Formalidades
Parte da série Pelos caminhos de Vênus
Bem eu sempre tive vontade de escrever um conto e acho que devo isso pra compensar os milhares que já li. Apresentando-me como autor: tenho quinze anos, semi-assumido, aspirante a dramaturgo e grande entusiasta das artes. Não acho necessária uma descrição física, pelo menos não agora, mas se fizerem questão posso fazê-la.
Sobre essa série pretendo retratar a história de um adolescente homossexual, sua vida pessoal e amorosa dentre outros fatos cotidianos com os quais espero que se identifiquem. Não se esqueçam das críticas e elogios nos comentários.
Eu havia acabado de entrar na sala de aula, e notei que tínhamos um novo colega. Tinha um jeito meio reservado, e bem, era insanamente gostoso. Tipo, ele era malhado (nada de exagerado) e tinha um peitoral assustadoramente magnífico. Agora descrevendo o resto do moço, ele era alto, cabelos pretos um pouco bagunçados e a pele clara. Fiquei sabendo que seu nome era Lucas.
Ele estava sentado no canto direito da sala, onde eu e meu grupo de amigos tínhamos o costume de sentar. Por causa disso sentamos um pouco mais para o lado, de forma que eu fiquei consideravelmente perto dele, mais ou menos uma cadeira á frente, porem na fila ao lado.
Eu fiz o possível, me controlei enquanto pude, mas era simplesmente impossível não dar umas olhadinhas para trás e admirá-lo um pouco. Suspeitei que ele fosse acabar percebendo, mas para minha sorte isso não aconteceu. A aula corria normalmente, já estávamos no segundo horário (Química) quando minha borracha caiu. Olhando isoladamente isso é um acontecimento inútil, mas como a borracha caiu próxima aos seus pés ele optou por ser gentil e pega-la pra mim. Só que ele resolveu fazer isso na mesma hora que eu. Foi até um pouco engraçado nossas cabeças se chocando, mas é claro que eu só fui capaz de ver alguma graça nisso depois de ter um ataque de vergonha... Ele logo se apressou em pedir desculpas e ao que me parece ficou tão constrangido quanto eu.
Eu adorava química por isso a aula fez questão de passar rápido, ao contrário da aula de geografia que viria a seguir. Estávamos estudando alguma coisa relacionada à guerra civil espanhola, e por isso a apostila era cheia de expressões em espanhol. O professor era altamente metido ele sempre fazia questão de ler essas partes, pra mostrar que era “superior”. Eu não me importava muito, afinal meu espanhol era péssimo então... Passados alguns minutos de aula foi à vez do Lucas ler o texto, e ele teria que ler quase um paragrafo em espanhol, acho que era parte de um discurso ou algo assim. Mas antes que o professor o interrompesse ele começou a ler de uma forma incrível, sem ter gaguejar ou fazer pausas, a sala toda ficou olhando pra ele. Na intenção de amenizar o clima o professor perguntou se ele falava espanhol, ele disse que um pouco e o assunto morreu.
Passado mais algum tempo chegou o recreio. Eu sou meio anti-social então fico na sala durante o recreio, normalmente só umas cinco ou seis pessoas ficam por lá. Lucas foi uma delas. Provavelmente tentando se enturmar ele pergunta se o professor de geografia é sempre tão metido. A conversa continuou agradável e mal percebemos que tanto o recreio já tinha acabado, e “pouco” tempo depois também a aula.
Já estava me distanciando da escola quando ele me ofereceu carona. Quase que por instinto eu disse não. Ele então se despediu e se afastou, e pensando melhor, eu devia ter aceitado. Passei todo o caminho de volta pensando nisso, e me sentindo um tolo por ter desperdiçado uma oportunidade daquelas.
Cheguei em casa e a tarde se passou sem maiores emoções. Pensei em adiciona-lo no Facebook, mas como não tinha seu sobrenome...
Passaram-se uns três dias e ele já era um membro do nosso grupinho, não éramos amigos íntimos, mas já era alguma coisa. Nosso grupo era realmente pequeno só três pessoas (Eu, Esther e Lya). Além de uma garota retardada que pensava ser nossa amiga (Lailla). Nesse dia eu estava com muita fome e passei a aula toda repetindo isso.
O recreio começou e eu ainda repetia isso, só pra irritar. Praticamente todo mundo desceu pra comprar comida e eu fiquei com a Esther na sala, tudo isso ainda reclamando sobre minha fome. Todos voltam para a sala e o Lucas aparece com dois salgados, e me entrega um dizendo:
- Quem sabe assim você para de reclamar.
- Haha, obrigado. Mas você tem consciência de que eu não vou te pagar depois, né?
-Claro, encare como um presente.
O clima ficou um pouco estranho, afinal até onde todos sabíamos ele era hétero... Mas ninguém comentou nada. Eu comi e a agradeci, e ele ainda me ofereceu um pouco de seu refrigerante.
Logo após o recreio tivemos nossa primeira aula de artes, a professora era muito legal e procurou inclui-lo ao máximo, fez inclusive um jogo onde ele teria que responder algumas perguntas para que a sala pudesse conhecê-lo melhor. A partir desse jogo ficamos sabendo que ele estava solteiro, falava espanhol, se mudara devido a uma transferência no emprego de seu pai, não era nem um pouco tímido, gostava de futebol e para minha tristeza era hétero.
Eu não podia aparentar me importar com o fato de ele ser hétero, afinal eu ainda não tinha saído do armário, apenas para alguns amigos. Apesar de eu ter odiado a noticia, minhas amigas adoraram, especialmente a Lya, que ultimamente vinha comentando que queria ter um amigo mais masculino, pra provocar e fazer outras coisas...
Bem, por hoje é só e espero que gostem.
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XoXo