O Verdadeiro Gabriel - 09

Parte da série Amor por acaso

- Hugo é um garoto da minha escola. - Respondi.

- E ele queria sair com você? - Perguntou o Dudu sério.

- Sim, ele ta tentando fazer amizade comigo já que não começamos bem.

- Hm, abra os seus olhos hem. - Disse ele.

- Por quê? - Perguntei.

- Esqueça, vamos mudar de assunto. Como é a sua família?

- Bem... é melhor você conhecer do que eu explicar. - Disse rindo. - Eles são um tanto anormais.

- Não podem ser mais anormais que os meus. - Riu o Dudu.

- Duvido muito. - Disse ele.

- Seus pais sabem sobre você? - Perguntei.

- Sobre mim o que?

- Sobre você ser... gay?

- Sim. - Ele respondeu.

- E como souberam? - Perguntei.

- A uns dois anos atrás, meu pai começou a falar sobre como eu deveria cantar uma garota, daí eu disse pra ele "Pai, pra quê eu vou usar isso se eu não gosto de garotas". Ele ficou meio chocado na hora, e para aquela situação não ficar muito constrangedora ele falou "Aí é com a sua mãe meu filho". Fiquei feliz pelos meus pais terem aceitado de boa.

- Seus pais são incríveis. - Falei - Se eu contasse para os meus que eu sou gay... Vish. - Ri.

- Mas uma hora eles vão saber, o nosso namoro não vai ser secreto pra sempre, por mais que queiramos.

- Droga - Forcei uma risada.

Quando terminei de falar, ele logo me abraçou e me derrubou na cama e continuou a me beijar. Ele estava sendo um namorado perfeito até agora e, eu como um bom namorado, estava fazendo tudo o que ele queria; me entregando pra ele.

Era legal os pais do Dudu terem aceitado ele do jeito que ele é, queria que meus pais fossem assim, pena que não são. Por isso não tinha contado aos meus pais sobre mim. Embora eles nunca tivessem comentado nada sobre homossexualidade na nossa família ou sobre algum preconceito, eu sabia que eles não iam me aceitar assim. Mas se eu quisesse continuar namorando o Dudu, eu teria que contar a eles primeiro, antes de assumir o nosso namoro para o resto do mundo. Imagina o que a minha mãe faria se soubesse pela boca de outra pessoa que o seu filho está namorando com outro cara. Eu tinha que encarar aquilo de um jeito ou de outro.

- Eu tenho que contar para os meus pais. - Disse.

- Sobre o que? - Perguntou o Dudu.

- Sobre eu ser gay. Mas não sei como eles vão reagir. - Falei.

- Olha só, pode ir lá e contar. Se eles te expulsarem de casa ou fizeram alguma coisa pra você, saiba que aqui você vai ter segurança e alguém que te ama. - Disse o Dudu sorrindo.

- Por isso que eu te amo. - Disse e o beijei.

- Quando pretende contar? - Perguntou.

- Hoje, depois da aula, ou a noite, talvez no fim de semana... Na hora em que eu estiver pronto.

- A escolha é sua.

Quando voltei para casa, fui recebido com um enorme "Te amo filho" pelo meu pai e um enorme abraço e um beijo pela a minha mãe. Isso só me fez ficar com mais medo de contar o que eu era. Não queria perder todo aquele amor que eu recebia pelos dois. Minha irmã não ajudava muito, mas também perderia ela se ela descobrisse sobre mim.

Para amenizar a insatisfação dos meus pais, um deles iria me condenar e, o outro iria me proteger do que me condenaria, então resolvi contar à eles na hora do jantar, onde estariam todos reunidos e, se um dos meus pais tentasse me matar o outro iria me defender.

Já, todos reunidos na mesa. Estavam, eu, meu pai, minha irmã e minha mãe a mesa. Não era normal todos se reunirem para comer, mas eu havia pedido aquilo, então meus pais já estavam me olhando com uma cara de curiosos e bravos, querendo saber logo o que eu iria dizer. Estávamos comendo, então resolvi falar como se aquilo fosse uma coisa normal, para ver se eles encarariam normalmente tanto quanto eu, mesmo sabendo que não.

- Filho, como foi a escola hoje? - Perguntou a minha mãe.

- Ah, foi normal. - Respondi.

- E como estão os namoricos na escola? - Perguntou meu pai.

- Namoricos? Na verdade eu estou namorando pai. - Falei.

- Namorando? Como é o nome dela? - Perguntou minha mãe.

- Dudu. - Respondi sem pensar. - Me passa o sal pai.

Meu pai pegou o sal e me passou normalmente.

- Como é o Dudu? - Perguntou meu pai.

- Ah, ele é lindo, inteligente, educado e a maior qualidade dele é que ele é gentil.

- Difícil de se achar homens assim hoje em dia. - Disse a minha mãe.

- Isso foi uma indireta? - Perguntou meu pai rindo.

- Não. Mas se quiser considerar uma, fique à vontade. - Riu a minha mãe.

- Bom, eu to cheio. Vou pro meu quarto. - Disse.

- Eu quero conhecer esse tal de Dudu hem. - Disse o meu pai. - Eu também. - Completou minha mãe.

- E quando eu posso trazê-lo aqui? - Perguntei.

- Vamos jantar fora no próximo sábado, chama ele pra vir junto. - Disse a minha mãe.

- Tudo bem então, boa noite.

- Boa noite. - Responderam.

Eu caminhei normalmente para o meu quarto e, quando cheguei lá e tranquei a porta, comecei a pular de alegria. Meus pais, agiram como se fosse normal eu ser gay. Achei que eles iriam entrar em crise, me expulsar ou fazer algo do tipo, mas... Como? Foi normal, como eu queria que acontecesse, normal até demais.

No outro dia, quando saí da escola, o Dudu estava lá me esperando. Fui até ele, nos abraçamos e já iriamos embora para que eu pudesse contar a ele como meus pais reagiram, quando a Sara e a Malu vieram correndo ao nosso encontro.

- Oi Gabriel e oi... tá, não conheço. - Disse a Sara rindo.

- Sara, Malu, esse é o Dudu, meu namorado. - Disse olhando para ela.

- Seu namorado? - Perguntou a Malu surpresa.

- Ta podendo hem Gabriel. - Disse a Sara e nós rimos, menos a Malu.

- Algum problema Malu? - Perguntei mesmo já sabendo qual seria a resposta dela.

- Não, só to surpresa pelo seu namorado ser mais bonito que o namorado da Sara. - Brincou a Malu.

- Maria Luisa. - Gritou a Sara - O Hugo é lindo. - Emburrou-se a Sara.

- É brincadeira Sara. - Disse a Malu.

- É brincadeira? Como assim? Então meu namorado é feio? - Questionei rindo à Malu.

- Não, não quis dizer isso, eu... bem... parem de me confundir. - Todos rimos da Malu.

- Bem, vamos? - Perguntou o Dudu.

- Vamos. - Respondi.

- Mas vocês já vão? Triste. - Disse a Sara.

- Infelizmente sim. Vejo vocês amanhã. Tchau duas. - Me despedi.

- Tchau. - Se despediram o Dudu e as duas.

No final das contas deu tudo certo. Meus pais me aceitaram e, se a Elisa não aceitasse, eu já sabia que podia contar com a Sara e a Malu.

(Então pessoal, eu espero que vocês estejam gostando dessa série e, se estiverem, me sigam por favor e não deixem de comentar. Comentem o que vocês estão gostando e o que gostariam que acontecesse na história. Para aqueles que não sabem, não precisa se cadastrar para comentar, mas para seguir precisa. Logo, logo vou postar outro capítulo, e espero que vocês gostem. Obrigado e até mais.)