1. Madrasta Má

Conto de historiador como (Seguir)

Parte da série Celestial

NÃO VOU ENROLAR MUITO GENTE, SÓ UMA INTRODUÇÃO RÁPIDA AQUI PARA VOCÊS:

Oi, pra quem não me conhece eu sou o Luciano, autor da série »Entre Dois Corações« e essa é minha nova série. O nome como deu para perceber é »CELESTIAL« e eu deixo desde já avisado: vocês vão se surpreender MUITO com o que está para acontecer... Enfim, era só isso.

Peço a vocês que ouçam a música Fucking Perfect da P!NK, por que é a música tema dessa série ok? Mas isso eu vou colocar em todos os capítulos para vocês ouvirem sempre. Beijos, boa leitura!

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CELESTIAL - 1, Madrasta Má

"Hoje eu acordei de bom humor, e de certa forma sei que o dia vai ser bom. É o primeiro dia do ano letivo, e eu vou rever os meus amigos. É tão bom voltar para a escola e poder sorrir com os amigos de verdade.

Principalmente depois das férias que eu tive. Você me conhece bem, sabe o que eu passei nas férias com a idiota da minha madrasta e o meu pai, mas deixa isso quieto, prefiro não reviver aqueles dias demoníacos.

Enfim, você sabe que isso é uma despedida, e que eu só vou te ver no sábado, por isso quero dizer que você é meu melhor amigo. Sempre me ouve, sempre me entende. Eu amo você."

Datei o texto, fechei o meu diário e acariciei a capa de camurça azul, me despedindo dele com uma certa tristeza e reverência. Meu diário era muito importante para mim, pois nele haviam segredos que ninguém mais sabia, e que ninguém nunca iria saber. Como por exemplo o fato de eu ser gay.

Eu não queria deixar o diário em casa, mas aquele colégio era muito rígido, e o único tipo de material que eles deixavam passar era o material escolar e as roupas que nós usaríamos durante a semana de aulas.

Eu estudo num colégio interno graças à Fernanda, minha madrasta. Ela convenceu papai de que um colégio interno seria o melhor para mim e para a minha educação. Como se ela se importasse não é mesmo? Na verdade ela só não queria meu pai e eu ficássemos próximos, e ela se empenhava ao máximo para poder conseguir o que queria. E ela estava conseguindo. Ela sempre conseguia.

Papai e eu não trocávamos muitas palavras. Eu só o cumprimentava por educação, por que há muito tempo eu havia perdido a toda vontade de falar com ele.

Foi escolha dele me afastar, e aparentemente ele não estava arrependido. E nem eu.

Eu gostava da Fernanda, mas isso foi nas quatro primeiras semanas que ela e papai começaram a namorar. Depois disso ele a trouxe para vir morar conosco, e ela tirou a máscara dela. Depois disso, eu e ela perdemos todo o contato também.

Por isso eu amava o meu colégio, amava os meus amigos, amava os meus professores, amava cada parede daquele colégio. Por que afinal, o que eu realmente amava era ficar distante do meu pai e da sua esposa endemoninhada.

— GUSTAVO VOCÊ TÁ QUERENDO IR A PÉ ATÉ O SEU COLÉGIO? - Fernanda berrou com sua voz fina e irritante - O SEU PAI TEM O QUE FAZER DA VIDA, ELE TRABALHA PRATICAMENTE SÓ PARA PAGAR O SEU COLÉGIO, DESCE LOGO PESTE DOS INFERNOS!

Peguei a minha mala preta debaixo da cama e me despedi novamente do meu diário. O coloquei no meu esconderijo secreto, num compartimento que eu mesmo havia feito no chão, embaixo da minha cama. Joguei a caneta sobre a escrivaninha e me preparei psicologicamente enquanto descia as escadas.

Acho que não me apresentei ainda né? Mas qual a diferença que faria? Eu sou apenas um garoto de 16 anos, cabelos louros, olhos castanhos que têm o péssimo hábito de trocar de cor quando exposto à luz, corpo magro, 1.67 de altura e medo de raios e trovões. Esse sou eu, esse é o Gustavo Hammer, morador de uma pequena cidade fria e chuvosa de Santa Catarina, sul do Brasil.

— Anda garoto, vai some. - Fernanda disse quando eu terminei de descer as escadas - Nossa como eu fico chateada ao saber que você vai voltar daqui a cinco dias. Isso me magoa muito.

Fernanda era possuída por centenas de demônios, e um deles era a maldita pomba gira. Eu nunca vi uma mulher acima dos quarenta com tanta beleza e formosura. Ela tem cabelos castanho-claro e os olhos são da mesma cor, entrando em harmonia com a sua pele macia e dourada, que cobria o corpo escultural de uma mulher de vinte anos de idade.

Passei por ela sem dizer nada, apenas praticando um exorcismo mental. Eu era da opinião que você tem o risco de perder uma discussão na mesma porcentagem em que tem de ganhar. Mas se você discutir mentalmente, a última palavra sempre vai ser a sua, e isso te dá uma vitória garantida, sem a outra pessoa saber que você ganhou aquela discussão.

Puxei a alça da mala e a arrastei até o carro cinza de papai. Abri o porta-malas e coloquei a minha bagagem nele. Depois me sentei no banco do carona, ao lado de papai.

Seu nome é Gabriel. Ele tem cabelos cacheados e louros, olhos verdes e um corpo de homem, com músculos, maxililar contraído, peitoral e tudo que homens gostam de ter. Ele era lindo.

Papai e eu suspiramos ao mesmo tempo, mas não dissemos uma palavra um ao outro. Essa era a rotina de sempre. Seja no primeiro ou no último dia de aula. Aliás, esse era o meu penúltimo ano no colégio.

Peguei os meus fones de ouvido e o meu aparelho celular. Vasculhei na minha lista de músicas atrás de alguma que eu realmente quisesse escutar. Era um dia feliz, e eu deveria ouvir músicas que desse ênfase a essa felicidade. Acabei cansando e ativei o modo aleatório. Meu celular tem um sério caso com músicas deprimentes - talvez eu é que tenha, já que 95% delas são deprimentes - e começou a tocar justo a música que me fazia lembrar do meu crush - é assim que vocês chamam né?

Sim, eu tenho aquela maldita paixão adolescente, mas eu não considero nada muito sério. O nome dele é Ângelo, e é o capitão do time de basquete da escola. Alto, pele negra, olhos grandes, boca sedutora... Nós chegamos a nos beijar uma vez, numa das festas que os veteranos sempre faziam e que alguém sempre saía bêbado. Naquela noite foi a vez do Ângelo. Ele estava muito mal, e sem se pronunciar simplesmente me arrastou para um canto mais vazio e me beijou. Teríamos feito sexo também, mas ele acabou vomitando quando nós fomos para o quarto.

Eu não sou sou mais virgem, e isso já faz quase dois anos, na primeira festa de boas vindas para os calouros que eu participei. Eu fiquei bêbado e meu amigo que também estava bêbado decidiu que seria melhor se a festa acabasse mais cedo para nós. Nós fomos para o quarto dele e ficamos vendo pornô hetero - por que ele é hetero - durante alguns minutos, até ele começar a se masturbar na minha frente e bem... Não importa, o caso é: eu não sou mais virgem. Ninguém precisa de detalhe nemhum daquela noite desagradável e dolorosa.

Depois de uma Playlist inteira com 19 músicas, o carro finalmente para na porta do colégio. Papai e eu saímos juntos do carro ele pega a minha mala e me acompanha até o grande portão prateado do "Colégio Interno Seres Celestiais". Eu achava esse nome uma ofensa às classes mais baixas, já que o colégio era de elite e só os que tinham dinheiro em excesso podiam pagar a mensalidade.

Papai colocou a mão no meu ombro e fez uma massagem de dois segundos, me encorajando a seguir em frente. Tudo apenas rotina, ele pensava que eu odiava aquele lugar.

Acompanhei a demanda de alunos, uns bolsistas, outros mensalistas... Papai não ficou para me ver entrar como fazia quando eu estava na creche ou no pré escolar. Simplesmente deu as costas e foi para o carro. Se ele soubesse o quanto está me machucando...

Senti duas mãos na minha cintura, logo depois um corpo mais alto que o meu me encoxando por trás e uma voz sussurrada no meu ouvido, com a boca suave tocando a minha orelha:

— Senti a sua falta - Disse Diego, o meu melhor amigo - Você sentiu a minha?

— Nem lembrava que você existia. - Falei sorrindo mas com um tom venenoso na voz - Por que não me encoxa assim no meu quarto?

— Olha que eu vou aceitar a sua proposta. - Ele disse rindo e me largando.

Não nos importávamos com as aparências, pois todos ali nos conheciam, e todos sabíamos que nós éramos hetero. Ou melhor, todos sabiam que o Diego era hetero, e ninguém sabia que eu era gay.

Esse tipo de brincadeira eu e Diego adotamos logo depois que ficamos bêbados e transamos. Ele foi bem gentil no dia seguinte, mas deixou claro que era hetero, e eu fiz o mesmo. Também falei que eu o via como um irmão, que ele era o meu melhor amigo e que jamais transaria com ele se estivesse sóbrio, mesmo que eu fosse gay. O problema é que 5% de tudo isso era mentira. Eu o via como um irmão, mas o problema da bebida é que ela não te obriga a fazer coisas absurdas, apenas te induz a fazer o que você tem vontade de fazer, mas não tem coragem.

— Como foram as suas férias? - Perguntei indo em direção à mansão.

O colégio consistia de nove andares, e na verdade não era um prédio como os outros colégios daqui da região. Era uma mansão marrom do século XV, provavelmente uma casa de família nobre ou até real. Isso eu ainda iria aprender, por que eles tem uma matéria própria, que é História Local. Ensina e explica cada acontecimento e cada pessoa que viveu na nossa cidade antigamente. Super legal.

— Deprimente. - Diego disse me acompanhando e esbarrando propositalmente em mim - E as suas?

— Defina a minha madrasta em uma única palavra ou som.

— Bleh... - Ele disse involuntariamente, tentando achar algo que definisse a demônia da minha madrasta.

— Exatamente. - O interrompi antes dele pronunciar a palavra - Minhas férias foram muito "Bleh".

— O bom é que acabou. - Diego parou na minha frente e me olhou nos olhos - E agora nós estamos juntos. Estava com saudades de você.

Parei para não trombar com ele e fitei aquele par de olhos cinzas. Diego era lindo, e ainda por cima era um fofo. Tem grandes olhos cinzas, cabelo preto arrumado em um topete perfeitamente alinhado e estiloso. Sua pele era pálida, e ele usava roupas mais descoladas. Uma jaqueta de couro preto aberta, camisa branca, calça jeans skinny e supras brancos.

— É, o bom é que acabou. - Concordei e voltei a andar, tirando ele da minha frente - Esse ano vão fazer a Pegadinha?

— Com certeza. O Felipe já está preparando tudo, e você vai ajudar né?

— Tá esquecendo que eu já fui calouro? E que eu já caí na Pegadinha? Aliás, você também, não sei por que ainda insistem nessa palhaçada. - Falei bravo - Idiotice.

— Ainda tá se sentindo culpado por causa do ano passado? - Diego disse rindo - Foi a Pegadinha do século! Você tem uma mente maligna.

Sim, no ano passado eu que organizei a famosa e cruel "Pegadinha", mas vamos com calma. Essa Pegadinha é uma brincadeira que os veteranos fazem com os novatos antes de os chamarem para a festa de boas-vindas. No ano passado a Pegadinha foi idéia minha, e a idéia era colocar câmeras nos banheiros dos novatos e transmitir ao vivo para toda a escola eles tomando banho. Foi um sucesso, e foi chamada de A Pegadinha do Século. O problema é que eu acabei arrajando um ou dois inimigos. Nada com o que se preocupar.

— Você tem que participar cara. - Diego disse com a voz suplicante - Pela nossa amizade.

Como ele era apelativo.

Mordi os lábios e pensei na hipótese de uma nova Pegadinha do Século, e para ser bem sincero, nos dias das minhas férias em que eu não estava com o meu diário, eu bolei alguns planos para esse ano, por que afinal, ser popular é algo muito bom, mas ser reconhecido é algo melhor ainda. E eu já sabia exatamente qual seria a Pegadinha desse ano.

— Tá okay, eu ajudo vocês. - Falei.

Definitivamente, esse ano estava prometendo ser um grande ano. O melhor e mais glorioso de toda a minha vida.

(...)

Diego me deixou na porta do meu dormitório e segui para o dele, que ficava no mesmo corredor, à três portas da minha. Olhei para a placa de madeira para certificar que o meu companheiro de quarto ainda era o Giovanni, mas a placa indicava outro nome. Vinicius Grey.

Dei de ombros mesmo com a sensação de já tê-lo visto ou pelo menos ouvido esse nome.

Quando entro o quarto estava vazio, e a minha cama exatamente como eu havia deixado. Com um lençol azul e as cobertas dobradas. Ótimo.

Tirei as roupas da mala e soquei tudo na pequena cômoda que havia perto da cama, que era própria para guardar roupas.

Coloquei as roupas de frio na primeira gaveta, por que com certeza eram as que eu mais usaria. No ano passado, o dia mais quente de verão chegou a fazer 16 graus aqui na cidade.

As roupas de calor eu coloquei junto com as que eram íntimas, e deixei a última gaveta livre.

Deixei minha mala no chão e saí do dormitório, indo em direção ao dormitório de Diego. Ele não havia desfeito as malas. Giovanni estava na cama perto da porta.

- Mas é vagabundo mesmo. - Falei rindo e indo até o Giovanni para cumprimentá-lo com um aperto de mão - Vai sofrer com ele Giovanni, esse aí foi dormir uma vez na minha casa e ninguém mais quis que ele fosse. É muito porco.

- Cala a sua boca viadinho! - Diego disse jogando um travesseiro em mim - E aí, vai contar qual é a Pegadinha do ano ou não?

— Vou. - Falei - Prestem atenção, por que é meio complicado.

Me sentei na cama ao lado de Giovanni e me inclinei para frente, como se fosse segredo. E era mesmo um segredo.

- Esse ano eu pensei em algo diferente e muito mais humilhante que no ano passado. Nós vamos fazer o seguinte...

웃 웃 웃 웃 웃 웃 웃

E então amores? O que acharam desse primeiro capítulo? Devo continuar? Devo parar? Estão curiosos? Quais são as suas impressões sobre o futuro dos nossos personagens? Comenta aí, fala o que achou do capítulo, o que achou da escrita, o que achou do nome do capítulo e do título da série e da música tema. Gente sério, quero pedir para você que ainda não ouviu essa música, corre lá no YouTube e joga o nome dela. É perfeita e define os parágrafos da série um por um.

Beijos, e ouçam FUCKING PERFECT (PERFECT) - P!NK

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Comentários

Há 5 comentários.

Por Ryan Benson em 2015-01-09 22:57:22
Ainda não ouvi a musica, mas ta anotado, mais tarde eu ouço. E... assim como a série "Entre Dois Corações" é FODA, eu gostei dessa também, mas principalmente porque foi vc quem escreveu e sei que vai me surpreender... Gostei do Gustavo (mais um loiro na minha vida <3 <3) e adorei o Diego também, o nome já é sexy, imagina do que esse garoto é capaz hahahahahaha... Não demore, okay? Okay. Um abraço!
Por Victor secrets em 2015-01-09 21:36:55
continua LUZÃO *-*. Essa serie e nota 1.00000 . Perfeita o 1 ep ja gamei . .u.u adorei adorei . Isso simplesmente e.e. E perfeito. Tomare que continue assim.
Por simon em 2015-01-08 18:16:02
Deve continuar,fiquei curioso e a sua escrita como sempre é ótima
Por maickito em 2015-01-08 18:05:03
A l e l u ia,virgem maria me surpreendeu amei a serie,ansioso pra proximo capitulo ,poste logo o proximo capitulo caralho 😍👋
Por BielRock em 2015-01-08 17:26:44
Cara , eu adorei a sua nov série . Já estou achando que o Diego vai ou já é apaixonado pelo Gustavo . E eu tenho uma leve suspeita de que essa escola tem muitos mistérios a vir atona . Começando pelo nome . Eu quero que você continue logo porque estou morrendo de ansiedade . Sim eu sei que é o primeiro capítulo . Mas eu adorei . Continuaaaaaa