Capítulo 8: Manipulado

Conto de Junior_742 como (Seguir)

Parte da série Verão Em Vermont

“Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.” Essa Frase é muito conhecida e as pessoas as vezes a seguem a risca, mas eu não concordo com ela. As vezes a melhor coisa é esperar. É você ter certeza do que quer. Você precisa tomar a decisão certa para não se arrepender depois.

O pior medo de todos é o medo de arriscar. Quando você não arrisca, quando você não tenta é como se você não tivesse a essência da vida, afinal o ser humano está na terra para arriscar, para viver e ter experiências. O que é a experiência? A experiência é o nome que damos aos nossos erros. Qual a graça da vida se nós não pudermos errar de vez em quando?

Meu pai errou e muito e o meu medo não é o que ele podem e fazer no futuro, mas o que ele pode estar fazendo a minha mãe e a meu irmão nesse momento. Tenho medo por eles, mas por uma noite eu esqueci todos os meus problemas, eu me arrisquei e gostei. Mais um Ponto para mim.

Era Estranho acordar com uma pessoa ao seu lado. Eu pelo menos achei muito estranho. No começo não acreditei, mas logo percebi que Frank havia mesmo passado a noite comigo. Quando me dei conta de como estava me afastei de Frank e tirei minha mão de seu peito e meu rosto de seu braço. Eu levei sua mão para junto de seu corpo de deitei em meu próprio travesseiro.

De inicio me odiei por ter dormido com outro homem. Era estranho. Quando o mundo a minha volta parecia mudar alguma coisa dentro de mim despertava esse ódio de mim mesmo. Era difícil lidar com isso. Meu pai invadia meu pensamento e eu me sentia responsável por meus atos mundanos, mas então eu tinha um lapso momentâneo e por alguns minutos o que tinha acabado de acontecer era normal.

Aproveitei que Frank ainda estava dormindo e me levantei sem que ele me visse. Com as muletas tentei fazer o menos possível de barulho. Decidi ir ao banheiro, mas não iria no quarto, iria no do corredor para que Frank não acordasse.

Andei até o banheiro e ao chegar lá tirei uma água do joelho e lavei o rosto. Meu coração estava acelerado. Não porque dormi com Frank, mas toda a situação era tão estranha.

Na volta, quando passava em frente ao quarto de Tobias e Harold percebi que eles estavam acordados e conversando.

- eu não quero ele por aqui – falou Harold. Eu reconheci a voz.

Estaria ele falando de mim? Sei que não devia ouvir a conversa, mas se eu estivesse atrapalhando eu queria saber.

- porque? – perguntou Tobias

- é só intuição. Não quero ele por aqui.

- ele pode ser uma ótima companhia para Oliver.

Eles falavam de Frank. Por algum motivo Harold não queria Frank na casa dele perto de mim.

- eu sei que pode ser uma boa influência e uma boa companhia levando em consideração tudo o que Oliver passou, mas eu nunca gostei de Frank. Você sabe disso. Não quero ele dentro da minha casa.

- Harold você sabe que te amo, mas vou fazer o que for melhor para Oliver. Se ele quiser Frank por aqui, Frank estará aqui.

- esquece – falou Harold dando passos pesados até a porta.

Me afastei o máximo que pude e assim que ele saiu do quarto eu estava na porta do meu.

- bom dia Oliver – falou Harold.

- bom dia – respondi sem demonstrar qualquer reação. Eles não poderiam desconfiar que eu tinha invadido a privacidade deles.

- já está de pé Ollie? – perguntou Tobias saindo do quarto. Os dois estavam prontos para irem ao trabalho.

- estou sim. Sei que é cedo, mas eu estou acostumado a madrugar.

- que bom – falou Tobias.

- Tobias será que o senhor poderia me dar uma carona e me deixar no mercado?

- no mercado? Por que?

- minha mãe faz compras lá, eu queria vê-la e saber se está tudo bem com ela.

- OK, eu te levo.

- obrigado.

- como foi a noite? boa?

- mais ou menos – falei dizendo a verdade – quer dizer, eu dormi a noite toda, mas não estou me sentindo bem. Não gosto do que aconteceu.

- está tudo bem?

- sim é só que… é o jeito que fui criado. Dormir com outro homem me pareceu errado. Mesmo que tenha sido só dormir.

- pelo menos você deu seu primeiro beijo – falou Tobias.

- Harold deu um sorriso e acenou descendo as escadas. Ele não estava gostando muito do assunto.

- sim. Foi incrível – falei sentindo uma pontada de alegria dentro de mim – dessa parte eu não me arrependo, se soubesse que seria tão bom eu teria tido coragem de beijar antes.

- você está passando por grandes mudanças Oliver é claro que vai tomar algumas decisões ruins e tem manhãs que vai pensar estar no inferno. Você pode dar passos pequenos de bebê ou de formigas. O importante é você dar alguns passos.

- prometo que não vou desistir.

- que bom falou ele sorrindo e dando uns tapinhas no meu ombro – você vai se deitar ou quer tomar café da manhã?

- acho que vou me deitar – falei tentando me livrar dele.

- isso mesmo. Aproveite – falou ele sorrindo – você consegue descer as escadas sozinho?

- acho que sim.

- se não quiser se arriscar eu posso te descer antes de sair, mas Frank está aqui de qualquer forma, quando ele se for peça para ele te ajudar.

- OK – respondi entrando no quarto.

A verdade é que eu queria tomar o café da manhã, mas havia tomado uma decisão. Se Harold não gostava de Frank eu não iria cultivar aquela amizade.

Me sentei na cama e esperei até que Frank acordasse. Não demorou muito. Frank mexeu na cama esticou os braços e olhou para mim com os olhos apertados tentando evitar a luz.

- bom dia – falou ele sorrindo.

- bom dia.

- Você dormiu tão bem quanto eu dormi.

- sim.

Ele olhou no relógio e se sentou apressado na cama.

- hoje vou me atrasar para o trabalho – falou ele se esticando e tentando beijar meu rosto. Eu me afastei.

- o que foi? Aconteceu alguma coisa? Eu te disse alguma coisa que te magoou?

- não. É que. Você não vai querer se envolver com um cara como eu. Tenho problemas demais. Não sei o que você pretende ter, mas eu não sou o cara certo para ter amizade ou outra coisa.

- você não decide isso por mim. Eu é que devo decidir quem devem ser as pessoas próximas a mim – falou ele rindo.

Respirei fundo e mordi os lábios. Tinha essas mesma mania de meu pai.

- Frank, eu peço por gentileza que me deixe em paz. Eu não quero nada com você. Ter dormido com você foi errado. Não me sinto bem pelo o que fizemos.

- mas você gostou dos meus beijos.

- eu não gostei. Se pudesse voltar atrás eu não deixaria você me beijar – eu havia herdado isso de meu pai. O meu tom de voz podia destruir uma pessoa.

Frank apenas sinalizou com a cabeça e saiu do quarto. Estava triste por ter que fazer aquilo, mas eu não queria ver Tobias e Harold brigando por minha causa. Frank foi legal comigo, mas não dependia só de mim.

Esperei alguns minutos até que Tobias subiu as escadas e veio até meu quarto.

- você quer descer? Pensei que Frank ficaria com você.

- pois é. Ele estava atrasado para o trabalho.

- ele saiu meio chateado daqui.

- eu só disse a verdade á ele. Eu não quero nada com ele então eu abri o jogo. Fui sincero.

- você ouviu a minha conversa com Harold não ouviu?

- ouvi – falei de uma vez – mas não tem nada a ver com isso.

- tem certeza? Frank pode ser uma boa companhia pra você.

- sim. Talvez, mas a verdade é que não estou interessado em companhias. Só quero viver minha vida e tentar sobreviver mais um dia. Quem sabe no futuro eu não tenha vontade de conhecer alguém.

- passos de formiga? – perguntou Tobias.

- de formiga – respondi respirando fundo.

- OK. Respeito sua decisão – falou Tobias me ajudando a levantar – mas ele saiu mesmo chateado daqui.

- eu não tenho culpa de ser assim. Eu digo a verdade doa a quem doer. Eu nunca tive motivos para não dizer o que queria. A não ser em casa é claro. Eu sou sincero e as pessoas dizem que eu sou arrogante. Eu só digo a verdade.

Nós saímos do quarto e descemos as escadas. Harold já havia ido trabalhar.

- não se preocupe com isso. As pessoas se acostumam. É que a maioria gosta de ter uma resposta mais leve e bem floreada. A verdade não serve para todo mundo.

- eu percebi – falei me sentando e começando a comer as panquecas que Tobias havia feito.

- vamos indo?

- acho que não vai dar certo hoje – falei olhando para Tobias – acabei de me lembra que minha mãe só vai ao mercado na segunda e na quinta.

- eu te levo na quinta-feira então. Pode ser?

- pode.

- eu preciso ir – falou Tobias olhando no relógio – você tem certeza que vai ficar bem?

- tenho. Pode ir. Mande um abraço a Amy.

- mando sim – falou ele pegando as chaves do carro e parando por alguns segundos – posso te pedir um favor sincero?

- pode.

- qualquer coisa?

- sim, afinal você me acolheu em sua casa.

- denuncie seu pai.

Respirei fundo. Aquele não era um assunto ao qual eu gostaria de conversar.

- do que adianta? Mesmo que eu o denuncie ninguém vai fazer nada. O detetive nem quis ouvir minha história.

- se eu conseguir que alguém se interesse você me promete que denuncia?

- prometo.

- é isso o que eu queria ouvir – falou ele acenando e saindo pela porta – até mais tarde.

- até – falei continuando a comer.

Depois que tomei o café da manhã eu consegui subir as escadas. Fui até o meu quarto, escovei os dentes e me sentei na cama para assistir a mais um pouco de televisão.

- como consegui ficar tanto tempo sem você? – falei ligando-a.

Enquanto assistia a um documentário sobre tubarões, ouvi um certo barulho no andar de baixo. Coloquei a televisão no mudo e fiquei ouvindo por alguns segundos. Não ouvi mais o barulho e coloquei o som novamente. Assisti mais alguns segundos e dessa vez ouvi realmente um certo alvoroço. Fiquei até assustado porque parecia vir de dentro de casa. Desliguei a televisão e fui até a ponta da escada e ouvi duas vozes masculinas conversando.

- até quando você vai ficar me ignorando?

- o que você pensa que está fazendo? Vindo até aqui? Eu disse que não podemos mais fazer isso.

- passei a noite aqui ontem, esperando que você viesse até o quarto, mas você não veio.

Fiquei curioso com a conversa e pelo reflexo do espelho que tinha no fim da escada vi Harold e Frank conversando.

- foi bom enquanto durou – falou Harold para Frank.

- eu tenho a chance perfeita de me infiltrar dentro de sua casa. Posso usar a desculpa do bastardo lá em cima. Eu digo que vou passar um tempo com ele e nós podemos ficar juntos.

- você disse que ele te dispensou.

- bobeira. O garoto é carente, só precisa de um beijo e um sorriso e ele vai se derreter por mim.

Senti uma coisa que nunca tinha sentido antes. Raiva. Tinha sido manipulado. Ele tinha brincado com meus sentimentos e roubado meu primeiro beijo. Agora sim eu senti vontade de vomitar. A única pessoa que me manipulou toda minha vida foi meu pai e eu sofri muito. Quando sai de sua casa prometi a mim mesmo que nunca mais seria manipulado e veja o que aconteceu? Bastou um babaca de fala mansa para me iludir e agora me chamava de bastardo pelas costas, mas ele pode ter certeza que esse bastardo não

- não podemos – falou Harold.

- eu sei que você quer – falou Frank empurrando Harold na parede e o beijando na boca. Levei um susto, mas pelo menos não vomitei.

Voltei rápido para o quarto e me tranquei lá. Ficaria bem quieto. Eles não podiam saber que eu estava lá.

Eu tinha me arriscado ao sair da casa do meu pai e o que eu ganhei com isso? Um problema. Eu tinha uma escolha nas mãos, mas afinal o silêncio é um amigo que nunca trai.

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Fico feliz que estejam acompanhando e comentando. amanha/hoje teremos capítulo novo. Um Abraço.

Comentários

Há 6 comentários.

Por AnônimoFf_FFf em 2014-11-07 00:16:29
Porcaria. Sinceramente não sei porque você ainda insiste em continuar. Ninguém gostava de paixão secreta, um personagem que tranza com vários homens é sempre odiado. Em paixão secreta todo era gay. sua cavbeça é de gente doente e precisa de tratamento. Esse conto de verão em vermont tá tão chato. o personagem se faz de vitima o tempo todo. quer meu conselho? pare de escrever. chega dessa bosta, chega dessas histórias flopadas e ruins. Não sou só eu. Todo mundo aqui do site ta comentando que ta ruim e TODO MUNDO DO SEU GRUPO também. Isso mesmo, eu estou no grupo do whatsapp. Estou lá de olho em tudo. Sinceramente, pare de passar vergonha, pare de escrever e publicar assim todo mundo fica mais feliz. exclui logo esse grupo no whats que tá uma tristeza só. você é patético
Por dfc em 2014-10-27 13:24:14
Nossa MT bommmm
Por Nicksme em 2014-10-25 21:56:50
sensacional surpreendendo de novo vc e incrível
Por escritor da noite em 2014-10-25 15:36:15
Viciei kkkkk, só uma coisa: qual a idade do Frank e do casal? Sério mesmo, muito foda seu conto!!!
Por fran em 2014-10-25 10:31:24
adorei.... manipulações aparecem das pessoas menos esperadas. quando você pensa que pode confiar descobre de que alguma maneira foi manipulado, traído e ainda sai com o nome sujo. Ollie espero que faça a escola certa, alem de denunciar seu pai, será que deve interferir na relação entre seu atual protetor Tobias?
Por BielRock em 2014-10-25 02:05:38
Muito foda.