Na Pizzaria - 04
Parte da série Amor por acaso
Sábado, o dia de irmos na pizzaria, finalmente, ia poder ver meus amigos novamente e matar a saudade deles e, ver aquela pessoa também.
De tarde, saí para comprar uma roupa nova para ir na pizzaria, não queria causar ao Dudu uma má segunda impressão, ele só tinha me visto uma vez, tinha que me melhorar na segunda.
Gastei minha mesada toda e mais um dinheiro dos meus pais comprando uma calça, uma camiseta e um novo tênis. Voltei para casa, tomei um banho demorado e me troquei. Passei perfume, dei uma ajeitada melhor no cabelo com a tesura antes de pentear, me dei uma geral ali. Não queria que nada estivesse errado ou faltando.
Nos encontraríamos as 20h em frente a pizzaria e, como sempre eu estava meio atrasado, faltava apenas 10 para as 20h e eu estava saindo de casa, até chegar lá seria cerca de 20:30.
Enquanto eu caminha, um cara de moto se aproximou de mim. Ele estava usando uma jaqueta preta, da mesma cor do capacete, uma calça jeans também preta e um tênis branco. Parece que eu já havia visto aqueles tênis antes, mas na hora, não lembrei de quem eram. Quando aquele motoqueiro tirou o capacete, foi aí que eu realmente me surpreendi. Era o Dudu, mais lindo do que a primeira vez que eu o vi. Eu fiquei meio que paralisado ao ver ele ali, até que ele começou a falar:
- Fala Gabriel, beleza? - Disse ele.
- Si..sim, e você? - Gaguejei como da primeira vez.
- Ótimo. Ta indo na pizzaria né?!
- To! Eu sei que eu to meio atrasado mas... É normal - Esforcei quase que um sorriso impossível ali.
- Se você quiser eu posso te dar uma carona até lá - Ele se ofereceu.
- Ah, magina, eu vou a pé mesmo, não tá muito longe - Respondi
- Mas eu também to indo pra lá, não custa nada vai - Ele insistiu.
- Tudo bem, então.
- Sobe aí.
Subi na moto e segurei na parte de traz da moto, até ele me virar e dizer:
- Não segura aí, é perigoso, segura em mim. - Ele disse.
- O que? - Eu não estava acreditando que ele estava me pedindo aquilo.
- Segura em mim.
- Tudo bem. - Aceitei meio abobalhado.
Seguimos até a pizzaria e, eu não podia acreditar que estava segurando naquele corpo tão perfeito, eu só podia estar sonhando ou coisa do tipo.
Chegamos na pizzaria. O pessoal todo já estava na frente nos esperando. Infelizmente tive que descer da moto e soltar aquela cintura perfeita. Quando chegamos, já começaram as perguntas.
- Nossa, que demorar de vocês dois hem - Disse o Bruno.
- Foi mal, eu que saí atrasado de casa - Respondi.
- Vocês... vieram juntos? - Perguntou Elisa.
- Eu encontrei o Gabriel no caminho e lhe dei uma carona, ele também tava vindo pra cá - Respondeu o Dudu.
- Hm - Respondeu Elisa com uma cara de insatisfeita.
- Vamos entrar então que eu estou morrendo de fome - Disse o Renato.
- Nossa, como você come hem garoto - Respondeu Helena, e todos riram.
Entramos na pizzaria e nos sentamos em uma mesa longe da porta. A Elisa sentou em uma ponta da mesa, eu sentei em outra e, o Dudu sentou na minha frente.
Fiquei super quando ele sentou ali, assim quem sabe poderíamos conversar mais e eu descobrir mais coisas sobre ele.
Todos comemos e conversamos lá dentro, até a hora em que o Renato começou a falar sobre o jogo de futebol que iria acontecer no dia seguinte na escola.
- O nosso time vai vencer, podem esperar hem. - Disse o Renato.
- Tomara que vocês vençam Re, mas não se esqueça que o outro time é muito bom também hem. - Disse Helena.
- Por que você ta falando isso? Acha que a gente vai perder é?
- Não, só to dizendo que eles também são bons jogadores.
E os dois começaram a discutir ali, mas eu como estava meio por fora do que estava acontecendo na minha antiga escola, não entrei no assunto. De alguma maneira, o Dudu percebeu que eu não estava falando muito e começou a conversar comigo.
- Então, você gosta de futebol? - Me perguntou o Dudu.
- Bem, prefiro assistir do que jogar. Não sei jogar. - Respondi.
- Eu adoro futebol e jogo muito bem, se você quisesse eu podia te ensinar.
Eu poderia facilmente ter dito um não bem bonito na cara dele, porque eu realmente detesto futebol, mas, seria uma oportunidade de vê-lo novamente e o que vocês acham que eu fiz?
- É uma boa ideia. - Concordei.
- Então é só marcar um dia que você esteja livre que a gente pode ir no Velho Campo pra treinar. - Ele disse.
- Ah, pode ser. Mas escolha você o dia. - Respondi.
- O que acha de terça? Você ta livre?
- Terça? Acho que sim, tenho que ver se minha mãe não vai me segurar em casa.
- Então até segunda você me avisa.
- Tudo bem.
- Pega o meu número pra você me ligar.
- Daí você me liga ou me manda mensagem. Me passa o seu também pra qualquer coisa...
Ele me deu o número dele e eu dei o meu pra ele. Claro que fiquei super mega animado, iria ser só eu e ele naquele campo, mas eu tinha que me manter calmo, porque eu iria apenas ver ele e ele era hétero, então eu não podia me precipitar e contar com falsas esperanças.
Bem, estávamos todos satisfeitos, então ficamos só conversando o resto da noite quando resolvi ir embora.
- Bom pessoal, tá tudo bom, tá tudo muito bonito mas agora eu tenho que ir - Disse.
- Ah Gá, fica mais um pouco. - Pediu Helena.
- Desculpa Lena, mas tenho que ir, prometi que chegaria antes de meia noite em casa.
- Tudo bem, então tchau.
- Tchau.
Quando eu estava saindo, o Dudu me chama:
- Espera, eu posso te levar pra casa se você quiser.
- Ah, não precisa, você já me trouxe, já me fez muito. - Respondi.
- Não, que isso, eu também já estava indo, posso te dar uma carona.
- Você já vai mesmo Dudu? Achei que você ia ficar e ir com a gente na praça - Disse Elisa.
- To super cansado e to querendo ir pra casa, então vou pular essa - Respondeu o Dudu - E então, quer a carona?
- Só vou aceitar porque agora é de noite e não gosto de andar sozinho no escuro.
- Vamos então.
Nos despedimos do pessoal e fomos. Não estava acreditando, eu estava novamente segurando naquela cintura incrível de novo, aquele corpo definido dele e aquele cheiro... O perfume dele marcava e ficou na minha mente, assim como a sua voz e também a sua imagem.
Por um descuido, um motorista de um carro fez com que o Dudu parasse a moto com tudo, me fazendo segurar com mais força ainda na sua cintura. Nossa, como era bom abraçar ele, tocar nele me deixava até mesmo excitado. Enfim, depois deste susto, seguimos para minha casa, ele me entregou na porta da minha casa.
- Ta entregue - Disse ele rindo.
- Obrigado, nem sei como te agradecer - Respondi.
- Eu sei como. É só você ir no campo terça. - Disse ele sorrindo.
- Prometo que eu vou convencer a minha mãe a me liberar. - Sorri
A gente se olhou por alguns segundos.
- Então, até terça. - Disse.
- Até - Respondeu.
Cheguei, entrei e deitei na cama do mesmo jeito que estava, tudo o que eu poderia fazer era dormir e sonhar com aquele garoto e no quanto eu estava apaixonado por ele.