Capitulo III

Conto de JJ como (Seguir)

Parte da série Eu voltei, e quero vingança.

“O primeiro estágio na busca pela superação, é a vingança!”

Acordei em um quarto pequeno e abafado, estava tudo escuro, eu não conseguia ver nada, e minha cabeça ainda estava doendo, rapidamente lembrei de tudo e levantei correndo vi uma porta e abri, sai em uma sala, e quando realmente abri os olhos e vi a luz de duas velas em cima de uma mesa senti uma forte dor de cabeça e cai de joelhos

- eei rapaz, vai com calma, você acabou de levantar – disse o rapaz que dirigia o carro da ultima vez em que eu acordei

- onde é que eu to? Cadê os meninos? Cadê o Fabio? – eu disse entrando em desespero

- você tava calminho no carro, não to entendendo esse nervosismo agora – ele disse calmo enquanto me apoiava me levando em direção a uma cadeira – nós estamos em Assunção, lembra do que aconteceu hoje mais cedo?

- sim, a gente ta no Paraguai é isso mesmo? – perguntei me sentando em uma cadeira

- sim, você ta sentindo dores aqui? – ele disse tocando minha nuca

- não, escuta você pode explicar o que ta acontecendo? – eu disse mudando o tom de voz

- bom, vamo la... primeiro, meu nome é Alex, fui vice-presidente da SafeEnergy ao lado do seu pai... Antes de qualquer coisa, não quero te assustar, mas se te virem na rua, vão te matar! Desde a morte dos seus pais, eles estão esperando que você saia da custódia do governo e vire um “adulto que pode morrer como qualquer outro” – ele disse pegando um caneco que estava em um fogão no canto da sala

- e por que querem me matar? – perguntei

- você é herdeiro de todo o patrimônio do seu pai, inclusive a empresa, que foi congelada e atualmente só é feita a manutenção dos negócios pra que ela entre em falência, se a empresa voltar à ativa, o governo volta a se interessar por um projeto que seu pai criou antes de morrer, esse projeto iria causar prejuízos a pessoas importantes, e elas quiseram obrigar seu pai a desistir, ele se recusou e então tudo acabou naquela tragédia – ele disse servindo café em duas xícaras

- calma, devagar que eu não to entendendo... você ta dizendo que aquilo não foi um assalto ou algo do tipo? Mataram meu pai por causa desse maldito projeto? Tudo aquilo aconteceu por causa daquela merda de empresa? – eu já gritava nervoso

- Lucas, só você vai ficar nervoso aqui, eu não vou perder a calma, e se quiser me ouvir vai ter que parar de gritar... Esse projeto trazia uma forma inovadora de produzir energia, energia limpa, sustentável e barata, o projeto era tão inovador, que iria fazer com que quem trabalhasse com a produção de energia comum fosse à falência, e no mundo dos negócios, isso não pode acontecer!

- para de falar de dinheiro seu merda! ME EXPLICA O POR QUE DISSO TUDO! – gritei com raiva

- Lucas, seu pai era um homem bom, queria mudar o pais e quem sabe o mundo, pessoas ruins que só pensam em dinheiro tentaram pará-lo com avisos, e não conseguiram, então partiram pra...

- CALA A BOOCA! O QUE VOCÊ QUER? FOI ME BUSCAR NAQUELE INFERNO NA ESPERANÇA QUE EU VOLTASSE A MEXER NESSA SUJEIRA? MEUS PAIS, VOCÊ SABE? MEUS PAIS SEU BOSTA! ELES MORRERAM POR CAUSA DESSA PORCARIA DE EMPRESA! OLHA, EU PREFERIA MORRER DO QUE SABER QUE OS MEUS PAIS MORRERAM POR CAUSA DE DINHEIRO! – eu gritei jogando a xícara pra fora da mesa

- seus pais não morreram por dinheiro, morreram por causa da ganância desse povo ruim, e acredite Lucas, o ódio que você sente agora, eu sinto desde o dia em que enterrei seus pais, desde então fiquei esperando você completar sua maior idade, com o dinheiro da empresa liberado, podemos movimentar uma nova investigação, e fazer com que aquelas pessoa paguem pelo o que fizeram – ele dizia e eu só o observava – prometo encerrar a empresa após a prisão dessa gente, mas não quero esse povo fora da cadeia

- quem são eles? – perguntei

- políticos, empresários, gente com dinheiro, cheios de advogados e duplas nacionalidades, só precisamos conseguir o dinheiro da empresa, que atualmente esta congelado, e pagar bons advogados, a fim de estimular uma nova investigação, já que as primeiras logo após os assassinatos foram pagas por eles e encerradas com a desculpa de que tudo não passou de um assalto organizado...

- sinceramente... eu que sou mais novo que você e já sei que a justiça brasileira não vai fazer nada, por que ter esperanças? – eu perguntei me sentando de novo

- nem eu sei – ele disse começando a chorar – eu só guardo um ódio fora do comum, seu pai era um irmão, me revolta ver aquela gente desfrutar da riqueza deles em liberdade, mas quero tentar o que está ao meu alcance pra reverter isso! – ele dizia olhando pro nada

Ficamos alguns minutos em silêncio, naquele momento o ódio que eu tinha pela empresa quando eu tinha 15 anos tinha voltado e se aliado ao nojo, desprezo e sede de vingança que eu nutria por essa gente podre que eu nem conhecia ainda, eu sabia que se a empresa não existisse, meu pai não estaria morto, por outro lado, eu pensava no intuito da criação dela, meu pai passou a oferecer cada vez mais inovações em busca de uma energia limpa, era uma causa nobre, e que acabou levando ele a morte por não ser lucrativa, eu sabia que a justiça brasileira não ia ajudar muito, precisava fazer alguma coisa, eu tinha dinheiro, podia fazer a justiça eu mesmo.

- Alex, não vou gastar o dinheiro tentando fazer a justiça funcionar, vou fazer nossa justiça, me leve até os papéis que preciso assinar, quero o dinheiro em minhas mãos! – eu disse pegando em sua mão

- Então vamos voltar pra São Paulo – ele disse levantando a cabeça.

Passamos o resto da noite tomando café, Alex me contou sobre o que tinha acontecido nos 3 anos após a morte dos meus pais, sobre como ele se tornou um fugitivo das pessoas que mataram não somente o meu pai, mas como toda a diretoria da empresa, ele contou o quão horrível foi a perseguição a cada um dos membros, e como mataram um a um, enquanto ele me contava tudo aquilo, meu ódio crescia cada vez mais, em alguns momentos a raiva era tanta que eu suava frio tremendo, passei esse tempo todo enganado, mas agora era hora de voltar.

No outro dia de manhã acordei e fui até a sala, com a luz do dia pude observar a casa melhor, era uma cabana bem precária, na sala tinham somente uma mesa com duas cadeiras, um pequeno fogão a lenha no canto, e os dois quartos, a porta da frente estava aberta e vi que não tinha vizinhança, porque estávamos no meio do mato, ouvi umas pancadas do lado de fora da casa, era Alex fechando a porta do bagageiro de uma caminhonete velha

- que bom que você acordou – ele disse se virando pra mim e me deixando paralisado, Alex era branco, tinha um corpo definido e se parecia com um daqueles modelos de comercial de perfume, tinha cabelos loiros e olhos azuis, não tinha notado tudo isso na noite passada, provavelmente porque simplesmente não conseguia pensar direito em nada alem de morte e vingança

- é... que bom...vamos pro Brasil ainda hoje? - perguntei

- vamos agora! – ele disse vestindo a blusa

- não vamos escovar os dentes? nem comer nada? – perguntei confuso

- só tenho algumas frutas no carro, infelizmente não tenho tido dinheiro pra comprar pasta de dente ultimamente – ele disse fazendo bico igual o meu pai fazia, o que me fez sorrir

- o que foi? – ele perguntou sorrindo

- nada... esse bico... – eu disse rindo

- sim, seu pai aprendeu comigo kkkk – ele respondeu sorrinho – vamos lá, podemos chegar em São Paulo no final da noite

- é seguro? – eu perguntei acompanhado ele até o carro

- sim, desde que você não saia do carro – ele disse entrando no carro e eu logo em seguida

Viajamos durante toda a manhã, atravessamos a fronteira as 5 hrs da tarde e chegamos em São Paulo as 21 hrs da noite, ele dirigia por aquelas ruas cheias de carros e eu observava como a cidade tinha mudado durante aqueles anos, havia uma ponte nova, linda e iluminada, as pessoas pareciam correr mais, a cidade parecia mais viva do que nunca, fomos até a zona sul, e la ele parou em uma rua afastada e pegou um celular debaixo do banco do motorista, discou um numero e ficou esperando atenderem

- ....

- oi, sou eu, o Alex, podemos começar o processo, porém vamos mudar de planos, mas estou aqui na frente esperando os papéis – ele disse sorrindo

-.....

- tudo bem, estou esperando – ele disse e desligou, virou pra mim com um sorriso lindo no rosto e bagunçou meu cabelo – nem acredito que você vai assinar esses papéis...

- kkkk que animação – eu respondi batendo em sua mão

Esperamos alguns minutos e logo o Alex ficou alerta

- Olha lá – ele disse apontando pra uma janela, onde uma luz piscava – é o sinal, fica aqui no carro que eu já volto

- tudo bem – eu respondi e ele desceu do carro, pegou uma lanterna no pára-lama do pneu e fez o mesmo sinal na direção da janela, logo uma pessoa encapuzada saiu de um beco correndo e se aproximou dele, eles conversaram, a pessoa entregou um envelope pra ele e ele voltou pro carro ainda sorrindo, ele deu partida no carro, e a pessoa ia se afastar mas parou e olhou na direção da entrada da rua, voltou correndo na direção do nosso carro e bateu varias vezes no capô

- SAI DAQUI AGORA! – era uma voz feminina

Logo em seguida foram disparados tiros na direção do carro, a mulher sacou uma arma e começou a atirar na direção de motoqueiros que vinham em nossa direção, Alex começou a dar ré no carro em alta velocidade, enquanto varias pessoas encapuzadas começaram a sair correndo do mesmo beco que a mulher tinha saído, os motoqueiros largaram as motos e trocavam tiro com aquela gente encapuzada, Alex finalmente chegou na avenida e enfiou nossa caminhonete em meio ao transito intenso

Comentários

Há 5 comentários.

Por samusam em 2014-11-17 19:02:01
tenso demais. Começou uma verdadeira corrida pela herança. aguardando novas emoções nesse conto que está incrível.
Por Fleur em 2014-11-17 10:46:25
Continua logo, gosto dessa adrenalina, seu conto é ótimo.
Por Fagner em 2014-11-17 08:20:30
Nossa, essa cena da fuga em alta velocidade ficou perfeita..... Eu amo isso...rsrs Está ficando cada vez melhor, parabéns... Acho tão interessante, o fato dele querer vingança e não saber nem por onde começar.....isso é muito legal.... Ansioso ....😲😲😏
Por Anderson P em 2014-11-17 01:59:41
Muito bom, continua logo.
Por indieboy em 2014-11-17 00:33:44
muito bom, continua.