Capítulo 13 - Fear (of the Unknow)
Parte da série Black Velvet
Derek e Jason se recusaram a se separar pelo resto do dia, até a noite, quando Carter disse que Jason teria que dormir no quarto de Cody ou ele mesmo arrastaria um colchão pro quarto de Derek.
-Cadê o pai legal que eu tinha? – gritou, enquanto ele saia pelo corredor.
-Morreu! Eu sou o irmão gêmeo dele, e a menos que vocês queiram dormir com o titio no quarto é melhor irem se despedindo.
Jason deu selinho rápido em Derek e se levantou, tendo seu braço puxado de volta pra cama.
-Tá bom, agora pode ir! – depois de fazer o maior lhe beijar novamente
-Tão carente! – Jason arfou, sentindo um tapa na barriga.
-Olha quem fala! Agora sai daqui antes que eu faça você ficar comigo.
Derek se afundou na cama, encarando o teto.
-Eu beijei Jason Litton! – exclamou pra sim mesmo. E então começou a rir, feliz.
Pela manhã ele ouviu o barulho da sua porta abrindo, seguido pelo cheiro de manteiga e caramelo invadindo o quarto.
-A Fada Da Panqueca invadiu meu quarto? – perguntou, sua voz abafada.
-Melhor ainda, seu vizinho!
Derek se levantou, esfregando os olhos. Jason estava aos pés da sua cama, segurando uma bandeja.
-Você me trouxe café na cama? – Derek sorriu, abobado.
-Na verdade eu que fiz. E lavei as louças, porque sei que você não gosta. E porque tá todo mundo dormindo. – Jason se sentou na cama, pensando o tempo que seria necessário esperar pra beijar Derek.
-Então você fez panqueca e suco pra mim? Se eu soubesse eu teria dormido pelado ontem.
-Você tá de calças? Que droga, vim aqui só pra te ver nuzinho.
-Vai sonhando, Litton! – Derek entrou no banheiro, saindo em poucos minutos. Ele já tinha vestido sua roupa normal. – Pronto, agora a gente já pode se beijar, seu estúpido.
Jason puxou o garoto pra si no momento em que ele entrou em seu alcance. Os dois se separaram, Derek começou a comer. Jason sentou do seu lado e o abraçou, inspirando com força, absorvendo intensamente o cheiro do garoto.
-Você vai ter que me dizer onde compra esse perfume. Eu vou mandar um e-mail pro fabricante, dizendo que eles estão fabricando tarados.
-Não é meu perfume, panaca. – respondeu, a boca cheia de panqueca ainda morna. – É meu sabonete, você que é tarado por conta própria!
Derek comia lentamente, trocando palavras com Jason, que não parava de mordiscar suas panquecas.
-O que você vai fazer hoje? – perguntou assim que o menor voltou ao quarto depois de levar a bandeja de volta pra cozinha.
-Não sei! – respondeu, se jogando de volta na cama. – Dormir, beijar você, assistir um filme, beijar você, ouvir música. Ou beijar você. São opções bem tentadoras, devo admitir. Por acaso o senhor tá com algum plano pra hoje?
-Quer ir ao cinema? A gente pode assistir a um filme de romance bem ridículo, rir dos clichês horrorosos, se pegar nas cadeiras...
-Ou um de terror. Se você ficar com medo pode esconder o rosto no meu ombro.
O maior deu um peteleco delicado no seu nariz.
-Se eu ficar muito amedrontado você poderia me dar colinho ne? – Derek riu, fazendo o coração de Jason pular uma batida.
-Você é muito gordo pra isso. Mas como a gente vai pro cinema? Tem meio metro de neve nas ruas e você não tinha um helicóptero da ultima vez que eu olhei.
-Você não sabe andar? O cinema não é muito longe, a gente pode ir andando, de mãos dadas. – Derek ficou sério imediatamente. – Que foi? Por acaso tem vergonha de ser visto comigo?
O menor não respondeu. Jason se sentou imediatamente.
-Derek, você tem vergonha de mim? – repetiu, um pouco magoado.
-Não é isso! Eu não tenho vergonha de você, é que… nem todo mundo é tão compreensível como o meu pai – sussurrou.
Jason fez um carinho na sua bochecha.
-Você tá com medo!
-Morrendo de medo, nunca fiquei assim na minha vida.
-Nós estamos em pleno 2016, as pessoas já deviam entender que não tem nada de errado em um casal com dois caras. Eu não vou te obrigar a ir, eu nunca vou te forçar a nada. Sabe por quê?
Derek fungou, dando um sorrisinho fraco.
-Se você vai dizer que é porque me ama eu não terei escolha a não ser te jogar nessa cama e abusar de você todinho. – Derek nem esperou a resposta, simplesmente se jogou contra o corpo do outro, os dois rolaram, afundados nos travesseiros de Derek.
-Por que você tem tantos travesseiros? Seu pescoço deve tá todo deformado.
-Eu sou um cara carente, preciso de companhia. – Derek piscou, de forma sugestiva. – E o senhor por acaso quer ver que meu pescoço está inteiro e perfeito?
Derek se virou, recebendo alguns beijos e mordidas suaves, que faziam sua pele se arrepiar e o seu sangue fluir para certa parte do seu corpo. O toque de Jason era sua kriptonita, algo que derrubava todas as suas defesas.
-Será que você tem esses travesseiros só pra companhia… ou algo mais? – sussurrou em seu ouvido.
O menor sentiu o rosto queimar, quase como se tivesse soltando labaredas.
-Não, eu não uso eles pra isso!
-Relaxa, amor. Você não é de ser tímido, Derek Tyer! E só pra relembrar: você não disse que ia abusar de mim todinho?
-Vem cá, tarado!
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Os dois saíram do quarto em algumas horas, com fome. Cody e Carter esperavam à mesa, rindo e conversando como sempre.
-Bom-dia casal! – cumprimentou Cody, cínico. Derek respondeu com um gesto obsceno.
-Ei, se eu vir você fazendo isso de novo arranco o teu dedo e enfio onde o sol não bate, moleque abusado! – rebateu Carter, segurando pra não rir também.
Os Tyer e Jason tiveram um almoço relativamente tranquilo, com brincadeiras e discussões pequenas entre os irmãos. No entanto, uma coisa que somente Jason percebeu foi que o amigo parecia um pouco amuado hoje.
-A gente precisa falar com ele! – falou, assim que se fecharam no quarto de novo.
-Com o Cody? Por quê? – Derek não via necessidade pra tal conversa, mas a única coisa que ele conseguia ver nos últimos tempos era o corpo de Jason.
-Ele parecia um pouco tristinho hoje. É o irmão mais novo dele pegando o melhor amigo do cara! Ele tá pra escanteio! Vai lá abraçar seu irmão.
Derek afundou o rosto no colchão, gemendo de frustração. Ele não queria abraçar o irmão, ele queria abraçar Jason! O mais velho se despediu com um ultimo beijo, dizendo que teria que passar um pedaço da tarde em casa.
-Meu pai deve ter chegado do plantão, eu tenho que contar pra ele sobre a gente, antes que um vizinho vá correndo.
-Seu pai não sabe? – perguntou, já se assustando.
-Que eu sou gay? Sim. Que eu amo você desesperadamente? Ta até ficando careca de ouvir isso. Mas que eu e você estamos nos agarrando sem parar é novidade. Sei lá, só quero que ele saiba por mim. Prometo que volto à noite.
Os dois se beijaram pela ultima vez, já sentindo falta um do outro. Derek se levantou, ele também tinha que conversar com seu querido papai.