Eu Te Amo - 08

Parte da série Amor por acaso

Eu estava paralisado. Não acredito que ele tinha dito aquilo, em voz alta e clara, todos que estavam na sorveteria escutaram e ficaram olhando para nós. Não sabia que ele sentia aquilo por mim, foi um choque. Boquiaberto, tudo o que eu podia fazer era escutar ele terminar de falar. Só consegui perguntar "O que?" pra ele, porque queria ouvir ele dizer aquelas palavras mais uma vez pra mim ter certeza de que não tinha ouvido nada errado.

- O que? - Perguntei sério.

- Eu te amo! Desde o primeiro dia em que te vi, senti algo especial por você, por isso marquei logo a ida na pizzaria, pois eu precisava te ver novamente. Te encontrei por acaso na rua e te levei pra pizzaria, mas depois na hora da saída, me ofereci pra te levar porque queria ficar a sós com você novamente, te sentir encostar na minha cintura, sentir o calor do seu corpo. Fui dormir aquela noite pensando em você. Eu inventei a desculpa de te ensinar a jogar futebol apenas para poder ficar sozinho com você de novo e poder ter a chance de te beijar, mas daí o pessoal apareceu e estragou todo o clima. Eu não aguento mais viver vinte e cinco horas por dia pensando em você, não aguento mais te ver sem poder te tocar.

Ele parou de falar e ficamos alguns segundos em silêncio. Eu estava olhando para o chão com um sorriso de orelha a orelha por saber que ele me amava. Levantei a cabeça, respirei fundo, tomei coragem e falei:

- Sabia que eu também te amo? - Disse.

- O que? - Perguntou ele. O sorriso no rosto dele desapareceu, fiquei preocupado nessa hora.

- Eu te amo, mas não tive coragem de te contar, achei que você era hétero e pararia de falar comigo se eu te contasse isso. - Respondi - Só aceitei ir no campo, porque era com você, porque você estaria lá, eu odeio futebol, por qual outra razão você achou que eu iria? Você era a razão, foi por você que eu fui, não podia desperdiçar essa chance de te ver, de falar com você, de...

E ele me beijou. Enquanto eu falava o quanto eu o amava, ele segurou o meu rosto com aquelas mãos macias e me deu o melhor beijo que eu já tive em toda minha vida. Os lábios dele eram quentes e molhados, o beijo dele tinha sabor de pêssego e, aquele perfume dele tornaram aquele momento espetacular. O beijo durou mais ou menos trinta segundos, mas foi o suficiente para saber que ele tinha nascido para ser meu. O beijo acabou e a gente se olhou em silêncio por alguns segundos, até que um de nós falou.

- Então... Quer namorar comigo? - Pediu ele.

- Você ainda pede?! - Eu o abrasei e dei outro beijo nele.

Ele me abraçou na cintura e, me apertava cada vez mais. Eu não estava acreditando que aquilo realmente estava acontecendo, a gente estava se abraçando, a gente estava se beijando, a gente estava namorando. Tinha sido a melhor sensação da minha vida. Ele me levou pra casa dele. Chegando lá, conheci a mãe dele.

- Oi mãe. - Ele disse.

- Oi, filho e... - Disse a mãe dele.

- E Gabriel mãe. Esse é o Gabriel, meu... namorado - Ele olhou pra mim e sorriu.

- Prazer em te conhecer Gabriel.

- O prazer é meu senhora...

- Marina. - O Dudu me ajudou.

- O prazer é meu senhora Marina. - Completei.

- Só Marina. - Disse ela.

O pai do Dudu não estava e se chamava Luis, ele era médico e estava trabalhando no consultório dele.

O Dudu me levou para o quarto dele e trancou a porta. Ele me jogou na cama, deitou por cima de mim e, começou a me beijar loucamente. A gente se amassava. Ele beijava o meu pescoço, eu o dele. Beijo vai e beijo vem, até que paramos e deitamos lado a lado de mãos dadas na cama e começamos a conversar.

- Como é bom ter você aqui comigo - Disse ele.

- Como é bom estar aqui com você - Respondi sorrindo.

- O seu quarto é lindo. - Disse.

- Obrigado. - Respondeu. O quarto dele era na parte de cima da casa, em quatro paredes azuis, uma janela com cortina persiana, uma televisão, uma mesa branca com cadeira de escritório giratória, alguns quadros na parede e uma cama de

casal.

- Você que o arrumou? - Perguntei.

- Foi. Eu gosto do deixar o meu quarto do jeito que eu quero. - E pelo jeito ele gostava de tudo arrumadinho, não se via nada fora do lugar.

- E agora? - Perguntei.

- E agora o que?

- O que a gente fala pra Elisa?

- Como assim? - Perguntou ele.

- A Elisa é apaixonada por você, ela não vai gostar de saber que a gente ta junto. - Respondi.

- Ela vai ter que aceitar. Eu te amo ,e não é ela que vai me separar de você.

E ele me beijou depois de dizer aquilo. Achei lindo, era como uma segunda declaração de amor ele dizer que a gente continuaria unidos. Tudo estava perfeito, nada poderia estragar aquele momento, a não ser uma coisa. O meu celular tocou do nada e, pra minha surpresa...

- Quem é? - Perguntou o Dudu pra mim.

- Não sei, é um número que eu não conheço.

- Atenda e fala que você está muito ocupado com o seu namorado - Disse o Dudu sorrindo.

- Ta bem, espera um pouco - Respondi.

- Alô?

- Alô, Gabriel? É o Hugo, tudo bem?

Percebi que o meu celular estava no viva-voz, mas já não dava mais tempo para tirar.

- Bem e você?

- To bem. Quer sair comigo hoje, sei lá, ir em uma sorveteria, só eu e você?

- Olha, desculpa, mas hoje não vai dar, fico te devendo essa.

- Eu vou cobrar hem. - Disse ele rindo. - Tchau.

- Tchau.

O Dudu me olhou com uma cara séria de que não tinha gostado daquela conversa e, me fez uma única pergunta:

- Quem é Hugo?

Comentários

Há 1 comentários.

Por fozzi em 2013-09-29 04:07:37
ui ciúmes adorooooo