Capítulo Quatro

Parte da série Made in Japan

É dia 28 de manhã, estou deitado só, com o cu dilatado, ardendo, foi mesmo arregaçado, mas valeu muito a pena, olhando pro céu, do gramado que há alguns dias eram imensos rios, triste?...

- É.. eu estou triste?......

- Hein nuvens?, vocês aí que estão desafiando as leis, por que estão fazendo isso?

- É pra virem do oriente para o ocidente... O que estão fazendo?

- Lipe?? Falando só? - Falou minha maninha, as nuvens fazendo formatos tão familiares e esquisitos...

- Sabe Thamis...

- O quê?

- Sou gay, gosto de homens...

------------- Silencio ensurdecedor ------------

Passou uma brisa, carregando pétalas de rosa ou olhas flores das árvores próximas ao jardim...

- Né, Né... Me odeia agora?

- Que isso Lipe? Só estou surpresa, sou sua irmã te odiar não daria certo...

- O que você acha?

- Nosso coração não escolhe, o mundo já está começando a aceitar gente assim, eu te apoio, te ajudarei em tudo que for preciso, mas pq me contou agora?

- Gosto de um menino...

- hmm, deixa eu adivinhar, Diego?

- Passou perto...

- Theodore?

- Não

- Gabriel?

- Também não.

- Jefferson?

- Muito menos.

- Eu conheço?

- Sim, quer uma dica ele me abandonou...

Passou outra brisa com mais pétalas e eu olhei pra casa um pouco acima admirando e houve um grande silêncio novamente...

- Matheus... Sabe Lipe, somos jovens ainda, nem sempre o cupido acerta nosso coração e de uma pessoa certa... As vezes nem acerta o da outra pessoa e fica um amor não correspondido, supere há sempre outros... - Se levantou caminhando em direção a casa.

- Ele é único -Falei baixinho.

- Duas caras, duas faces, duas vidas é? Minha irmã está certa vamos tratar de esquece do....

Por volta das 10 horas corri em casa procurei meus documentos, identidade, CPF, certidão, passaporte, despedindo de todos, pelo whatsaap, face fui no meu pai e disse:

— Pai, me dá 12 mil?

— Quêê? Pra quê nisso tudo?

— Quero passear...

— Filho somos ricos mas se for todo dia assim amanhã já não tem nada.

— É só hoje, prometo – Fiz cara de choro.

— Está bem, aqui – Falou me dando dois cheques de 6 mil.

— Sabe pai sou gay. – Falei enquanto saia Ele deixou uma xícara cair, que espatifou café por todo lugar, minha mãe escutou e ficou paralisada na porta, depois disse " me liguem ", eles ficaram parados, primeira vez no transporte público perguntando informações fui direto ao papicu, depois ao aeroporto...

Quando cheguei lá fui na agencia da TAM e perguntei sobre passagens, ia sair um avião pra São Paulo, 13:05 era a hora da partida, comprei uma passagem, faltavam 15 minutos desci e comi algo nessas lojas, batatas, sanduíches e sorvetes quando falaram de meu vôo entrei sentei e dormi, cheguei com o aviso que já estávamos em São Paulo, fui até algumas lojas de comida e novamente, como demais estava engordando, estava em São Paulo, de novo, a cidade mudou bastante pela TV mas quase as mesmas coisas estavam intactas, cheguei em uma agência da TAM e perguntei sobre passagem pra Buenos Aires, ela disse que eu precisaria de permissão dos pais, Ri demais.. Mostrei documentos e comprei a passagem quatro horas pro vôo sair, resolvi sair, pedi um táxi e fui até a casa da minha antiga tia disse que estava indo pra Buenos Aires ela chorou e me deu abraços devíamos visitar mais ela, de lá voltei ao táxi e o motorista começou a falar que ia ficar caro e não sabia se uma criança tinha tanto dinheiro assim, fui ao banco troquei o cheque, fui na casa de câmbio e peguei peso argentino, o motorista começou a se irritar, o tempo passando e eu mandava ele acelerar, em uma loja comprei mala e algumas roupas, faltava uma hora fui no hotel e depois de uns minutos e mentiras convenci ele pra me deixar subir, dei um chute bem forte na porta que abriu, ele tava com a Rebeca na cama estavam agarrados acho que acordando agora:

- Foi bom a noite ontem, hein?

- L-Lipe.

- Sabe? Ta bloqueado no face, e nem precisa voltar pra Fortaleza.

- O que é isso? Felipee - Falou Rebeca toda falsa...

- Já vou indo, boas festas pra vocês por aqui... - Falei

- Obrigado pra vc tbm - Falou ela

- LIPPEEEE, ESPERA - Gritou o Matheus

- É FELIPE PRA VC AGORA... - Gritei, os olhos se encheram de lagrimas, que não deixei escorrer.

Subi no táxi mandei ele acelerar pro aeroporto, Matheus vinha bem atrás, na maior velocidade perguntei a ele quanto dava, só R$ 163... "Nada caro". O carro do Lipe vinha atrás, descia do taxi e ele do carro, me acompanhava eu ia correndo quando escutei a última chamada de meu vôo, ele agarrou meu braço:

- Pra onde você vai?

- Dançar tango com um belo argentino.

- L-Lipe.

- SEGURANÇÇA. - Gritei.

Soltaram o Matheus de mim disse sobre meu vôo, eles ficam segurando ele durante algum tempo, corri entrei e o vôo decolou....