O namorado da minha amiga 48

Parte da série O namorado da minha amiga 01

Destarte não cabia condenação qual fosse. Penso que não, o passado se foi, o futuro tão somente de promessa se trata o que importa é o que temos agora e esse momento não poderia ter outro nome que não fosse “presente” pois é na dádiva do momento em que se vive que se pode decidir entre ser feliz ou remoer o passado ou mesmo ter ilusões sobre o futuro. ele sorriu e me ajudou a embalar as coisas.

Pode parecer superficial meu interesse sobre quais motivos levaram meu pai a agir como agiu, mas terá lugar no presente indagações ou julgamentos? Acho que não quero saber dessa história e creio que mais vale o que ele tem sido para mim todos esses anos.

Mesmo que desejasse eu não poderia deixar de amar esse homem que para mim jamais será outra coisa que um exemplo do que se pode ser de melhor. Sei que ele tem defeitos, mas também os tenho, sei que ele pode ter sido covarde, mas há momentos em que também sou, contudo, não posso apagar os momentos de felicidade que tivemos juntos e continuarei amando a meu pai.

Voltei à sala e disse a ambos “Bom, espero uma visita de vocês à minha casa”. “Sua casa? Onde você está instalado? Não precisa sair correndo daqui” Disse meu pai que foi acalmado por minha mãe que disse, que eu seria sempre bem-vindo quando quisesse voltar o visitar e completou “Você e Marcello”.

Acho que as mães são seres abnegados que nos conhecem desde a mais tenra infância. “Pai, eu o amo e nada mudará entre nós” disse a ele que se desculpou mais uma vez. “Não lamente, não se desculpe, você foi o melhor pai que eu poderia desejar, obrigado” Eu disse e o beijei seu rosto e o de minha mãe. Despedimos-nos de ambos e quando subi na moto os vi na sacada. Minha mãe acenou. De volta à casa conversei longamente com Marcello sobre tudo aquilo e ele me disse que estivesse tranquilo que estaria ao meu lado.

Ainda não sei como devo me dirigir a Artemísia, nem quando. Ela volta para Portugal em alguns dias onde foi morar faz alguns anos. Sei que se casou, há algum tempo com um português, e lá foi viver. Realmente não sei como lidar com isso, mas deixei que o tempo conduza da forma mais adequada, manteremos contato e dela quero saber mais, mas não quero magoar Dona Carmen que foi a mãe por quem aprendi a sentir amor. Com relação aos meus sentimentos, não me peçam razões, não as tenho. Está tudo aceso dentro de mim.

Olhando cada detalhe, já em minha casa, uma profusão de sentimentos me assaltava. Divagava olhando por sobre a floreira da janela, tentava entender o tamanho de tudo que me havia ocorrido quando senti o abraço quente de Marcello em volta da minha cintura, que descalço e sem camisa, só de jeans, parecia um menino de tão feliz que estava. “pensando em que meu amor?” ele me perguntou ao que respondi que era sobre minha vida e como as coisas seriam de ora em diante.

“Serão como tiverem de ser, porém agora do meu lado” ele disse e completou “Sabe, Claudinho, eu posso fazer uma ideia distante do que passa contigo, o seu mundo não é mais o mesmo de meses atrás, mas entenda que todas essas dores o tornaram um homem muito maior do que aquele que quando conheci já era imenso”. “Deus me faça merecedor de ao menos à terça parte da imagem que você faz de mim, Marcello” disse a ele em resposta.

“Somos maiores que imaginamos esteja certo Claudinho e eu tenho aprendido tanto ao seu lado, me tornei mais eu, hoje sei bem quem sou e o que quero e isso só ocorreu porque nossos caminhos se tocaram” Ele disse a mim, na verdade sou eu quem mais aprendeu com esse homem chamado Marcello a quem aprendi a amar para além de coisas outras muitas. Dormimos abraçados e durante a noite acordei, olhei ao redor e vi Marcello dormindo, com a boca aberta, hihihi, achei lindo, ainda nem entendo que tenho uma casa e que Marcello vive nela comigo.

Na manhã do dia seguinte arrumamos algumas coisas, casa nova dá um trabalho. Instalamos varal de janela, de teto, esperamos o rapaz do box do banheiro. Penduramos quadros e compramos mais coisas. Santo Cristo quanta coisa é necessária para montar uma casinha, hihihi.

Nossa primeira visita foi Guto, ele nos trouxe um jogo de jantar, Veio acompanhado de Heitor que nos deu um conjunto de toalhas bordado com “C & M” achei muito fofo, embora engraçado. Eles estão se conhecendo. Marcello comentou que Guto está mais calmo mesmo e que esse rapaz o faz ser mais tranquilo.

“Vieram para o nosso Chá-de-casa-nova?” Marcelo perguntou rindo ao que Gutinho respondeu que não entendia essas expressões. Disse que chá-de-casa-nova lembrava gosto de tinta fresca assim como ficava horrorizado quando era convidado para um chá-de-bebê hihihi Entendi o que ele dizia e imaginei canibais servindo chá feito com uma criança hihihi “humor negro” hihihi.

“Pior deve ser o sabor do chá-de-panela” disse rindo “imaginem o gosto de alumínio!” hihihi ele completou hihihi Ficamos dizendo bobagens assim hihihi. “Qual o pior chá que já tomou?” perguntou-me Guto rindo ao que respondi que era chá-de-cadeira hihihi. “Eu vou preparar nosso almoço porque se eu ficar aqui com vocês não sai nada” disse-nos Marcello rindo, mas da cozinha ele gritou “Gutão, encontre uma escada” Guto perguntou inocentemente para quê, daí Marcello respondeu que ia preparar um peixe-na-tela hihihi Pode? “Só se for com manteiga de garrafa” disse Gutinho rindo. “A não, a última vez que comi isso cortei a boca toda” respondeu Marcello rindo hihihi esses dois são muito bobos mesmo. hihihi

Enquanto Marcello pilotava o preparo do almoço conversando com Heitor que pelo que Guto disse também cozinha muito bem, Conversávamos Gutinho e eu na sala, ele quis saber como eu estava e como minha família havia reagido, estava preocupado, mas eu o tranquilizei.

“Guto, minha irmã não disse aos meus pais que gostava de um rapaz e que com ele se casaria, ela não se declarou heterossexual, ponderei a cerca de me declarar o que fosse. Concluí que uma vez que procuro ser o melhor filho possível o que tange a minha vida pessoal só a mim diz respeito, é de foro íntimo. Sei que talvez não aceitem, mas não vou esperar a aceitação de quem quer que seja para ser feliz. Seria irresponsável entregar a outra pessoa o poder de me fazer feliz isso é assunto meu." Disse a Guto. (Num é que ele está homo hahahaha - Jhoen)

Imaginei dizer aos meus pais, sei lá, comunicar, não sei. Mas pensei que sou um homem adulto e minha vida sou eu quem dirige. Sei que pode ser constrangedor para eles ter um filho de natureza diferente que os demais pais, eu os entendo, todos queremos ser desejados e fazermos parte da maioria, mas não vou expor minha conduta ao ridículo, porém não vou me esconder. Contudo vou levar uma vida discreta como sempre fiz.

Héteros levam vidas discretas, porque eu não posso também? Quero que vejam meu caráter antes de considerarem coisas outras. Estou sabendo bem o que enfrentarei, mas tudo tem um preço também sei. Eu amo meus pais, e sua aceitação é importante para mim, mas não necessária. “Não posso mudar a cabeça das pessoas, mas posso respeitá-las e entende-las, todavia posso pedir respeito sim” Guto sorriu e concordou.

Marcello nos chamou para comer.

O resto do dia foi de conversas agradáveis, vinho, partidas de xadrez nossa música of montreal, the killers, klaxons e arcade fire. “this is your moment, Cláudio, Neighborhood, for you, think about what it means” Disse-me Gutinho, já pra lá de Bragadá colocando essa canção do Arcade Fire para mim. A música é essa aqui e realmente tem haver com esse meu momento: Particularmente essa interpretação, para mim é primorosa.

http://www.youtube.com/watch?v=3vMjM7FKjIg&feature=related

*Fim de ano*

Na manhã do dia 30 de dezembro Marcello e eu acordamos e saímos para nossa corrida matinal. Depois de tomarmos nossa ducha ao retornarmos eu o chamei para entregar o presente que comprei para nós dois, um presente de final de ano e para comemorar nossa nova vida juntos.

Não foi um ano fácil e concluí que merecíamos. Pensei em algo que ficasse para sempre na memória de Marcello e resolvi fazer-lhe uma surpresa.

“Passagens para Sampa? Claudinho não precisava” Agradeceu sorrindo. “Não se preocupe que tudo foi financiado e parcelado em longas prestações hihihi” Disse a ele para que não se preocupasse hihihi. Amo a Visa hihihi.

Marcello me abraçou e passamos o resto do dia organizando mais coisas ufa, e as malas.

Na manhã do dia trinta e um, Guto veio nos apanhar cedo, para nos levar ao aeroporto. A moto de Marcello ficaria na casa dele. Passamos rapidamente na casa dos meus pais e me despedi deles, Cláudia lá estava, eu a cumprimentei com um aceno rápido. “Vai viajar?” ela me perguntou. Respondi que sim, mas não entrei em detalhes. “Boa viagem” (AHAM SENTA LÁ, CLÁUDIA!! - Jhoen) Ela me disse e isso soou tão estranho, agradeci a gentileza e notei que ela havia chorado, pobre Cláudia, queria vê-la sorrindo ou mesmo estressada, mas não como ela está, a imagem da derrota, seu divórcio a tem consumido e não sei como ajuda-la, Aurélio pediu a guarda da filha e isso a tem deixado mal.

Passamos na casa dos pais de Marcello e marcamos um jantar em nossa casa quando de nosso retorno. No aeroporto, na hora de embarcarmos abraçamos Guto que nos disse para que aproveitássemos e que fôssemos muito felizes. “Obrigado por você haver feito Marcello feliz como ele está agora” Sorri e dei um beijo em sua testa, um agente de proteção ficou nos observando, mas o ignorei.

*O cruzeiro.*

Depois de 1h30min aproximadamente, aterrávamos em Sampa, Marcello adora essa cidade e faz planos de vivermos lá.

Mas quando chegamos, ao entrarmos no táxi ele levou um susto quando eu dei a direção ao condutor “O que vamos fazer em Santos?” ele perguntou. Hihihi Espere e verá. Durante o trajeto ele fez mil especulações e quis saber, mas eu não disse nada hihihi.

Quando chegamos perto de onde eu queria, pedi que ele fechasse os olhos e o vendei. Ao chegarmos ao porto eu retirei a venda. “Voilá,” eu disse a ele. E completei “O presente que preparei para nós dois nesse final de ano foi um cruzeiro. Eu sei que você sempre quis e eu nunca havia estado em um navio também, faz uns meses descobri uma promoção daí eu pensei que gostaria.” Marcello me deu um abraço dizendo que eu havia armado a maior surpresa da vida dele e realmente foi mágico aquele instante, eu não sabia nem por onde entrar no navio hihihi.

Fomos conduzidos pelos agentes até nossa cabine e Marcello pareceu um menino todo o tempo. Vou pagar com gosto cada centavo desta viagem hihihi. Daria meus olhos para ver novamente a felicidade do meu Cello quando entrou na nossa cabine. Ele pulava sobre a cama feito criança. Exploramos cada centímetro do quarto, apertamos todos os botões hihihi, Acho que nunca estivemos tão felizes. “Claudinhoooo venha aqui” gritou Marcello do banheiro.

Descubrimos que nosso quarto tinha banheira, hihihi. A enchemos d`água e pulamos nela de roupa e tudo. O pacote não incluía isso, mas pensei, vamos aproveitar até descobrirem que nos acomodaram no quarto errado hihihi. Não descobriram hihihi.

Tomamos nosso banho para tirar o pó da estrada e dormimos um pouco para nos prepararmos para o baile da virada. O pacote incluía um brinde, fantasias para o baile. Pedi que Marcello escolhesse as nossas enquanto eu tentava fazer contato com meus pais e tentava uma conexão wireless no notebook.

Ele retornou trazendo minha fantasia, escolheu a de anjo, hihihi um par de asas, um sandália romana e uma bermudinha. “Marcello, eu vou apanhar um resfriado com isso” eu disse a ele que riu e explicou que o que havia sobrado era bailarina e lobisomem hihihi. Eu adaptei o smoking ao par de asas e ficou legal, trash, hihihi, mas com muita personalidade. Hihihi.

A fantasia de Marcello precisava de ajuste e enquanto não a entregavam resolvemos dar uma volta no navio. Descobrimos que nossos companheiros seriam, 70% de simpáticos aposentados, 20% de casais recém casados e 10% de outros, hihihi. Fizemos muitos amigos no salão de jogos, Jogamos bilhar com uns senhores muito simpáticos depois de nós o mais novo tinha 65 anos hihihi, uma delícia de ambiente, todos sorridentes e animados. O bom que há em pessoas nessa idades é que já entenderam que o importante é aproveitar cada momento.

Por volta das 21h levaram a fantasia de Marcello já ajustada. Santo Cristo, ele ficou o cowboy mais lindo do mundo. “assim eu vou te pedir em casamento” eu disse a ele sorrindo que me respondeu com um beijo. “Eu acho que descobri um fetiche, eu adoro ver você fantasiado de vaqueiro” hihihi eu disse a ele que se empolgou e começou a fazer os trejeitos de um legítimo peão de rodeio.

Aprendi que é possível apaixonar-se mais de uma vez pela mesma pessoa.

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OLÁ!! Tudo bem, espero que sim?

Estou vivo, gente eu estava com tempo de sobra e do nada foi piorando hahahaha. Estou feliz por estar aparecendo mais pessoas estarem lendo e outras seguindo o conto. Por um lado foi bom ter dado uma pausa heuheuheuheu.

O próximo conto não sei quando vai sair e será uma notícia ruim.

O seu leitor português: Isso lá é pseudônimo de se colocar? "Sofrido"? Pode dar um jeito de colocar outro, tipo "Alegre" "Sofrido_Alegre" ou "Satisfeito" etc hahahaha. Se sua vontade nem que seja um pouco maior do que a não querer saber do seu pai, tende procurá - lo, mesmo que você quebre a cara e ele não seja o que pensastes. E outra, está quase ingressando a universidade é bom estar pronto para sair da indecisão pois terás decidir algo e meio termos não valem nada. Boa sorte!

E aos demais obrigado por lerem. E boa sorte para aqueles que estão na conquista, né Niel152 hahahaha.

Até breve!

Comentários

Há 3 comentários.

Por FancisG. em 2013-09-10 09:45:19
Estou louco de saudades. Volta, por favor. Eu amei tudo. Este conto é lindo assim como o amor deles dois. ass: o seu leitor português
Por Ton em 2013-07-30 00:53:55
Você escreve de uma forma clássica, muito bonita por sinal. Lendo esse conto seu me fez me sentir melhor, estou passando por algo similar. A diferença é que não tenho um Marcelo ao meu lado, nem amigos, já que sou um tanto seletivo e os que tenho moram longe (isso mesmo, me mudei para sampa, e como disse sou difícil para fazer amizades :( ), ah! meu irmão também não é como a Claudia, nós matariamos, e não moro com meus pais desde os 15, sempre optei por estudar em outros estados por conta da "independência" e "maior liberdade." Enfim, ainda tenho 20 anos, sou novo e quem sabe o meu Marcelo não esteja na faculdade (espero passar logo, louco para cursar medicina, é minha vocação hahaha). PS: Acho que vou aproveitar os poucos cacos que me restam e vou sair de narnia (armário) e assumir minha bassexualidade, assim os amigos que forem sendo formados sejam pessoas com preconceito zero! e muito, mais muito amor ao próximo :)
Por sofrido em 2013-07-29 18:20:54
Que bom que vc voltou. pensei que vc tivesse desistido do conto ou que tivesse acabado e eu n percebi. Ainda n li mas lerei, prometo. amo este conto. quanto ao meu pseudônimo, eu arrependi-me no momento a seguir a por. Queria algo que n fosse um nome e foi o primeiro que surgiu. queria mudar mas n sei como :(. Senti mesmo falta do seu conto, de escrever um monte e de ver as suas respostas :D. Agora tenho andado ocupado apesar de estar de férias. O meu primo está aqui comigo, ele n sabe que sou gay ou bi, ou o que seja. por isso só vim mesmo dizer que lerei e que estou a acompanhar. Quando ele for embora, eu volto e leio espero que nessa altura já tenha mais capítulos. Amo este conto. Estou a escrever muito rápido para n ser apanhado por ele dai os possíveis erros. Continue a história que eu voltarei e olhe só para o nome com que assino e esqueça o "sofrido. Abraço grande e estou muito feliz que tenha voltado. Obrigado. Ass: O seu leitor português