi, eu vim... Nossa, desculpa - Ele disse me olhando de cima em baixo.

- Não, eu que peço desculpas, não consegui lavar sua camiseta ontem, acabei dormindo. Acordei agora, não fiz almoço e... Ai, não sei o que fazer, desculpa mesmo - Disse.

- Calma cara, fica calmo. Eu posso te ajudar se quiser - Disse ele tentando me acalmar.

- Como?

- Olha só, cade a camiseta? - Perguntou ele.

- Ta na lavanderia, eu ia colocar ela na máquina agora.

- Então presta atenção: vai se vestir, e eu te levo pra almoçar em algum restaurante. No caminho a gente deixa a camiseta em alguma lavanderia e a gente pega quando voltar. Resolvido!

- Ah, mas...

- Sem mas. Eu te levo, trago e pago! - Disse ele sorrindo.

- Tudo bem, mas só espera eu me vestir. E não precisa emprestar outra camiseta, dessa vez coloco uma blusa - Disse rindo.

- Ta bom, só não demora.

Ele ficou me esperando no sofá. Ele estava lindo, vestindo uma camiseta preta e usando um boné virado pra trás. Uma calça preta e um tênis branco. Eu no entanto até que me vesti legal; estava usando uma blusa cinza e uma calça branca e tênis preto.

Peguei a camiseta dele, tranquei a porta e descemos até o estacionamento. O carro dele era um novo Uno preto. Quando eu fui entrar no carro, ele correu na minha frente e abriu a porta pra mim entrar. A gente se olhou por alguns segundos, eu agradeci e entrei no carro. Seguimos direto para uma lavanderia, deixamos a camiseta e depois continuamos indo para um restaurante.

- Então, onde você quer ir? - Perguntou ele.

- Ah, não sei. Você que escolhe - Disse.

Ele não falou mais nada, apenas ficou em silêncio e continuou seguindo. Ele me levou até o mesmo restaurante que eu tinha almoçado outro dia com o meu pai, então eu já sabia um pouco sobre o restaurante.

Entramos e sentamos em uma mesa perto da janela. Começamos a conversar.

- Então, o que vai pedir? - Perguntou ele.

- Ah, pede você primeiro.

- Ta, garçom... - gritou ele

O garçom que veio atender a gente era o mesmo que tinha me atendido com o meu pai outro dia, e como sempre, ele estava lindo e com aquele mesmo penteado idiota.

- Oi, posso ajudar? - Perguntou o garçom.

- Sim, eu vou querer o numero 3 e o numero 9 e um suco de laranja - Disse o Bruno - Sua vez - Disse ele olhando pra mim.

- Bem, eu vou querer os números 5 e 7, e pra beber um suco de laranja também.

- Algo mais?

- Só - Falamos o Bruno e eu juntos.

- Você veio aqui outro dia com seu pai não é? - Me perguntou o garçom.

- Sim e você nos atendeu.

- Sim, eu lembrava de você, só não tive a oportunidade de perguntar seu nome.

- O meu é Roberto, mas sou mais conhecido como Beto.

- O meu é André, prazer - Disse ele pegando na minha mão.

- Prazer - Respondi.

- Então, eu estou com fome e você Beto? - Perguntou o Bruno tentando fazer o garçom sair.

- Já vou trazer o pedido - Disse o André se retirando

- Não fui muito com a cara dele - Disse o Bruno.

- Ah, eu gostei dele, ele parece ser gente boa.

- Tive a impressão de que ele tava dando em cima de você.

- O que? - Perguntei surpreso.

- Ah, esquece. Você namora? - Perguntou ele. Fiquei em silêncio por alguns segundos, encarei ele e falei.

- Olha, você quer ser meu amigo?

- Sim... - Respondeu ele.

- Então é melhor você ficar sabendo já do que acabar descobrindo.

- Sabendo do que? - Perguntou.

- Eu sou gay.

- Ah... - Ele ficou sem dizer nada durante alguns segundos.

- Olha, se você não quiser ser amigo de um gay tudo bem, eu entendo, pode ir.

- Não, não... Tudo bem, isso não é problema pra mim - Disse ele sorrindo.

- Ah, melhor assim.

- Então você namora? - Perguntou ele.

- Não... e você? - Perguntei.

- Também não.

Continuamos a conversa por esse ritmo. Falamos sobre namoro, ficantes e outras coisas. Na conversa descobri que ele não era virgem e tinha perdido com 14 anos. Fiquei de boca aberta quando ele disse isso. Eu contei pra ele que já tinha ficado com alguns garotos antes, mas só beijos, nunca foi além disso. Ele fez uma cara de quem não acreditou muito nisso, mas era a verdade, eu ainda era virgem. Os garotos com quem eu fiquei eram sempre nas baladas, eu não queria que meus amigos descobrissem que eu era gay. Mas mesmo assim, contei para o Bruno, não queria esconder isso dele, pois ele ia acabar descobrindo já que morava no mesmo prédio que eu.

No fim, o Bruno insistiu para pagar a conta. Saímos do restaurante e passamos pegar a camiseta na lavanderia. Voltamos para o prédio e ele me acompanhou até o meu apê.

- Gostei do dia de hoje - Disse ele.

- É, foi muito bom. Espero ter outro dia desses - Respondi.

- E vai ter! Ta livre na sexta a noite? - Perguntou ele.

- Sexta a noite? - Disse - Tenho aula de francês. Pode ser sábado a noite?

- Sábado a noite? Tenho aula de espanhol - Disse ele rindo.

- Você faz aulas de francês? - Perguntou ele.

- Sim, faz um bom tempo.

- Eu queria aprender francês. Será que você poderia me dar aulas? - Perguntou ele sorrindo.

- Ah, claro.

- Tudo bem, marca meu número, quando você tiver livre você me liga e eu venho ter aula. Pode ser?

- Sim, pode sim.

- Então até mais - Quando ele disse isso, ele chegou perto de mim e me deu um beijo no rosto - Até outro dia - Ele me olhou nos olhos.

- Até - Disse entrando no apê e fechando a porta.

Eu me encostei na porta e escorreguei até chegar ao chão. Foi muito bom sair com ele e, algo me dizia que ele estava interessado em mim. Bom, sorte a dele, porque eu também estava por ele.

Tudo o que eu queria agora era tomar um banho, ouvir música e conversar com a Lara para perguntar pra ela se alguém tinha saído grávida da festa.

(Eu queria pedir pra quem está lendo o conto, deixar comentários e se possível divulgar o conto, aproveitando também para me seguir aquii, valeu pra todos haha ;D)