Capitulo I

Conto de JJ como (Seguir)

Parte da série Eu voltei, e quero vingança.

Não quero que achem que é mais uma história cheia de amor e romance, isso ira acontecer na hora certa, mas é algo diferente, hoje quando comecei a escrever, procurei trazer uma história que expressasse a quantidade de idéias que surgem na minha cabeça diariamente.

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“Dizem que presenciar uma morte é como perder todos os sentimentos e sentidos por alguns segundos, é o mais próximos que chegamos do que vamos sentir após a nossa própria morte”

Eu tinha 15 anos, estava dentro do carro deitado no banco de trás, olhando pra rua cheia de gente, meu pai dirigia no banco da frente com minha mãe ao seu lado, a comitiva nos seguia, dois carros com a segurança e um carro com os assessores e assistentes do meu pai; depois de 6 meses sem ver meu pai, íamos passar um final de semana juntos em um hotel no litoral de Santa Catarina, a comitiva iria nos seguir até a saída da cidade e quando pegássemos a rodovia, iríamos ser mais uma família comum viajando na estrada, longe de todas as coisas relacionadas a empresa do meu pai que nos obrigava a viver uma vida cheia de protocolos de segurança e aparência.

Estávamos chegando à saída da cidade, a comitiva desviou de caminho e meu pai ficou confuso, e ligou para o carro da assistência

- Marta, por que os seguranças estão voltando pra cidade? – ele perguntou a sua secretaria

- Desculpe, os seguranças que nos esperavam no pedágio da divisa da cidade não estão respondendo o rádio, achamos melhor voltarmos pro prédio

- Mas Marta, já planejei todo o cronograma, se não sairmos da cidade hoje de manhã, só vamos chegar em Floripa amanhã... – ele disse

- Posso pedir pra que o helicóptero venha pra cidade hoje à tarde – ela sugeriu

- Tem certeza que é realmente necessário o esquema de segurança no pedágio? É só uma viagem de carro, ninguém vai morrer – meu pai perguntou

- Senhor, são recomendações do seu diretor de segurança, mas se o senhor preferir podemos acompanhar o senhor até o pedágio – ela respondeu, meu pai olhou pra mim, e depois pra minha mãe, vi ela balançar a cabeça em movimento negativo

- Não... tudo bem Marta, chame o helicóptero, vamos sair as 3:30 – ele pediu

- Tudo bem, acerto os detalhes quando chegarmos ao prédio, o senhor deseja algo mais? – ela perguntou

- Não, obrigado Marta – ele disse desligando a ligação, percebi que minha mãe tinha mudado de feição, parecia preocupada com alguma coisa, meu pai continuava tranqüilo, assim que paramos em um semáforo ele se virou sorrindo e me cutucou

- Hey! Não dorme não hein – ele disse me cutucando e rindo

- eu to acordado - eu disse rindo tentando afastar o dedo dele

-A gente vai voando dessa vez – ele disse fazendo bico

- é eu ouvi... – eu disse imitando o bico dele – queria ir de carro

- também queria, mas na volta a gente vem de carro e passa naquele restaurante de estrada que sua mãe gosta – ele disse virando pra minha mãe e sorrindo

- é... – minha mãe disse e sorriu sem graça

O semáforo abriu e continuamos indo em direção ao prédio onde morávamos, quando chegamos, subimos e eu fui direto pro meu quarto pra pegar umas coisas que eu tinha esquecido, refiz minha mala, e deitei na cama, eram 10:00 da manhã então decidi deitar e dormir um pouco até a hora do almoço; acordei por volta do meio dia, peguei minha mala e deixei na sala pra que a secretaria pegasse quando saíssemos, como já tava na hora do almoço, fui pra outra sala ver se já tinham posto a mesa, antes mesmo de chegar perto da porta, ouvi meus pais discutindo e decidi voltar pro quarto; mas uma coisa que minha mãe falou me assustou e me fez ficar ali atrás da porta ouvindo

- você vai ter que pedir o avião! Não vou naquele helicóptero voando baixo e correndo o risco de morrer e matar meu filho também – ela dizia baixo mais em um tom nervoso

- Fernanda ninguém vai morrer, você fica com todo esse medo, parece que não confia em mim, não confia na Marta, você vive com medo de tudo! – meu pai respondeu com o mesmo tom de voz

- e não é pra ta com medo? Você sabe que aquela gente cumpre o que promete! Rodrigo, a gente não ta lidando com gente pequena, eles já avisaram que querem você aqui na cidade, se você continuar desafiando, eles vão te tirar do caminho deles, e alem de te matar, matam a mim e ao teu filho também seu egoísta! – ela parecia ter começado a chorar, depois disso eles ficaram em silêncio, quando olhei pela brecha da porta, meu pai abraçava ela e ela chorava, aquilo alem de me assustar, me deixou preocupado com meus pais, bati na porta e eles se soltaram, minha mãe virou de costas e meu pai se virou pra mim sorrindo, eu sorri e me sentei na mesa com os dois, minha mãe continuou calada, meu pai mexia no celular, acho que pra evitar participar do clima tenso que tava na mesa, logo serviram o almoço e nós nos arrumamos pra sair, durante todo esse tempo, meus pais se falavam somente pro necessário, Marta estava sempre ao lado do meu pai, conversando com ele, descemos pra garagem, entramos nos carros e fomos em direção a base aérea da cidade.

Minha mãe decidiu ir em um carro independente com o uma das empregadas la de casa que era amiga dela, e Marta veio no carro do meu pai com a gente, o tempo todo os dois conversavam sobre coisas do escritório da empresa, eram dados, informações e um bla bla bla que eu não entendia, coloquei meus fones e dormi

Acordei com o carro parando, nós estávamos na portaria da base, o primeiro carro da comitiva se identificou e nós entramos, seguimos direto pro pátio onde o helicóptero estava, de longe eu já vi varias pessoas envolta do helicóptero e aos poucos fomos parando, antes que saíssemos do carro Marta ligou pro carro da segurança pelo seu celular

- Podemos sair? – ela perguntou

-....

- Por que? – ela questionou quem tava falando com ela

-....

- tudo bem – ela desligou o celular

- Temos que esperar alguns minutos aqui no carro, vou ligar pra Dna. Fernanda e avisar – ela disse ligando pra minha mãe que estava no carro de trás e avisando.

Já se passavam 20 minutos meu pai continuava conversando com Marta, la fora os seguranças continuavam todos apostos, olhei pela janela e vi minha mãe sair do carro e passar pela minha janela, ela bateu na janela do meu pai pra que ele abrisse, eu estava com os fones de ouvido e tinha começado uma música que eu já tinha enjoado, peguei meu celular no bolso e desbloqueei, quando eu ia passar de música, ouvi um barulho alto e algo molhou meu rosto, Marta deu um grito e se jogou na frente do meu pai, os vidros do carro fecharam e vários seguranças cercaram o carro, eu tirei os meus fones e meu pai gritava chorando e Marta também, logo em seguida os barulhos continuaram, eram tiros, alguns contra o carro, Marta olhou em minha direção e me jogou um pano preto

- Entra debaixo do banco e se cobre com isso! – ela gritou

Eu estava em pânico, ela fez uma ligação do radio pra um dos seguranças

- Quero cobertura no carro 3! Agora! – ela gritou

-.... – sem resposta

Olhei pela janela e vi vários homens do nosso esquema de segurança matando uns aos outros a tiros, aquilo me assustou, me deixou em pânico, virei pro meu pai, e ele apoiava a cabeça no banco do carro olhando pra cima e chorando em pânico paralisado, Marta estava praticamente sobre seu colo, tentando ligar o carro

O painel do carro tinha sangue e o vidro da janela onde eu estava antes estava cheia de sangue também, comecei a gritar e chorar e passei uma das mãos em meu rosto, percebi que também tinha sangue e comecei a me perguntar onde estava minha mãe, eu só sabia gritar, Marta continuava tentando ligar o carro que não ligava e de repente deram uma pancada forte no carro, cercaram o carro e começaram a atirar nas janelas e na lataria, o carro ela blindado, mas não ia agüentar aquela quantidade de tiros.

Os tiros cessaram e logo em seguida quebraram o vidro da janela do meu pai com alguma coisa, coloquei o cobertor na cara e entrei debaixo do banco, ouvi gritos do meu pai e vários tiros, Marta chorava e gritava pedindo “por favor” repetidamente, logo em seguida deram outros tiros e eu não ouvi mais Marta gritar, eu mordi parte do cobertor e chorei em silêncio com os olhos fechados, ouvi uma gritaria do lado de fora, um barulho de sirenes, e do helicóptero levantando vôo, achei que tudo tinha acabado e sai de debaixo do banco, naquele momento, quando vi a situação em que deixaram Marta e meu pai, senti todo o meu corpo formigar, eu queria gritar e nada saia, eu chorava em silêncio, gritava sem emitir nenhum som, todo o carro tinha sangue, eu na conseguia ver o rosto do meu pai, tudo fazia muito barulho, eu ouvia gritos desesperados e não tinha mais ninguém nem dentro do carro e nem envolta.

Vi luzes azuis piscando do lado de fora, eu estava vendo tudo em borrões, vi alguém segurar meu braço, meus olhos começaram a doer, senti uma dor de cabeça muito forte e tudo escureceu...

Comentários

Há 2 comentários.

Por Fleur em 2014-11-17 10:27:16
Desculpa eu esquece o nome de um outro conto seu, mas vc é o autor da história do júnior e David, se for eu amei a sua história se não for desculpa eu ter me enganado. Mas vou te acompanhar.
Por indieboy em 2014-11-16 03:23:41
Adorei ❤ !!!! vou acompanhar, não demore para postar o próximo!