Capítulo 24: Jonh Doe

Conto de Junior_742 como (Seguir)

Parte da série Verão Em Vermont

Meu pai e eu dormimos em camas separadas naquela noite. Me deitei cedo e quando meu pai veio ao meu quarto eu fingi que estava dormindo. Eu estava confuso. Todos os meus sentimentos estavam embaralhados devido aos últimos acontecimentos. Perdi minha virgindade duas vezes. Sei que não faz sentido, mas em minha mente eu a tinha perdida duas vezes com dois homens diferentes.

Entre Tobias e meu pai, Tobias foi melhor, mas eu gostava mais do meu pai. Quando pensava no meu pai eu pensava em ficar com ele deitado e fazendo carinho e recebendo carinho dele, mas em compensação eu já não tinha mais tanta certeza se meu pai queria o mesmo de mim.

Estava nesse dilema a um bom tempo e só fui dormir mesmo quase três horas da madrugada.

Pensei em várias coisas e dentre elas o último recado de Troy na pedra próximo ao Lago Champlain

Acordei no dia seguinte quase dez da manhã. Depois de tomar um banho e tomar café da manhã decidi ir ao hospital, mas não era para visitar meu pai e sim outra pessoa.

Todos os dias antes de sair meu pai deixava uma quantia em dinheiro em cima da mesa de vidro da sala. Todos os dias eu pegava o dinheiro e guardava para quando houvesse uma utilidade real e esse dia havia chegado.

Chamei um taxi até o hospital e paguei a corrida. Metade do dinheiro cobriu o valor e ainda deu para a gorjeta. Ao chegar no hospital St. Louis eu fui até a recepção.

- bom dia – falou uma médica na recepção – em que posso ajuda-lo?

- eu gostaria de saber o Dr. Marshall está livre?

- no momento ele está em cirurgia… – falou ela olhando para mim de cima em baixo – você é Oliver, o filho do Dr. Marshall não é mesmo?

- sou sim.

- eu vou pedir para chamarem ele…

- não precisa. Na verdade eu não vim conversar com ele.

- veio conversar com quem?

- o Dr. Reveley. O neurocirurgião. Ele está em cirurgia?

- não pelos próximo quinze minutos.

- será que eu posso conversar com ele?

- o filho do chefe consegue o que quer – falou ela se afastando rapidamente com um sorriso – vou pedir que ele venha.

- obrigado – falei um pouco alto enquanto ela se afastava.

Aguardei por alguns segundos e em seguida vi o médico se aproximar.

- Oliver! – falou ele com um sorriso – é um prazer ver você – falou ele apertando minha mão – estou sempre cobrando do seu pai uma visita sua e ele finalmente te falou?

- na verdade não vim aqui para visitar.

- você está com algum problema?

- será que tem algum lugar onde possamos conversar com maus privacidade Dr. Reveley.

- me chame de Victor.

- OK. Tem algum lugar Victor?

- tem sim. Vem comigo – falou ele andando e eu o segui.

Nós atravessamos o saguão e entramos em uma sala de conferência. Ele arrastou uma cadeira para mim e se sentou na cadeira ao meu lado.

- no que posso te ajudar Oliver? Você está tendo algum problema? Tonturas?

- não, na verdade não é nada sério, mas eu precisava conversar com alguém de confiança.

- tudo bem – falou ele pensativo – o que seria?

- eu gostaria de fazer exames para saber se eu tenho alguma DST.

- DST? – perguntou ele parecendo surpreso.

- sim.

- seu pai abe que está aqui?

- não e ele não pode saber que vim fazer exame de DST. Será que posso confiar em você para que fique em segredo?

- posso sim – falou ele se levantando – vou pegar um kit de exames – falou ele saindo da sala.

Quando ele voltou ele tirou todo o sangue necessário para se fazer os testes. Em seguida ele pegou um canetão para escrever o nome.

- vou colocar no nome de Jonh Doe. Dessa forma ninguém vai saber de quem é.

- demora muito para sair os exames.

- venha daqui duas semanas.

- obrigado Victor.

- se precisar de mais alguma coisa é só conversar comigo.

- converso sim – falei apertando a mão dele outra vez e saindo da sala.

Tinha feito sexo com meu pai e com Tobias. Precisava ter certeza de que estava limpo, não podia correr o risco. Meu pai não podia saber porque se ele soubesse ele com certeza desconfiaria de alguma coisa. Ele não é bobo.

Chamei um taxi e pedi que ele me deixasse no Lago Champlain. Era cedo, mas com sorte haveria outro recado de Troy que se autodenominava deus. Ao chegar na pedra peguei o papel e desdobrei, mas para meu azar ainda era o meu recado sem resposta. Dobrei de volta e coloquei no lugar.

Me afastei para ir embora e depois de alguns passos eu vi Abraham. Ele deu um sorriso e acenou.

- olá Oliver, como você está? – perguntou ele apertando minha mão.

- estou ótimo Abe e você?

- estou bem.

- o que está fazendo por aqui? – perguntei fazendo a pergunta mais idiota do mundo Abraham estava com rouba de caminhada e estava suado.

- estou fazendo uma caminhada e você?

- vim dar uma volta.

- gostaria de caminhar comigo? Dessa forma poderíamos colocar a conversa em dia.

- podemos – falei me virando e agora andando ao lado de Abraham.

- e então? Coo estão indo suas férias?

- até agora estão ótimas, mas eu sou suspeito. Ficava trancado dentro de casa todos os verões então qualquer coisa é melhor do que ficar trancado.

- sinto muito por perguntar.

- não sinta – falei caminhando lado a lado – e você? Como estão sendo suas férias de verão?

- ótimas. Gosto de fazer caminhadas todos os dias e posso passar mais tempo com meus filhos. Essa é a melhor parte.

- fico feliz por você.

- e então? Tem conversado com o Tobias? Já sabe se quando as aulas voltarem você terá seu emprego?

- tenho conversado com ele sim. Ele disse que o emprego é meu.

- que bom. Fico feliz que tudo na sua vida esteja se ajeitando.

- nem tudo.

- porque? Algo está errado?

- você é mesmo meu amigo? Quer dizer… você disse que seria meu amigo na última vez que nos vimos.

- eu me lembro. Foi aquele dia que você perguntou se eu era gay e estava dando em cima de você?

- esse dia – falei envergonhado.

- sim. Eu sou seu amigo. Pode me dizer o que quiser.

- bom… digamos que hoje eu fui ao hospital fazer exame de DST.

- você fez um exame de DST? – perguntou ele surpreso.

- porque todo mundo fica tão surpreso quando eu digo isso? Quer dizer, você e o médico.

- não é que… quer saber não importa. Fico feliz que esteja com a vida sexual ativa.

- posso te fazer uma pergunta?

- pode – falou ele parando para respirar um pouco.

- se eu tiver um namorado e ele tem dificuldade em assumir o namoro, o que significa?

- bom, ou ele tem vergonha de você ou está apenas te enrolando.

- enrolando? como assim?

- digamos que ele está se aproveitando de você. Está apenas curtindo o momento. Ele diz que te ama durante o… você sabe.

- sei – falei envergonhado.

- ele está te enrolando. Ele só quer se aproveitar de você e em seguida te descartar.

- entendi – falei pensando em Dr. Marshall. Na minha opinião ele estava fazendo os dois. Ele tinha vergonha e estava me enrolando, mas eu gosto do meu pai, afinal ele é meu pai.

Nós continuamos a andar e depois de um tempo eu cansei.

- preciso ir embora Abraham.

- tudo bem –falou Abraham fazendo alongamento – foi bom te ver Oliver – falou apertando minha mão.

- foi bom te ver.

- eu te vejo na festa?

- você vem?

- claro. Eles fazem uma fogueira enorme e dão bebida de graça – falou ele rindo – eu estarei aqui.

- estava pensando em não vir, mas já que você virá eu vou vir.

- até mais Oliver.

- até – falei acenando e indo embora.

Ao passar pelo lugar onde deixava recados para Troy eu decidi dar uma olhada. Talvez ele tivesse deixado. Peguei o papel dobrado e tive uma surpresa. No pouco tempo que conversei e andei com Abraham ele me deixou a resposta.

De um lado do papel estava escrito.

DO QUE EU PRECISO TER MEDO?

Virei o papel e obtive minha resposta.

DE MIM

Senti um arrepio ao ler aquela mensagem. Olhei em volta assustado afinal aquilo tinha sido uma espécie e ameaça. Decidi não enviar mais recados. Amassei o papel e joguei fora e decidi ir embora. Era hora do almoço e ao chegar em casa faria algo para comer.

Ao entrar na casa notei o cheiro de comida. Andei até a cozinha e vi que meu pai estava sentado na mesa da cozinha.

- oi pai!

- onde você estava! – perguntou ele se levantando.

- fui dar uma volta no lago.

- mentira – falou ele parado.

- o que? Não é mentira pai eu fui dar uma volta no lago.

- o que você foi fazer no hospital?

- no hospital?

- sim. Uma das enfermeiras te viu lá hoje e comentou comigo.

- eu só…

- você tem algum amigo lá?

- amigo no hospital?

- sim. Tem algum amigo lá?

Não pai. Eu só fui fazer uma visita pro senhor, mas como estava em cirurgia eu decidi vir embora. Não precisa ficar nervoso por causa disso.

- eu não estou nervoso eu só – falou ele parecendo aliviado – fiquei preocupado, talvez você estivesse doente ou algo parecido.

- porque perguntou se tenho amigos no hospital? Não posso ter amigos lá?

- não vamos falar sobre isso – falou ele se sentando a mesa – vim fazer o almoço e só esperava você voltar para comer.

- tudo bem – falei tentando esquecer aquele assunto. Disfarcei e fingi não dar importância. Será que ele tinha medo que eu comentasse nosso relacionamento com alguém no hospital? Eu nunca faria isso. Só tinha feito uma suposição. Nunca comentaria com ninguém.

Comemos em silêncio, como sempre. Meu pai parecia não ter muito assunto comigo fora da cama. Ele só dizia oi e tchau.

Depois do almoço meu pai escovou os dentes enquanto eu organizava a cozinha.

- estou indo para o trabalho – falou ele descendo as escadas. Todas as vezes ele saia apressado e nem se despedia de mim direito.

- espera! – gritei indo até ele.

- o que foi?

- até a noite Dr. Marshall – falei me aproximando e dando um selo na boca dele. Não o chamei de pai, assim como ele pediu.

- até – falou ele dando um selo rápido e um meio sorriso. Ele saiu e foi de volta para o trabalho.

Meu pai era um homem bom. Gostava muito dele e não só como pai. Se ele queria ser meu amante ele devia me tratar como um namorado ou coisa parecida. Até eu que não tenho experiência nessa coisa sabia que ele não me tratava como eu merecia. Ele nunca me beijava fora da cama e nem tocava em assuntos românticos. Ele gostava de dormi em cama separada. Desde a nossa primeira noite.

No começo achei estranho o fato de meu estar tendo um caso amoroso com meu pai, mas acabei me acostumando, mas meu pai só me quer na cama e quando o está fora dela ele me trata com muito ciúmes apesar de não demonstrar carinho. É como se ele me quisesse vinte e quatro horas por dia dentro de casa para quando chegasse cheio de tesão para poder descarregar em mim. Estava estabelecendo uma nova regra. Nada de sexo para meu pai. Pelo menos até ele começar a me tratar como seu namorado e não como uma pessoa estranha que ele come só quando sente tesão.

Comentários

Há 2 comentários.

Por fran em 2014-12-18 11:52:49
arrazoooou... Greve de sexo sempre resolve um pouco. kkk. para alguem que ficou preso do mundo por tanto tempo Ollie esta bem informado hem... bjão fofo. a serie esta cada dia melhor.
Por Ryan Benson em 2014-12-16 21:39:47
Adorei a atitude do Olli, estava mesmo esperando por isso! Olha na primeira vez dele com o Marshall eu achei que seria algo bom, duradouro, mas depois do ultimo EP, eu comecei a desconfiar desse cara. Será que a "greve de sexo" do Olli vai dar certo? Hehehe um abraço!