O Amanhã - 07
Parte da série Amor por acaso
- Gabriel, Dudu! - Gritou Elisa.
Dudu logo se levantou.
- Oi pessoal. - Disse o Dudu.
- Oi Dudu, oi Gabriel. - Disse Elisa.
- O que vieram fazer aqui? - Perguntei.
- Eu vim trazer esse DVD para o Dudu e o pessoal como já estava junto comigo vieram também.
- Fala Dudu. Joia Gabriel. - Disse Bruno.
- Bem. - Respondeu Dudu.
- Eu estava melhor antes. - Respondi.
- Como assim? - Perguntou Ana.
- Esqueça. Elisa, por que não podia entregar esse DVD amanhã para o Dudu? - Perguntei.
- Porque... Bem... Ele me disse que iria te encontrar aqui e então resolvi vir e dar oi pra você.
Eu não estava acreditando naquilo, a Elisa atrapalhou tudo, estava tudo dando certo, o Dudu estava quase me beijando e, a Elisa atrapalhou. Estava morrendo de raiva da Elisa, mas me controlei, afinal de contas, não podia dar aparecer para o Dudu de que eu estava desesperado por ele.
- Atrapalhamos alguma coisa? - Perguntou Ana.
- Não Ana, não atrapalharam nada! - Menti.
- Bem, na verdade... - Ia dizer o Dudu.
- Que filme é esse que você trouxe Elisa? - Interrompi o Dudu, pois eu tinha certeza de que ele iria falar sobre o clima que rolou entre a gente para a Elisa.
- Não é um filme. É um documentário sobre futebol. - Respondeu Elisa.
- Legal. - Respondi - Nossa, já são 19:00h - Disse olhando para o relógio - melhor eu ir para casa.
- Mas já! estávamos nos divertindo tanto. - Respondeu o Dudu.
- Sim, estávamos! Mas agora eu realmente preciso ir. A gente se vê outro dia. Tchau pessoal. - Falei.
- Tchau - Todos me responderam.
Eu fui embora cabisbaixo. Não acredito que isto tinha acontecido. O Dudu estava prestes a me beijar e a Elisa nos atrapalhou. Tudo bem que ela não sabia que estava rolando um clima entre nós, mas por alguma razão, senti que a Elisa sabia que estávamos prestes a nos beijar e nos interrompeu de propósito. É uma boa hipótese, até porquê ela também é apaixonada pelo Dudu.
Quarta-Feira. Continuei meio arrasado pelo dia anterior. Cheguei na escola já preparado para ouvir a Sara e a Malu falando: "Gabriel, o que você tem? Por que tá assim? O que aconteceu? Ta apaixonado não é?" Seria a mesma chatisse de sempre, por isso tentei evitar o máximo possível encarar elas.
Dei a volta pela escola inteira na hora do intervalo fugindo delas para não responder aquelas perguntas idiotas. Andei tanto até que me cansei e sentei em uma mesa no refeitório. Resolvi ficar sozinho ali, somente eu e meus pensamentos, até que alguém chega e se senta ao meu lado.
- Olá. - Era o Hugo.
- Ah, você de novo? - Respondi. Não estava com a menor paciência para responder as perguntas dele.
- O que foi? Parece que me odeia. - Respondeu ele.
- Não, não é que te odeio. É que as vezes você me irrita com algumas perguntas.
- Como assim? - Perguntou ele.
- Ah, tipo, me perguntar coisas sobre a Sara quando deveria estar perguntando a ela.
- Desculpa, eu só estava tentando puxar assunto com você.
- Por quê? - Perguntei.
- Bem... Achei que poderíamos ser amigos.
- A gente pode, mas para isso não precisamos ter umas conversas tão estranhas. - Respondi.
- Então, o que você curte? - Ele me perguntou.
E ficamos conversando o resto do recreio inteiro. Até que ele não era tão idiota assim, era num tando persistente... mas fofo. Ele sabia fazer uma conversa super decente quando queria e, isso me fez mudar minha opinião sobre ele.
Ao final da aula, saí rápido para chegar em casa, pois estava morrendo de fome. Havia passado uma parte do recreio fugindo da Sara e da Malu, e a outra conversando com o Hugo, que nem tive tempo de comer. Quando eu estava indo embora, Hugo apareceu do meu lado e, continuamos a conversar.
- Oi. Você mora a onde? - Perguntou.
- Você de novo?! - Respondi rindo.
- Não é possível, fui tão desagradável assim no intervalo?
- É brincadeira - Ri - Eu moro subindo reto e virando algumas esquinas a direita.
- Legal, também vou pra lá. Posso subir junto com você? - Perguntou ele.
- Pode. - Respondi.
E conversamos o caminho inteiro. Ele era uma ótima companhia quando não fazia perguntas idiotas. Tinha chegado na minha casa, e me despedi dele e, ele continuou andando reto. Fiquei feliz por ter feito amizade com ele.
Mais tarde, recebi uma mensagem. Era do Dudu, ele disse que precisava conversar sério comigo e, pediu para me encontrar numa sorveteria perto da minha casa. Fiquei nervoso com a mensagem, o que será que ele queria conversar comigo? Obedeci, pedi dinheiro a minha mãe, e fui encontrar ele as cinco da tarde.
Cheguei na sorveteria, e ele já estava a minha espera, me pediu para que sentasse e apenas escutasse o que ele tinha a me dizer.
- Olha... Eu preciso te falar sobre ontem. - Disse ele
- O que tem? Se foi por causa de eu ter ido embora mais cedo é porque...
- Não! Fica quieto, apenas me escuta. É sobre o clima que rolou entre a gente... Eu queria dizer que...
- Aquilo não foi bem um cli... - Tentei impedir ele de falar, porque sabia que ele iria dizer que não rolou nada entre a gente e que nunca iria rolar. Mas eu não queria ouvir ele dizendo isso, não queria derrubar meu muro de esperanças que ele construiu quando quase me beijou noite passada. Mas quando eu ia dizer, ele me interrompeu de novo mas desta vez em voz alta e clara.
- Cala a boca, não percebe que eu to tentando te dizer que eu te amo?