Tudo Acontece No Cinema - 11
Parte da série Amor por acaso
Sexta feira, dia de ir ao cinema com o pessoal. Eu estava super animado, afinal, precisava de alguma coisa pra me distrair, não conseguia parar de pensar em como seria sábado, com meu pai e o meu namorado frente a frente, conversando. Passei a tarde inteira esperando chegar a noite, para finalmente ir ao cinema com os meus amigos, o pior de tudo, seria encarar a Elisa e dizer à ela que eu e o Dudu estávamos namorando. Mas eu tinha que contar antes que ela descobrisse sozinha, o que seria muito pior. O Dudu me ligou, dizendo que iria passar em casa me buscar, mas eu disse a ele que iria sozinho.
Iriamos no cinema do shopping, cheguei e logo fui procurar meus amigos na fila do cinema. Ninguém havia chegado ainda, pois inacreditavelmente, eu tinha sido o primeiro a chegar. 10 minutos depois de eu ter chegado, Elisa chegou, depois o Dudu, Renato, depois a Helena junto com a Ana e por último o Bruno. Eu e o Dudu não ficamos nos encarando muito, apenas alguns olhares e sorrisos, estava esperando a hora certa para contar a Elisa sobre a gente. Malu e Sara também vieram, já que o pessoal me deixou chamá-las. O pessoal, a Malu e a Sara se apresentaram, e mesmo tendo se conhecido apenas dez minutos atrás, já conversavam como se fossem amigos a anos. O único problema, era se uma das duas soltasse qualquer coisa falando sobre o Dudu ser meu namorado, afinal, elas já o conheciam. Então, sempre que elas começavam a chegar no assunto, eu arrumava algum jeito de desviar.
- Que filme a gente vai assistir mesmo? - Perguntou Renato.
- Ai, como você é burro garoto, o único que está passando hoje a noite. - Respondeu Helena.
- Ui, ta estressada - Riu o Renato provocando a Helena - Vamos entrando antes que peguem todos os bons lugares.
- É, melhor mesmo, não quero sentar muito na frente. - Disse Elisa.
- Onde os pombinhos vão sentar? - Perguntou Malu olhando pra mim e para o Dudu.
- Pombinhos? - Questionou Elisa.
- Já falei pra você não me chamar assim Malu, anda, vai, entra logo senão a gente vai perder os lugares.
Nesse momento, a minha barriga gelou, quase que a Malu fala. Puxei a Malu e a Sara para dentro do cinema quando ninguém estava olhando e conversei baixinho com elas.
- Não falem de mim e do Dudu pra eles. - Disse.
- Por que? - Perguntou Malu.
- Porque o pessoal ainda não sabe que a gente ta namorando, só vocês duas.
- Ah - Disse Sara - Mas por que você ainda não contou?
- Porque acho que a Elisa gosta dele e não quero magoa-la.
- Nossa, que belo amigo você é - Disse a Sara.
- É, sei que não foi legal, mas...
- ...mas é o amor né?! Agora vamos entrar e assistir logo o filme. - Disse Malu me empurrando pra uma das fileiras.
Mesmo tentando evitar porque sabia que a Elisa iria ficar me questionando, sentei do lado dela, e como pensei, ela ficou o tempo todo me incomodando e querendo saber o que eu tinha pra dizer a ela. Eu fiquei o tempo inteiro enrolando e enrolando, mas sabia que uma hora, teria de contar. Resolvi então ir tomar um ar fora do shopping para voltar e contar logo sobre eu e o Dudu pra ela, mas justo quando saio, alguém me chamou.
- Olha quem está aqui. - Disse o Hugo.
- Hugo? O que faz aqui? - Perguntei.
- Vim assistir um filme e, pelo jeito, estamos na mesma seção. - Disse ele sorrindo.
- Você sabia que a eu iria vir aqui?
- Não, to te vendo só agora.
- Hm, você veio sozinho? - Perguntei.
- Não, to com uns amigos e você?
- Também estou com uns amigos. - Ficamos em silêncio por alguns segundos.
- Bom, então bom filme pra você, até mais. - Disse.
- Espera.
Quando eu o desejei um bom filme e já estava indo embora, ele correu para perto de mim e pegou na minha mão. Não sabia o que estava acontecendo ali, mas sabia que não iria ser legal.
- O que foi? - Perguntei.
- Eu só, queria te dizer que... você fica mais bonito a noite.
- Não fala bobagens, tenho que voltar lá dentro, até mais.
- Espera.
- O que foi dessa vez?
Ele me chamou novamente, mas dessa vez, como ele já estava segurando nas minhas mãos, ele apenas me puxou pra perto dele, segurou na minha cintura e me beijou.
Eu não sabia o que fazer, não sabia se parava e batia nele, se só parava e saia correndo, ou se continuava. Por alguma razão, eu estava gostando do beijo dele. No começo resisti, mas depois... eu estava correspondendo. Era estranho, era errado e bom ao mesmo tempo.
Mesmo ele beijando bem, era ruim ele estar me beijando, e pior ainda quando a Elisa sai do shopping e nos vê.