01x07 - Traição e Tapa Na Cara

Conto de historiador como (Seguir)

Parte da série Entre Dois Corações (Remake)

•aly: aw muito obrigado, espero continuar agradando, do fundo do meu core... ❤ e aliás, que suspeitas são essas, hein? imagina só se dois irmãos poderiam acabar se apaixonado... Será que isso é possível? Só lendo pra saber né? Então não esqueça de aparecer aqui, e deixar seu comentário, que vai ser sempre bem-vindo aqui na série. Obrigado por comentar, volte sempre. Beijos e abraços na alma. Bye...

✨ BOA LEITURA ✨

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

<ENTRE DOIS CORAÇÕES>

Música Tema: Love The Way You Lie (feat. Eminem) - Rihanna.

Capítulo VII: Traição e Tapa Na Cara

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

O nome dela era Violet Bouvier, e era de origem escocesa. Seus cabelos avermelhados entregavam isso, mas ela fez questão de dizer ao se apresentar. Não falou a idade, mas supus que tivesse a mesma idade que Christopher, ou um ano mais velha, ou um ano mais nova. Mas eu também não sabia qual era a idade do meu irmão recém descoberto.

Violet é o cúmulo do clichê de garota com pais ricos. Tem o nariz em pé, um sorriso falso, usa roupas que custam mais do que um carro e tem um olhar de superioridade sobre todos. Mas essa era só a aparência dela. A verdade é que Violet não tem complexo de superioridade, nem faz comentários mesquinhos sobre sua roupa cara comprada no dia anterior, porque as da semana passada já estavam velhas de mais. Ela era falante, entrosada e divertida na medida certa. Em outras palavras, ainda que outras pessoas odiassem admitir - e eu me refiro à Gabrielly -, ela era "super gente boa".

Gabrielly bufou e sorriu venenosa, expondo todo e tédio que sentia enquanto Violet contava como entrou acidentalmente para a polícia civil da região. Eu jamais imaginaria que ela fosse uma policial, e menos ainda que gostase da profissão.

— Desculpa interromper... — Hélio disse colocando a cabeça na rodinha que nós formamos ainda no salão de entrada da mansão, próximos à parede. Ele estava com um celular na mão, e uma chamada em andamento — Me ligaram agora da empresa, eu tenho que resolver o acidente de um rapaz enquanto eu estive fora. Christopher, Violet, vocês podem apresentar a casa para os nossos convidados? — Ele disse se referindo à Gabrielly e eu.

— Claro, senhor Parnell. — Violet respondeu por si própria e por seu namorado. Era tão estranho ver alguém chamando Hélio pelo seu sobrenome.

Hélio assentiu e se despediu às pressas, gritando por Scott ao sair da mansão. Voltamos a nos olhar, mas a interrupção de Hélio pareceu acabar com o ânimo de todos. Menos com o de Gabrielly, que sorria contente.

(...)

A casa tinha seus três andares, como eu havia suposto, e ainda tinha o sótão e o porão. O primeiro andar consistia em um grande salão semi vazio, decorado apenas com alguns quadros antigos, detalhes feitos no gesso da parede, uma pequena mesa cristalina, dois pequenos sofás vermelho-escuro e um piano que parecia nunca nem ter sido tocado, de tão lustroso que era. Era como uma grande sala de espera, mas sem a TV. À esquerda do salão de entrada, temos a cozinha, com móveis de madeira escura, um grande balcão de mármore, como o de casa, uma pia de mármore dupla e eletrodomésticos variados, todos em tom escuro. O chão, tanto da cozinha quanto o do salão principal eram de madeira.

Ainda à esquerda, podemos avistar a sala de jantar. Uma mesa de vidro enorme, com doze cadeiras à sua volta. Um frigobar quase escondido enfeitava o canto da elegante sala de jantar, que também apresentava quadros artísticos, desta vez algo um pouco mais contemporâneo. Não havia muito o que reparar, e era a simplicidade daquele cômodo que dava todo o ar da graça. Havia também um armário pequeno, de duas portas e três gavetas. Os pratos e talheres certamente ficavam ali, junto com os copos. E por fim, a coisa mais encantadora da sala de jantar: uma vista privilegiada para um pequeno jardim de rosas vermelhas. Era lindo.

Voltando para o salão principal, à esquerda, temos uma nem tão grande sala de estar, com um sofá de canto de couro preto, uma poltrona do mesmo material e cor, uma mesa de centro, quadros de paisagens nas paredes, e o aparelho de TV, embutido no suporte de parede. Havia uma pequena rack com duas gavetas, um aparelho de DVD sobre ela e as caixas de som do home theater.

Em um canto quase escondido da sala havia uma porta de vidro que levava para os fundos da casa. Christopher disse que lá ficava a área de lazer, festas e o jardim, mas não nos levou até lá.

Voltamos para o salão principal, subindo a escadaria de madeira típica de uma casa antiga que nos deixava no centro de um corredor. O segundo andar consistia de um grande corredor com seis quartos e dois banheiros, e uma escada na ponta direita do corredor, que dava para o terceiro andar. Seguindo para a ponta direita, temos os quartos de Hélio e Christopher, um banheiro e um quarto de hóspedes. Na ponta esquerda, os quartos meu e de Gabrielly, outro para hóspedes e o segundo banheiro.

No terceiro andar havia apenas um vestiário com duas duchas separadas apenas por um box transparente e uma academia completa, com pesos, esteira, saco de pancada e etc. Isso explicava a boa forma de Hélio e Christopher.

— É isso! — Christopher disse respirando fundo e se apoiando na parede da academia, como se o contato com outras pessoas fosse algo exaustivo para ele — Se divirtam, tenham uma estadia.

— Não vai nos levar até a piscina? — Gabrielly perguntou com um tom de decepção na voz.

— Eu já mostrei o caminho. — Christopher deu de ombros, com a sua habitual indiferença — Se divirta.

Violet revirou os olhos e beijou o rosto de Christopher, soltando um "vamos", e seguindo para a escada. Gabrielly respirou fundo, visivelmente frustrada, mas me acompanhou e seguiu Violet até o primeiro andar.

Segui sozinho até a cozinha enquanto ambas as garotas andavam distraídas até a área de lazer.

Abri várias portas até achar um armário com copos, e então me refresquei com um pouco de água gelada. Andar pela casa toda me deixou quase sem fôlego. Talvez eu entendesse um pouco a exaustão de Christopher.

Olhei para os dígitos azuis do micro-ondas que marcavam 11:27 da manhã. Bocejei, me lembrando da exaustiva viagem de doze horas, marcada cruelmente pelo falatório incansável da minha melhor amiga. Eu precisava dormir urgentemente.

Agora eu definitivamente entendia a exaustão de Christopher, e me senti mal por Hélio, que teve que sair às pressas.

11:27. Robert ainda tinha mais um dia de licença.

Dei um giro lento de 360 graus, olhando atentamente cada canto do cômodo. Andei de volta para o salão principal e repeti o gesto, avistando o meu alvo. Um telefone sem fio preto, embutido na parede, próximo à escada.

Andei ansioso até ele e disquei o número de Robert, que eu já sabia de cor. Número inexistente.

Disquei os nove dígitos inúmeras vezes antes de me lembrar de que era uma ligação internacional. Eu teria que colocar o código do país, e ainda o código de área do Rio de Janeiro.

Chamando. Chamando. Chamando.

— Alô? — Uma voz sonolenta murmurou do outro lado da linha, e não era a voz de Robert. Era uma voz feminina. — Alô? — A voz repetiu novamente, enquanto rediscava o número mentalmente, me certificando que eu não errara nenhum dígito. — Tem alguém aí?

— Me desculpe. — Falei, finalmente convencido de que tinha errado em alguma coisa — Eu devo ter discado o número errado, sinto muito.

— Não, não! — A garota disse antes que eu pudesse desligar o telefone — Você quer falar com o Robert?

— An... Sim.

— Ele tá dormindo, vou acordá-lo. Só um instante. — Ela disse, e ainda que provavelmente tivesse afastado o celular, eu a ouvia claramente. — Robert. — Ela sussurrava — Robert!

Ouvi um murmúrio, provavelmente de Robert

— Telefone pra você. — A garota ainda sussurrava, em uma tentativa inútil de impedir que eu a ouvisse — Eu acho que é pra trabalho, porque não é do Brasil. Acorda!

Fiquei em silêncio, mas minha mente trabalhava como se estivesse sob o efeito de cafeína. Porque tinha uma garota com o celular de Robert enquanto ele dormia?

— Robert Bittencourt... — Ele interrompeu meus pensamentos, com uma voz diferente da habitual. Ele não estava sonolento, nem cansado. Estava tonto. Provavelmente embriagado. — Pois não? — Ele disse impaciente ao notar a minha demora.

— Número errado. — Falei com os olhos cheios de lágrimas, me apoiando na parede, com o telefone ainda no ouvido — Eu sinto muito.

Houve um silêncio angustiante, mas eu me negava a falar alguma coisa. Eu nem sabia o porque de ainda estar com o telefone no ouvido.

Senti uma dor insuportável no peito, um vazio imenso dentro de mim. Um grande buraco negro, devorando tudo o que tinha de bom, e também tudo o que tinha de ruim.

— Ethan? — Robert percebeu em um susto, e sua voz até mudou de aparência — Ethan, meu amor... Eu... — Ele não sabia o que falar. Não esperava que eu ligasse, então não esperava ter que usar uma desculpa, por mais esfarrapada que fosse.

E o pior é que eu queria que ele usasse qualquer desculpa. Queria que ele dissesse que era a irmã dele quem estava ali, e mesmo que eu soubesse que ele era filho único, eu acreditaria. Acreditaria em qualquer coisa que ele dissesse.

Mas Robert não disse nada.

A primeira lágrima caiu, e então eu encaixei o fone de volta no gancho, encerrando a ligação. Fechei os olhos com força, mas não foi suficiente para impedir que as lágrimas seguintes caíssem, criando pequenas marcas no chão.

Meu coração batia forte no meu peito, com a única intenção de me machucar. Ele estava destruído. Talvez a dor física desse um jeito nisso.

Sequei os olhos, mas era inútil. As lágrimas não parariam de cair só para que eu pudesse me fingir de forte. A quem eu estava enganando? Eu só me sentia forte porque imaginava ter o apoio de Robert. A verdade é que eu sou e sempre fui um garoto chorão e fraco, mimado pela minha mãe e pelo meu namorado.

Me afastei da parede e me virei, desejando apenas sair daquele lugar antes que alguém me visse naquela situação. Ninguém tinha que ver minhas lágrimas. Gabrielly estava na piscina com Violet, e ficaria lá por um bom tempo. Hélio estava trabalhando fora, e não tinha previsão de volta. E Christopher... Christopher estava a alguns metros de mim, parado sobre o primeiro degrau, me olhando confuso. Ele não sabia o que fazer em uma situação como essas. E não tinha que fazer nada. Eu não queria a sua ajuda, nem a de Gabrielly, e muito menos a de Hélio.

Passei por Christopher como se ele não estivesse ali e subi para o segundo andar, rezando para entrar no quarto certo.

Segui para a última porta da ponta esquerda do corredor e entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim. Dei dois passos em direção à cama box de solteiro, mas não consegui chegar. Minhas pernas tremeram e eu caí de joelhos sobre o chão, deixando que as lágrimas viessem abundantemente, trilhando um caminho curto dos meus olhos aos cantos da minha boca, deixando um gosto salgado ao se desmanchar.

Me curvei, sentindo algo frio tocar meu queixo.

Ranquei o colar que Robert me dera com um único puxão, estourando o fino cordão de ouro e o lançando com força sobre algum canto do quarto. Promessa inútil. Estúpida. Mentiroso.

Eu chorava e soluçava, abafava gritos de ódio e dor com as mãos na boca. Eu havia me segurado ao máximo desde a morte de mamãe, e agora parecia que tudo veio à tona. As dores de todas as perdas que eu já tive. A dor de perder meu pai, de ser deixado de lado, abandonado. A dor de perder a minha mãe, de não ter uma família. E a dor de perder o grande amor da minha vida, de ser traído, enganado...

Ouvi um leve bater na porta, mas não respondi. Eu queria ficar a sós com a minha dor. Tínhamos assuntos pendentes. Ela estava a dias me rondando e me atacando, e hoje finalmente conseguiu me derrubar.

Um feixe de luz iluminou o chão, e eu olhei para trás, procurando sua origem. A porta estava entreaberta, e Christopher estava dentro do quarto, me olhando. Ele fechou a porta e se aproximou de mim, ajoelhando-se ao meu lado.

— Sai daqui, por favor. — Supliquei enquanto tentava controlar a voz chorosa, voltando a olhar para o chão enquanto as lágrimas voltavam a cair. Que merda. Será que eu não conseguia me controlar nem com gente me olhando? — Me deixa sozinho.

— Olha... — Ele respirou fundo — Eu não sou bom em conselhos amorosos, e mesmo que fosse, não te daria nenhum. Não é disso o que você precisa agora, e também não precisa ficar sozinho. E eu também não estou aqui para agir como se fosse seu irmão. — Ele avisou, fazendo uma pausa para se certificar de eu estava o ouvindo — Tudo bem se eu ficar aqui com você?

— Eu realmente quero ficar sozinho. — Pedi mais uma vez, ainda olhando para o chão, envergonhado em mostrar meu rosto inchado com um belo par de olhos vermelhos — Também não quero que você banque o irmão mais velho, porque independente do que você diga, nós não somos da mesma família. E eu não estou dizendo isso com a intenção de expor o fato de você ser adotado. Estou dizendo porque Hélio não é o meu pai.

— Você tem razão. — Christopher suspirou — Quem sou eu pra te dar algum apoio emocional? Mal nos conhecemos. Acho que eu vou chamar a Gabrielly para vir te ajudar. Vocês me parecem tão próximos. Ela até viajou, só pra poder ficar com você.

Fechei os olhos com força e cerrei os punhos da mesma forma, sentindo as lágrimas caírem ainda mais volumosas. Ele era tão insistente e irritante quanto Gabrielly.

— O que você quer, afinal? — Perguntei alto, misturando a raiva e o choro — Quer me ver ainda pior do que eu já estou?

— Sim, claro! — Ele afirmou imediatamente, e não parecia estar sendo sarcástico — É muito melhor sofrer tudo o que tem pra sofrer do que ficar sofrendo aos poucos, parcelar sua dor e sofrer todo dia. E fazer isso sozinho é tortura. Você precisa saber que tem gente aqui que só quer ver você bem, e isso inclui o seu pai, que mesmo sabendo do rancor que você guarda dele, não desistiu de você.

— Não desistiu de mim? — A raiva começava a sobrepor o pesar no meu coração, mas eu não queria discutir com ele. Não queria trazer à tona o meu passado com Hélio. Já me bastava toda a dor que se fez presente todos esses anos. — Okay, Christopher, muito obrigado. Tchau.

— Pode deixar que eu cuido dele daqui pra frente. — A voz séria de Gabrielly chamou a atenção tanto de Christopher quanto a minha.

Ela estava parada na entrada do quarto, apoiada sobre o batente da porta. Gabrielly respirou fundo e abriu passagem. Christopher entendeu o recado e se levantou, passando as mãos nas minhas costas. Ele caminhou para fora do quarto e Gabrielly fechou a porta, se aproximando de mim em seguida.

— Como você soube? — Murmurei, segurando as lágrimas.

— Poderes de melhor amiga, eu diria. — Ela disse sentando-se no chão — E um telefone que tocava insistentemente. Ele não me explicou o que aconteceu. Só disse que você entendeu tudo errado e pediu pra eu te convencer a deixar ele explicar.

Respirei fundo e abaixei a cabeça, sentindo uma lágrima escapar do canto do meu olho.

— Eu não vou te convencer de nada. — Gabrielly avisou — Eu só estou aqui porque sou curiosa e quero saber o que foi aliás que você entendeu tão errado assim.

Dei uma risada divertida, e Gabrielly riu comigo. É claro que ela me faria rir. Essa era uma das muitas qualidades de Gabrielly: o bom-humor na medida certa. Ela estava sempre fazendo piadas, mas sempre sabia quais palavras usar.

Respirei fundo e contei a história para ela detalhadamente, sem cortar nenhuma palavra. Eu não queria que ele dissesse que eu estava certo. Talvez ela percebesse algo que eu não havia notado, e tudo não tivesse passado de uma grande confusão da minha cabeça ciumenta e insegura.

Antes mesmo de terminar a história eu já estava chorando outra vez. Eu falava entre soluços e lágrimas, fazendo pausas para me certificar de que Gabrielly estava entendendo o que eu estava falando.

Gabrielly ficou em silêncio, pensativa. Ela não sabia o que dizer, e isso era angustiante. Não havia nem sequer uma piada em mente, ou qualquer coisa que pudesse me animar.

Ela abriu os braços e eu aceitei o seu convite, a abraçando com força. Gabrielly acariciava meu cabelo, ainda sem se pronunciar sobre o assunto. O que ela poderia dizer? Ela sabia que não havia nada. Ela podia dizer que eu nunca mereci Robert, mas mesmo que fosse verdade, eu dediquei três anos da minha vida a ele. Não foram semanas, nem meses. Foram anos. E qual foi a resposta dele a isso? De que valeu?

— Porque ele tinha que fazer isso? — Perguntei entre lágrimas e soluços, me aconchegando no ombro de Gabrielly — Porque jogar tudo pro alto asdim?

— Olha... — Gabrielly começou, mas fez uma pausa longa antes de terminar a frase — Não estou querendo justificar o que ele fez, mas ao que me perece, ele estava triste com a sua partida, e então foi encher a cara pra tentar amenizar a saudade e a sensação de impotência que ele estava sentindo por não ter feito você ficar com ele. Então, já embriagado, ele conheceu essa garota, que só pra constar me parece uma grande aproveitadora, e ela meio que o seduziu. Tava fácil.

— E como foi que ela deduziu que era alguém ligando para falar de trabalho? — Argumentei — Talvez ela que tenha sido vítima daquele cabelo loiro perfeito, e dos olhos castanhos lindos... Ele com o papo de que era modelo... O mesmo que ele fez comigo.

— Não importa! — Gabrielly encerrou a seção de suposições bruscamente — Nenhum dos dois foi vítima de ninguém. Se ele estava bêbado e foi "seduzido" — Ela fez aspas com a mão — O primeiro erro foi dele, de ter bebido até ficar louco. E se no caso ela foi a "seduzida" — aspas novamente — Bem... Não há nem o que dizer, né? Ela estava bem sóbria pelo que você me disse.

— Mas e se ele disse que era solteiro? — Murmurei, e a ideia fez ainda mais lágrimas caírem — Então ela não teve culpa.

— Foda-se o que ele disse ou deixou de dizer! — Gabrielly deu a última palavra — O que importa é o que ele fez, sabendo que tinha compromisso com outra pessoa. Não tem volta. Traição e tapa na cara são duas coisas que não cabem e nunca caberão em um relacionamento.

Assenti, enxugando as lágrimas. Olhei para Gabrielly e fiz cara de choro, mas me controlei. Era por ela que eu seria forte.

— Sabe de uma coisa? — Ela disse se levantando e me carregando junto — Você já chorou tudo o que tinha que chorar, e ainda mais do que ele merecia que você chorasse. Agora vamos aproveitar a localização, e nos tornar jovens americanos típicos de filmes de comédia romântica. Vamos abrir um grande pote de sorvete, fazer brigadeiro de panela e assistir filmes até dormir. A viagem foi longa. Eu vou tomar um banho, e você também.

Gabrielly beijou minha testa e se afastou, andando em direção à porta. Ela apontou para uma porta de madeira quase escondida em um canto do meu quarto, que eu provavelmente jamais teria notado. Não nesse estado, pelo menos.

Andei até a porta desconhecida e a abri, revelando uma suíte de casal, com uma ducha grande em um box espaçoso, um lavatório duplo e até uma banheira de hidromassagem.

Dei alguns passos para trás e observei o quarto. Havia passagem para uma sacada, que eu presumi ter na maioria dos quartos, mas essa era especial. Tinha uma vista direta para o jardim, com flores dos mais variados tipos, e até um chafariz. A cama box de casal ficava encostada na parede, e na cabeceira tinha alguns livros de romance infanto-juvenil. Um havia um criado-mudo de cada lado da cama, cada um portando um abajur. Havia uma poltrona de couro preto virada para a cama, e o guarda-roupas, maior do que eu realmente precisava, tinha as portas todas espelhadas.

E foi ao notar um porta-retratos na cabeceira da cama que eu finalmente havia percebido a situação. A foto de Hélio com um garoto de cabelos negros e olhos azuis - eu -, me fizera perceber que aquele não deveria ser o meu quarto. Hélio havia deixado ele para que eu ficasse aqui, provavelmente por ser mais espaçoso e confortável do que os outros.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Bom gente, não vou enrolar aqui, não tenho muito o que falar, estou chateado com vocês que leram e não comentaram a série nesse fim de semana.

Mas, como a vida segue, e enquanto tiver uma única pessoa que seja lendo e comentando, então eu vou continuar escrevendo.

ENTRETANTO....... Para dar o famoso "incentivo", deixo aqui um desafio para todos vocês. Se esse capítulo chegar a 5 (CINCO) comentários (vale email também), no próximo eu já libero a lista de artistas que eu separei para me inspirar e criar os meus personagens.

Então deixem o comentário de vocês aí em baixo, ou enviem um email pra mim no endereço a seguir: realbienutt@gmail.com

Recapitulando:

• 5 comentários para eu revelar os artistas que representam os personagens

• contato (email): realbienutt@gmail.com

• outras formas de contato: COMENTÁRIOS LOGO EM BAIXO

Beijo no coração.

Papai ama todos vocês.

FUI!!!!!

Comentários

Há 2 comentários.

Por ®red® em 2016-08-07 11:14:11
eu disse Fofura de mais da nisso😒 e só pra constar quero ver se ele fica nos USA ou Vouga pro Brasil. e pra VC digo -BOM TRABALHO. bjn
Por Caique em 2016-08-02 21:43:27
Amei a sua serie