Capítulo 31: Choque Part.2

Conto de Junior_742 como (Seguir)

Parte da série Verão Em Vermont

Quando estamos em estado de choque o corpo nos impede que sintamos dor. Perdemos os sentidos porque a adrenalina domina nosso corpo. Quando sofremos um trauma muito grande, tanto internamente quanto externamente o corpo providencia para que nos sintamos bem. muitas vezes isso não é o suficiente e acabamos presos em um limbo.

Eu estava preso em um limbo insuportável onde via tudo o que deu de errado em minha vida e sentia o ódio que guardei todo esse tempo. Ter descoberto as coisas que descobri despertou uma fera dentro de mim. Não tinha culpa das minhas ações naquele momento porque estava em estado de choque.

Kurt segurou forte meus braços até que o taxi chegou. Ele conversou comigo outra vez tentando me acalmar. Dizendo que iria ficar tudo bem. ele me contou piadas até que o taxi chegou. Ele explicou para o taxista o que tinha acontecido e em seguida conseguiu me colocar dentro do taxi. Em seguida ele se sentou ao meu lado.

- por acaso você conhece algum Edifício Washington?

- seu sim – falou o taxista.

- é pra lá que estamos indo.

- tem certeza que não quer um hospital?

- não.

- OK, eu só não quero problemas.

- você não vai ter.

O taxista partiu nos levando até o prédio de Amy. A viagem foi tranquila levando em consideração que Kurt, o estranho que apareceu em meu caminho naquela cálida noite estava conversando comigo enquanto alisava minhas mãos. Ele tentava me acalmar e estava funcionando. Pelo menos até o próximo ataque.

Ao chegarmos na porta do prédio, nós saímos do carro e Kurt pagou a corrida. Assim que o taxi se foi ele olhou para mim.

- qual o apartamento que ela mora?

Eu não respondi nada.

- não me faça ir de apartamento em apartamento procurando por ela – falou ele tocando meu ombro.

- quarto andar, apartamento 6.

- vãos lá então – falou ele me guiando até a entrada – vamos pela escada pra que ninguém veja você machucado e pense que fui eu quem te machucou.

Nós subimos as escada devagar até que chegamos no quarto andar. Havia sido uma caminhada árdua levando em consideração tudo o que tinha sofrido naquela noite.

Nós fomos até o apartamento seis e Kurt bateu na porta e em seguida a porta se abriu, mas não foi Amy que abriu e sim Dr. Marshall.

Ao vê-lo eu fui na direção dele para ataca-lo, mas Kurt me segurou por trás passando os braços em mim me deixando imóvel.

- Oliver! – falou ele surpreso.

Eu me debati e comecei a chorar porque tudo tinha voltado como uma onde quebrando no mar.

- o que está fazendo com meu filho – falou ele nervoso.

- Oliver! – falou Amy vindo até a porta – solta ele – falou Amy.

- não fui eu que fiz isso com ele – falou Kurt – eu o encontrei assim na rua. Ele está em estado de choque e a única coisa que o impede que ir para cima de vocês sou eu então acho que soltá-lo não é uma boa opção.

- estado de choque? – perguntou Dr. Marshall se aproximando e quando ele fez isso eu me debati mais ainda.

- acho melhor se afastar – falou Kurt.

- ele é meu filho, não me diga o que fazer.

- você não parece ser um pai muito bom. O que seu filho faz uma hora dessas na rua todo machucado? Se não fosse por mim ele poderia estar preso ou morto – falou Kurt entrando comigo no apartamento.

- eu sei o que é estar em estado de choque.

- você vai ficar ai falando sem parar ou vai fazer alguma coisa?

- OK, Ok – falou meu pai tirando o terno – deixa eu ver essas aferidas – falou ele se aproximando e tentando tocar meu rosto, mas agora ao invés de tentar atacar eu me virei e abracei Kurt.

- não deixa ele me tocar – falei com a cabeça deitada no ombro dele.

- tudo bem – falou Kurt – ele não vai te tocar.

- como assim você não deixar? Eu sou o pai dele.

- acho que eu devia ter perguntar o que você fez para ele? Afinal ele não que você o toque?

- quem você pensa que é? O que você está insinuando?

- por favor – falou Amy – acho que todos aqui concordam que queremos o melhor para o Oliver Ok?

- Ok – falou Dr, Marshall

- então acho melhor você ir embora – falou Amy para ele.

- Oliver é meu filho.

- você veio aqui dizendo que tinha feito algo horrível e Oliver aparece aqui e não quer ser tocado por você então acho que o melhor é você ir embora Oliver é meu melhor amigo e eu não vou deixar nada mais machuca-lo acho melhor você ir embora. Oliver não quer ver você – falou Amy.

- ele é meu filho.

- faça isso por ele – falou Kurt – seu filho não quer ver você.

Dr. Marshall olhou para Amy e em seguida pegou o terno e pegou a careteira. Em seguida ele tirou uma quantia de dinheiro e deixou em cima da mesa de centro.

- se ele precisar de algo… – falou ele vestindo o terno e saindo do apartamento.

- ela já se foi – falou Kurt alisando minhas costas tentando me acalmar.

- o que aconteceu Oliver, quem fez isso com você? – perguntou Amy se aproximando de mim, mas eu não respondi nada. Como diria a ela que o amigo e chefe tinha me batido? Então achei melhor ficar calado.

- acho melhor ele tomar um banho – falou Kurt – você tem algo para fazer curativos?

- vou pedir na farmácia – falou ela pegando o telefone. O dinheiro que Dr. Marshall deixou seria útil no final das contas.

Eu me soltei de Kurt e andei em direção ao banheiro. Kurt me acompanhou e me viu tirar a roupa. Desabotoei a camisa e joguei no chão. Em seguida eu abri o cinto e tirei a calça e a cueca. Kurt ficou sem graça ao me ver completamente nu.

- você acha que consegue tomar banho sozinho?

- Consigo – falei ainda de costa.

- pode ir, eu vou estar aqui no quarto. Se ficar com medo ou precisar de qualquer coisa é só me chamar.

- OK – falei entrando no banheiro.

Kurt estava envergonhado e constrangido naquele momento porque ficou excitado ao me ver nu. Ele não queria, mas era inevitável. Ele sentou-se na cama disfarçando a ereção e tentou relaxar e ficou lá esperando eu sair do banheiro torcendo para que dessa vez eu saísse de roupa.

Quinze minutos se passaram e a porta do banheiro estava aberta e a água estava caindo, mas Kurt não se atreveu a olhar lá dentro mesmo estando preocupado com o tempo que tinha passado.

- ele ainda está no banho? – perguntou Amy entrando no quarto.

- está sim.

- afinal… quem é você?

- me desculpe – falou ele se apresentando e apertando a mão dela – meu nome é Kurt Griffin.

- sou Amy Gallard – como você conheceu Oliver?

- Eu estou aqui só a passeio e estava no ponto de ônibus esperando por um taxi para ir até o aeroporto e foi quando ele apareceu todo machucado. Eu tentei perguntar o que tinha acontecido e tentei ajuda-lo, mas ele me atacou.

- que bom que você apareceu, mas se quiser ir embora pode ir eu cuido dele.

- não, quer dizer… eu já perdi o voo de qualquer maneira. Não tenho mais pressa.

- eu só me pergunto o que aconteceu com ele.

- eu também queria saber.

- já se passaram quase vinte minutos, será que ele está bem?

- não sei – falou Kurt se levantando – Oliver, é o Kurt. Você está bem?

Não respondi nada então Kurt decidiu entrar no banheiro e viu que o chuveiro estava aberto, mas eu não estava tomando banho. Eu estava deitado no chão do banheiro sentindo a água cair no meu corpo enquanto eu encarava o teto.

- Oliver! Oliver! – falou ele indo rapidamente até onde eu estava e abrindo o box do chuveiro.

Depois de analisar rapidamente ele viu que eu estava apenas deitado.

- você está bem? – perguntou ele, mas não obteve resposta.

- ele está bem?

- sim, traga uma toalha por gentileza.

Kurt fechou o chuveiro e em seguida pegou a toalha com Amy.

- se levanta – falou ele estendendo a mão, mas eu não peguei.

Kurt jogou a toalha no ombro e se abaixou e segurou meus braços e fez força me levantando. Eu forcei com as pernas e firmei ao ficar de pé. Ele jogou a toalha e enrolou na minha cintura.

- ele está bem? – perguntou Amy outra vez.

- sim – falou Kurt saindo comigo do banheiro – ele está em choque.

- meu deus – falou Amy – o que diabos aconteceu com ele?

- eu não sei – falou Kurt indo até ás gavetas procurando por roupas até que encontrou uma cueca e uma bermuda.

- vou dar privacidade – falou Amy saindo do quarto e fechando a porta.

- você consegue se vestir sozinho?

- consigo respondi parado sem fazer movimento algum.

- tudo bem – falou Kurt percebendo que seria como tomar banho. Eu não faria nada. Ele se sentou na cama e me puxou pela cintura tirando minha toalha ele me viu nu pela segunda vez. Ele pegou a cueca e me pediu para levantar uma perna de cada vez. Em seguida ele subiu a cueca.

Ele pegou a bermuda e me fez fazer a mesma coisa. Agora eu estava vestido.

- quer ficar sem camisa por causa do calor?

- quero – falei me sentando na cama.

Kurt ficou lá sentado ao meu lado em silêncio até que os remédios e os curativos foram entregados.

- você faz os curativos? – perguntou Amy entrando no quarto.

- eu posso tentar – falou ele pegando a sacola com tudo o que ele precisava. Ele tirou algumas coisas e se virou para mim e eu fiquei quieto enquanto ele passava os remédios.

Amy pegou a calça que eu estava vestida e quando foi jogar na roupa suja o meu dente caiu do bolso e ela pegou na mão.

- o que é isso? – perguntou ela.

- parece um dente – perguntou Kurt pegando na mão.

- é um dente – falei.

Kurt entregou de volta o dente para Amy e terminou de fazer os curativos. Amy saiu do quarto levando a roupa suja de sangue para fora.

- você parece novo em folha – falou Kurt mentindo tentando me animar.

- você quer comer alguma coisa? – perguntou Amy entrando no quarto.

- não – respondi me deitando na cama. Tudo o que queria era dormir.

- vou deixar você dormir – falou Kurt se levantando. Amy jogou um cobertor em cima de mim me cobrindo.

- você quer um lugar para dormir? Perguntou Amy para Kurt que me encarava deitado – eu posso arrumar o sofá para você.

- quer saber? – falou Kurt tirando o tênis que usava e se deitando comigo na cama – vou passar a noite com ele. Acho que ele não deve ficar sozinho. Ele entrou debaixo da coberta e se deitou de lado alisando meu braço.

- tem certeza? – perguntou Amy.

- se ele quiser eu posso ir embora.

Ao ouvir Kurt dizer aquilo eu usei meu braço direito para puxar o dele fazendo-o me abraçar. Não queria que ele fosse. Não queria passar aquela noite porque eu tinha uma sensação. A voz de David estava na minha cabeça e ele me mandava tomar todos os remédios do armário do banheiro. Eu queria fazer aquilo e precisava de alguém lá que me impedisse de fazer aquilo.

- bom, acho que ele quer que você fiquei – falou Amy com um sorriso – é melhor assim;

- também acho – falou Kurt alisando minha barriga e se aconchegando atrás de mim – você vai ficar bem, vou ficar a noite toda com você – falou ele para mim.

As intenções de Kurt eram boas e eu tinha percebido isso nele.

- vou deixar vocês – falou ela indo até a porta – boa noite Oliver – falou ela apagando a luz e saindo do quarto.

Eu estava de olhos abertos e alisei o braço de Kurt tentando dormir. Parecia que eu estava entrando em um buraco fundo de depressão. Sei que a depressão é a pior doença de todas e tinha medo de que acabasse no fundo, mas de alguma forma tinha encontrado em Kurt uma força a mais para me reerguer. Não sei quem é aquele estranho, mas ele tinha me ajudado em uma noite mais do que a maioria das pessoas toda a minha vida. Kurt alisava minha barriga e conversava comigo. Ele contava coisas que viu no jornal. Ele tentava me acalmar e foi assim que dormi a noite. Sentindo a respiração quente de um estranho em minha nuca.

---------------------

Próximo capítulo apenas dia 03/01/2015. Tenham todos um feliz ano novo! Esse ano foi ótimo com vocês e que venha mais um ano em que estejamos reunidos!! ;) DESEJOS A TODOS MUITA PAZ E AMOR PARA O PRÓXIMO ANO!!

Comentários

Há 6 comentários.

Por maelson em 2015-01-02 01:12:28
Esse conto é viciante :O comecei a ler e só parei quando não havia mais capítulo agora vou acompanhar sempre que poder postar Feliz Ano Novo ^^
Por em 2015-01-01 20:43:00
.
Por em 2015-01-01 20:42:49
Cara que conto louco :D fiquei viciado no primeiro dia que li só parei porque não havia publicação volta logo chega Dia 3 Feliz Ano Novo ;)
Por guto ferreira em 2015-01-01 01:37:58
Oiee sou um leitor novo e estou babando pela sua história cada capítulo vc consegue me surpreender cada vez mais. Esse Marshall eh um filho da nem sei o q pq nem puta merece um filho assim pqp como ele faz isso com o próprio filho coitado do ollie tomara q ele encontre alguém q goste dele de vrd quem sabe n eh o kurt ele eh muito fofo *-* e eu visitei seu blog e to começando a ler paixão secreta, realmente vc escreve muito bem to amando as duas séries. Feliz ano novo um 2015 muito bom para vc :*
Por Ryan Benson em 2014-12-31 03:48:17
A narração desse episódio me pareceu um pouco diferente. O jeito que foi narrado, sei lá. Estou acordado e com sono, quase três da manhã e eu aqui lendo esse conto. Pena que só vou ler de novo no próximo sábado... Autor, feliz ano novo pra vc também e obrigado vc por nos trazer historias incriveis que vc escreve! Um abraço!
Por yellow em 2014-12-30 19:15:02
Feliz ano novo tambem