2. A Grande Pegadinha
Parte da série Celestial
Bom gente, eu quero começar esse capítulo como eu sempre começo qualquer outro capítulo sabe? Quero agradecer a todos vocês que receberam CELESTIAL de braços abertos, e receberam muito bem aliás, eu sinceramente não esperava que vocês fossem lidar com o fato de eu postar duas séries. Enfim, obrigado gente. Obrigado mesmo aos leitores, comentaristas... Amo vocês de verdade gente, de coração.
#BielRock Own obrigado amor, mas eu peço que você não se precipite com as aparências, por que isso ainda vai mudar muito. E cara, você prestou atenção no nome né? Kkk você é demais! Vou concordar com você que há muitos mistérios na Seres Celestiais, e o nome é o menor e menos preocupante deles! Hahaha e não se preocupe, eu também estou muito ansioso e animado com essa nova série. Obrigado pelo comentário, te vejo no final desse capítulo!?
#maickito Falou como se fosse a primeira vez que eu te surpreendo, pobre coitado. Eu também estou ansioso e amei de mais a série, e acredite, eu fiz esse capítulo com um carinho imenso, quase me desmanchando de amores por essa série.
#simon Se você diz que eu devo continuar, então eu continuarei! Hahahahah, obrigado, sua opinião como sempre é uma preciosidade, e eu gosto de saber que você está curioso... E olha que foi só o primeiro capítulo hein!
#VictorSecrets confesso que o seu comentário me arrancou uma lágrima, devido ao "tomare que continue assim", já que um dos meus maiores medos é deixar de surpreender e inovar, e ainda perder os meus leitores que eu amo tanto. Obrigado cara, vou fazer o que estiver ao meu alcance para me manter sempre do jeito que te agrada...
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CELESTIAL - 2, A Grande Pegadinha
(ouçam a música tema da série, FUCKING PERFECT - P!NK)
— Isso vai dar merda. Muita merda. - Giovanni me olhava com incerteza, mas estava claro em seus olhos que ele queria essa Pegadinha tanto quanto eu - Gustavo você vai se dar mal se der errado e eles descobrirem.
— Eles não vão descobrir, por que nós somos os caras mais sigilosos desse colégio. - Diego disse me encorajando - E tem mais, essa será nomeada a Pegadinha da Era.
Diego tentava rir de forma maléfica, mas acabava se confundindo com a própria voz e a risada se tornava apenas um som estranho.
— Então vamos fazer assim. - Eu me pronunciei e me endireitei na cama - Vocês vão falar com eles e eu falo com o Felipe. Nós temos somente um dia para organizar tudo isso.
— Você é maligno. - Diego disse esfregando a mão uma na outra - Isso vai ser muito radical.
— Eu sou vingativo. - Corrigi - E vocês aceitaram por que de certa forma também querem vingança.
— Tá. Agora calem a boca e vamos agilizar logo a Pegadinha. - Giovanni se levantou - Eu vou tentar fazer algumas latas de tintas chegarem aqui. Azul, branca, vermelha, verde e amarelo. Vamos dar um pouco de cor a esses idiotas.
Assenti sorrindo e me levantei também, dando um soco de leve no ombro de Giovanni, que deu um sorriso tímido e orgulhoso.
— Muito bem. Quando as tintas chegarem você liga para o Diego e pede para ele e quem for nos ajudar na Pegadinha colocarem as latas de tintas no lugar combinado.
— Tá.
Eu saí do dormitório deles satisfeito por poder ser o realizador e mentor de mais uma Pegadinha que ficaria famosa na escola, e como consequência no bairro. É claro que a punição não seria nem um pouco agradável. Usar aquelas pulseiras idiotas pelo segundo ano consecutivo seria uma grande decepção para o meu pai, mas eu não estava me importando com o que ele pensaria. Quem sentiria a dor seria eu, não ele. E se ele achasse realmente ruim, não me deixaria voltar para o colégio esse ano.
Felipe estava na porta do seu dormitório, tentando abrir a porta com um grampo. Eu sorri e assoviei para chamar a atenção. Felipe me olhou sorrindo.
Apesar do estilo roqueiro gótico, ele era adorável e sabia se comunicar perfeitamente com todos que estivesse ao seu redor. É claro que a pessoa teria que demonstrar interesse nele, era para osso que servia o estilo. Uma vez ele me dissera que era só um teste, para ver quem não se importaria com o estilo dele, quem não teria medo e nem repulsa da roupa rasgada.
— E aí garoto, tudo bem? - Ele parou o que estava fazendo para me dar um aperto de mão.
— Tudo e você? - Perguntei observando ele se curvar e tentar abrir a porta novamente - Já brigou com o seu novo companheiro de dormitório? - Eu perguntei rindo.
— Você conhece o meu problema com chaves, eu perco antes mesmo de ganhar uma. - Ele estava sério, e às vezes até mordia a boca com raiva.
O Felipe é popular por ser o "garoto problema" da escola, e ele realmente era. Quando não gosta de alguém faz o que pode para tornar a vida dessa pessoa um inferno, e eu já presenciei dois desses casos, que eram muito raros.
Felipe tem o cabelo platinado, um loiro bem claro, quase branco. Ele usava alargador e piercings em quase todo o corpo. Não que eu tenha visto, mas se ele diz eu acredito. Os olhos de Felipe eram tão claros quanto um dia claro de primavera, porém eram verdes. A pele pálida era padrão de 90% por cento dos alunos desse colégio, mas Felipe tinha a pele perfeita. Não um pálido fosco como, mas um pálido como se fosse neve. Diz a lenda que por baixo da roupa preta e com alguns rasgos propositais, Felipe tem um corpo coberto de cortes e tatuagens. Boatos. Ele nunca desmentiu, nunca confirmou. Felipe gostava de ser o tipo de pessoa misteriosa.
— Deixa eu te ajudar. - Falei o afastando para o lado e pegando o grampo de sua mão - Aprenda a abrir uma porta, comigo.
— Quero só ver. - Ele debochou e me entregou o grampo - Não sabe nem descer o zíper da calça, piorou abrir uma porta.
Sorri sarcasticamente e me inclinei sobre a porta, colocando o grampo no buraco da fechadura.
É claro que eu já havia feito isso antes. Milhares e milhares de vezes, no quarto do meu pai. A minha amada madrasta tinha o costume de pegar o meu diário e esconder numa mala onde ela guardava umas velharias dela. O caso é que com o tempo eu parei de me importar quando ela pegava o meu diário, por que eu abria a porta com um grampo e sabia que encontraria o meu diário sempre no mesmo lugar.
Passei a esconder o meu diário depois que escrevi nele que era gay. Se Fernanda descobrisse isso eu passaria a viver num inferno sob a ameaça dela e sob os seus caprichos. Eu não daria esse gostinho à ela. Nunca.
A porta fez um "clic" e eu girei a maçaneta. A porta abriu e uma pequena fresta de luz iluminou um pedaço do corredor e eu olhei para Felipe sorrindo e erguendo a sobrancelha.
— Tem alguma coisa a dizer? - Perguntei e entrei no quarto, sendo seguido por Felipe.
— Só que eu morri de vontade de dar um tapa na sua bunda.
— Você é ridículo! - Falei rindo e me encostei na cama, vendo Felipe tirar as roupas da mala e as socar na gaveta de qualquer jeito - Eu já sei qual vai ser a Pegadinha desse ano.
— Vai superar a do ano passado? - Ele entrou no banheiro para trocar de roupa - Espero que sim, e que essa seja a melhor de todas.
— Não sei se vai ser a melhor... - Falei tentando ser o mais vago possível - Mas que vai ser uma das Pegadinha mais inesquecíveis da história da Seres, você pode ter certeza.
— Assim que eu gosto. - Ele falou e voltou para o quarto, com uma roupa quase igual a outra - Do que você vai precisar?
— Uma mangueira, ferramentas e do seu poder de persuasão. Todos os veteranos tem que participar, por que vai ser algo grandioso. - Falei decidido - E também de muito pano.
— Qual é o plano? - Ele perguntou e se jogou sem dó na cama ao meu lado.
— Nós vamos assustar eles, esse ano vamos cavar um grande buraco. Amanhã quando a dona Heloisa estiver fazendo o tour de iniciação eles vão cair no buraco, e nós vamos encher o buraco de água. Por isso precisamos da ajuda de todos os veteranos, para que o buraco seja grande.
— Sabe da punição não sabe? - Felipe me alertou e fechou os olhos.
— Eu fui punido no ano passado não fui? - Falei e sentei na beira da cama - Não se preocupe, eu sei as consequências para esse tipo de erro, mas eu estou disposto a pagar pelos meus atos. Não vou deixar a lenda da Pegadinha morrer.
— É por isso que eu gosto de você pirralho. - Ele declarou sorrindo - Você tem algo que eu nunca vi em nenhum outro aluno dessa prisão. Você tem a coragem de ser punido, sem medo. Você é o cara mais legal que eu já conheci.
— Awn falou igualzinho um bebê. - Eu gargalhei e me joguei na cama com Felipe, o abraçando - Que gay isso, mas você foi um fofo.
— Eu sou fofo.
— É... - Houve um minuto de silêncio - Não! Ah, eu preciso te contar uma coisa. É sobre a Pegadinha, não seria justo não te contar.
— Me escondendo detalhes pirralho? - Felipe deu um soco no meu braço - Vamos, me conte.
— É a parte mais importante da Pegadinha... Vai ser assim...
(...)
O dia anterior passou voando por causa de todo o preparativo da Pegadinha, que esse ano seria um pouco mais complicada que o ano anterior, já que para poder acontecer ia ser necessário a ajuda de muita gente. Era quase uma rebelião, mas com o intuito de dar boas-vindas e mostrar o quanto nós éramos receptivos.
Tudo já estava pronto. Eu, Felipe, Diego e Giovanni acompanhávamos o tour de iniciação, que como sempre era monitorado e supervisionado por uma das inspetoras menos querida do colégio. A dona Heloisa. Para ser bem sincero, nenhum inspetor e nenhuma inspetora eram bem aceitamos por nós, mas a dona Heloisa era o demônio em pessoa, o mesmo demônio que possuía a minha madrasta.
— Muito bem - a dona Heloisa disse com um tom monótono de quem não transa a anos - esse ano o tour de iniciação terá como ponto de partida esse mesmo lugar. O campus. Geralmente usado nas aulas de educação física para esportes e treinos acadêmicos...
A dona Heloisa até que era bonitinha, apesar de ser carrancuda e estúpida. Ela tem cabelos negros e cacheados, que sempre estava preso num rabo de cavalo. Os olhos são castanhos e a pele bem morena. Ela sempre usa uma saia preta longa, que deixa bem claro que ela tem pernas grossas e um bumbum empinado. A camisa apesar de ser larga era marcada pelos seios dela.
— Ouvi dizer que os alunos fizeram um inspetor se demitir no ano passado. - Um aluno novato disse em tom mais alto do que deveria.
— E só no ano passado eu fiz 28 alunos serem expulsos. - Dona Heloisa parou o tour e olhou com fúria para o novato que fez o comentário - Se eu estou de palhaça aqui alguém por favor me avise, aí eu ponho o amigo ali para fazer o tour!
Ambas as informações eram verdadeiras. Outra tradição que os Celestiais (é como nomeamos os alunos da escola) tem é de fazer um inspetor se demitir a cada ano. O Sr Charlie era legal, mas já havia cortado três festas em apenas dois meses, e isso acabou nos irritando. Bem, agora ele deve se perguntar como foi parar em um manicômio. Mas pior que os alunos era a dona Heloisa, que só no primeiro mês do ano letivo passado, mandou para casa 7 alunos. Nós já tentamos a demissão dela também, mas há quem diga que ela já era louca e que jamais abriria mão de nos atormentar.
— Muito bem, como eu dizia... - A dona Heloisa se virou e voltou a falar sobre o colégio.
— Gus, os veteranos já estão vindo. - Diego falou e me mostrou uma mensagem no celular.
— As latas de tinta...? - Falei seguindo a multidão de alunos - E o buraco?
— Tudo pronto. Só esperando os veteranos chegar e... Você sabe.
— Dê adeus à sua popularidade pivete, eles vão te odiar eternamente. - Felipe disse rindo - E eu não estou brincando.
— Ué, vocês sempre fazem uma Pegadinha para dar as boas-vindas aos calouros não é? - Falei e parei para olhar para o Felipe - Esse ano vamos fazer diferente... Vamos fazer uma despedida!
Giovanni riu e falou alguma coisa me xingando, e eu dei de ombros. Seja lá o que ele havia dito, eu tinha certeza que era mesmo. A verdade não doía em mim.
Quando chegamos ao portão que levava ao Hall, os veteranos abriram as portas de supetão e logo tiveram que encarar baldes de tintas caindo em seus corpos despreparados.
— Giovanni o buraco! - Falei sem olhar para o meu amigo. Eu ria muito com a reação dos alunos, que ainda tentavam entender o que estava havendo ali.
Uma explosão fraca quebrou os alicerces da velha escada de madeira e derrubou os veteranos no buraco que eles mesmo cavaram. Felipe chegou logo em seguida com mais dez novatos, todos com uma mangueira na mão. Felipe foi o primeiro a começar a encher o buraco com água, seguido pelos outros alunos.
Os veteranos gritavam, enquanto os novatos riam e a dona Heloisa tentava em vão parar o caos que nós havíamos feito.
(...)
— Você vai se arrepender Gustavo, não devia ter feito isso. - Disse um dos último veteranos a sair do buraco.
O diretor Miguel estava dando o sermão de todo ano, dizendo que isso não deve voltar a acontecer e que o responsável será severamente punido. Eu no caso.
Todos os alunos estavam juntos, tanto veteranos quanto calouros. Todos ouvindo atentos à broca do nosso diretor.
— Por favor, o responsável se dirija à frente agora, pois se não apresentar-se de imediato, a punição será igual para todos. - Disse o diretor Miguel, em um tom ameaçador e autoritário.
Agora era comigo. Eu teria que assumir a culpa e sofrer a consequência de sempre. Apesar de ter me acostumado com a punição, eu não queria que ninguém tivesse que sofrer com ela também, era desumano o que eles faziam.
Dei dois passos para frente, mas Felipe e Diego se puseram à minha frente. Eles me fitaram e não me deixaram andar.
— Vamos com você. - Diego disse - Não é justo te deixar ir sozinho.
Eu os olhei sério antes de gargalhar e deixar eles confusos.
— Eu conheço vocês, e sei que logo logo vão estar usando a pulseira também. - Falei e os afastei do meu caminho - Não se preocupem, eu vou ficar bem. Vocês sabem que eu vou.
Voltei a andar para frente e ergui os braços, me apresentando como culpado. Miguel me olhou e sorriu.
— Segundo ano consecutivo. - Miguel disse e se aproximou de mim - Seus amigos não vão querer te ajudar?
— Não. - Foi só o que eu disse.
Eu sabia que Miguel não faria nada que eu já não esperasse, mas mesmo assim a proximidade com ele me causava arrepios. Ele tinha uma essência misteriosa e talvez até mesmo perigosa.
— Eu também. - Uma voz masculina se destacou, fazendo com que eu me virasse para ver quem era.
Um novato. Provavelmente só queria ser notado e ganhar faminha. Idiota ele, por que ser odiado por veteranos era a pior coisa que existia dentro do colégio. A vida daquele garoto ia virar um grande inferno. E eu não podia fazer nada, foi escolha dele assumir a culpa comigo.
O diretor olhou para o garoto e não falou nada, me olhou novamente e voltou a dar o discurso que eu já sabia decor e salteado.
Eu ainda encarava o garoto, e ele me encarava de volta. Olhos escuros, pele branca, mas não pálida e cabelos negros longos, mas que não formavam franja. Provavelmente um topete, mas não deveria estar arrumado.
— Quero os dois na minha sala em vinte minutos, entenderam? - O diretor disse e deu as costas.
Quando o diretor adentrou no colégio, os novatos começaram a gritar em comemoração, mas eu me sentia estranho, com uma má impressão.
O diretor Miguel jamais havia pedido para irmos à sua sala, e isso me deixou com um certo medo e um pressentimento não muito bom. É claro que ele estava irritado, já que além de fazermos a nossa habitual Pegadinha, depredamos a escola com o buraco e a implosão da escada. Ele deveria estar furioso, e o castigo que vinha em frente não devia ser nada bom.
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E então? O que acharam da continuação? Digna do seu comentário? Você acha que deve continuar? O que acha que vai acontecer daqui pra frente? Comenta aí, deixa seu recado, faça seus votos de ano novo... E já aproveitando esse clima de perguntas, uma leitora me perguntou por email se eu prefiro o sucrilhos original ou o de chocolate... Eu prefiro o normal e vocês? Deixa aí qual o seu sucrilhos favorito!
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