Capítulo 11: Quem é o Mestre e Quem é o Escravo?

Conto de Junior_742 como (Seguir)

Parte da série Verão Em Vermont

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Me desculpem ter desaparecido. Fiquei sem internet graças a um caminhão enorme que passou na porta da minha casa e arrebentou o cabo da internet. Finalmente a operadora veio resolver o problema. Um abraço a todos os que gostam dos meus contos e um beijo na bunda dos que não gostam e mesmo assim continuam a ler.

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Luzes brilhando, Som tocando, Mentes viajando, Corpo dançando, Olhos mirando, Lábios tocando, Corações batendo, Pressão subindo, Ar faltando, Nádegas mexendo, Música faz você, Perder o controle. Tocando no viva voz, a faixa repete sem parar.

Era estranho estar no meio de todos. Tobias estava bem próximo a mim. Sentia seu coração bater e sua respiração no meu rosto. As pessoas dançavam em nossa volta a música agitada, mas Tobias estávamos fora de sintonia. Dançávamos lentamente. A canção parecia sempre a mesma e o pior de tudo: os rostos pareciam exatamente e ridiculamente iguais. Nenhuma daquelas pessoas tinha um pingo de personalidade.

- pare o que está fazendo – falou uma das pessoas olhando para mim. Nesse instante Tobias desapareceu. Procurei por ele e chamei por seu nome, mas não pude localizá-lo. A pessoa que chamou minha atenção na desta continuava a me encarar e agora ela tinha um olhar macabro. Sua boca se abriu tão grande e seus olhos ficara negros. Levei um tremendo susto. Andei para trás e agora eu percebi que todas as pessoas vinham em minha direção. Todas com a mesma expressão.

Abri os olhos rápido. Minha testa estava suada. Olhei em volta e tentei imaginar onde estava. Não demorou para que eu percebesse que estava no hospital.

Meu coração começou a acelerar. Eu não sabia o que tinha acontecido e nem onde estava. O aparelho do hospital ligado a mim começou a apitar rapidamente. Comecei a ficar nervoso e a me mover e logo os enfermeiros e a médica apareceu.

- Oliver! Oliver – falou o enfermeiro tentando me acalmar.

- deem a ele algo para acalmá-lo – falou a médica.

Um dos enfermeiros colocou algum remédio intravenosamente e em seguida eu comecei a me acalmar.

Olhei em volta assustado tentando descobrir se era dia ou noite? Será que eu tinha ficado em coma?

- Oliver, você está bem. Está no hospital. Você teve uma queda e um colapso nervoso, mas você está bem – falou a médica se aproximando de mim.

- eu… eu… dormi… por quando… - falei fraco. Alguns tubos saiam do meu nariz, provavelmente para me ajudar a dormir. Minha boca estava seca.

- uma noite – falou ela olhando meu prontuário. Apenas uma noite.

Me acalmei assim que ela disse aquelas palavras.

- ele acordou? – perguntou Tobias aparecendo na porta do quarto. Ele estava sorrindo.

- sim – falou a médica olhando para Tobias.

Eu tentei levantar minha mão e estiquei. Tobias entrou rápido pela porta e segurou minha mão.

- você vai ficar bem – falou ele apertando minha mão. Era bom tocá-lo. Alguma coisa tinha mudado naquele acidente. Aquele sonho. Era como se agora tudo fosse mais claro.

- tenho sede – falei com a voz rouca.

- vou trazer água para você – falou Tobias.

Ele tentou se afastar, mas eu segurei a mão dele por alguns segundos e ele ficou. Em seguida ele se foi.

- você vai ficar em observação por algumas horas e se tudo ocorrer bem eu te libera a tarde.

- obrigado – falei agradecendo. Tentei mover minhas pernas e consegui mas elas doíam um pouco.

Fechei os olhos e respirei fundo esperando Tobias voltar com a água. Lambi os lábios morrendo de sede e não demorou para que ouvisse ele entrar no quarto e fechar a porta.

Dei um sorriso e abri os olhos pronto para ver Tobias, mas não foi ele que eu vi. Não era Tobias, era meu pai. Ele tinha fechado a porta do quarto e me encarava ao longe.

No momento em que eu o vi novamente o aparelho ligado a mim começou a apitar, mas dessa vez meu pai se aproximou e tirou as tomadas próximas da cama até que o barulho terminasse.

- o que o… o senhor quer? – perguntei assustado.

- o que aconteceu com você meu filho?

- por favor pai – falei tentando me levantar, mas eu não consegui.

- Shhh – fez meu pai se aproximando e colocando a mão no meu peito – vai ficar tudo bem.

- por favor pai, por favor.

Meu pai foi até um criado mudo onde tinha um travesseiro o pegou e veio até mim.

- vai ficar tudo bem – falou ele colocando o travesseiro no meu rosto e pressionando.

Comecei a me debater, mas foi em vão. Comecei a me mover freneticamente esperando de algum modo escapar, mas não obtive sucesso.

- Desculpe a demora – falou Tobias entrando no quarto de uma vez com o copo de água na mão. Assim que ele viu o que acontecia ele largou o copo. Tobias foi em direção a meu pai e o agarrou por trás puxando com toda a força.

Finalmente pude respirar. Respirei tão forte que senti uma forte dos no peito. era bom respirar novamente.

Meu pai e Tobias começaram a lutar dentro do quarto. Não demorou para que médicos e enfermeiros aparecessem para separar a briga.

- o que está acontecendo aqui? – perguntou o segurança chegando ao quarto.

- ele tentou sufocar ele com o travesseiro – falou Tobias limpando a boca. Tinha sangue, mas não era dele e sim do meu pai. O Nariz de meu pai sangrava.

- isso é verdade? – perguntou o segurança pra mim.

Meu pai olhou para mim do mesmo jeito que olhava sempre que me tentava controlar.

- diz a verdade – falou Tobias.

Hesitei por mais alguns segundos, afinal estávamos falando sobre meu pai. Ele tinha acabo de tentar me matar. Hesitei porque pensei que no fundo meu pai me amava e tentava fazer o que era certo para mim, mas aprendi que o amor têm limites.

- é verdade – falei olhando para o outro lado.

- Oliver! – falou meu pai parecendo decepcionado.

- chega – falei olhando para ele – você precisa pagar pelo o que fez comigo. Pelo o que fez ao meu irmão. Precisa pagar pelo o que fez a minha mãe.

Nesse momento meu pai tentou se soltar, mas os dois seguranças conseguiram arrastar ele para fora do quarto.

- você está bem? – perguntou a médico vindo até mim e verificando minhas batidas.

- estou sim – falei respirando fundo.

- vou pedir que os seguranças fiquem de olho no seu quarto.

- OK.

- vou pedir que meus internos façam exames em você, tudo bem? vou pedir uma bateria de exames para saber se você está tudo bem?

- sim doutora. Essa é a segunda vez que venho ao médico em vinte e dois anos, acho que seria bom verificar.

A médica deu um sorriso e eu vi que logo atrás dela havia seis médicos parados. Eles pareciam mais novos do que ela.

- sinto muito – falou ela sorrindo – esse é um hospital escola e esses sãos meus internos – falou ela mostrando os seis médicos.

- tudo bem – falei.

Os lábios da médica mais uma se fecharam em um sorriso. Seus olhos azuis brilharam. Em seguida ela virou para os médicos logo atrás dela.

- Dra. Emilly, Dr. Matteo. Vocês ouviram o paciente. Essa é a segunda vez que ele pisa em um hospital em vinte e dois anos. Quero que vocês façam todos os exames possíveis no paciente e descubram se existe alguma coisa de errado.

Os outros quatro médicos saíram do quarto e os dois continuaram lá parados.

- não se preocupe – falou ela olhando para Tobias – esses são dois dos melhores internos dessa turma.

- obrigado doutora… - falei esperando que ela dissesse seu nome.

- Bethany Creswick – falou ela se virando para sair, mas antes que ela saísse um homem de cabelos prateados com uma barba grisalha, quase negra no rosto apareceu na porta.

- com licença – falou o homem de olhos castanhos escuros entrando no quarto. A doutora Bethany continuou no quarto – tudo bem por aqui? Fiquei sabendo que houve um ataque ao paciente – falou o médico vindo até mim e apertando minha mão.

- sim, Dr. Marshall – falou Bethany – os seguranças já cuidaram de tudo. A policia já foi acionada.

- ótimo, ótimo – falou o médico olhando para mim – não se preocupe, não vai acontecer outra vez.

- obrigado

- quando estiver bem gostaria que fosse até minha sala. Nós podemos entrar me um acordo. O advogado…

- Dr. Marshall – falou Bethany, mas o médico não deu atenção.

- …o advogado do hospital disse que podemos pagar por qualquer dano que esse invasor possa ter te feito…

- Dr. Marshall – falou ela mais alto, mas ele não ouviu.

- eu conheço o delegado, vou cuidar para que esse invasor tenha o pior tratamento possível…

- Broderick – falou Bethany.

O médico olhou para ela.

- o que foi?

- o invasor é o pai do paciente – falou ela forçando um sorriso.

- Ok-ok – falou ele olhando para mim outra vez – sinto muito por.

Por alguns segundos todos ficaram em silêncio.

- Oliver, esse é o doutor Broderick Marshall, cirurgião cardiotorácico e chefe do hospital – falou Bethany tentando deixar o clima mais leve – e também meu marido – falou ela rindo.

Quando a Dra. Bethany disse isso, Dr. Broderick olhou para ela com uma expressão estranha e depois voltou a olhar para mim.

- não se preocupe – falei tentando me sentar – Diga ao advogado do hospital que eu não tenho interesse em processar ninguém e se ele quiser fazer algum documento onde eu assine abrindo mão desse direito eu assino.

- é muita gentileza levando em consideração que foi uma falha do hospital – falou o dr. Marshall – por esse motivo eu insisto que não pague por nada enquanto estiver aqui no hospital. Os exames, os dias em recuperação e as cirurgias, se necessárias, serão todas por conta do hospital.

- combinado – falei finalmente me sentando.

- se precisar de qualquer coisa, fale comigo – falou ele repousando a mão no meu ombro por alguns instantes e sorrindo. Em seguida ele olhou para Tobias que apertou a mão dele agradecendo a atenção.

- obrigado Dr. Marshall.

- os policiais queria interrogar vocês dois agora, mas eu pedi que voltassem na parte da tarde afinal a saúde do paciente vem em primeiro lugar – falou Dr. Marshall.

- nós ficaremos felizes em colaborar com os policiais – falou Tobias.

- preciso ir agora – falou Dr. Marshall. Em seguida ele saiu do quarto juntamente com sua esposa, a Dra. Bethany Creswick.

Os dois internos designados para o meu caso começaram a anotar algumas coisas no meu prontuário. Tobias continuava no quarto.

- você está bem? – perguntou Tobias vindo até mim. Ele se aproximou e tentou tocar minha mão, mas eu movi meu braço e não deixei.

- o que foi? – perguntou Tobias.

- eu me lembrei.

- do que?

- não me lembrava exatamente do que tinha acontecido ou o porque de eu ter vindo parar no hospital, mas assim que meu pai colocou o travesseiro na minha cara eu me lembrei. Eu me lembro do que você disse.

Os dois médicos no quarto tentavam não prestar atenção na conversa, mas eu impossível. A médica de longos cabelos negros e o médico de cabelos loiros se entreolharam.

- sinto muito pelo o que disse.

- sentir muito não adianta.

- sinto muito mesmo, vou compensar…

- por sua causa eu acabei vindo parar no hospital, você já fez o suficiente.

Tobias olhou para os médicos e depois olhou para mim.

- olá – falou a médica de cabelos negros olhando para Tobias – eu sou a Dra. MacMilan. Vou fazer alguns exames no paciente agora.

- Ok – falou Tobias se afastando enquanto eles me preparavam – eu vou estar aqui quando voltar.

- tanto faz – falei sem olhar para ele.

Era estranho, eu tinha entregado meu pai para a policia. Eu sabia de tudo o que ele tinha feito, mas mesmo assim alguma coisa dentro de mim não me deixava tranquilo. Essa coisa dentro de mim dizia que foi errado ter entregado ele, mas eu sabia que tinha tomado a decisão certa. Meu pai tinha sido meu dono por muito tempo. Era hora dele pagar por seus crimes. Já não era mais escravo de suas loucuras e não estava mais em seu poder.

Comentários

Há 4 comentários.

Por dfc em 2014-11-15 12:49:42
Mtt bomm
Por Angellix em 2014-11-12 23:52:46
Nossa estava c saudades de ler o seu conto, q por sinal esta ainda melhor. Adorando e vou esperar ansioso pelo proximo. Bjinhos
Por fran em 2014-11-12 23:50:07
E isso ai. QM não gosta q não acompanhe. Ta muito bom. Adorei o capitulo... G.RG.A2014 em breve não percam...
Por luizphilip em 2014-11-12 23:38:42
Adorei esse capítulo, como adro todos os outro, não vejo a hora do próximo 😀😀