Capítulo 04 - Primeiro Ano Parte 4: Fim

Conto de LittleJo2 como (Seguir)

Parte da série Poderia Ser

E então?" A Ana me perguntou depois de eu ficar um bom tempo em silêncio. "O que você queria me dizer? Parece ser sério."

Eu não sabia como começar. As palavras estavam presas na minha garganta. Eu sempre me imaginei nessa situação, prestes a me assumir para alguém. Sempre imaginei o que diria, mas achei que poderia levar muito tempo ainda, muitos anos. E ali, diante do momento em que dizer tudo se fazia necessário, eu não conseguia. Meus nervos me consumiam e eu chegava a tremer e a Ana percebeu isso. Ela pegou a minha mão e sorriu para mim, como se me dissesse que já sabia e estava tudo bem, então comecei a falar.

"Primeiro, você tem que me prometer que ninguém pode saber do que eu te disser aqui."

"Eu prometo." Ela riu.

"É sério."

"Eu sei que é. E eu prometi. Continua."

"Bom, eu sei que você é a minha melhor amiga e eu posso confiar em você. Sei que deveria ter te contado isso antes, mas eu tinha medo. Eu não queria que nenhum de vocês se afastasse de mim." Ela iria me interromper, mas eu fiz um sinal com a mão e continuei. "Talvez eu não devesse, realmente. Talvez eu precisasse falar isso desde antes, me abrir, mas eu simplesmente não conseguia. Eu preferiria esconder isso a minha vida toda, mas eu já não posso mais. Eu preciso que alguém me ouça, preciso de alguém com quem eu possa desabafar."

"Ju, eu sei que você é gay."

"Sabe?"

"Todo mundo sabe." Ela riu.

Naquele momento o meu coração quase parou.

"Como assim todo mundo sabe?" Eu quase gritei.

"Todo mundo que te conhece de verdade, seu besta. Isso sendo eu, a Jéssica e o Caio."

"Ah. Nossa, então é tão óbvio assim?"

"Não, é só porque nós te conhecemos, então sempre tivemos certeza. Não posso dizer quanto a outras pessoas, talvez outros desconfiem, mas ninguém sabe realmente. E o que importa que você sabem é que isso não faz diferença nenhum para nós. Nós três te amamos, do jeito que for, e vamos estar sempre do seu lado."

Ela me abraçou e naquele momento eu senti algo que nunca senti: alívio. Foi como se eu tivesse tirado um peso enorme das minhas costas e pelo menos metade dos meus problemas tivessem simplesmente desaparecido.

"Agora me conta." Ela voltou a falar, animada. "Você já está namorando? Com quem você já ficou lá do colégio? Alguém que eu conheça? Eu nunca te vi conversando com ninguém diferente."

"É porque nunca teve ninguém. Nunca tive nada com ninguém."

"Ah, eu imaginava." Ela parou um momento, pensativa. "Então, por enquanto, tem só o Daniel."

Meu coração quase parou novamente. Eu me desesperei e olhei para a sala para ver se alguém estava vindo ou tinha nos ouvido. O Daniel estava lá olhando para nós e, quando me viu olhando, ele deu aquele sorriso bobo dele, mas parecia que ninguém tinha ouvido nada mesmo. Olhei para a Ana novamente.

"Do que você está falando, Ana?"

"Eu sei que você gosta dele, ué."

"Céus, por que tudo é tão óbvio?" Eu respirava ofegante, não conseguia nem olhá-la nos olhos, estava morrendo de vergonha. Levei um tempo até conseguir falar novamente. "Bom, você já pode me chamar de idiota agora."

"Não vou te chamar de idiota. A gente não escolhe quem a gente gosta. Mas que você foi burro foi." Ela riu, e mesmo eu não consegui não rir. Mas ela ficou séria logo em seguida, me olhando com certa pena. "Escuta, eu só vou dizer isso para que você não se iluda, porque me importo com você. Mas todo vez que passo a noite aqui - o que é praticamente toda noite -, eu consigo ouvi-lo no quarto dele. O quarto do Di é o do lado e, às vezes, ele faz bastante barulho."

"Como assim?" Eu ainda não tinha me dado conta, mas, antes dela continuar, entendi.

"Todo dia ele traz uma garota pra cá, mas cada vez é uma diferente. Nunca é a mesma. Se ele chega a repetir, demora pelo menos umas duas semanas. Você sabe que tem quase um ano que eu e o Di estamos juntos e, nesse tempo, eu só vi o Daniel namorar uma vez. E durou menos de um mês. Eu posso afirmar que ele gosta de você e se importa com você, mas como amigo. E, mesmo que ele fosse bi e gostasse dos dois, não acho que ele seria uma boa pessoa para se relacionar. Ele é ótimo como amigo, mas não sei se algum dia ele vai ser um bom namorado para alguém, entende?"

"É, eu sei." Eu suspirei. "Eu sei disso tudo, na verdade. Eu sempre soube, mas acho que quis me enganar. Eu criei uma imagem dele que eu sabia que não era real, mas eu queria acreditar que era. Sabe, o pior disso tudo é que, mesmo sabendo como ele é, eu nunca gostei de ninguém tanto quanto eu gosto dele. Comigo sempre foi isso, sempre me apaixonei por caras que não poderiam gostar de mim, que eram héteros e que eu mal conhecia. Com ele foi a mesma coisa. A diferença é que o que eu sinto por ele eu nunca senti por ninguém. Eu consegui fechar meus olhos pra realidade até aquele dia da festa, quando eu finalmente o vi com alguém. Ali eu acordei e tentei esquecer dele de vez, mas eu não consegui. Eu simplesmente não consegui."

"É difícil, Ju." Ela tocou o meu rosto, limpando uma lágrima que acabei deixando correr. "Mas você vai ver que não vai demorar muito até você encontrar alguém que te mereça e que vá te fazer muito feliz."

Nós nos abraçamos novamente, por um longo tempo, e parte do meu alívio aumentou, mas me sentia triste também. Eu queria acreditar no que a Ana tinha dito, que alguém que gostasse de mim aparecia, mas não me parecia possível. Parecia que eu meu destino era ser refém de amores não correspondidos. De qualquer forma, agora que eu a tinha do meu lado, eu sabia que podia contar com a ajuda dela para esquecer dele. Eu precisava disso.

Depois que me acalmei, voltamos para a sala.

"Nossa, que conversa enorme foi essa?" A Jéssica perguntou.

"Pensei que tinham morrido lá." O Caio riu.

"Nada demais." Respondi, tentando sorrir, mas senti que o meu sorriso não tinha sido convincente.

Olhei um instante para o Daniel e ele estava olhando para mim, creio que tentando perceber o que tinha acontecido, mas logo desviei o olhar e suspirei. Sentei na sala e fiquei apenas uns cinco minutos até que disse que tinha que ir embora antes que ficasse muito tarde. Os outros reclamaram, mas logo os convenci. Dei um abraço em cada um, agradeci novamente por tudo e peguei a minha mochila. O Daniel disse que me levaria até lá embaixo. Eu tentei convencê-lo de que não precisava, mas mesmo assim ele pegou a chave e foi comigo. Descemos em silêncio e logo chegamos no portão de entrada, mas me pareceu uma eternidade.

"Mais uma vez, obrigado por tudo isso." Eu disse. "Foi uma noite legal."

"Nada." Ele sorriu, mas me olhava profundamente e logo seu sorriso mudou para uma expressão de preocupação. "Vem cá, está tudo bem?"

"Sim."

Percebi uma chuva fraca começando a cair atrás de mim pelo portão aberto. Eu estava já do lado de fora e aquilo começava a me preocupar, mas iria embora mesmo assim.

"Você pode confiar em mim." Ele falou, me fazendo olhar para ele novamente. "Sabe disso, não é? Nós somos amigos, certo?"

"Sim, claro."

"Então, o que há de errado?"

Eu tentei dizer de novo que estava tudo bem, mas não conseguia. Abaixei a cabeça quanto senti que as lágrimas estavam se aproximando dos meus olhos e tentei controlá-las, mas não consegui impedir algumas de descerem. Ele percebeu, pousou os dedos no meu queixo e levantou a minha cabeça até que eu o olhasse nos olhos, esperando que eu dissesse algo.

"Tudo." Eu disse, finalmente. "Tudo está errado."

"Me conta."

"Eu não posso. Escuta, eu tenho que ir."

No momento em que disso isso a chuva aumentou e ficou muito forte.

"Merda." Exclamei para mim mesmo.

Mesmo assim, saí andando pelo canto da calçada tentando evitar a chuva o máximo que podia, mas sabia que não seria possível então fui atravessar a rua, mas senti a mão do Daniel no meu braço, me impedindo.

"Eu não vou te deixar sair nessa chuva. Você pode ficar doente."

"Eu sou imune a essas coisas. Não fico doente com chuva." O que era meio que verdade, por mais que eu tenha rinite e sinusite.

"Ninguém é imune a uma chuva dessas."

Logo em seguida, as luzes dos postes se apagaram assim como tudo mais ao nosso redor. Parecia que o universo estava conspirando contra mim.

"Você é imune a apagões também?" Ele riu.

"Tá, tudo bem. Mas eu nem avisei meus pais que ia sair de casa."

"Isso é o de menos. Você liga pra eles ué. Mas hoje você vai dormir aqui."

"Escuta, não precisa. Quando a energia voltar, com ou sem chuva eu vou."

"Não, você não vai. De jeito nenhum."

Ele sorriu e me levou pelo braço novamente ao prédio dele, fechando o portão e me fazendo subir com ele. Eu sabia que ele não ia me deixar ir embora. Tentei convencê-lo de que não podia dormir lá, porque não tinha espaço na casa dele, até porque a Jéssica e o Caio também estavam lá, mas aí ele disse que tinha espaço suficiente para mim no quarto dele e que a Jéssica podia ficar no quarto de hóspedes e o Caio do quarto do Lucas e que tinha colchões para todo mundo. Tudo o que eu não queria naquele momento era dormir perto dele, no quarto dele, onde eu sabia que ele tinha transado com sabe-se lá quantas garotas, talvez já tendo sido quase todas as meninas da cidade.

"Ainda bem que você voltou." A Ana me disse, se aproximando de nós com uma vela na mão próxima ao seu rosto, o que me fez rir.

"O Daniel me obrigou a ficar." Olhei pra ela significativamente e ela entendeu que eu não estava bem com aquilo.

"Pois ele fez muito bem." Ela sorriu, tentando me animar. "Vem, vamos ter a noite toda para fazer jogos e contar histórias de fantasmas."

"Por isso que eu adoro seu aniversário, Ju." A Jéssica riu. "Porque amanhã sempre é feriado."

Essa vantagem do meu aniversário não me tinha sido agradável naquele momento específico. Tudo o que eu queria era que o dia passasse logo e eu pudesse ir para casa. Mas a noite ia ser longa. Depois que liguei para os meus pais avisando e a Jéssica e o Caio também, os jogos começaram. De tudo surgiu. "Detetive e Ladrão", "ABC", jogos com dados. As velas espalhadas pela sala nos permitiram bastante criatividade. Houve um momento em que o Caio deu a ideia de "Verdade ou Desafio" e eu e a Ana logo nos olhamos, mas ela me ajudou a mudar logo de assunto para que ninguém decidisse apoiar aquela ideia. O Lucas foi o primeiro a ir dormir, ao se cansar da gente, e nós ficamos lá ainda. As histórias de terror começaram, mas eu não quis dizer nada, não estava muito criativo no momento e, claro, a Ana logo me salvou começando uma história. Foi uma noite realmente logo, ficamos até tarde da madrugada ali, a chuva às vezes ficava mas fraca mas depois voltava forte e a energia não voltava. Eu fui o primeiro a dizer que iria dormir, mas todos concordaram e foram também. Eu não estava com sono realmente, mas não queria mais ficar ali, muito menos quando tentaram novamente jogar "Verdade ou Desafio".

Fomos para os quartos então. A Ana com o Diego no quarto dele, o Caio entrando silenciosamente no quarto do Lucas para não acordá-lo, a Jéssica no quarto de hóspedes e o Daniel me puxando para o quarto dele antes que eu pudesse dizer que preferia ir para o quarto de hóspedes com a Jéssica. Quando entrei, vi que ele já tinha até arrumado o colchão no chão, com um travesseiro e um cobertor dobrado em cima. Eu coloquei a minha mochila ali perto enquanto ele fechou a porta e me sentei na cama, tirando a sandália - apenas porque eu odiava usar tênis, nunca usava, no máximo em casamentos.

Fui me virar para dar boa noite a ele quando o vi tirando a camisa e se preparando para tirar a calça também. Logo virei o rosto, mas pude admirar o seu corpo por alguns segundos, e era exatamente como eu me lembrava nos meus sonhos com ele. Tudo bem que já o tinha visto sem camisa antes, em um jogo no colégio, mas havia sido rápido e não tinha me afetado tanto quanto naquele momento.

Pude perceber quando ele se sentou na cama e se cobriu, vendo de canto de olho a camisa e a calça no chão. Logo em seguida desdobrei o cobertor e me deitei também, sem dizer nada.

"Boa noite, Júlio." Ele me disse.

"Boa noite."

Eu me cobri praticamente até a cabeça e virei de lado, fechando os olhos e desejando que conseguisse dormir logo, mas eu não estava com sono e sabia que iria demorar até conseguir. Conseguia ouvi-lo se ajeitando na cama e analisava cada som que ele fazia, imaginando como ele estava. Mas logo comecei a imaginá-lo ali, com inúmeras mulheres diferentes, várias e várias vezes, e, novamente, quis chorar. Respirei fundo e tentei apagar tudo aquilo da minha mente. Aquela situação estava me fazendo muito mal e tinha me decidido: o melhor seria eu me afastar dele. E era o que eu começaria a fazer assim que acordasse no outro dia e fosse para casa.

Realmente demorei para dormir e, felizmente, não tive nenhum sonho. Acordei com uma luz que vinha de uma janelinha pequena acima da cama do Daniel e me levantei. Ele ainda estava dormindo, apenas se mexendo na cama. Calcei as sandálias e saí do quarto, indo até sala, mas não havia ninguém lá. Percebi um céu azul lá fora e a energia parecia já ter voltado havia algum tempo. Desliguei a televisão e algumas luzes que estavam acesas e fui até o banheiro para passar um pouco de creme dental na boca, já que estava sem escova, e, quando fui entrando, o Daniel já estava lá.

"Bom dia." Ele sorriu, com a escova na boca.

Eu apenas dei um sorriso forçado e me virei, voltando para o quarto. Dobrei o cobertor, colocando-o sobre o travesseiro em cima do colchão, peguei minha mochila e quase me bati no Daniel, que já tinha saído no banheiro. Ele riu, mas eu não expressei nada, e logo seu sorriso se desfez. Entrei no banheiro para passar o creme dental na boca e, quando voltei, pedi que ele abrisse para mim, pois já estava indo.

"Espera todo mundo acordar, que aí tomamos café juntos." Ele disse.

"Olha, não precisa, tá?" Acabei sendo um pouco mais ríspido do que pretendia, o que o assustou um pouco. Continuei a falar mais calmamente. "Obrigado por tudo, por ter me acomodado e tudo mais. Mas eu preciso ir agora."

Ele não insistiu e concordou. Ele queria me levar até lá embaixo novamente, mas eu disse que não precisava e ele não aceitou. Apenas foi até a cozinha, apertou o botão ao lado do interfone e abriu a porta para mim. Eu me despedi e ele foi me abraçar, mas eu me virei antes, fingindo que não tinha percebido. De costas, ainda pude senti-lo olhando para mim da porta enquanto eu descia, e só depois que desci alguns degraus ouvi a porta se fechando. Aquilo tinha sido uma despedida para mim, definitivamente. A partir daquele momento, eu fingiria que ele não existe.

O feriado foi seguido pelo fim de semana, então fiquei mais alguns dias sem ir para o colégio. Eu o vi entrando no MSN algumas vezes e, logo em seguida, eu ficava offline para que ele não falasse comigo. Conversava apenas com a Jéssica, o Caio e a Ana, e ela, quando me viu fazendo isso, perguntou o que era e contei que estava ignorando ele. Ela disse que achava extremo, mas compreendeu.

Quando chegou a segunda, continuei fugindo dele o máximo que podia. Eu o via algumas vezes, ao chegar no colégio, mas abaixava a cabeça e passava rápido no meio dos outros fingindo que não o tinha visto. Achava difícil que ele não me percebesse, com o meu cabelo ondulado e comprido, chegando até o ombro. Mas, felizmente, ele não parecia ir atrás de mim. No intervalo, não saía mais da sala para não cruzar com ele e, quando era a hora da saída, ia o mais rápido possível e nem esperava pela Ana para que não corresse o risco de encontrá-lo. Comecei a tomar um caminho com alguns desvios para não passar pelo prédio dele. Algumas vezes cheguei a vê-lo longe, atrás de mim, olhando para mim, mas fingia não ter visto e andava mais rápido.

Assim se seguiu durante dois meses, quando chegou o aniversário dele. A Ana veio falar comigo no colégio na hora do intervalo, sabendo que eu estava na minha sala.

"Oi, Ju."

"Oi, Ana."

"Então, você sabe que dia é hoje, não é?"

"Sei sim." Suspirei.

"Vai ter uma festa na casa dele. Não vai ser surpresa que nem o seu, ele mesmo está chamando algumas pessoas."

"Ah, legal."

"Você não vai mesmo?"

"Você sabe que não."

Ela suspirou.

"Ju, ele perguntou de você. Perguntou se você ia. Disse que fazia tempo que não conseguia falar com você."

"Eu não posso ir, Ana."

"Já faz dois meses que você está evitando ele. E ele gosta de você. Como amigo, mas gosta. E sente sua falta. Você não vai nem no aniversário dele? Não vai nem dar parabéns?"

"Eu ainda gosto dele. E é o que você disse, ele me vê como amigo e ficar perto dele me machuca. A única forma de eu esquecer dele de vez é me afastando."

A Ana não me questionou mais. Disse que, quando ele perguntasse, diria que eu sentia muito por não ter ido e que tinha desejado um feliz aniversário. Não quis reclamar com ela quanto a isso. Deixei que ela dissesse o que quisesse, não me importava.

Passei aquele dia todo em casa, na cama, sem fazer nada. E ali eu senti que ele não me procuraria mais. Logo chegou o final do ano e eu nem me importava mais em ficar offline quando o via no MSN. Ele não tentava falar comigo. Até que, um dia, ele falou.

"Oi, Júlio."

"Oi."

"Nossa, faz tanto tempo que a gente não se vê, né? Você nunca mais veio aqui em casa com a Ana e os outros e nem te vejo mais no colégio."

"Pois é, final de ano é assim."

"Falando em final de ano, vai rolar a formatura da minha turma daqui a umas duas semanas."

"Ah sim."

"Bom, além da família, eu tenho mais um convite. De acompanhante. Você não quer ir?"

"'Acompanhante' se refere a uma namorada ou algo do tipo, Daniel."

"Ah, pode ser qualquer pessoa. E você é meu amigo e queria que você estivesse lá."

"Não posso ir. Mas tenho certeza que você não vai ter dificuldade em encontrar alguém que aceite e possa."

Ele ficou um tempo sem escrever nada. Eu o vi digitando e apagando algumas vezes, mas ficamos em silêncio por alguns minutos.

"Tudo bem, então." Ele escreveu. "Tchau, Ju."

Era a primeira vez que ele me chamava assim, mas não respondi mais nada. Era o fim. O ciclo dele na minha vida se encerrava ali.

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Gente, está aí mais um capítulo e, a partir de agora, uma nova fase da história vai começar. A série vai se dividir nesses ciclos. O "Primeiro Ano" foi só o primeiro. Espero que tenham gostado.

LipEmanuel, você é um amor de pessoa. *--*

Ryan Benson, nós nos compreendemos, somos alma gêmeas, casa comigo. <3 haha Já sei que personagem terá o seu nome, tem um de algo que estou vivendo agora, então talvez ele demore um pouco, mas virá.

Obrigado a todos que acompanham e continuem lendo e comentando o que estão achando e o que imaginam que vai acontecer daqui pra frente. Talvez agora sim eu poste só no fim de semana, pois minha prova é amanhã e ainda não li nada do que tenho para ler. Estou bem desse jeito esse semestre na faculdade, haha. Enfim, até a próxima fase ;)

Comentários

Há 4 comentários.

Por Sr. Costa em 2014-05-26 11:13:50
Muito bom mesmo, a história, o jeito como você escreve, os personagens não são clichês pois as coisas não acontecem fácil para o protagonista, só porque é uma ficção. Acompanhando e esperando a próxima fase. Parabéns!
Por flavio em 2014-05-23 14:32:35
Ta demorando a próxima fase, kde. Quero mais.
Por Arcanjo em 2014-05-16 07:28:29
adoreeeeeei! Passei por algo beeem parecido..
Por ThunderBlade em 2014-05-16 05:39:58
Comecei a ler e ja gostei muito,parabéns!