3- Mate-o!
Parte da série Lanterna dos Afogados
Bem gente, estou muito feliz e grato a todos vocês que estão lendo Lanterna Dos Afogados, e espero melhorar a cada dia! Por favor, relevem qualquer erro, esse é meu primeiro conto no site, e já estou sobre pressão do Gremmy do R.G.! Hahahah
Enfim, tenho que avisar que provavelmente não vou postar um capítulo amanhã devido à festa de aniversário da minha irmã, mas prometo não abandonar. Boa leitura!
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“Anderson P” Obrigado, e aqui está! Espero não te decepcionar nesse capítulo.
“BielRock” A Aline é a amiga dos sonhos kkk só não se esqueça que sonhos ruins também existem #ficaadica kkkk
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Capítulo III - Mate-o!
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DIEGO
Estar tão próximo do Chay me irritava, mesmo ele não tendo feito nada em especial para fazer isso. Algo no jeito dele me deixava desconfortável, e eu ainda me perguntava porque aceitei fazer esse trabalho escolar com ele.
Meu nome é Diego Saoud, tenho dezoito anos e estudo no Victorius College, um dos melhores colégios da região, e de todo o estado. Eu não tenho muito o que falar de mim. Alto, pele branca - uns até diriam pálida - olhos e cabelos negros como a noite. Meu cabelo não é grande, mas também não é curto. Fica na altura do pescoço e eu não uso franja. Sou um cara típico do Jeans e camiseta preta.
Aline ocupava seu tempo dando em cima de mim, e eu finjia me interessar por ela, enquanto Chay estava na cozinha, preparando algo para nós lancharmos. Como se eu não soubesse que ele só queria me deixar sozinho com a amiga dele.
Respirei fundo e ajeitei a aliança no meu dedo, para tentar mostrar que eu namorava. O grande fato, é que eu não tinha namorada. A aliança era só um jeito de afastar as pessoas. Um dos meus grandes defeitos é não gostar de proximidade ou o que chamam de sociedade.
Aline ajeitou seu cabelo e sorriu nervosa.
Não me levem a mal, ela é linda. Olhos castanhos, cabelos negros, pele bronzeada e corpo avantajado. Uma definitiva gostosa, que aliás eu não teria problema nenhum em dar uns beijos, mas minha mente se ocupava de mais tentando entender essa aversão por Chay. Talvez seja por isso que eu aceitei fazer o trabalho, talvez não. Eu odiava me sentir confuso, ou sem nenhuma direção.
- Se a fórmula é 9X vezes12, elevado ao cubo e o resultado tem que ser posto na raiz quadrada, com certeza o número não é ímpar. - Falei, contradizendo a resposta dada por Aline.
- Por que não? - Ela questionou desconfiada.
Odeio pessoas parcialmente burras.
- Porque números ímpares não têm raiz quadrada… - expliquei, e ela fingiu entender.
Também odeio pessoas superficiais.
Agradeci mentalmente quando vi Chay voltando para a sala com uma bandeija, mas logo meu estômago embrulhou ao sentir ele se aproximando. Que droga! Por que toda essa repulsa por alguém que eu nem sequer conhecia?
Observei o jeito meio atrapalhado dele, e o sorriso que apesar de forçado era lindo. Chay tem olhos azuis vibrantes, cabelos negros e longos que entram em contraste com a sua pele extremamente branca. Seu corpo é proporcional, não tem músculos, mas também não é magro. Por baixo da camiseta provavelmente tinha uma barriga lisa e um peitoral em formação. As pernas de Chay eram relativamente grossas, e sua bunda, bem... Pode ser chamda de gostosa. Não que eu me interessasse. Eu cresci numa família onde todos eram homofóbicos, e naturalmente eu cresci odiando essa raça que ainda se diz normal. Argh!
CHAY
Voltei para a sala com uma bandeija de sanduíches e refresco de limão. Certa parte de mim dizia que eu já havia dado tempo de mais para Aine e Diego, mas outra parte dizia que eu não queria dar tanta vantagem à ela. Mandei essa parte para o fundo do meu subconsciente e entrei na sala com um sorriso nem tão convincente.
Diego me olhou com alívio, mas pude sentir algo a mais em seu olhar. Impaciência talvez, algo bem parecido com raiva e vontade de vomitar.
- Eu tava morrendo de fome! - Aline exclamou e pegou um sanduíche da bamdeija - Acho melhor deixarmos esse trabalho para outro dia.
- Acho melhor terminarmos hoje. - Rafael se manifestou pela primeira vez desde quando chegara - Pelo menos já nos livramos desse peso.
Olhei para Aline e forcei um sorriso. Ofereci um sanduíche para Diego mas ele recusou.
Aparentemente, Diego e eu éramos incompatíveis, mas minha mente insistia em fantasiar cenas eróticas com ele. Eu sinceramente não gostava dele, apenas o achava atraente - muito atraente.
Diego me olhou de canto, mas eu fingi não reparar.
- Então, como anda o trabalho? - Perguntei.
- Diego é bem inteligente! - Aline disse entusiasmada - Chegamos à conclusão que o número da fórmula é um número par, porque no final da fórmula, é preciso fazer a raiz quadrada do resultado.
- E o que tem isso a ver com números pares e ímpares? - Falei sorrindo - Aparentemente você não costuma viver ao lado de pessoas inteligentes. Se a Raiz é a operação inversa à Potenciação, automaticamente há infinitas possibilidades de números possíveis na equação. Entre eles números ímpares.
Ambos me olhavam com certa admiração, mas eu não me importei. Me inclinei ao lado de Daniel e peguei um lápis.
A equação era a seguinte: 9X*12 elevado ao cubo, que era igual a 48. Depois o valor de X deveria der somado a 20 aí a raiz quadrada deveria der feita.
- 9X*12 é igual a 48 - Comecei a explicação…
(...)
Quando terminado o trabalho, Aline e Diego saíram juntos.
Comecei a arrumar a sala e a lavar a louça que Aline se oferecera para limpar, mas eu recusei a ajuda. Eu só queria que ela fodse embora, e que Diego fosse junto. Assim que terminei deitei no sofá e bocejei. Eu sinceramente só queria descansar, já que minha cabeça martelava com tantas equações, fórmulas...
Pouco a pouco minhas pálpebras não resistiram ao próprio peso e começaram a se fechar.
De repente passei a me sentir dormente, com as pernas e os braços imóveis. Alguma coisa líquida escorria pelo meu rosto e deixava um gosto salgado em meus lábios.
Eu estava de olhos fechados, mas quando os abri não senti diferença alguma. Tudo continuava escuro.
A maciez e o conforto do sofá sumiram gradualmente, até eu me encontrar no chão frio e duro. Novas lágrimas substituíam as antigas. Lágrimas de desespero e medo tomavam conta de mim. Eu queria sair dali, mas minhas pernas permaneciam imóveis.
- Você sabe o que tem que fazer... - Uma voz familiar falou, mas não vi ninguém por perto - Vamos Robertchay, você não quer ficar aqui, quer? Então faça!
Eu queria gritar, mas o único músculo que eu conseguia mover eram as mãos. Tentei me arrastar pelo chão, mas meu corpo sentiu uma dor insuportável. Uma corrente elétrica percorreu todo o meu corpo, me fazendo gritar. Minha voz estava rouca.
Um holofote se acendeu, redirecionado para uma parede branca com manchas vermelhas. Sangue?
Forcei minha vista para o único lugar no cômodo iluminado pelo holofote. No canto da parede, encolhido sobre uma poça de sangue estava um pequeno rato. Estava morto.
Tomei um susto e tentei me arrastar novamente, levando outro choque como consequência. Eu me sentia dopado, e minha consciência já estava se esvaindo.
A luz moveu-se pelo cômodo, parando num outro animal. Um gato, este vivo, segurava um pequeno rato na boca. O rato se debatia na boca do gato, mas era inútil tentar fugir. O gato o mataria, assim como provavelmente matou o outro rato.
O gato me olhou nos olhos e largou o pobre ratinho, que nem sequer conseguiu correr, ficou no chão, esperando sua morte inevitável. Os olhos amarelos do gato brilhavam e eram hipnotizantes, prendiam meu olhar torto e minha visão embaçada à eles.
O gato se moveu em minha direção e eu tentei fugir, mas outra corrente elétrica me cortou por dentro.
- Não há escapatória! - A voz familiar disse e gatgalhou - Sabe o que fazer... Mate o gato.
Uma dor tão insuportável quanto a dor da corrente elétrica triturou meu coração. Apesar da cena horrenda, eu não queria machucar o gato. Eu queria que ele fugisse. Mas fugir de que? Só estávamos nós naquele cômodo, e eu estava completamente inválido e inofensivo.
A dor era incessante, e me fez gritar.
¤
Abri os olhos abruptamente, enquanto deles escorriam lágrimas constantes. Meu grito ainda ecoava no ar enquanto Ethan me chacoalhava.
- Chay! Chay! - Ele falava desesperado.
Não tive outra reação se não me jogar em seus braços e chorar. Eu molhava a camisa de Ethan e soluçava, meu corpo todo tremia e eu não conseguia dizer nada.
- Foi só um pesadelo campeão, tudo bem! - Ethan dizia tentando me acalmar.
Seus braços fortes me envolveram e ele me apertou. Ethan me colocou em seu colo como se eu fosse uma criança e me deitou em seu peito. Eu não me importava com o quão infantil eu parecia, só queria esquecer aquele pesadelo.
Estar com Ethan era incrivelmente tranquilizador. Seus braços fortes me apertavam contra seu peito, e por um segundo, por apenas um segundo eu me senti seguro.
- Tudo bem garoto, tudo bem... Já passou, estou aqui. - A voz de Ethan era doce e convidativa. Ele me tratava como se fosse meu pai, e aquilo só me fez chorar mais. Não ter meu pai ali comigo naquele momento me deixou frágil e indefeso. Eu me sentia à mercê de Ethan, já que ele me encontrou numa situação deplorável.
(...)
Eu estava sentado no sofá ao lado de Ethan, ambos com uma xícara de chocolate na mão. Eu estava apoiado no corpo de Ethan, ainda tremendo. Estávamos vendo um filme na HBO, mas eu não me importava com o conteúdo. Só queria me manter ocupado com algo e esquecer o sonho.
- Tudo bem? - Ethan sussurrou.
Ele sabia a hora exata de falar, e sabia exatamente o melhor a dizer.
- Onde está Rachel? - Perguntei com a voz rouca e embargada.
- No consultório fazendo plantão. Um gatinho foi atropelado e ela acho melhor ficar por lá.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Porque gatos me assustavam tanto?
- Eu sei que é um pedido estranho, mas não comente nada sobre hoje com a sua mãe. - Ethan falou calmo - Não quero preocupa-la.
Assenti. Ele tinha razão. Não queria preocupar Rachel com um caso a mais. Ela provavelmente ficaria no meu pé, por causa disso. E como Ethan havia dito, foi só um pesadelo.
Pensei sobre o pesadelo e lembrei da voz familiar. De quem era aquela voz? De onde eu a conhecia?
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Contato: luccipriano@gmail.com
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