Capítulo um

Parte da série Apartamento

PEDRO:

Era um dia claro e revigorante, o Sol imperando a pino e o céu azul-celeste raiado de nuvens cândidas que se indefinia sobre a procissão de edifícios que se erguiam no centro de Belo Horizonte.

Pedro olhou meticulosamente para o endereço no papel amarfanhado em suas mãos. Depois de ver-se completamente absorto a lembranças referentes à trajetória que o levou a estar ali, ele adentrou a portaria de vidro, entrou no elevador e viu-se subindo andares entremeio a pensamentos que surgiam em cadência. Ah, agora sim era sua vez! Arrumaria um emprego e iria estudar o tanto quanto um ser humano fosse capaz de suportar; mas, com o tempo, o ser humano é capaz de se acostumar até mesmo com a dor, então, esboçando um sorriso simbólico, Pedro não negou a satisfação concernente ao fato de que iria ajudar a sua família ao passo gradual que construía um futuro próspero para si.

Ele bateu de leve na porta e depois de transcorridos alguns segundos, um jovem de cabelos que batiam até os ombros, a tez branca e forte abriu a porta.

– Você é o Dênis? – perguntou o homem que recepcionou Pedro.

– Não, não. Sou o Pedro. E você é o Anderson, o proprietário do apartamento?

– Sim, cara, esse sou eu.

Os dois entraram e Pedro pôs-se a observar o lugar aonde viria a residir durante os próximos anos. A sala era consideravelmente organizada com uma estante apinhada de livros e outros adornos, uma raque sustentando um aparelho de som, DVD e uma televisão de tela plana. Também haviam dois sofás e uma mesinha de centro sobre um tapete largo e felpudo.

– Aquela ali é a cozinha – indicou Anderson –, o banheiro fica no final do corredor onde estão os quartos, bem ali.

Anderson levou Pedro até o seu quarto. Não era um cômodo muito grande. Havia uma cama de casal flanqueada por dois criados-mudos, um guarda-roupa e uma escrivaninha.

– Ah, vou precisar trocar a lâmpada – anunciou Anderson –, pois essa aí queimou. Amanhã eu faço isso pra você, ok?

Pedro assentiu com a cabeça, deixou suas malas e retornou à sala acompanhado por Anderson.

– Você é da cidade mesmo? – Pedro perguntou após sentar-se diante de Anderson.

– Não – respondeu o outro. – Sou de Guarapari, Espírito Santo. Vim pra cá ano passado. E você, é de onde?

– Governador Valadares.

– Sério, você é de lá? – perguntou Anderson com uma súbita exaltação de ânimo.

– Sim – respondeu Pedro com certo receio em virtude da reação de Anderson. – Mas por que você ficou desse jeito?

– Bom, é porque tinha um cara que tava morando aqui e ele era de Governador Valadares. Eu confiava muito nele, muito mesmo, mas depois eu descobri que ele era veado e tive que expulsá-lo.

Pedro ficou em inércia. Como assim o expulsou por que ele era veado, quer dizer, gay? Mas o próprio Pedro não admitia preconceito e não escondia o fato de ser homossexual. Então, para morar no apartamento de Anderson, ele teria que esconder isso, estigmatizando suas ideias e fundamentos concernente ao que era?

– Entendo – Pedro viu-se obrigado a compactuar. A bem da verdade é que ele precisava se formar em uma boa faculdade, mas não conhecia ninguém em Belo Horizonte. Era uma cidade grande e inóspita para os desavisados. Por meio de um amigo descobriu que Anderson estava dividindo o apartamento com mais dois rapazes.

– E o pior de tudo é que a bichinha deu em cima de mim. Após uma sessão de socos que quase o levou para o hospital, eu o expulsei. Mas como você descobriu mesmo que eu estava dividindo o apartamento?

Anderson precisou estalar os dedos para que Pedro abandonasse a letargia.

– Ah, bem, um amigo meu que morava aqui em BH me falou que havia visto um anúncio seu em um jornal. Ele me passou o telefone e aqui estou eu. Mas ainda falta mais alguém? O Dênis, não?

– Sim. Mas ele deve demorar. Se entendi direito, mora longe.

DÊNIS:

Dênis caminhava pela rua calcetada de basaltos com uma mochila pendendo em seu ombro e segurando, em uma de suas mãos, uma mala. Não era a primeira vez que passava por ali, mas decerto seria a última. Com um ar de desdém publicado distintamente em seu semblante belo e arrogante, o rapaz alto e robusto, a tez morena e olhos verde-folha-seca seguiu ereto em uma postura que indicava desprezo, passando pelas casas sem reboco e de telhas ordinárias que ladeavam calçadas raiadas de rachaduras e com saliências que as tornavam verdadeiros montículos de concreto.

Seu semblante desdenhoso se acentuava ainda mais quando lotes largos surgiam expondo o mato e a hera crescendo livre e espontânea, abrigando uma profusão dos mais asquerosos insetos. E o cheio putrefato de lixo acumulado há anos empestava o ar, engastando no oxigênio que entrava em seus pulmões e fluía pelo seu sangue, direcionando abarcar cada célula do seu corpo.

Com os seus dezenove anos, Dênis não se intitulava o estereótipo do rapaz humilde que estava prestes a ingressar em uma faculdade para ajudar a mãe e melhorar de vida. Claro que não. Ele era um jovem de exaltado e meticuloso cavalheirismo quando lhe convinha; suas ambições estavam incrustadas antes de qualquer coisa ou alguém; e o êxito, em sua nada modesta opinião, viria com a derrota alheia e o destronar de qualquer um que ousasse a entrar em seu caminho.

Há meses ele vinha planejando detalhe por detalhe, pormenor por pormenor, a viela linear que o levaria a alcançar o seu objetivo, ou objetivos, frisando o plural que tanto o fascinava a ser mais um dos ávidos consumistas dessa sociedade capitalista, monopolizadora e alienadora em que vivia. Entretanto, para isso, teria que residir em um apartamento com mais dois rapazes, se tornar o primeiro da turma e fisgar, isso mesmo, fisgar a vítima que o levaria a aristocracia, ao topo, ao sucesso que iria ecoar pelos anos de deleites que estavam por vir. Ele não negava que poderia ser um tanto difícil concretizar os seus planos, todavia.

Sentado no ponto de ônibus que o arrancaria daquela maldita cidade, os supracitados pensamentos reboavam por sua cabeça de uma forma tão satisfatória, que seus olhos cintilavam e sorrisos emblemáticos ornamentavam o seu rosto, tornando-o deliberadamente mais belo e carismático, se é que possível.

O ônibus de lataria oxidada partiu e o levou daquela ruazinha sórdida daquele bairro repugnante em que vivia com sua mãe e padrasto. Campos de árvores tortuosas com um solo recamado por um opulento tapete de gramíneas surgiam por todas as direções que aquelas janelas marcadas de poeira permitiam enxergar. Uberaba já não concedia presença e depois de decorridas várias e várias horas, a Serra do Curral surgiu, moldando a grande Belo Horizonte e compondo forma a cidade que iria residir enquanto estudava; pois BH era uma migalha comparada à Nova York que viria a fazer sua pós-graduação e a Londres que, posteriormente, viria a residir.

Ainda na rodoviária de Belo Horizonte, Dênis pegou um táxi e após indicar o endereço com um breve complexo de junções silábicas, o motorista seguiu em direção a Avenida Olegário Maciel. Já era noite quando ele pagou o motorista, pegou suas malas e adentrou um edifício no bairro de Lourdes. O elevador fez um “tim” ao descerrar as portas e os seus passos provocavam um ruído abafado ao caminhar sobre um grosso carpete sem-graça que se estendia pelos corredores daquele andar.

Dênis não tinha a chave do apartamento. Ele precisaria bater até que... até que... Qual era mesmo o nome do dono do apartamento?

– Ah, é você. Cara, você demorou, hein!

Um jovem branco e de altura mediana o cumprimentou com um aperto de mãos e um sorriso largo no rosto evidenciando perfeitos dentes brancos. Seus cabelos eram castanhos e batiam nos ombros. Já sua fisionomia indicava alguns anos de malhação.

– Desculpe, mas é porque eu moro distante e...

– Cara, não se preocupa. Bem, entra logo.

Dênis entrou no apartamento, todavia ainda não havia se lembrado do nome do rapaz que há muito pouco cumprimentou. Entretanto ele não concedia importância a essa futilidade.

– Os quartos ficam naquele corredor, ali é a cozinha, só há um banheiro e, como você pode ver, esta é a sala – anunciou o rapaz.

– Está ótimo. Qual vai ser o meu quarto?

– Vou te levar.

Os dois seguiram e logo estacaram em um cômodo não muito grande, porém aconchegante com uma cama de casal acompanhada por criados-mudos, uma escrivaninha, um bergère e um guarda-roupa.

– Depois agente acerta sobre as despesas.

Houve o som de passos se aproximando e um jovem de uma alvura ebúrnea, altura mediana, olhos na cor azul-oceano e de cabelos vermelhos em tom perfeito de rubi aproximou-se de Dênis e Anderson.

– Você deve ser o Dênis. Chamo-me Pedro. Prazer.

Dênis e Pedro cumprimentaram-se com um aperto de mãos.

– Bom, galera. Apresentações feitas e como você foi o último a chegar, Dênis, faz o jantar. Primeira regra da casa.

PEDRO

Pedro era um misto de alegria e excitação! O rapaz pobre do interior agora vivia em uma cidade grande com sonhos explodindo como trovões ribombantes. Ele começaria o curso de medicina na UFMG e se formaria com mérito.

Enquanto organizava minunciosamente seus livros, roupas, forros de cama e demais coisas em seu quarto, vinha à sua mente uma sucessão de imagens pertencentes ao seu futuro. Ah, como sua mãe iria ficar orgulhosa! Teria um filho doutor! E o seu pai muito provavelmente compraria uma caixa de fogos de artifício e os soltaria com louvor, enunciando para a população de Governador Valadares que o filho seria um médico.

Pedro tinha dezoito anos. Ele era um rapaz de pele tão alva quanto se é possível, altura mediana, olhos profundamente azuis e de cabelos lisos e ruivos que costumava pentear para o lado. Mas a sua beleza e os seus traços angelicais, quase que delineados por um artista barroco, não era somente o que mais o definia. Ele era inteligente, na verdade, espantosamente inteligente; um gênio, muitos o definiriam. Quantas foram às vezes em que o seu nome foi mencionado como o melhor da escola? Quantas foram às vezes que ganhou olimpíadas de matemática e competições de português em virtude da sua facilidade de raciocinar como ninguém? Ele já fora até mesmo para Brasília representar a sua cidade em um discurso sobre o desenvolvimento verde e a sustentabilidade!

Entretanto, por mais que sua inteligência fosse, digamos, robusta, sua ingenuidade lhe marcava acentuadamente. Ele era um jovem bobo de sonhos tão altos quanto o Empire State; confiava até por demais nas pessoas; e, talvez o pior de tudo, se apaixonava com uma rapidez invejável a um maratonista olímpico. Não é necessário ressaltar que sofria por demasia por virtude disso.

Além do mais, Pedro era assumidamente gay, mas teria que esconder isso para permanecer no apartamento de Anderson, pelo menos por um tempo. Ele nada conhecia de Belo Horizonte e era um jovem em busca da concretização de seus sonhos. Mas, pelo visto, teria que enfrentar alguns problemas que começavam a se entrincheirarem.

Após arrumar todas as suas coisas, Pedro dirigiu-se à sala. Sentou-se no sofá e pôs-se a assistir TV em companhia de Anderson, já este apenas mantinha superficialmente os olhos na tela, pois sua atenção estava voltada para a pessoa com quem falava em seu celular.

Pedro volveu a cabeça em direção à cozinha. Lá estava Dênis, preparando o jantar. Como ele era bonito e ainda possuía um ar misterioso, emanando um enigma concernente a sua história. Ele parecia ser um homem de poucas palavras e suas palavras pareciam carregadas de desdém e ironia, quando exprimidas. O traçado dos seus lábios, a perfeição do seu rosto, aqueles olhos verde-folha-seca que contrastavam com o tom de sua pele. Ah, definitivamente ele era lindo!

– Você vai fazer Medicina, não é mesmo? – perguntou Anderson, guardando o celular no bolso de sua bermuda, sorrindo de orelha a orelha.

– Sim, eu vou. Começo semana que vem. E você?

– Faço administração e também começo semana que vem. E você, Dênis? – perguntou Anderson aos gritos.

Dênis aproximou-se com vagar, mas não ausentando o seu ar desdenhoso e uma sobrancelha ligeiramente arqueada.

– Engenharia civil. E o jantar está pronto. Não sou muito bom no ato de cozinhar, então preparei apenas um macarrão. Comam, se quiserem.

Sem mais nada a acrescentar, Dênis retirou-se para o seu quarto.

– Cara, ele é meio esquisito, não acha? – opinou Anderson.

– Um pouco – compactuou Pedro. – Vai ver ele é tímido e precisa se acostumar. Ele é de Uberaba, não é?

– Sim, ele é de lá – disse Anderson em resposta. – Então vão bora comer a gororoba porque eu tô morrendo de fome!

DÊNIS:

Dênis estava em seu quarto, deitado em sua cama. Não fazia muito tempo que ele estava naquele apartamento e já fora afrontado pelo proprietário. Sim, afrontado! Fazer o jantar porque havia sido o último a chegar? Isso era um ultraje! Mas, decerto, com o tempo ele iria mudar isso. Por certo mudaria.

Enquanto organizava suas coisas em seu armário, veio à sua mente a lembrança das pessoas que havia deixado para trás. Dênis vivia com sua mãe, mas simplesmente não conversava com ela há anos! Ele nunca a perdoou por ter acobertado o seu padrasto, mantendo-o dentro de casa e sem dar relevância ao “assunto”. E o “assunto” era que o padrasto de Dênis, todas as noites enquanto ele ainda era uma criança incapaz de defender-se, era vítima de pedofilia. Era comido pelo padrasto e a mãe fingia não saber unicamente por causa do dinheiro do marido que recebia mensalmente.

Olhando ao seu redor, lhe correu o pensamento de que não precisaria mais guardar rancor de algo pertencente ao passado. Não que Dênis fosse adepto as práticas cristãs de perdoar para ser perdoado. Claro que não. Ele apenas conservava a opinião de esquecer todos os abusos cometidos pelo seu padrasto e a inércia de sua mãe por consequência de que nada pertencente ao pretérito tinha mais importância.

Dênis iria adentrar em uma nova vida carregada de idealizações e concretizações. Mas precisava encontrar sua vítima. Ele era lindo, irrevogavelmente lindo, então não seria difícil encontrar o parceiro perfeito que iria lhe bancar pelos próximos anos. Havia o Pedro, ele era bonito, encantadoramente lindo, deve-se admitir, todavia não aparentava ter um tostão, sequer. E beleza não põe mesa, então tanto Pedro quanto o idiota do Anderson não entrariam no enredo que havia traçado anos atrás.

ANDERSON:

Anderson jantava de frente para Pedro em uma mesa de tampo de granito. O macarrão que Dênis havia feito estava horrível, no entanto Anderson não conseguia desanuviar aquele sorriso de criança delineado em seu rosto. E tudo em razão de estar com aquele anjinho barroco.

Mas Anderson escondia um segredo. Ele era gay, mas não aceitava o fato. E o que elevou o seu ódio a níveis transcendentais pela comunidade GSL foi porque Estefan, o cara que vivia até há pouco consigo, havia lhe traído. Sim, os dois estavam namorando. Escondidos, mas estavam engajados em um relacionamento. E por mais que ele estivesse confuso com o que estava acontecendo consigo, Anderson amava Estefan. Não obstante Estefan o traiu no seu próprio apartamento, e após dar uma sessão de socos e pontapés naquele que um dia confessou ter amado, Anderson ia acumulando o rancor e elevava o ódio ao cume de uma montanha do tamanho do Everest em virtude de ser gay. Pois ele não queria ser gay. Era nojento. Inaceitável. Abominável e imperdoável!

Entretanto o seu dogma havia se desestabilizado assim que correu os olhos naquela perfeição de traços, naquele ser que transmitia pureza, naquele homem com rostinho de menino.

– Anderson, você ligaria se eu...

–... Jogar fora? – completou Anderson, sorrindo. – Eu vou fazer o mesmo. Meu, o cara cozinha mal pra caralho!

Pedro não reprimiu sorrir e rir, ainda que de modo contido.

– Vai fazer o quê agora? – perguntou Anderson enquanto jogava o resto daquele macarrão nauseante na lixeira, raspando o prato.

– Bom, acho que ler. Mas você disse que não tem luz no meu quarto, não? Então, você se importaria se eu fosse pra sala?

– Claro que não. Bom, eu vou dormir, pois estou morrendo de sono – disse imitando um falso bocejo.

– Sorte sua. Estou tão ansioso que tenho certeza de que não vou conseguir pregar os olhos.

Desta vez foi Anderson que não reprimiu sorrir e rir.

– Boa noite, Pedro.

– Boa noite, Anderson.

Anderson se retirou para o seu quarto praticamente interligado a outra dimensão. Talvez a décima segunda dimensão, a qual ainda era desconhecida. Bem, por certo ele estava assim por causa da presença de Pedro. Era sem sombra de dúvidas estranho toda essa súbita sensação de euforia mesclada com agonia que lhe acometia. Ele não queria estar assim. Ou melhor, ele não queria mais ser assaltado por essa sensação de estar pairando sobre um campo de jasmins e begônias.

O que estava acontecendo com ele? Ele era macho! Gostava de mulheres! Deveria gostar de mulheres! Fora criado para gostar de mulheres! Não era possível que novamente esse pecado terrível houvesse incrustado em seu coração, fazendo-o desejar o anjo esculpido por um artista barroco. E o período barroco caía com harmonia, pois não era aquele caracterizado por uma atmosfera artística e cultural carregada de conflitos entre o espiritual e o temporal, entre o místico e o terreno?

Anderson estava deitado sobre a cama, rolando sobre o colchão, divagando. Ele estava tentando destruir o silogismo que o guiava a máxima de que ser gay é errado. Como ele conseguiria fugir desse sentimento tão... tão... tão sublime que cutilava o seu coração, fustigando até mesmo sua alma, pois alma, filosoficamente falando, é a que se atribuem, por necessidade de um princípio de unificação, as características essenciais à vida e ao pensamento, e que se define em oposição a corpo e, às vezes, a espírito, estando associadas à consideração da ideia de alma as questões da imortalidade, da personalidade, da individualidade, da consciência, com todas as implicações morais, religiosas e metafísicas que elas suscitam?

Anderson não conseguia dormir. O seu sono esvaiu-se. Ele se levantou com um pulo repentino e seguiu para a sala. Lá ele encontrou o indivíduo mais belo que já havia visto em toda sua vida. O rapaz branquinho como látex, de cabelos vermelhos como rubis dissolvidos e olhos azuis como o mar estava deitado no sofá, lendo um livro grande e grosso.

– Não está com sono? – perguntou Pedro a Anderson.

– Acredita que não mais? Sei lá, devo estar sobre o domínio de algum feitiço.

– Você é bobo, Anderson. O Dênis foi dormir, não foi?

Anderson ficou com raiva. Porque os olhos de Pedro brilhavam tanto quando se referia a Dênis?

– Não sei. Se está trancado em seu quarto deve ser porque sim.

Houve silêncio.

– Desculpe se fui grosso. Mas por que você não deixa de ler esse livro chato e vamos assistir um filme? Na minha opinião é um programa bem melhor.

– Hum, é, tudo bem – Pedro compactuou. – Vamos assistir um filme.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Alê em 2013-11-05 18:46:22
muito massa visse!