Surge um herói

Parte da série Segredos Profundos

Resolvi mudar os rumos daquela noite, estava afoito e disposto a colocar os demônios para fora, não iria ficar com as coisas na cabeça. Peguei um ônibus para o centro, iria a uma balada gay.

Desci do ônibus e as ruas estavam cheias, mesmo sendo no meio da semana, lá estava cheio. Paguei a entrada e fui colocar a mochila no guarda volume, a festa estava ótima, logo ao entrar já podia escutar “Cool Girl” da Tove Lo, fui ao bar e já peguei um Sex On The Beach antes de me jogar na pista, comecei a dançar enquanto olhava um moreno alto encostado na parede.

Começou a tocar “Hands to Myself” da Selena Gomes e eu cheguei perto daquele rapaz encostado na parede, começamos a dançar colado, nos esfregando um no outro, quando ela dizia “Can't keep my hands to myself...” eu o tocava em partes íntimas e me esfregava nele, seduzindo- o, era algo muito excitante, a música acabou e eu fui beber, peguei um Bloody Mary, eu era fraca para bebida, então comecei a ficar meio tonto, mesmo assim quando tocou “Side to Side “ da Ariana Grande eu me joguei, após mais algumas músicas e mais alguns drinks, entre caipirinha e tequila, fui ao banheiro pois estava meio tonto, e morrendo de vontade de fazer xixi, o corredor que dava para lá estava cheio de gays se pegando, alguns passaram a mão na minha bunda enquanto eu passava no corredor. Entrei no banheiro e fui fazer xixi, mas estava meio bêbado e tinha dificuldade, até que o cara que eu tinha dançado veio por trás e perguntou: “ Quer que eu te ajude?” , ao perguntar já foi abrindo meu zíper e pondo meu pau pra fora, apontando ao mictório, eu nem sentia nada direito, só deixei. Ele então me ajudou a fazer xixi, logo após isso me levou para dentro da cabine e começou a me beijar, eu porém, comecei a ficar enjoado e com ânsia, pedi para que ele parasse, ele não parou, veio se esfregando em mim, passando a mão na minha bunda e no meu pau, mordendo minha orelha e meu pescoço. Comecei a ficar angustiado, estava zonzo e não conseguia ter força para afasta-lo de mim, muito menos para gritar, apenas cochichava para ele me largar, ele nem se importava, muito pelo contrário, começou a tirar minha camiseta, mas como eu não conseguia sequer levantar os braços, ele resolveu rasga- la, e ao ver meu peitoral de fora, começou a lamber meus mamilos enquanto eu pedia insistente mente para ele me largar, o que para meu desespero não dava em nada, muito pelo contrário, ele me disse “ Vamos ver esse cuzinho agora”, e já foi abaixando minha calça enquanto me beijava, passando a mão no meu cú, sem minha autorização, enquanto colocava minha mão no pau dele, que a essa altura á estava para fora da calça, o desespero tomava conta de mim, mas eu não tinha força para reagir, então comecei a chorar.

- Que cuzinho delicioso! Disse o estranho, passando o dedo e começando a introduzi- lo em mim.

- Me solta, para por favor! Eu não quero! Dizia chorando.

- Mas vai ter que dar! Começou a se esfregar em mim na festa, agora vai voltar de cú arrombado para casa. Vamos putinha, vem me chupar! Ao dizer isso, ele começou a me fazer abaixar, eu como estava resistente, fui derrubado por ele com uma rasteira, me fazendo inclusive bater a cabeça na parede, me fazendo chorar ainda mais.

- Chupa sua puta! Vem cá no roludão.

Ao dizer isso ele socou seu pênis em minha boca, me fazendo engasgar. Eu nunca me senti tão humilhado e usado em toda a minha vida. Após uns 10 minutos de sexo oral ele disse que iria me comer e começou a me virar de costas passando a mão no meu ânus e socando 3 dedos de uma vez, embora eu gemia de dor e chorasse ele não estava nem ai, não ligava para o meu desespero, eu estava com o rosto virado para a privada enquanto ele atrás de mim impedia a saída do box do banheiro. Eu não aguentei aquela pressão e comecei a vomitar no vaso.

- Sua puta nojenta, agora que vou te foder mesmo, seu filho da puta! Disse o cara.

Não sei como, mas de repente alguém abriu a porta e começou a socar o cara. Eu estava muito mal, após vomitar, senti minha vista escurecer e apaguei totalmente.

- Bom dia!

- O que? Onde estou? Quem é você? Falei me debatendo e empurrando um rapaz que me acordava.

- Calma, eu te ajudei ontem na balada...lembra...

Como se eu voltasse no tempo, um filme da noite anterior se passou pela minha cabeça.

- E não é que a bicha é brava?

- Ronny, por favor, né! Ele está se lembrando!

- Ai que dor de cabeça. Disse passando a mão na cabeça.

- Você está bem? Trouxe um café da manhã para você. E ao dizer isso me mostrou uma bandeja com uma xícara de café com leite e um pão com manteiga derretida.

- Obrigado, mas quem são vocês?

- Coma, e eu vou explicando, você deve estar morto de fome, afinal vomitou tudo na festa.

Aceitei e comecei a comer, confesso que estava tudo muito bom.

- Eu sou Lucas e esse é meu irmão Ronny, nós te ajudamos ontem. Não se se você lembra, mas um cara estava querendo te forçar a transar com ele. Eu fui ao banheiro e ouvi o cara gritando e você chorando.

- Eu me lembro. O que aconteceu com ele?

- Eu bati nele, e depois chamaram os seguranças, que colocaram ele para fora. Achei melhor não chamar a polícia, por causa do seu constrangimento.

- Fez bem. Obrigado.

- Depois eu e meu irmão te cobrimos, pois você estava quase pelado e te trouxemos de taxi para cá. Sua mãe ligou, e eu acabei atendendo, disse que você veio fazer um trabalho na minha casa e que estava dormindo.

- Você atendeu meu telefone? Disse espantado e com um pouco de raiva.

-Sim, sei que sou um estranho, mas como era sua mãe imaginei que era melhor tranquiliza- la.

- O que ela vai pensar? Ela não sabe que sou gay! Falei preocupado.

- Nada, ué, é só você confirmar que estava dormindo e que veio fazer um trabalho, a propósito sua mochila está ali no canto, nós pegamos no guarda volume para você.

- Por que me ajudaram? Disse, impressionado com a bondade daqueles dois rapazes.

- Essa é fácil, eu respondo Lucas... Não somos idiotas e temos coração.

- Isso mesmo Ronny. Disse ele rindo. Não teria porque te deixar ser estuprado, quem não se meteria?

-Isso mesmo, e, aliás, você estava bêbado, não teria como estar consentindo aquilo. Disse Ronny.

- Mas eu dancei com ele antes, me esfreguei nele, eu provoquei.

- Olha, eu te encontrei chorando, implorando para que ele parasse. Então você deixou claro que não queria. Disse Lucas.

- Mas eu queria antes, eu aticei, estimulei.

- Olha aqui criatura, você poderia ter desejado aquilo antes, mas em determinado não quis mais e o filha da puta devia ter respeitado. Disse Ronny.

- Não sei. Falei, não sei explicar. Eu errei não era para estar ali.

- Olha rapaz. Teddy né? Disse Lucas

- Theodor, mas pode me chamar de Teddy. E como você sabe disso mesmo?

- Sua mochila, está escrito nas suas coisas. Disse Ronny

- Então, olha Teddy. Disse Lucas. Você não deve se culpar pelos seus desejos, você sentiu tesão nele em determinado momento, mas se no momento seguinte o tesão passou, passou e ponto, ninguém deve forçar a pessoa porque a 1 segundo atrás ela estava com tesão. O respeito tem que existir e acabou, o cara que estava errado e não você.

- Obrigado por me ajudarem, vocês são bem legais.

- Somos mesmo! Disse Ronny.

Ronny me fez ri, ele era leve, parecia uma criança, já Lucas era mais machão, como se fosse um militar ou guerreiro, tinha uma postura mais firme que a do irmão, os dois eram branquinhos, bem bonitos.

- Você ainda vai para a faculdade? Perguntou Lucas.

- AI MEU DEUS!!!!! A FACULDADE. Disse em tom alto.

- Você não parece estar muito bem para ir a lugar nenhum. Disse Ronny. Porque não fica aqui com a gente hoje?

- Ronny, ele deve ter uma casa, uma família, ou melhor, ele tem né, nós falamos com a mãe dele ontem. Completou Lucas.

- Sim, é verdade, estou morrendo de dor de cabeça, mas preciso ir para casa. Disse

- Faz assim, fica um pouco mais e depois você vai embora. Disse Lucas, pelo menos você chega com uma cara melhor em casa.

- Verdade, ok então.

- Ronny me passa a toalha? Está na primeira porta do guarda roupa. Disse Lucas.

- Aqui maninho. Disse ele entregando a toalha.

Lucas saiu do quarto em direção ao banheiro, enquanto eu e Ronny ficamos conversando sobre a minha faculdade e família, ele me contou que tinha mais uma irmã viva e que outra tinha morrido, que a que estava viva não gostava muito deles, pois eles tinham se metido com algumas coisas erradas. Uns 10 Minutos depois Lucas apareceu no quarto só com a toalha enrolada na cintura, deixando seu peitoral definido a mostra. “Que delicia” pensei.

- E ai irmãozinho? Vai ficar pelado na frente de um estranho mesmo? Disse Ronny.

- Eu esqueci a roupa aqui, perdão, Teddy.

- Eu não me importo, e além do mais o quarto é de vocês.

- Você não se importa? Perguntou Lucas em tom sério.

- Não, pode se trocar. Quer que eu ...

Nem terminei de falar e ele já tinha tirado a toalha e jogado sobre Ronny. – Não precisa sair, eu me troco rápido, disse ele com aquele belo pau balançando e o corpo branquinho todo a mostra. Em uns 5 minutos ele foi até o guarda roupa e pegou uma cueca e uma bermuda, vestiu enquanto eu ficava só observando .

- Tá com tesão amigo? Disse Ronny para mim.

- Eu? Ah...não.

- Ronny, por favor. Falou Lucas sério.

Confesso que fiquei sim com tesão, e que senti algo diferente, pois ninguém nunca me ajudou dessa forma antes, enfrentou alguém por mim, eles sim, principalmente Lucas. Ele tinha se tornado meu herói. Além da sensibilidade de não deixar eu me sentir culpado, tudo aquilo que falaram, a paciência e o carinho, foi maravilhoso, finalmente tinha me sentido leve em meio a tanta podridão que refletia minha vida.

Não demorou muito Lucas me trouxe um chá e mais um analgésico, para parar a dor de cabeça. Após conversar mais um pouco com eles, resolvermos que íamos assistir um Simpsons para passar o tempo, ou melhor, Ronny nos forçou a assistir, e nós não reclamamos. Era estranho, dois caras tinham me ajudado na noite anterior e estava cuidando de mim como se eu fosse da família, eu me sentia muito em paz e em casa ao lado deles. Quando deu 12h30 eu fui tomar banho após almoçar, depois voltei para o quarto para me trocar, mas comecei a andar pelado para lá e para cá, pois estava com muito tesão ao lembrar de Lucas trocando de roupa, meu pau estava bem duro, e eu queria bater, então deitei na cama com as pernas no chão, só escorando as costas e comecei a bater uma punheta.

- JÁ PEÇO, ESPERA AI! Gritou Lucas para Ronny que estava na parte debaixo da casa, abrindo a porta e me pegando batendo punheta.

- Desculpa, sério, me desculpa....

- Tudo bem eu não sabia que estava aqui, batendo...é..quer dizer...trocando de roupa...

- CADÊ A MOCHILA DELE? Gritou Ronny lá embaixo.

- JÁ VAI. Gritou Lucas.

Eu fiquei constrangido, mas percebi que Lucas não parava de me olhar, então tomei uma iniciativa, fui em direção a ele e fechei a porta.

- Vem cá me ajuda aqui.

- Você não está bem...está abalado...Agora não.

E foi até a parte que estava minha mochila e saiu do quarto. Fiquei morto de vergonha, não tinha conseguido controlar meu desejo de novo. Coloquei a roupa e desci as escadas, me despedi e fui até o ponto acompanhado de Lucas.

- Me desculpa, eu às vezes não me controlo...

- Não se culpe, eu te entendo... eu acho você bem tesudo, mas não sei se estava psicologicamente bem para transar ali.

- Eu não sou louco, nem doente mental. Disse em tom ríspido.

- Eu só tive cuidado, não queria que você se arrependesse.

- Tudo bem. Disse em tom mais brando, me sentido envergonhado por tudo, logo o ônibus veio e eu fui embora, na hora de me despedir de Lucas, ao lhe der um abraço, quase lhe dou um beijo na boca, e por alguns infinitos milésimos ficamos nos olhando, antes de subir no ônibus.

Fui para casa e ao chegar levei um susto, vi a viúva do Dr. Alfred Hueber saindo de casa.

- Mãe o que a Sr Hueber estava fazendo aqui? Disse ao entrar em casa.

- Me diga você, Theodor, o que estava fazendo na casa dos irmãos da Lana? Falou minha mãe, me olhando séria.

- Que? Disse.