Fallen 02
Parte da série Angel's City
Oi oi gente. Porra, tô muito ansioso. Eu só tenho a dizer que eu amei escrever esse capítulo, e que espero muito que vocês amem ler ele também. Meu coração tá acelerado, então não vou enrolar muito aqui não kk vou somente agradecer a vocês que leram o primeiro capítulo e estão aqui para ler o segundo, e estarão para ler o terceiro e assim sucessivamente. Enfim, obrigado a todos vocês. Um grande, lindo e enorme abraço.
Obs: não esqueçam de comentar!
❇Cinnadia: Oi Cin (olha a intimidade), primeiramente, muito obrigado pela admiração, eu fico lisonjeado. Sua série está na minha lista de leituras importantes para 2016 ^^. É muito bom saber que tem gente que ainda lembra de mim aqui rsrs. Obrigado pelo elogio. E sobre a série Uma Aflição Imperial, eu tenho a intenção de repostá-la antes de continuar. Acontece que eu gosto das coisas muito, muito bem feitas, porque eu sou perfeccionista, e não estava contente com a forma que eu estava trabalhando naquela série. De qualquer forma, obrigado pelo seu comentário, viu? Um abraço forte, e até logo.
Boa leitura pessoal, beijos no core. Até o final desse capítulo.
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— Você está quieto. — Papai comentou sem tirar os olhos da estrada plana e escura, agora iluminada pelos faróis do Audi. — O que houve? Brigou com a Livia?
Meus olhos deixaram a estrada e se voltaram para papai. Ele parecia preocupado, sua boca carnuda formava uma linha fina no rosto, e os olhos fixos mas estreitos na estrada. Ele era lindo. Os olhos grandes e negros brilhavam à luz da lua e iluminavam o rosto jovial de papai, e a barba rala o deixava sexy. Não que eu fosse vítima da beleza dele, e eu realmente não era. Sentia uma admiração incorruptível por ele, um amor de filho para pai, e nada além disso.
— Eu estou bem. — Falei, e nem me esforcei para sorrir. Eu não queria comentar sobre o que havia ocorrido a poucos minutos atrás. Aquilo não chegou nem sequer a ser um assalto. E também não queria falar sobre Thiago.
Papai não insistiu. Ele era muito reservado, e provavelmente pensava o mesmo sobre mim. Não que ele fosse ausente, mas desde a morte de mamãe, ele tem falado pouco.
— Quer comer fora hoje? — Papai era muito atento ao volante, mas se esforçava para quebrar o silêncio.
— Podemos pedir pizza em casa. — Sugeri forçando um sorriso — Ou talvez comida japonesa. Gosto de comida japonesa.
Papai sorriu, aparentemente satisfeito.
— Também gosto de comida japonesa.
— Então está combinado.
Fomos conversando sobre coisas aleatória. Papai soltava um e outro sorriso largo, exibindo seus dentes alinhados e brancos. Eu ainda não entendia porque ele não arranjava uma namorada. Talvez ele sentisse falta de mamãe, como eu sinto também. Ele devia amar muito ela.
Decidimos pegar a comida japonesa em um restaurante que tinha no caminho, ao invés de esperar chegar em casa para pedir.
Nós moramos em uma casa tradicional, bem no centro da cidade. Ela tem dois andares, e ainda o porão. Não era grande, e nem precisava ser.
Deixamos a comida sobre a mesa de centro da sala e fomos para o segundo andar. Papai me deixou na porta do meu quarto e andou em direção ao seu, que ficava algumas passadas mais à frente.
Entrei no quarto já tirando a roupa do colégio e puxando o pijama de cima da cama. Deixei a calça jeans jogada no chão e a camisa branca na cama enquanto colocava uma camisa de papai que ficava folgada e grande no meu corpo e uma bermuda de poliéster que ficava acima do meu joelho.
Recolhi as roupas do colégio e as coloquei sobre uma cômoda, indo para a sala logo em seguida. Peguei o meu hashi e a caixinha branca e verde que guardava o sushi.
Eu estava faminto. Nem sequer esperei papai para comer comigo. Eu não sabia de onde havia saído tanta fome, mas sabia que tinha algo relacionado ao ocorrido após o horário de aulas. Justo no dia em que eu conheço Thiago, ele me salva de um assalto. Eu devo parecer um idiota para ele, se é que já não parecia antes.
Dei de ombros e terminei de comer, pensando apenas na minha fome gigantesca. Não havia nada melhor do que comer.
Quando eu terminei papai ainda não tinha descido, então eu decidi ir tomar um banho quente, já pensando na dor que seria acordar cedo amanhã. Como se já não bastasse ficar 13 horas socado em uma escola, eu ainda teria que aguentar uma hora da aula de filosofia. Mas eu estava decidido a não ir despreparado.
Como éramos só eu e papai em casa, não tínhamos problemas com privacidade. Papai sempre foi um homem muito preservador, apesar de aceitar a minha opção sexual. No começo ele estranhou, e nós até ficamos um pouco mais distantes, mas pouco tempo depois parecia que nada havia acontecido, e nós voltamos a agir normalmente. Ele sabe que não há maldade entre nós, nenhum pensamento sujo. Então era normal eu vê-lo sem roupa, e ele me ver também, e nós também dividimos o banheiro tranquilamente.
E lá estava papai, saindo totalmente nu e molhado do banheiro. Não tinha pelos nos peitos, mas as pernas eram grossas e peludas. Sua região pubiana também não era peluda, mas tinha pelos ralos.
Passei por papai e levei um tapa leve nas costas. O olhei e sorri, e ele repetiu o gesto, seguindo para o seu quarto.
Tomei um banho rápido, me enrolando na toalha e correndo para o meu quarto. Peguei uma cueca box e a vesti. Meu celular tocou, e eu o peguei sobre a cama. Só uma pessoa me ligaria a essa hora.
— Oi. — Falei assim que aceitei a ligação. Sentei na cama e coloquei o notebook no meu colo.
— Oi. Cheguei em casa agora. — Livia disse com uma voz animada, e eu pensei se era por ter chego em casa ou pela noite ter sido boa. — O que você está fazendo?
— Vou fazer uma pesquisa. E você? — Perguntei — Como foi com seu irmão?
— Estou indo tomar um longo banho. — Ela riu — Como você é nerd. O que vai pesquisar? — Houve uma pausa — Ah, e não foi tão ruim com o meu irmão. Obrigado.
Fiquei em silêncio. Porque eu sentia que não deveria falar? Não seria uma pesquisa interessante. Era apenas uma breve busca no Google por anjos. Algo que provasse a existência deles.
— Christopher...? — Livia chamou sugestivamente, me fazendo voltar à realidade.
— Ah sim, desculpa. — Falei um pouco atrapalhado — É uma pesquisa sobre anjos, para ver o que eu acho sobre eles. Nada demais.
— Ui. Alguém vai enfrentar o professor. — Livia fez uma voz assustada e depois gargalhou — Ele está a anos nesse ramo. Acha que você é o primeiro idiota a tentar contrariar ele? Ele deve ter argumentos mais antigos que a própria bíblia.
— Ele não é tão inteligente quanto você pensa. — Dei de ombros — Ele nem sequer é inteligente. Só tem um vasto conhecimento, coisa que qualquer um de nós pode adquirir. Menos você.
— Hahaha engraçadinho. — Livia usou o tom mais forçado e falso que pôde — Calma aí, o Lucas quer te dar um oi. Fala com ele, Lucas.
Um minuto de silêncio, e um "porque você não vai se foder?" ressoou baixo ao fundo.
— Ele te mandou um oi. — Livia disse rindo — Agora eu vou tomar um banho. Até amanhã. Estou ansiosa pra ver você se fodendo. Beijos.
— Okay. — Falei rindo — Boa noite, até amanhã. Beijos.
Livia desligou o telefone e eu abri o navegador do Chrome. Coloquei "anjos" na barra de pesquisa e teclei o enter. Mais de 38 milhões de resultados. Rolei a tela através do mouse, clicando em um ou outro link, lendo a matéria por cima e voltando à página de buscas do Google. Decidi aprofundar a pesquisa e digitei "anjos existem?" na barra de pesquisa. 800 mil resultados.
O primeiro link era um vídeo do YouTube que eu nem sequer cogitei abrir. Hoje em dia é possível fazer tudo com editores de vídeos. Eu queria matérias, fatos e até mesmo boatos.
Cliquei no segundo link, que por sinal não era Wikipedia. “Acredite em tudo o que te dizem", era o título dado à matéria. Um texto não muito longo seguia dando continuação, e eu o li calmamente, pegando tudo o que poderia ser usado.
Ao terminar eu voltei para a página de buscas e rolei a página. Nas pesquisas relacionadas, algo que chamou a minha atenção: "anjos na terra". Cliquei, um pouco intrigado com aquele link. Anjos na terra? Do que se tratava? Demônios? Anjos da Guarda? Eu não acreditava que os anjos manchariam sua pureza andando sobre a raça humana. Isso parecia uma ideia tão repugnante.
Abri o primeiro link que apareceu na tela, só para ter um mínimo de noção do que se tratava. Era um texto relativamente grande, mas eu li linha por linha, sem pular uma pontuação sequer.
“Anjos Caídos" era o título do texto. Parecia algo relacionado à ficção ou coisas sobrenaturais.
“Não é novidade para ninguém que desde os tempos bíblicos, nós humanos temos companhias celestiais. Deuses e anjos vivem entre nós, nos guiando e nos protegendo. Mas protegendo de que?
De onde vêm os demônios?
A Bíblia cita a queda de Lúcifer, um anjo de luz, que viria a se tornar o diabo, ou Satanás. Lúcifer era o anjo mais próximo de Deus, e o que a ele tinha mais confiança e poder. A grandeza cegou o anjo, e este se interessou pelo cargo de Deus, o Senhor do Universo.
Lúcifer tramou uma rebelião com outros anjos, que foram facilmente manipulados. Eles pretendiam destronar Deus e tomar o seu lugar.
Mas algo não deu certo. O Deus onisciente sabia o que estava por vir, e lançou Lúcifer e seus seguidores ao inferno, os transformando em demônios.
O inferno então viria a ser a Terra, o Universo, onde os humanos então habitaram em comunhão com Deus. Mas os demônios ainda queriam o poder de Deus, e assim colocaram o homem contra o seu Criador, e uma relação entre Deus, o ser humano e o diabo foi criada.
Deus, acreditando ainda na sua criação, colocou anjos protetores na Terra, assim como anjos guerreiros. Esses anjos deveriam proteger e guardar os humanos, assim como guerrear contra os demônios, que andam pela terra com a intenção de corromper a criação e a colocar contra o Criador.
Mas existem "demônios" bons? Assim como os humanos, os anjos que pecaram podem se arrepender dos seus atos?
Acredita-se que anjos, como seres conscientes, também podem ter remorso e arrependimento, mas em lugar algum é citado que estes seriam perdoados de alguma forma. Ao invés disso, eles tomam uma forma humana e vagam pela terra, vivendo eternamente. Mas não se engane. Anjos malignos também tomam a forma humana, e estes o fazem por que precisam de sacrifícios humanos voluntários para os fortalecer.
E aí? Você acredita em anjos?”.
Eu estava arrepiado. Meus pelos estavam eriçados, e uma brisa fria e assustadora se espalhou pela minha espinha. Eu não lembrava nem mesmo de ter piscado enquanto lia.
Voltei a mim com um susto, e por um momento eu quis me estapear com força. Soltei uma risada nervosa. Eu realmente acreditaria nesse monte de bobagens? Claro que não.
Olhei mais uma vez para a última frase do texto, e logo em baixo vi as pastagens relacionadas. "Como identificar anjos caídos". Coloquei a curiosidade de lado e fechei o notebook.
"Chega de bobagens por hoje.", pensei comigo mesmo e andei ainda só de box até a cozinha. As luzes estavam apagadas, mas eu não sou o tipo de pessoa que tem medo do escuro.
Abri a geladeira, que criou um feixe de luz na cozinha. Tomei um gole de água gelada e voltei para o segundo andar. Ia entrando no quarto quando papai apareceu na porta.
— Ainda está acordado? — Ele perguntou com voz de sono. Os olhos negros de papai estavam estreitos, provavelmente enxergando tudo embaçado.
— Eu estava fazendo uma pesquisa para a escola. — Expliquei dando um sorriso inocente — Acabei perdendo a noção do tempo. Mas eu já estou indo dormir.
— Hmmm... — Papai murmurou e sorriu de volta — Tá bem então. Boa noite meu príncipe. Até amanhã.
— Boa noite pai. Até amanhã. — Respondi — Eu te amo.
— Eu também te amo. Sonhe com os anjos. — Ele disse em um tom angelical, mas que me deixou completamente perturbado.
Não que eu já não fosse perturbado. Mas eu fiquei ainda mais que o normal. Papai deu as costas parar entrar no quarto, indo lentamente para dentro do carro.
— Pai... — Chamei antes que ele fechasse a porta do quarto. Ele pôs a cabeça para o corredor e me olhou sereno — Você acredita em anjos e demônios?
Papai ficou em silêncio, mas não parecia pensar na resposta. Ele não parecia pensar em nada.
— Isso é coisa do Hélio, não é mesmo? — Papai deu um meio sorriso divertido, aliviado. Fiz que sim com a cabeça para que ele voltasse a falar — Olha, filho, isso é muito relativo. Eu acredito em anjos. Porque a pergunta? É sobre as notas em filosofia?
— Um pouco. — Murmurei — É que eu sou o único que não repete as babaquices que ele fala, e esse bimestre ele deu a oportunidade de falar sobre isso.
— Hmmm... — Papai ficou em silêncio por dois minutos — Se te deixa melhor, eu estou orgulhoso de você. Agora vá dormir, porque eu não vou tolerar atrasos amanhã.
Assenti w deixei escapar um sorriso divertido. Observei papai fechar a porta e voltei para o meu quarto, indo em direção à minha cama. O notebook ainda estava lá, mas eu não me sentia mais tão paranóico e perturbado. Ignorei o notebook e o levei até a escrivaninha, deixando ele conectado no carregador. Apaguei as luzes e andei calmamente até a minha cama. Nada melhor do que uma ótima noite de sono, e amanhã, o professor Hélio que me aguarde.
(...)
Eu estava no céu. Eu via as luzes da cidade na noite clara, as pessoas pareciam formigas e os carros pareciam ser de brinquedo... Mas eu não tinha asas, eu não sabia voar, então eu estava caindo. Eu estava caindo em uma escuridão profunda, e não havia ninguém lá embaixo para me salvar. Não havia um anjo para me proteger.
As luzes chegavam mais perto, e as pessoas ficavam maiores a cada segundo que passava. Era assustador. O chão se abriu sob mim, e lá embaixo tinha fogo. Fogo e criaturas sombrias, negras...
(...)
Acordei em um susto, com os olhos cheios de lágrimas. Os fechei e respirei fundo, dizendo a mim mesmo que havia sido um pesadelo, só um pesadelo, nada além de um pesadelo....
Meu coração aos poucos restaurou seu ritmo natural, batendo com calma no meu peito. Abri os olhos, e no chão, frente à minha cama, uma silhueta se formava na sombra da janela, causada pela luz da lua. Ela permaneceu ali, completamente imóvel, assim como eu.
Meu coração acelerou novamente, e a adrenalina me fez olhar para a janela. Um vulto pulou para fora, e eu corri para ver. Abri a janela com pressa e olhei para baixo. Nada além de escuridão.
Meus olhos marejaram, mas eu me proibi de chorar. Repetia na minha mente que era só um saco plástico voando. Não era uma pessoa. Eu não estava sendo observado...
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É isso aí pessoal. Gostaram? Comentem aí, um elogio muda o dia de uma pessoa. Não gostaram? Comente também, mentir não faz mal a ninguém, e ser sincero menos ainda. Vou saber levar uma crítica por um lado construtivo.
Obrigado por tudo, e se você não tiver conta para comentar, é só me mandar um email, tô conferindo todos os dias.
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lucianobienutt@gmail.com
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Obrigado. Boa noite a todos e uma ótima semana. Beijos e até logo.
Obs: só pra não perder o costume, ouçam a música Human, da Christina Perri. Ela é a música tema da série, e eu aposto que vocês vão amar. Se vocês se interessaram mas estão com preguiça de ir atrás da música, é só olhar no capítulo anterior que a letra está lá, okay? Beijos. Até mais ver.
P S.: COMETEM!!!
Agora eu fui de verdade. Beijocas.