Fallen 17

Conto de historiador como (Seguir)

Parte da série Angel's City

AGORA SIM! Estou muito satisfeito com o resultado desse capítulo e espero que vocês também fiquem. Eu ia postar ele ontem, mas achei que podia melhorar, e bem, acho que melhorei.

Bem, oi oi gente (se eu não colocar esse "oi oi" no começo, vou sentir que não tá tudo certo). Bem, acho que esse capítulo não demorou, né non? Foi bem rápido, em relação aos últimos dois capítulos. Mas não é disso que eu quero falar. Quero agradecer por vocês estarem aqui e por não abandonarem a série. Muito obrigado por comentarem, e por ler. Adoro muito vocês.

Esqueci o que eu ia falar. An... Vocês assistiram De Pernas Pro Ar? É um dos melhores filmes que eu já vi (brasileiro). Mas não era isso, eu não lembro o que era. Que horror.

Ah, deixa eu falar, já agradeci e tudo né, agora eu vou pedir para vocês comentarem depois, porque eu quero que vocês comentem e eu sou mimado. Então por favor, por favorzinho, tô pedindo pra vocês, não é nenhum sacrifício, vai, por favor, cria uma conta, se você já tiver então é só comentar, e se você não souber como fazer é só me mandar um email. Então não tem desculpa. Comentem por favor. Amém.

AAAAAH, LEMBREI GENTE, LEMBREI: No final eu tenho uma surpresa pra vocês (cabe a vocês decidirem se a surpresa é boa ou ruim). Não deixem de ler as notas finais gente, é importante.

Mais alguma coisa? Acho que não. Calma. Agradeci? Sim, e uso essa deixa para agradecer novamente. Muito obrigado a todos vocês. Meu Deus, tô sem criatividade, acho que vou pular para as respostas dos comentários.

❇simon: JESUS TE ELIMINE, pelo amor de Deus não usa esses tipos de memes comigo kkkk sim, eu apareci!!! Que lindo gente, estou com inveja de você. Tenho preguiça. Awn que lindo, que garoto inteligente e culto. Mas um tempo pra Angel's City você tem né? Espero que sim, em nome de Deus. Amor você tem que decidir de qual lado está, não dá pra shippar os dois né kkk não desisti não meu bem, e fico muito feliz em ver que você não desistiu também. Um beijo enorme, e muito obrigado pelo comentário. Um beijo enorme. Até logo, viu?

❇PedrãoC: Muito obrigado, Pedrão!! É muito legal quando percebem uma referência no que eu escrevo, e eu confesso que coloco MUITAS referências nas minhas histórias. Muito obrigado pelo elogio, quero o seu comentário nesse capítulo também, viu? Abraços. Até já.

❇Mister Good Vibes: lalalala eu sei bby, também amodeio você tá? É recíproco. TIRA ESSA HASHTAG DAÍ, não permiti que você shippasse esse casal. Não tô valendo nada. Enfim, obrigado por comentar, volte logo viu? É uma ordem.

❇Ali T. Jones: Vocês leitores são taaaao manipuláveis (MENTIRA), eu faço de propósito, amo ver vocês mudando de shipp. O Lucas é uma pessoa maravilhosa, mas convenhamos que não é o mais indicado a um relacionamento. AI MEU DEUS AMO PALPITES, ME CONTA! Hmm, algo grande? Seja mais especifico. Enfim, to esperando ansioso pelo seu comentário viu? Muito obrigado por tudo. Até já. Beijos.

❇h1411: ALÔ ALÔ GRAÇAS A DEUS TÔ SEGURANDO A MARIMBA E TÔ SEGURANDO MUITO BEM! Sim bby, finalmente postei, e tô muuito feliz que você tenha gostado 😍😍😍 eu não gosto de demorar para postar, mas que bom que você não se importa muito kkk um grande beijo meu amor, não esquece de comentar, okay? Te adoro.

❇guh...: AAAAAAWN SEJA MUITO MUITO BEM-VINDO!!! Vou fazer um motim aqui pra você com uma faixa enorme de boas vindas. Ai gente que amor, tô apaixonado 😍💜💓💕💗 sou apaixonado pelo Thiago, e já te considero pakas! Sim, ele vai abalar muito kkk mas é segredo o futuro dele. Muito obrigado por tudo bebê, espero ver você de novo, um grande beijo.

❇Fla Morenna: Muito obrigado! Lisonjeado com o seu comentário, te esperando de novo aqui e te mandando muitos e muitos beijos.

❇Dimi: AAAAAAAAAAAAAH QUE DELÍCIA, LINDO!! Não sei se o conto merece tal título, mas agradeço muito pela consideração. Um beijao e um abraço, não deixe de aparecer aqui viu?

❇Rick134: Vocês tiraram esse capítulo para acabar comigo, gente tô emocionado! Muito obrigado, muito mesmo! E já que criou a conta, é bem possível que você volte a comentar, né? (espero de verdade que sim). Beijos. Até logo.

❇Edu: kkk um gênio! Obrigado por aparecer, bebê, e não se esqueça de voltar, estou te esperando. Beijos no seu lindo coração. Até mais.

❇ Boa Leitura ❇

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Papai mordeu os lábios e ligou o carro, meditando em silêncio. Ele se virava para mim hora ou outra, hesitante em falar alguma coisa.

Fiquei em silêncio, esperando a resposta de papai. Ele estava corado, e o jeito atrapalhado e embaraçoso de papai me fez gargalhar. Se ele pudesse se ver agora, veria o quão constrangido havia ficado.

— Você estava com alguma mulher? — Era impossível conter a risada, e papai ficava casa vez mais vermelho. Um sorriso enorme brotou em seus lábios, e eu tive certeza de que era uma mulher. — Seu égua! Que direito você acha que tem de não me contar essas coisas?

— Cala a sua boca. — Papai disse rindo — Não é da sua conta, menino abusado.

Eu estava feliz por papai. Desde a morte de mamãe, ele se dedicava a mim e ao trabalho, e por vezes esquecia de si mesmo. Ele sempre foi tão jovem e lindo, e disposto, e alegre... Eu queria que ele fosse feliz e se apaixonasse outra vez. É claro que nenhuma mulher seria capaz de substituir minha mãe, ou apagar as memórias dela.

— Me conta: ela é bonita? É legal? É inteligente? — Eu metravalha meu pai de perguntas, mas ele se recusava a responder qualquer uma das que eu fazia. — Não me deixa curioso! Ela sabe de mim? Sabe que pra ficar com você tem que aceitar ficar em segundo plano, né, porque eu sou mais importante.

— Você fala demais. — Papai disse com os olhos na estrada — Mas já que você insiste em falar, sim, ela sabe que eu tenho um filho. Mas ela não é nada minha. Só fiquei na casa dela porque o hotel estava sendo reformado, e eu teria que ficar em uma filial, longe do trabalho.

— E por uma estranha coincidência você tem uma amiga que mora no mesmo bairro do hotel que está sendo reformado. — Insinuei — Eu já não sou mais um bebê, papai. Convenhamos que dirigir nunca foi um problema pra você.

— Você é um bebê sim! — Papai disse dando de ombros.

Revirei os olhos e me recostei no banco, sorrindo. Observei a estrada se movimentando lenta e constantemente.

— Eu estava com saudade de você. — Papai disse sério, me olhando e suspirando por um breve momento. Ele não gostava de tirar os olhos da estrada.

— Eu também. — Falei olhando para ele, e mantendo meu olhar. Como alguém podia ser assim? Não lindo, como só ele é, mas tão focado, e firme, e forte.

Conversamos durante todo i percurso até minha casa, sobre o fim de semana de papai, e a cidade, e o trabalho. Ele disse que pretendia me levar para visitar Minas Gerais, e muitos outros lugares também. Nós falamos também sobre a possível promoção de papai, e sobre minha possível transferência para uma escola que não fosse integral.

Chegamos em casa, e ambos respiramos fundo. Era tão bom sentir o cheiro fresco da minha casa.

Olhei para os cômodos estranhamente vazios e escuros. Papai subiu para o segundo andar com a pequena mala de roupas e pertences de higiene íntima. Era estranho deixar a minha casa e voltar depois, e ver tudo vazio. Não era como voltar da escola. Eu havia ficado bem mais que algumas horas fora de casa.

Corri para o meu quarto, largando a mochila no chão e me jogando na cama. Minha cama, meu colchão, meu quarto, meus lençóis... Tudo ali era meu, e me deixava completamente confortável.

Fechei os olhos, curtindo o silêncio que perambulava pelo quarto. Me encolhi na cama e bocejei, me sentindo exausto. O dia não foi um dos mais agitados da minha vida, mas estar em casa me deixava em uma constante crise de paz.

Sorri e levantei da cama, indo para o quarto de papai. Ele arrumava as roupas no armário, completamente focado em seus afazeres.

— Você acha que eu não sinto sua presença, só por que você está em silêncio? — Papai disse sério, sem sequer olhar para mim.

— Você é um bruxo! — Falei dando de ombros — Eu nem ligo mais pra essas suas coisas estranhas. Nem me assusto. Já até acostumei, se você quer saber. — Sentei na cama e cruzei as pernas.

— Eu não quero saber. — Papai disse, e apesar de disfarçar bem, tinha um sorriso oculto na sua fala — Mas isso faz diferença pra você?

— Você sabe que não. — Dei de ombros.

— Isso é tão aquariano. — Papai murmurou, e dessa vez deixou que o sorriso viesse à tona.

— Agora você acredita em astrologia?

Papai fechou o guarda-roupas e me olhou, andando sem pressa até a cama, onde eu estava. Ele sentou do meu lado e depois se jogou para trás, deitando agressivamente na cama.

— Eu acredito em muitas coisas. — Papai disse pensativo — Há muito nesse mundo. Muito absolutismo, porém muitas dúvidas. Se nós não nos prendermos a algo, a alguma crença, nós enlouquecemos. É uma necessidade do ser humano, crer em algo ou alguém que sempre, em qualquer ocasião, tenha o controle absoluto de tudo. É uma forma de se perdoar pelos erros que comentem. Sabe, é muito fácil pegar uma pessoa qualquer e a julgar pelos seus erros, e pelas suas crenças, até mesmo pela falta de crenças. Mas o que é errado pra você? Porque o que é certo pra você tem que ser certo pra outra pessoa também?

Fechei os olhos, ouvindo atentamente o que papai dizia. Sua voz era a coisa mais tranquilizante do mundo, e era ainda mais perfeita quando fundida à sabedoria.

Papai ficou em silêncio, e eu abri os olhos.

— Porque parou de falar? — Falei, fazendo uma careta.

— Está na hora de dormir, meu amor. Amanhã você tem aula. — Papai disse sorrindo, deitando ao meu lado.

— Estraga prazeres. — Revirei os olhos e sentei, olhando para papai — Vai trabalhar amanhã?

— Não. Essa semana eu estou de folga.

— Isso é bom. — Falei sorrindo — Podemos dar uma folga para a Mari essa semana.

Mariana era a empregada que faxinava a casa uma vez por semana, já que papai e eu não tínhamos tempo para essas coisas. Mamãe ficava em casa quase o dia todo antes de morrer, e com sua partida, papai e eu acabamos por precisar de alguém que fizesse o trabalho da minha mãe.

A empregada era de nossa total confiança, e sempre que tinha tempo deixava o jantar pronto. Não que isso fosse de suma importância, por que cozinhar nunca fora um problema para papai ou para mim. Talvez cozinhar fosse a coisa que eu e papai tínhamos em comum, fora uma ou outra semelhança física.

— Acho que ela iria gostar. — Papai sorriu — Talvez eu possa fazer um esforço pra manter a casa em ordem essa semana.

— Eu sei que é difícil pra você, mas você consegue. Você é capaz, não importa o que digam. — Falei como nos vídeos de auto-ajuda que tive que ver quando mamãe se foi. Meu pai achou que eu poderia ficar em depressão, e me levou a psicólogos e tudo mais.

— Vamos comer alguma coisa. — Papai disse saindo da cama — Quer sugerir algo? Aproveita que eu estou de bom humor.

— Com uma semana de folga qualquer um fica de bom humor. Que tal comida italiana?

— Essa é uma forma chique de dizer que quer pizza? Qual é a próxima lição? Pizza de pepperoni ao invés de pedir calabresa? — Papai riu, se dirigindo à porta.

— Você é insuportável. — Suspirei e saí da cama também — Quero ser igual a você quando eu crescer.

Segui papai até a cozinha. Ele ligou para a pizzaria e fez o favor de ser bobo o suficiente para encomendar uma de pepperoni.

— O atendente deve achar que você é retardado, ou pelo menos que o senhor toma medicamentos fortes. Eu não ficaria surpreso se a pizza não chegasse aqui. — Falei rindo.

— Se ela não chegar, a gente vai até lá. — Papai deu uma piscadela, se apoiando no balcão atrás dele. — Você se alimentou corretamente na casa da Lívia? Salada, frutas, verduras...

— Sim, papai. — Na verdade não, mas ele não precisava saber disso, e não iria. Eu o conheço o suficiente pra saber que ele faria uma grande palestra sobre alimentação.

Papai consentiu, me olhando desconfiado. Decidimos assistir apenas um filme - palavras de papai - enquanto jantavamos. Pixdi a gaveta de filmes e analisei os títulos sem pressa, buscando algum que fosse do meu agrado. Tinha muitos filmes de guerra. Anjos da Noite chamou a minha atenção, mas não o selecionei. Papai veio até mim, quase sem paciência, e puxou um filme que eu não pude ver o título.

Revirei os olhos e observei papai carregar o filme para a cozinha, com a capa em baixo do braço.

(...)

A pizza chegou uma hora depois de termos pedido, e tanto eu quanto papai estávamos furiosos. O entregador disse que o trânsito não deu a devida colaboração, mas papai não se deixou levar. Ordenou que eu entrasse e esperasse na cozinha enquanto ele resolvia. Confesso que fiquei com medo de papai bater no pobre entregador, mas ele era um velho inofensivo. Não fazia mal nem a uma formiga.

Esperei pacientemente na cozinha, atento a qualquer grito ou gemido que pudesse indicar dor. Eu não conseguia ouvir o que papai dizia, ou o entregador. Aparentemente a conversa estava sendo pacífica. Mas alguém podia estar sendo estrangulado.

Comecei a roer as unhas, completamente tentado a bisbilhotar. Papai ficaria orgulhoso da minha educação. Eu simplesmente não consegui me mover para poder ouvir a conversa.

— Muito obrigado pela compreensão. — Papai disse alto ao entrar na cozinha. Ele fechou a porta e sorriu para mim — Nada que uma bela e saudável conversa entre adultos não resolva. Está com fome?

— O que ele disse? — Perguntei curioso — Como resolveram?

— Nada mais do que o justo. — Papai disse colocando a pizza sobre a mesa — Ele ligou para a pizzaria e explicou a situação. Conclusão: me deixaram a pizza sem eu ter que pagar.

Abri a boca para falar, mas eu não soube o que responder. Uma leve e fina pontada fez meu peito doer e meus olhos encherem de lágrimas, em uma estranha sensação de dejavu. Hesitei pela segunda vez, mas as palavras se recusavam a sair, presas na minha garganta. Por que a tal sensação de já ter passado por algo assim mechia tanto comigo? Será que era uma lembrança com a minha mãe?

— Você está bem? — Papai perguntou curioso — O que houve?

— Não... — Engoli em seco — Tá tudo bem. Foi só uma sensação, uma coisa estranha. Eu tô bem.

Forcei um sorriso, mas isso não convenceu papai. Ele me olhava com seriedade, com os braços cruzados sobre o peito.

— Me conta. — Foi um meio-termo entre ordem e pedido.

— Foi como um dejavu. — Murmurei, me sentindo um idiota — Não foi nada de mais. Acho que foi com a minha mãe, não sei. Eu não quis te preocupar com essas coisas.

— Não é pesado você lembrar da sua mãe. Ela era uma ótima pessoa, merece ser lembrada. — Papai não parecia muito confortável ao falar de mamãe, mas o brilho nos olhos dele eram intensos.

— Eu amo você. — Falei com voz de choro.

— Eu também amo você. — Papai disse se aproximando de mim e me apertando forte em seus braços. — E sua mãe também, ela te amava muito, e eu sei que de onde ela está, ela está orgulhosa de você.

Sorri e abracei papai com força. Eu sabia o quanto era doloroso para ele falar de mamãe, e ainda assim, só pra me ver melhor, ele falava de tudo o que lhe machucava. Eu me sentia culpado por isso. Meu maior desejo é ver papai feliz.

— Agora vamos ver o filme antes que eu desista e te mande pra cama agora mesmo! — Papai se afastou e andou com a pizza até a sala — E esse filme que eu escolhi é ótimo. Um dos meus favoritos. Quero que você veja.

— É sobre o que? — Perguntei curioso, indo até a sala.

— O nome do filme é Legião. Se você assistir vai saber sobre o que se trata. Vem.

Papai deitou no sofá, e eu deitei ao seu lado, apoiando minha cabeça no seu peito. Ele deu play no filme, deixando o controle de lado e me acariciando.

O filme era um tanto perturbador, e prendeu a minha atenção mais do que eu gostaria. Era a história de um arcanjo que tinha o dever de dar início ao apocalipse na terra. Ele foi enviado por Deus, liderando uma legião de anjos (daí o nome do filme), mas o arcanjo desiste do plano e se une à raça humana para ajudá-los a sobreviver. Não que eu fosse acreditar no filme, mas de uma forma estranha, o filme me deixou em um estado crítico pensativo. Anjos. Anjos não criavam rebeliões, mas podiam sim se voltar contra Deus. Foi o que houve com Lúcifer, como crêem algumas religiões.

Balancei a cabeça em um gesto simbólico, afastando essas idiotices que rondavam meus pensamentos. Levantei do sofá e peguei a caixa de pizza, a levando para a cozinha. Papai e eu devoramos quase todo o conteúdo no decorrer do filme, mas ainda haviam sobrado três das oito fatias. Guardei tudo na geladeira e subi com papai para o quarto, o deixando seguir sozinho.

— Não vai dormir comigo? — Papai se virou ao perceber que eu não o segui. Ele ergueu a sobrancelha e se apoiou na parede.

Dei uma risada divertida e o fitei, procurando alguma dica de diversão na sua expressão.

— Porque eu faria isso? — Perguntei sorrindo — Eu não sou mais uma criança, pai.

— Vou me lembrar disso quando você tiver pesadelos. — Papai sorriu, mas houve verdade na sua frase. Eu já não reclamava ou chorava por causa de um pesadelo a mais de um ano.

Fiquei em silêncio meditando no que papai havia dito. Dei de ombros, respirando fundo e sorrindo. Eu não teria pesadelos.

— Não se preocupe. Se eu precisar eu corro para o seu quarto. — Meu sorriso foi sincero, porém ainda preocupado — Eu não me importo se você fizer o mesmo.

— Talvez eu faça mesmo. — Papai piscou e mordeu os lábios.

— Vou deixar a porta do quarto aberta. — Pisquei de volta, e na fração de segundo que eu usei, um par de olhos cor de sangue brilharam em minha mente, me fazendo abrir os olhos assustado.

— O que houve? — Papai parecia tão assustado quanto eu — É o vulto novamente?

Vulto? Do que papai estava falando? Não havia nenhum vulto, ou pelo menos eu não me lembrava de ter visto um.

— Não foi nada. — Eu tentava me controlar, evitando demonstrar algo além de tranquilidade — Eu vou dormir. Eu te amo. Boa noite.

Papai assentiu e se aproximou, beijando a minha testa. Sorri e aceitei o beijo, fechando os olhos suavemente.

A imagem de uma grande forma negra e deformada brotou na minha mente, com olhos vermelho-sangue néon e garras enormes. Senti um calafrio percorrer meu corpo, mas me recusei a demonstrar medo.

Me afastei de papai e entrei no meu quarto, trancando a porta. Aquilo era só criação da minha mente. Eu precisava focar nisso.

Deitei na minha cama e me escondi sob os cobertores. Parecia plena idiotice, mas parecia dar certo com crianças. Era como uma fortaleza impenetrável, onde sabia que estaria seguro.

(...)

O barulho estridente do meu despertador tocou, me fazendo pular da cama. Desliguei o alarme em um ato de desespero e me inclinei ainda assustado sobre o criado-mudo. Dei uma risada nervosa e andei sem pressa até o guarda-roupas, lembrando do que papai disse sobre ter pesadelos. Eu não tive nenhum, mas confesso que o sono demorou a vir. Eu passei quase a noite toda pensando naquela coisa de olhos de sangue.

Abri a porta do guarda-roupas, analisando as cores e os modelos. Eu geralmente não demorava para me arrumar, e eu pretendia manter os costumes.

Ir para a escola não era uma tarefa difícil, considerando o fato de que minha melhor amiga raramente faltava, e quando faltava, ele nunca se esquecia de avisar antecipadamente.

Peguei uma camiseta qualquer e um jeans escuro. Digamos que o Rio de Janeiro não é o estado mais frio do Brasil, por isso decidi deixar o agasalho em casa.

Peguei a mochila e o celular, certificando que não havia mensagens e ligações perdidas de Livia. Nada. Nem sequer mensagens falando do seu encontro com Hélio. Quanta consideração.

Dei de ombros e saí do quarto, parando no corredor e olhando para o quarto de papai. Achei melhor não acordá-lo, já que hoje era sua folga e ele precisava descansar do fim de semana massivo que teve. Pegar um táxi não matava ninguém.

Peguei algumas notas de dinheiro e saí de casa de fininho, evitando o menor ruído que fosse. Eu não queria que papai acordasse.

Andei algumas quadras até encontrar um ponto de táxi. Entrei em um dos carros parados, colocando a mochila no meu colo.

— Centro da cidade, Colégio Galileu Hernandez, por favor. — Pedi com um peso insustentável na consciência. Papai ficaria furioso.

O motorista assentiu e ligou o carro, dando partida. Me recostei com pesar no banco, respirando fundo.

Agradeci mentalmente ao motorista por pegar ruas mais vazias, pois assim ele poderia dirigir com mais velocidade. Peguei meu celular no bolso da calça, mas a tela ainda estava vazia. Livia provavelmente me contaria tudo quando chegasse na escola, mas ela podia pelo menos mandar uma mensagem falando alguma coisa. Eu ainda não confiava em Hélio.

Guardei o celular e fiquei observando a estrada. Era uma rua de barro, com pouquíssimos carros e muitos buracos. O táxi pulava, e me fazia pular junto com ele. Aos poucos os carros foram saindo da rua, indo para estradas urbanas.

Meu coração acelerou subitamente, e uma sensação ruim me tomou por completo. Eu sentia calafrios e minha mão suava.

Um baque ensurdecedor me fez pular no banco, e o motorista virou o volante por impulso, me lançando para o lado.

— O que foi isso? — Perguntei assustado — Me leva para uma avenida por favor, eu quero descer.

— Eu não faço ideia. — O motorista continuou dirigindo e ligou o GPS do carro. Ele fez um sinal de negação com a cabeça — A avenida fica a quase 20 quilômetros daqui.

Mais um baque ensurdecedor, e dessa vez o carro parou, derrapando, deslizando e girando 45 graus. Abri a porta do carro, mas algo saltou nela, a empurrando contra mim. Gritei e fui para a outra porta, mas no instante em que eu cheguei lá, o que atingiu a porta já estava lá. Gritei novamente e empurrei a porta, tentando abri-la.

— O que é isso? — O motorista gritou, tentando abrir a porta, mas não obteve nenhum sucesso.

Não respondi. Eu ainda tentava abrir a porta, mas não consegui. Olhei para o troço que bloqueava a saída, decidido a literalmente encarar o meu problema. Me arrependi.

O bicho era grande e negro, com o rosto todo deformado. Seus olhos brilhavam em um vermelho cor de sangue, letalmente direcionados a mim. Paralisei por alguns segundos, mas aquele não era o momento mais apropriado para ter medo. O pior era que eu já havia visto aquilo em algum lugar, mas não me lembrava onde.

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É ISSO AÍ GENTE, FIM DO CAPÍTULO. Não está sendo fácil, mas estou fazendo o possível para diminuir o tempo das postagens. E digamos que esse foi um grande avanço. Mas enfim. Tem coisas mais legais a serem ditas aqui.

Primeiro eu quero agradecer novamente a todos. Vocês são os mais fiéis leitores que eu já tive na vida, e por isso eu prometo não deixar vocês na mão. Obrigado por tudo.

Bom, no início eu tinha dito sobre uma tal surpresa, e eu não vou levar isso muito adiante não. Não gosto de enrolações. Muito bem. Vocês estão lembrados da música Human, da Christina Perri? Pois bem, eu peço que vocês a ouçam, mas preciso dizer que a partir de agora, ela ganha uma nova companheira. Eu já havia passado antes uma playlist pra vocês ouvirem, mas eram apenas músicas complementares. Eu sempre deixei claro que human era a música tema da série. E hoje, eu acrescento mais uma música. Essa eu peço desesperadamente que vocês ouçam, porque eu amo ela e quero que vocês amem também, okay? A música é Demons, do Imagine Dragons. Por favor, ouçam a música, ela é maravilhosa, eu asseguro!

Era só isso gente.

Não deixem de comentar. Quero conhecer você. Quero saber qual é a sua opinião. Quero conselhos amorosos (preciso). Quero saber quais são as suas expectativas para os próximos capítulos. O que será que vai acontecer? Você está gostando? Sim? Não? A crítica construtiva é essencial para qualquer escritor.

Não tem conta? Me manda um email para : contatohistoriador@gmail.com : esse é o meu email oficial, caso haja algum crítico, escritor profissional, dono de editoras... Kkk aceito um contrato.

Enfim, muito obrigado por tudo.

Beijos do historiador.

Comentem.

Fui!

Comentários

Há 5 comentários.

Por PedrãoC em 2016-03-03 14:55:36
Poxa cara, muito bom viu, muito bom mesmo ! O que acho interessante e ver obras do nossos dia a dia com uma pegada mais diversificada, e temos alguns contos assim no site, mas o seu conto trabalha muito bem com esses traços ! Parabéns
Por guh... em 2016-03-02 10:23:37
Aiai aguardando anciosamente pelo próximo capítulo..... demons minha música preferida amooo <3 pq será q eu to achando q vai chegar um herói Lindão chamado Thiago pra salvar nosso meio anjo e..... Não q eu ache q ele vai chegar com td sua beleza com armadura e td kkkk Magina só nosso anjinho falando assim pró Thiago: wonty meu herói <3 kkkk tah parei.....volta logo tah bjs <3
Por h1411 em 2016-03-01 21:39:44
Só no trenzinho do amor 🎶, gato que capítulo mais assustador, tomara que o Lucas salve ele, senti falta da presença dele nesse capítulo, mas tudo bem, ansioso pelo próximo bjs. 😍
Por Rick134 em 2016-03-01 14:51:23
Aprendi o caminho dos comentários agr sempre estarei por aqui para comentar rsrs... Anyway, Cassetada... É preciso muita criatividade para poder escrever uma estória dessa, meus parabéns to adorando tudo... E já estou com saudades do Thiago por onde será q ele anda? Coitado do Chris ter q ficar vendo esses bichos KKKK Mta emoção para um garoto tão jovens!!!
Por simon em 2016-03-01 11:02:26
Por um momento eu pensei que o pai do Chris iria falar que não estava com uma mulher é sim com um homem kkkkk.Será que o Thiago vai aparecer pra salvar ele dessa a situação aí no final?espero que sim tô com saudades dele.Pode deixar que eu sempre tem um tempinho pra ler as histórias que eu gosto aqui da internet inclusive a sua,ah eu já conheço e já ouvi demons.Bjs e continue sem demorar.