[11-01]

Conto de KingShuggar como (Seguir)

Parte da série Elliot Meyer

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..☆ Respondendo ★ Comentários ☆..

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☆CarolSilva: Ah, então você está no capítulo certo! Psé, nesse capítulo Victor vai falar sobre seus sentimentos por Elliot! S2

☆jhon.jhon.: Migo, você ta mesmo com raiva de Russel hein kkkkk... s2

☆Jeeh_alves: Não sou não :9/ foi bom descobrir, eu realmente estava na dúvida hehe/ Sem desespero... (kkkkkk) ↓↓ ;-)

☆diegocampos: okay ;B

☆Salvatore: Pronto, tem mais aí em baixo kkkkk ♡

☆GarotoComum: Oh, me sinto muito animado pelo seu elogio! E eu também gostei de saber que você gostou do envolvimento entre os dois, porque eu me esforcei bastante pra deixar legal! Até +... :)

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Obrigado à Todos por Comentarem! ♥

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PS: Esse capítulo possui mais diálogos do que ações. Mas é porque eu queria que vocês conhecem melhor alguns personagens.

Agora uma pequena sinopse do capítulo (não se preocupem, não vou dar muitos spoilers)...

Capitulo 11: Victor vai abrir seu coração pra falar de seus sentimentos por Elliot, mas será que ele vai gostar do que irá ouvir? Confiram ;3

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Elliot Meyer: Cap. 11 - [1ª Temporada]

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O único problema daquilo, era não saber se ele também estava apaixonado por mim. Eu não teria coragem de perguntar, mas eu diria que ele está...

Minhas pálpebras começaram a ficar pesadas, e em poucos minutos eu adormeci.

Acordei com o sol batendo no meu rosto. Só que eu não estava como eu me lembrei de ter dormido... estava com minha cabeça apoiada no braço esquerdo de Victor. Achei estranho, mas pensei comigo mesmo; não é nada de mais.

Cobri meus olhos com uma de minhas mãos e me sentei. Fiquei um tempo sentado pensando em algumas coisas. Logo lembrei que era o dia em que eu finalmente iria sair daquele lugar.

Olhei em volta observando o lugar e depois me levantei me espreguiçando.

Victor acordou logo em seguida e se levantou.

-Dormiu bem? -Perguntou ele com sua voz falhando

-Como eu posso dormir bem em um chão duro?! -Perguntei

-Eu também não.

:-:-Mais Tarde-:-:

Eu nunca tinha tido chance de reparar o corpo dele. Eu até pensei que eu tinha mais músculos que ele, mas acho que estava enganado...

-Essa água tá muito fria! -Falei batendo os dentes

-Relaxa, logo você se acostuma.

-Espero. -Respondi o olhando.

Depois de acordarmos, nós fomos tomar banho em uma cachoeira que estava próxima dali. Eu sentia como se eu estivesse nu nadando nas águas do pólo norte. Eu estava nu, mas não estava no polo norte. Ah, e não pensem besteiras, nós dois não nos olhamos da cintura pra baixo quando tiramos nossas roupas -oque foi um sacrifício pra mim, mas eu consegui-.

-Como está sua perna? -Perguntei tentando puxar assunto.

-Ah, tá melhor eu acho... -Ele me olhou.

-Não vejo a hora de ir embora... -Falei sério observando ao redor.

-Também não.

-Sabe de uma coisa? -Perguntei e ele fez não com a cabeça -Eu estou com saudades da escola.

-Elliot, você é patético. -Ele sorriu -Tanta coisa pra ter saudade e você vai ter logo da escola?!

-Pois é. -Falei tremendo -Não só da escola, do meu irmão, da minha cama, da minha comida...

-Eu só sinto falta daquela sua TV. -Ele falou sem dar muita importância.

-E depois eu que sou patético. -Disse sorrindo -Você é um virgem viciado em vídeo-game.

-Você não disse isso... -Sua expressão ficou seria, e ele nadou até mim.

Aquilo era a realidade, quer dizer, eu não tinha certeza de que ele era virgem, mas eu podia jurar que ele era um viciado em jogos. Digo isso por experiência própria, eu não esqueci o dia em que ele ficou ate altas horas jogando vídeo-game na minha casa.

-Sim, eu disse. -Confirmei.

-Repete... -Ele ainda me olhava sério.

Ele não iria me machucar por falar aquilo. Seria idiotice, então sabendo disso, eu resolvi o enfrentar.

-Você é um virgem viciado em vídeo-game -Falei devagar

Ele sorriu e enfiou minha cabeça na água. Eu pra ser sincero achei um saco, eu falei pra ele que eu não iria molhar meu cabelo. Mas ele ligou o foda-se e fez aquilo... aiai, Victor.

Quando ele me soltou depois de pouco tempo, eu tirei a cabeça da água e respirei meio desesperado. Depois limpei meus olhos e o encarei com raiva.

-Idiota, eu disse que não queria molhar meu cabelo!

-Ah, para de frescura, seu cabelo vai secar de novo! -Ele falou rindo de mim.

-Tonto -Ri também e depois joguei água em seu rosto com minha mão.

Ele fez o mesmo e jogou água em mim. Ficamos fazendo aquilo igual duas crianças, depois nós declaramos paz um pro outro.

:-:-Minutos Depois-:-:

E lá estava eu, deitado de bruços em uma pedra com o sol batendo em minhas costas, completamente nu esperando meu corpo secar em frente a ele... Victor. Seus cabelos que eram pretos ficaram mais negros ainda por causa da água que joguei nele. Ele estava do mesmo jeito que eu, exatamente igual.

-Não acha isso estranho? -Perguntei o olhando nos olhos.

-O que? -Ele perguntou com seu lindo sorriso.

-O fato de estarmos pelados no meio da mata um de frente pro outro! -Falei rapidamente

-Ah, pra ser sincero acho. Victor respondeu constrangido -Mas, não deveríamos, afinal, o que pode dar errado?

-Alguém nos achar desse jeito. -Pensei em falar, mas em vez disso forcei um sorriso pra ele.

Senti que já podia sair dali, meu corpo já estava seco. Naquele dia eu senti falta de uma toalha, percebi o quanto elas eram importantes. Daquele dia em diante resolvi dar mais valor as minhas queridas toalhas...

-Olha pra outro lado. -Falei pra Victor, afinal, eu não iria levantar com ele me olhando.

Como eu já disse, eu não tenho vergonha do meu corpo, eu só acho que iria ficar estranho se ele ficasse me olhando...

-Sério? -Ele perguntou

-É, vai logo! -Falei já meio impaciente.

-Tá, tá bom! -Ele virou o rosto pra sua esquerda.

Levantei rapidamente e virei de costas pra Victor -estava indo pra clareira, onde deixei minhas roupas-, e no meu quinto passo o ouvi dizer:

-Belo bumbum!

Parei de andar e fiquei vermelho. Eu não acredito, pensei que ele não estivesse me olhando. Hoje em dia não se pode mais confiar em ninguém!

-Para de olhar minha bunda, eu falei pra você virar! -Eu disse bravo voltando a caminhar.

-Desculpa. -Ele riu.

Vesti minha roupa e sentei em uma pedra pra colocar meus sapatos. Quando estava acabando de colocar o último sapato no pé esquerdo, olhei pra frente e vi uma coisa que me deixou boquiaberto. Victor estava saindo do meio das árvores... nu. Oh, eu quase tive um enfarte com a cena. Ver aquilo balançando era... espera aí, no que estou pensando?!

-Merda Victor! -Falei tapando meus olhos com uma de minhas mãos.

Ouvi seus passos se aproximarem. Continuei com minha mão em frente aos meus olhos. Eu queria e não queria ao mesmo tempo poder o olhar. Mas eu optei por não olhar.

-Quer saber? -Ele perguntou -Eu fiz isso de propósito pra ver como seria sua reação. -Ele disse sério -Agora eu tenho certeza de que você sente algo por mim...

Estava surpreso, envergonhado e com raiva ao mesmo tempo. Ele já sabia sobre mim estar gostando dele. Ui que constrangimento

-Babaca. -Falei sério

-Eu queria poder falar que gosto de você do mesmo jeito que você gosta de mim, mas... -Ele suspirou -Eu ainda estou confuso em relação ao que eu sinto por você, Elliot.

-Eu entendo... -Menti tentando fugir do assunto.

Eu não entendia porr@ nenhuma, me doeu ouvir aquilo dele. Mas por outro lado, fiquei meio feliz em saber que ele ainda não sabia o que sentia por mim. Eu ainda tinha uma chance com ele, coisa que se me perguntassem a três dias atrás, eu responderia que NUNCA iria ter.

-Entende?! -Ele perguntou surpreso

-Mais ou menos. -Falei. -Esses dias que nós passamos juntos me fizeram perceber que eu gosto de você. Só é ruim saber que não vou ser tão correspondido. -Eu disse desanimado

-Eu... não sei oque dizer. Eu podia jurar que você me odiava, e agora descubro que você me... ama!

-Pois é. -Falei forçando um sorriso torto.

Oh que frustração. E eu achando que ele sentia o mesmo por mim. Foi como levar um tiro no peito, só que mil vezes pior. Parecia que meu coração estava sendo corroído por dentro...

-Olha Elliot... -Ele se sentou ao meu lado e eu finalmente pude tirar minha mão dos meus olhos -Não é porque eu disse que eu estou confuso quanto aos meus sentimentos por você que isso signifique que eu não possa gostar de você algum dia.

Eu não falava nada. Só estava meio frustrado quanto aquilo. Poxa, é a primeira vez que me apaixono por alguém, não pensei que fosse tão difícil conseguir conquistar o coração de uma pessoa.

-O que eu quero dizer é que... -Ele continuou -Vamos ver no que isso vai dar com o tempo. Entendeu?

Assenti com a cabeça.

-Eu estou sendo muito gay né? -Ele perguntou sério, e ao mesmo tempo engraçado.

-É, com certeza -O respondi rindo.

Era incrível ver como ele me fazia rir com suas piadinhas quando eu estava me sentindo mal.

-Só não conta pra ninguém que eu falei dos meus sentimentos por você, se não te dou uma surra. -Ele disse brincando.

-Tá, agora vai colocar uma roupa! -Falei erguendo meu rosto pra frente ainda sem o olhar.

Eu me senti um pouco melhor depois daquela nossa conversa. Agora eu sabia o que Victor pensava sobre mim. Oque ele disse não foi exatamente o que eu queria ouvir dele, mas tá valendo.

Alguns minutos depois já estávamos vestidos e resolvemos voltar pro nosso prédio. Já eram 16:00, tudo que eu queria era chegar lá e receber a notícia de que alguém estava lá pra me levar embora dali. Mas antes nós fomos na recepção falar sobre o corte de Victor. Chegando lá eu vi uma coisa que me deixou ultra, mega, hiper surpreso... vi uma MENINA sentada no banco acolchoado. Sim, aparentava ter uns 14 anos. Tinha os cabelos loiros e sua pele era branca como a neve. Ela pareceu nem notar nossa presença, estava vidrada em seu celular. Resolvi chama-la de Isaac2, já que não sabia seu nome.

-Eu não sabia que tinham meninas aqui. -Disse andando enquanto a observava teclando em seu celular.

-Nem eu. -Victor pareceu não se importar.

Chegando na recepcionista eu comecei a explicar a situação.

-No que posso ajudar? -Ela perguntou doce.

-Ah, é que meu amigo cortou a perna ontem no... -Pensei enquanto olhava seu machucado.

-Eu me envolvi em uma discussão e acabei me cortando no pátio. -Victor completou

-Posso ver? -Ela perguntou

-Deve ver. -Disse a mim mesmo

-Claro!

A moça deu a volta no balcão e se abaixou olhando sua perna.

-Meu Deus... -Ela encostou em seu corte.

-Vai com calma, tá doendo! -Ele se afastou um pouco.

-Oh, desculpe-me! -Ela falou rindo e voltando ao seu lugar.

-Eu vou chamar um médico pra ele poder examinar melhor. -Dizia ela enquanto ajeitava seus cabelos loiros. -Vocês podem esperar ali no banco. -Ela apontou pro banco onde "Isaac2" estava sentada.

Era a primeira vez que alguém foi tão educado comigo ali. Eu tinha até me desacostumado a ser tratado daquele jeito.

Quando examinei o rosto de Isaac2, achei que elas podiam ser parentes, como mãe e filha, porque elas eram um pouco parecidas. Tirando suas roupas, e o fato de Isaac2 estar usando um batom super vermelho, enquanto a recepcionista estava com um rosa mais discreto.

Quando estava pensando em dar o primeiro passo em direção ao banco cinzento, a suposta "mãe" de Isaac2 me chamou.

-Ei, você. -Senti ela cutucar minhas costas.

-Eu? -Me virei a olhando confuso.

-Sim, sim. -Ela falou. -O que você fez com sua camisa? -Perguntou ela olhando pros meus braços.

Eu já tinha até esquecido que estava com sem as mangas. De fato parecia uma regata, só que com alguns fiapos nos buracos onde passavam meus braços.

-Ah, eu arranquei ontem pra ajudar ele. -Falei olhando Victor se sentar do lado da menina.

-Sério? -Ela perguntou e eu confirmei. -Vocês parecem ser bem próximos... -São parentes?

-Mais ou menos. A irmã dele namora com meu irmão mais velho... mas eu não sabia que ela também tinha um irmão, eu descobri recentemente. -Expliquei à ela.

-Vem cá... -Ela apoiou seus cotovelos no balcão chegando mais perto de mim. -Vocês são só amigos mesmo?

Eu queria poder responder que éramos mais que amigos, mas eu estaria mentindo. E eu não costumo mentir pra pessoas que eu acabo de conhecer, elas podem descobrir e acabar se afastando de mim... acredite, já aconteceu várias vezes.

-Sim. Só amigos. -Suspirei vendo Victor conversar com Isaac2.

-Eu pensei que vocês fossem... sabe, namorados. -Ela voltou a sua posição normal.

-Quem me dera! -Falei sorrindo voltando meu olhar pra ela.

-Você gosta dele?! -Ela perguntou surpresa

-Uhum.-Falei balançando a cabeça positivamente.

-E já disse pra ele?...

Aquilo parecia um interrogatório, estava ficando incomodado com todas aquelas perguntas. Ela já sabia muita coisa sobre mim e eu mal sabia qual era seu nome, mas eu não me importei tanto pra perguntar.

-Sim.

-E o que ele achou?! -Ela me fez mais uma pergunta.

-Ah, só disse que não sabe muito bem o que sente por mim ainda.

-Que pena... eu já passei por isto, então entendo oque está sentindo. É ruim não é?

-É péssimo. -Respondi seco.

Finalmente ela parou com suas perguntas e disse que iria chamar o médico. Ainda bem, não aguentava mais falar de mim pra ela. Me sentei do outro lado da menina que conversava com Victor. Eu não queria sentar perto dele, eu ainda estava meio mal por descobrir aquilo dele, mas isso logo iria passar quando eu fosse embora. Afinal, era impossível não pensar em Victor naquele lugar, pois ele era meu único "amigo".

-Porque demorou tanto? -Victor se esquivou pra me olhar.

-Ela queria saber o que aconteceu pra você ter feito esse corte. -Menti.

-O que? -A menina perguntou com uma voz suave, percebi que ela não tinha acreditado no que eu disse.-Você tá mentindo.

Como ela pode me acusar se nem ao menos me conhecia?! Mas se for parar pra pensar, ela estava certa. Eu só não queria falar que estava falando dele.

-Minha mãe não iria demorar tanto pra perguntar isso. -Ela confirmou oque eu estava pensando... eram parentes. Era quase impossível não perceber tanta semelhança entre as duas.

-Vem cá, não acha que você deveria calar a boca? -Perguntei a encarando.

-Não, não acho. -Ela respondeu. -Mas e você, não acha que deveria parar de mentir? -Ela me perguntou num tom arrogante.

Nossa, percebi que realmente como dizem, as aparências enganam. Eu nunca imaginaria que aquela menina encantadora teria uma língua tão afiada!

Por um momento vi Victor rir de mim depois dela ter perguntado aquilo. Eu o encarei bravo e ele logo parou e encostou suas costas no banco.

-Mas e ai... -Ela continuou falando -Oque fizeram com seu braço?

Meu braço? Pensei o examinando. Então me lembrei dos pequenos cortes que tinham acontecido na noite passada. Eu tinha até esquecido daquilo, eram tão insignificantes que nem dava pra notar.

-Ah, não foi nada de mais. -Respondi sem dar muita importância a ela.

-Não dói? -Ela falou passando a mão.

-Não. -Respondi sem a olhar.

-Eu gostei de você. -Ela disse entrelaçando seu braço no meu.

Ela nem me conhecia e já se atirou em mim. É cada coisa estranha que acontece comigo...

-E de mim? -Victor perguntou a olhando

Isaac2 olhou brevemente pra Victor com uma cara estranha e disse fria:

-Você não faz o meu tipo!

Acho que aquilo foi como um tapa na cara pra Victor. Ele deve ter sentido um pouco do que eu senti quando ele se abriu pra mim (no bom sentido, é claro), não era o que eu queria que ele sentisse, porque eu me senti destruído. Mas fazer o que?

Victor me olhou com um olhar intimidador e cruzou seus braços olhando pra frente emburrado.

-Acontece que eu não curto meninas. -Falei me soltando dela.

-Você é gay?! -Ela me olhou surpresa.

-Sim, ele é! -Victor respondeu grosseiramente.

-Isso é tão... -Seus olhos castanhos brilharam -INCRÍVEL!

Victor me olhou com a cara mais confusa do mundo e se endireitou no banco. Ele ficou nos encarando com aqueles maravilhosos olhos verdes.

Eu também fiquei surpreso, não imaginava que sua reação seria como aquela. Arregalei os olhos confuso, as vezes desviando meu olhar pra ver a expressão de Victor que não mudava.

Ela parecia ser meio bipolar, porque a dois minutos atrás ela tinha me chamado de mentiroso -não diretamente-, e agora diz que o fato de eu ser gay é incrível?! Ela é maluca.

-Eu sempre quis ter um amigo gay! -Ela falou entusiasmada dando pulinhos no banco.

Victor me olhava como quem queria dizer "Ela é louca".

-Sério? -Perguntei sem graça.

-Sério! -Ela confirmou sorridente.

Logo depois sua mãe saiu de uma sala que ficava atrás do balcão e chamou Victor. Ele a obedeceu e entrou com a mãe de Isaac2, me deixando completamente sozinho sentado perto daquela garota esquisita.

O fato de estarmos sozinhos acabou me deixando ainda mais apreensivo, eu nunca havia ficado sozinho em uma sala com uma garota bipolar. Ela podia sei lá, me estrangular por exemplo -exagero meu, acho que ela não teria vontade de fazer isso-.

Nós iniciamos uma conversa e ficamos lá conversando durante um tempo sobre ela. Seu nome era Pamella -foi bom saber, não gostei de me dirigir à ela como Isaac2-, e estava lá fazendo companhia pra sua mãe. Me engasguei com uma bala que eu tinha pegado em uma mesinha ao meu lado quando ela me informou que tinha 16 anos. Eu NUNCA iria imaginar que ela tinha essa idade. Ela parecia ser bem mais nova. Que coisa não? Me disse também que estudava na mesma escola que eu. Estranho, porque eu nunca tinha a visto por lá... ou eu posso ter visto e não reparado, sei lá.

Poucos minutos depois, quando ela estava falando sobre suas aventuras sexuais -oque eu estava achando super desagradável-, vi a pessoa que eu mais queria ver passar pela porta. Meu irmão! Deixei ela de lado e corri pra seus braços. A quanto tempo eu não o via, eu estava com muita saudade dele. Imaginem aquelas cenas de filmes em que as pessoas correm uma pra outra com os braços abertos pra receber um abraço em câmera lenta. Pois é, era quase a mesma coisa.

-Senti sua falta lá em casa amigão! -Ele falava enquanto me apertava.

-Eu também senti sua falta! -Falei -E não me chama de amigão porque eu não sou cachorro.

-Beleza. -Ele me soltou sorridente -Cadê o Victor? -Bryan olhou em volta examinando a sala a procura de Victor.

-Ele foi ver um médico. -Falei o levando até o banco que estava sentado.

-Médico? -Ele perguntou preocupado enquanto eu o jogava no banco -O que aconteceu?

-Ele se cortou! -Respondeu Pamella sorridente. -Prazer, meu nome é Pamella, mas pode me chamar de Pam.

-Ah, muito prazer Pam! -Bryan falou apertando sua mão. -Me chamo Bryan, mas você pode me chamar de... Bryan!

Eu sabia que ele estava quase quebrado a mão dela. Eu quase morria quando ele fazia um aperto de mão comigo.

-Nossa, você é bem forte! -Reclamou Pamella fazendo uma cara de desconforto.

-Ops, me desculpe! -Bryan falou soltando sua pequena mão.

-Tá tudo bem! -Ela falou se recuperando.

-E ai, vocês são amigos? -Bryan perguntou pra nós.

-Amigos não. -Ela pegou minha mão. -Melhores amigos! -Ela completou sorridente.

Que susto que levei na hora. Pensei que ela iria falar que nós eramos namorados. Não seria nada agradável fazer meu irmão pensar que eu estou namorando com ela.

-Hmm, entendi! -Bryan sorriu.

Ótimo! Encontrei uma nova BFF. Aquilo me fez lembrar de Isaac... ele fez a mesma coisa quando sua mãe perguntou sobre nós. Mesmo com todos seus defeitos, ele parecia ser o melhor amigo que alguém podia ter no mundo. Ele sempre me apoiou em minhas escolhas, sempre me ajudava a resolver problemas pessoais, e também me defendia de alguns valentões da escola quando ficavam enchendo meu saco. Ouve até uma época em que eu achei que estava apaixonado por ele, mas eu percebi que era só uma bobagem minha quando ele me deu um beijo. Sim, ele me beijou, posso lembrar daquele momento até hoje...

■■■■FLASHBACK■■■■

-Não Isaac, não entende?! -Eu perguntava já sentindo meu rosto ficar corado. -Eu disse que acho que estou apaixonado por você!

-Exatamente! -Ele se levantou do banco de madeira em que estava sentado. -Você ACHA que está apaixonado por mim, quer dizer, não tem certeza! -Ele falava alto abrindo a porta de seu armário no vestiário masculino de nossa escola.

-Eu não tenho certeza mas... -Fiz uma pausa. -Tenho quase certeza! -Falei me aproximando.

-E a quanto tempo você supostamente está "apaixonado" -Ele fez aspas com seus dedos sem me olhar- por mim?

-Não sei exatamente, mas já faz um tempo. -Respondi cabisbaixo me escorando no armário ao lado.

-Você quer ver que isso que você diz sentir por mim não é estar apaixonado? -Ele perguntou finalmente fechando a porta do seu armário.

-Quero. -Falei normalmente -Mas como acha que vai fazer isso?

-Assim...

Ele fechou os olhos os forçando e começou a aproximar seu rosto do meu. Fiquei confuso quanto aquilo, mas eu não fiz nada. E finalmente seus lábios se encontraram com os meus.

■■■■FIM DO FLASHBACK■■■■

Isaac estava certo. Eu não senti nada quando ele me beijou, era como se nós só estivéssemos com nossos lábios encostados uns nos outros, mas nada especial... eu me senti meio idiota depois daquilo, mas ele me tratou normalmente em seguida. Depois daquele dia nós nunca mais tocamos naquele assunto.

Mas parece que agora ele me trocou por Alice... sei lá, acho que estou sendo meio infantil quanto a isso. Quando eu o encontrar de novo vou tentar me desculpar.

Olhei em direção a porta onde Victor e a mãe de Pam tinham entrado e finalmente vi os dois saindo. A perna de Victor estava com uma faixa, e ele sorriu ao ver meu irmão.

-E ai Bryan! -Victor apressou o passo e eles se deram um aperto de mãos.

Mas não era um aperto comum... era diferente. Eles tinham treinado bastante, apesar dele só durar uns três segundos no máximo.

-Você tá bem cara? -Bryan olhou seu curativo.

-Tô. -Victor respondeu.

-Que bom! Bem, agora que recepcionista está de volta eu vou assinar uns papéis pra nós podermos ir. -Ele foi em direção ao balcão onde a mãe de Pam estava.

De repente ouvimos aquele barulho familiar de saltos sobre o piso de madeira. Lúcia havia aparecido do nada.

-Anjos, vocês precisam trocar de roupa, afinal, não vão querer sair com o uniforme não é? -Ela perguntou num tom falso.

Ela era uma vadia mesmo. Conheci ela a pouco tempo, e já posso dizer que a odiava.

-Não, eu não vou me trocar. -Falei seco -Isso iria levar tempo, e eu quero sair daqui o mais rápido possível.

Lúcia se fastou fechando seus punhos de raiva, e o sorriso do seu rosto logo se desfez.

-Tudo bem, podem ir com nossos uniformes.

Eu nem sabia se podia chamar aquilo de uniforme. Minha bermuda, assim como a de Victor estava meio suja de terra e com vários rasgos. A mesma coisa eu podia falar de nossas blusas.

Lúcia entrou na mesma porta em que Victor e a mãe de Pamella saíram a poucos instantes. Não demorou muito, ouvimos ruídos de coisas se quebrando lá dentro. É, bem parecido com Sue de Glee. Acho que ela não estava acostumada a ver meninos que não obedecessem ela. Mas que se dane, eu não estava nem aí, iria sumir daquele lugar.

-Então quer dizer que vocês já vão? -Perguntou Pamella.

-Graças a Deus. -Eu disse.

-Estudam juntos né? -Outra vez ela perguntou.

-Uhum -Confirmei

-Certo... -Ela se levantou e me deu um beijo na bochecha. -Então amanhã nos vemos na escola.

-É, acho que sim.

-Tchau Elliot, tchau... -Pam havia esquecido do nome de Victor -Lucas.

Ri por dentro olhando a cara que Victor fez ao ouvir ela errar seu nome.

-Tchau, e a propósito, meu nome é Victor. -Ele explicou

-Ah desculpa, eu esqueci. -Ela se desculpou com um sorriso sem graça.

Olhei pra Bryan escorado na porta e percebi que ele estava nos esperando.

Finalmente iria poder voltar pra minha adorável casa e iria ter um tempo sozinho, sem ter Victor a todo instante me fazendo companhia.

Nós andamos em direção ao portão ao por do sol. Eu adorava ver o tom laranja tomando conta de tudo... achava incrível. Aquele mesmo velho que eu vi há três dias atrás abriu o portão. Quando passei por ele me senti livre... oh, que alegria!

-Vocês vão desse jeito aí mesmo? -Meu irmão nos perguntou analisado nossas roupas

-Sim. -Falei enquanto abria a porta traseira do carro.

Victor entrou pelo outro lado, e sentou próximo a mim. Não tão próximo, mas mais do que o normal, levando em consideração o tamanho do banco de trás.

Bryan me disse que havia deixado nossas malas no porta-malas (estranho dizer isto), o que era bom, porque não queria que ele esquecesse no reformatório, eu gastei muito dinheiro da minha mesada comprando algumas peças de roupas que haviam dentro delas. A verdade é que não adiantou porcaria nenhuma eu ter as levado, já que eu não pude usá-las.

Nem fiz questão de me despedir do lugar, ele não me trouxe nada de bom. Quer dizer, acho que ele me ajudou a me aproximar de Victor. Mas do que adiantou? Eu me sentia mal por saber que ele não gostava de mim do mesmo jeito que eu gostava dele. Mas como ele disse, com o tempo ele pode mudar de idéia em relação a isso. Sinceramente, era o que eu mais queria!

[Continua]

Comentários

Há 4 comentários.

Por Anna Bonny_ em 2015-06-20 23:41:51
Finalmente Elliot vai voltar pra casa!
Por diegocampos em 2015-06-19 19:44:27
Tambem estou esperando muito para o primeiro beijo
Por Jeeh_alves em 2015-06-19 17:31:05
Esse foi bem revelador talvez *-* , Será que vai demorar muito pro primeiro beijo , nem que seja eles brigando kkkkk , Aguardando "_"
Por Salvatore em 2015-06-19 15:36:00
Menino n demora kkkk É sério, to esperando