Capítulo 1: Dia Gelado

Conto de Junior_742 como (Seguir)

Parte da série Verão Em Vermont

Estávamos no final de janeiro. O mês mais frio do ano na minha opinião. Estava coberto dos pés a cabeça. Quando respirava a fumaça saia da minha boca. Mesmo com o aquecedor do carro ligado o frio dominava. Meu pai dirigia com o maior cuidado. As estradas cheias de neve sempre foram as maiores causadoras de acidentes e mortes.

- o lago está congelado – falou meu pai quando passávamos em frente ao enorme Lago Champlain. Alguns adolescentes brincavam – eles não sabem que é perigoso?

- provavelmente não – falei respirando fundo. Isso fez com que o vidro embasasse.

Vivia na cidade de Burlington no estado de Vermont. Do outro lado do lado ficava a cidade de Burlington no estado de Nova York. Morava na fronteira, mas nunca tinha colocado o pé para fora do estado.

Meu pai estava me levando para a escola onde eu trabalhava. O Colégio de St. Louis. Foi lá que eu e meu irmão Jake estudamos. Foi lá que meu pai David e minha mãe Stella estudaram e se conheceram. Não é que estava condenado a nascer, crescer e morrer em Vermont, era só que não estava me meus planos sair de lá. Nunca esteve.

Meu pai freou de repente quando viu que tinha um animal congelado no meio da estrada. O carro fez um barulho e se desviou levemente para a esquerda. Meu pai levou o braço até mim como reflexo para impedir que eu voasse pelo para-brisas.

- você está bem? – perguntou ele olhando pera mim e depois para for a.

- estou – falei abrindo a porta do carro e saindo – o que será que é?

- deve ser um veado – falou ele saindo e nós dois fomos até lá. Confirmamos nossas suspeitas.

- quase atropelamos um veado morto – falei brincando.

- hoje vou a prefeitura pedir que retirem o animal daqui.

Alguns carros buzinaram ao paparem atrás do carro de meu pai e ele gritou pedindo que eles desviassem. Ele fez sinal com as mãos e os caros passaram e os motoristas agradeceram a ele.

- vem logo Oliver – falou meu pai entrando no carro – ou vai se atrasar.

- estou indo – falei me abaixando e tocando a carne do animal morto.

Meu pai buzinou e eu me assustei.

- já disse que estou indo – falei olhando para trás. Meu pai não precisou dizer nada. Eu conhecia a cara que ele fazia quando eu o respondia. Os olhos azuis se inundavam com o vermelho e ele mordia o lábio inferior. Geralmente olhava para o lado. Era o modo dele dizer “me obedeça ou vai se ver comigo.”

Entrei no carro calado e seguimos viagem até a escola.

Ao chegarmos em frente a escola meu pai parou seu velho Fiat 2003 na cor azul celeste em frente a escola.

- assim que sair da escola pegue um taxi – falou ele tirando um dinheiro da carteira.

- não precisa.

- venha direto pra casa – falou ele colocando o dinheiro na minha mão.

- ok – falei enfiando os dólares de qualquer jeito no bolso.

Alguém se aproximou do carro e bateu na janela. Eu e meu pai olhamos. Era Amy. A garota que trabalhava comigo.

- bom dia Sr. Maxfield – falou ela para meu pai.

- olá – falou meu pai com um sorriso sem graça.

- oi Amy – falei sem olhar para ela. Ficava sem jeito quando meu pai encontrava com ela. Amy era afrodescendente. Seu rosto era liso e seu olhos negros se destacavam em seu rosto. Seu sorriso era cativante e capaz de derreter uma calota de gelo no polo norte.

- você vem vindo?

- desculpe Amy – respondeu meu pai por mim – estou tendo uma conversa com meu filho. Ele te alcança.

- tudo bem – falou ela sorrindo e se afastando do carro.

Meu pai olhou para frente e eu olhei para baixo envergonhado dele.

- você me deve uma – falou meu pai rindo.

Eu apenas balancei a cabeça afirmativamente fingindo um sorriso.

- você é amigo dela?

- não pai. Só trabalhamos juntos.

- você disse que no último verão ela foi para a África ser voluntária?

- sim. Faz parte do treinamento.

- cuidado. Sabe-se lá o que ela trouxe junto com aquele povo.

- ela me convidou para ir com ela no próximo verão sabe. Eu estava pensando em…

- você quer mesmo ir pra África? Você sabe muito bem…

- não é minha vontade ir pai, mas o senhor sabe… Seria bom para meu currículo. Quem sabe eu não subo de cargo? Posso começar a levar mais dinheiro para casa.

- não gosto nada disso.

- na bíblia diz que devemos ajudar o próximo – me atrevi a dizer.

- quer saber? Estou sendo mesquinho – falou ele batendo no volante – não é uma má ideia. Você pode ir pra lá e ajuda-la com o povo dela e não precisa se preocupar em pegar as doenças de lá afinal você é branco – falou ele rindo.

Ri junto com ele.

- posso confirmar com ela então? Ele precisa saber antes para poder comprar as passagens.

- você me deve duas – falou ele olhando para frente.

- sim senhor.

- não conte nada para sua mãe. Deixa que eu conto.

- obrigado pai. Muito mesmo – falei alegre. Queria muito ir nessa viagem e achei que ele nunca deixaria.

Sai do carro e fechei a porta. Ele acenou sorrindo e partiu.

Os alunos começavam a chegar. Vários adolescentes agasalhados. Segui pela entrada da escola cumprimentando a todos e logo que cheguei na sala onde os funcionários ficavam para socializar encontrei Amy tomando em café bem quente.

- bom dia – falou ela rindo.

- bom dia, desculpa não ter vindo antes.

- não tem problema – falou ela colocando seu copo na mesa.

- adivinha – falei me sentando rápido.

- o que?

- meu pai deixou que eu viaje para a África no próximo verão.

- sério? – perguntou ela animada.

- sério.

- finalmente. Como você conseguiu que ele deixasse?

- Tenho meus métodos – falei me levantando e pegando meu próprio café.

Depois que tomamos o café da manhã nos dirigimos até a secretaria.

- Ollie será que dá pra me cobrir hoje? – perguntou ela quando chegamos a nossa sala.

- puxa vida, está tão frio – falei me arrepiando só de lembrar.

- por favor. Eu faço a contabilidade da vendas de bolo e do baile pra você.

- tá bem – falei deixando minha mochila em cima da cadeira.

- obrigada – falou ela sorrindo e se sentando de frente ao computador.

Na última semana do de todo mês Amy e eu precisávamos sair de sala em sala monitorando os professores. Éramos obrigados a ficar em sala de aula para analisarmos as dinâmicas de ensino. Nós então criamos um sistema de revezamento e hoje era o dia de Amy e ainda faltavam oito professores.

A sala de aula era um lugar frio e sombrio. Não digo isso pelo clima, mas porque os professores odiavam nos ter em cima deles. Quando não estávamos sendo mal tratados pelos professores estávamos levando boladas de papel dos alunos.

- relaxe Oliver – falei para mim mesmo pegando o caderno de relatório, a prancheta e as canetas – você tem vinte e dois anos, tem faculdade e já foi um deles. Você sabe como eles se comportam – falei saindo da sala e indo para o segundo ano. A primeira a ser monitorada seria a professora de biologia.

Eu mal entrei na sala e recebi uma bolada de papel na cara. A professora explicava a matéria e os alunos não pareciam muito interessados. Por fim ela desistiu, passou uma atividade e sentou seu gordo traseiro atrás de uma mesa e pegou um livro para ler.

- com licença Sra. Applebeetle – falei chegando perto dela. Ela era branca como a neve, tinha as bochechas rosadas e um olhar assustador. Era tão gorda que mau cabia na cadeira – será que não é melhor tentar uma dinâmica diferente? Nenhum dos seus alunos parece estar interessados.

- você está tentando me ensinar? Está tentando dizer como devo fazer o meu trabalho?

- não senhora, só acho que desse jeito os alunos não aprenderam nada. Quer dizer. Eles são o futuro. Faça isso pelas crianças;

- nós não somos crianças seu babaca – falou um dos alunos jogando uma bola de papel molhada no meu rosto. A sala toda riu e novamente todos começaram a fazer suas traquinagens. Até a professora deu risada e voltou a ler seu livro que na verdade escondia uma revista de fofocas.

Gentilmente eu me afastei dela e voltei ao meu ponto cego. Era meu cantinho seguro. Se ficasse lá parado pelas próximas horas talvez ninguém me notasse. Escrevi algumas observações sobre os métodos, mas não coloquei uma nota muito baixa. Sempre que um deles recebia nota baixa era chamado para uma reunião com o diretor. Após a reunião o professor saia nervoso e descontava em quem? Exato. Em mim. Aprendi da pior maneira.

Depois de ficar com quatro professores na parte da manhã, depois do almoço decidi me dar um presente. Era hora de ir para a aula do professor Abraham. O único professor que não me odiava naquela escola. Ela era o único professor que realmente se importava com os alunos, era o único ao qual sempre recebia notas altas.

Os alunos voltavam no refeitório e o professor já estava na sala arrumando sua mesa e preparando sua aula. Bati na porta.

- com licença professor.

- Ollie – falou ele com um sorriso – como é bom te ver.

- hoje é dia da avaliação – falei mostrando a ficha que preenchia. Abraham Griffin Williams. Ele assinou o nome.

- hoje teremos uma ótima aula. Espero que me dê uma boa nota.

- você é o único que merece uma nota alta. Sinceramente.

- não diga isso. Tenho certeza que os outros professores também merecem.

- o professor Hemmyway passou duas horas discutindo com um aluno sobre o filme do fim de semana. Depois ele ainda pediu que todos os alunos assistissem no fim de semana e fizessem uma redação.

- tenho certeza de que ele tem um a propósito acadêmico – falou Abraham defendendo o colega.

- duvido que o filme dos vingadores ajudem os alunos em algo. Eles já se batem o suficiente.

Abraham abriu a boca para defender o professor mais desistiu.

- eu não consigo argumentar contra isso – falou ele rindo.

As três da tarde, os alunos foram dispensados e eu me despedi do último professor da lista. Os alunos saiam e eu andava em direção a secretaria.

- por favor, me diga que acabou? – perguntou Amy quando voltei a sala.

- sim – falei entregando a ela as fichas – você é que via encaminhá-las.

Ela pegou e deu uma boa olhada.

- vejo que deu nota alta para o professor de matemática outra vez.

- não sei do que está falando. Você sabe que matemática é minha paixão.

- por favor Ollie, você tem uma queda por ele.

- cala a boca Amy – falei cochichando – você sabe como são as pessoas dessa escola.

- foi mal – falou ela rindo e guardando as fichas.

- se isso chega aos ouvidos…

- e ai maninho.

Estava de costas mas reconheci a voz dele. Era meu irmão.

- o que está fazendo aqui Jake?

- papai mandou eu vir te buscar.

- ele me deu dinheiro para voltar de taxi.

- não vou questionar a decisão dele. Você vai?

- não.

- vamos logo.

Eu procurei empacotar minhas coisas o mais rápido possível.

- como você está Amy?

- bem Jake, e você? – falou ela se levantando e colocando a bolsa de lado.

- bem – falou meu irmão olhando ela de cima em baixo.

- vamos – falei pegando minhas coisas.

Quando me virei Amy deu um selinho na minha boca. Acho que ela ficou com medo de que ele tenha ouvido algo sobre o professor Abraham e tentou confundir a mente dele.

Eu passei os dedos nos lábios tentando limpar a marca do batom vermelho que ela usava.

- não conta pro meu pai. Por favor Jake.

- você está com medo de que?

- não conta. Eu imploro.

- tudo bem – respondeu ele sem dar muita ênfase a essa resposta – vamos.

- seu rosto está sujo de graxa – falei tentando acompanha-lo. Ele passou a mão no rosto.

ele tinha um sorriso no rosto e seu rosto estava sujo de graxa. Ele era mecânico. Posso dizer que era o orgulho do meu pai. Sei que ele nos ama igual, mas eu já percebi que ele gosta mais de mim do que de meu irmão porque eu segui seus passos. Eu fiz faculdade assim como ele. Ciências contábeis.

O sonho de mau pai é que eu trabalhe na pequena empresa dele e que um dia assuma os negócios, mas não era isso o que eu queria pra mim. Eu não tinha planos ainda, mas cuidar do negócio da família não era minha vontade. Meu pai era dono de uma pequena imobiliária no centro. Um pequeno negócio que ele conseguiu contar com muito esforço e dedicação.

Assim que cheguei em casa. Meu pai gostava que a família estivesse reunida ás sete da noite em ponto na mesa. Depois que cheguei do trabalho eu dormi um pouco e assim que meu celular despertou eu tomei um banho, vesti uma boa roupa e fui até a sala de jantar. Estava nervoso. Espero que Jake não abra a boca.

Comentários

Há 6 comentários.

Por AnônimoFf_FFf em 2014-11-07 00:16:14
Porcaria. Sinceramente não sei porque você ainda insiste em continuar. Ninguém gostava de paixão secreta, um personagem que tranza com vários homens é sempre odiado. Em paixão secreta todo era gay. sua cavbeça é de gente doente e precisa de tratamento. Esse conto de verão em vermont tá tão chato. o personagem se faz de vitima o tempo todo. quer meu conselho? pare de escrever. chega dessa bosta, chega dessas histórias flopadas e ruins. Não sou só eu. Todo mundo aqui do site ta comentando que ta ruim e TODO MUNDO DO SEU GRUPO também. Isso mesmo, eu estou no grupo do whatsapp. Estou lá de olho em tudo. Sinceramente, pare de passar vergonha, pare de escrever e publicar assim todo mundo fica mais feliz. exclui logo esse grupo no whats que tá uma tristeza só. você é patético
Por dfc em 2014-10-17 10:53:55
Posta mais hj please
Por dfc em 2014-10-16 12:47:32
Como q o Oliver é ? Posta mais hj
Por Nicksme em 2014-10-15 12:39:29
esse pai vai ser treta
Por fran em 2014-10-14 12:00:33
gostei muito. pelo que entendi vai ter muita muita confusão. o classico homossexual de familia evangelica, nossa tenso. mais continue quero ver o proximo.
Por BielRock em 2014-10-13 21:37:58
Amei . Continua .