Capítulo 7

Conto de Higorh como (Seguir)

Parte da série Era pra ser só amizade, mas...

— Isso realmente é importante agora amor?? To muito cansado. — Tentei evitar o assunto.

— Sei lá, é que as vezes eu fico pensando em como vai ser, você sabe... — Ele respondeu com seu jeito tímido.

— Eu sei, nosso caso é meio complicado né. — Falei sentando no sofá.

— Um pouquinho né. — Ele riu, e se sentou ao meu lado. — Eu andei pesquisando sobre isso nesses últimos dias, a curiosidade tá me consumindo.

— Não é o único, também dei um pesquisada sobre isso, por que tive uma curiosidade, por que eu nunca... — Fiquei constrangido em terminar a frase.

— Nunca deu. — Artur completou a frase rindo.

— É, exatamente isso. — Também ri.

— Por que a gente não pergunta para um profissional como o Lucas — Debochou Artur.

— Engraçadinho. — Não aguentei o riso ao comentário.

— Olha ruim não deve ser, pra ele gostar tanto. — Artur estava cheio da graça hoje.

— Verdade. — Lembrei da vez em que ele me contou sobre ter tranzado com três caras, isso ainda me assustava.

— Olha, tenho a idéia perfeita pra gente resolver isso. — Ele comentou confiante.

— E qual é senhor das idéias??

— Nós dois fizemos troquinha, hora eu levo, hora você, o que acha da idéia. — Ele riu.

— É genial amor. — Eu ri.— Mas dai a briga vai ser pra quem vai primeiro.

— Não seja por isso, eu vou primeiro. — Ele realmente queria resolver isso.

— Tem certeza que você era hétero amor?? — Falei brincando.

— Pergunta para todas as gurias que eu arregaçei pra tu ver. — Fui obrigada rir com aquele comentário.

— Nossa que bravo que ele é. — O provoquei.

— Sou mesmo oras.

— A é, então me da um beijo meu homenzinho bravo. — Fui até ele e o beijei.

— Tu vai ver o homenzinho. — Ele riu.

Depois daquilo fui obrigado a dormir, não aguentava mais de sono. Artur me deixou dormir e foi pra casa, disse que tinha umas coisas importantes pra fazer. Cai em um sono profundo, o cansaço tinha me dominado, não aguentei mais. Acordei já com a noite dominando os céus, minha cabeça chegava a doer de tanto dormir, quando percebi que já passava das 20hrs me toquei "Droga, perdi a faculdade hoje ". Eu odiava faltar aula, não só por ter que correr atrás depois, mas por que eu realmente gostava de estudar direito. Fui até a cozinha e preparei algo para comer, meu estômago se revirava de fome. O interfone tocou e fui atender, era a Natália querendo subir.

Quando alguém bateu a porta, fui recebe-la.

— Boa noite Higor, esqueceu da amiga aqui. — Ela falou indignada na porta.

— Boa noite nat, minha ruiva linda, não esqueci não, queira fazer o favor de entrar. — Falei no mesmo tom sarcástico que o dela.

Ela entrou e se sentou no sofá, ainda com uma expressão de indignação por eu ter esquecido de falar com ela.

— E o gostosinho ta aonde? — Era assim que ela se referia ao Artur.

— Acho que em casa, disse que tinha umas coisas importantes pra fazer. — Respondi normalmente.

— Hmm. — Ela deu um suspiro e continuou. — Sabia que tu esqueceu de me avisar do Lucas.

— É mesmo, pior que esqueci mesmo, nat desculpa. — Minha cabeça estava tão a mil que tinha me esquecido de avisar a ela.

— E caramba, ele iria ter alta, e eu esqueci que tinha que buscar ele no hospital. — Não acredito que esqueci disso.

— Não se preocupa, eu já falei com ele, o Artur buscou ele.

— O Artur?? — Falei sem entender.

— Ele não tava contigo no hospital hoje mais cedo, então, ele sabia que horas o Lucas saia. — Nat falou calmamente.

— É eu sei, só achei estranho ele não ter me avisado. — Mesmo eu estando dormindo.

— Talvez ele não quis te acordar, por que ele sabia que tu tava cansado.

— Como tu sabe que eu tava dormindo?? — Nat tava bem informada.

— Por que o Lucas falou que ficasse a noite toda no hospital, e tas com uma cara de quem hibernou uns seis meses. — Ela riu.

— É então deve ter sido isso mesmo.

— To sentindo uma pontinha de Ciumes no ar. — Nat me conhecia melhor que ninguém.

— Não, Óbvio que não. — Neguei.

— Aham claro. — Ironizou ela.

Voltei a cozinha e peguei o que tinha preparado para comer, e levei até a mesa, Nat se sentou ao meu lado.

— Não fosse pra faculdade hoje?? — Perguntei só agora percebendo que ela deveria estar na aula, assim como eu.

— Fui sim, mas teve aula vaga, sexta né, sempre acaba mais cedo. — Já tinha esquecido que era sexta feira.

— E o teu novo namorado, como que vão as coisas?

— Nem fala nisso Higor, nunca mais quero saber daquele filho da puta na minha vida. — Ela realmente estava furiosa, Nat não era de falar palavrão.

— Caramba ruivinha, o que aconteceu?

— Aquele desgraçado tinha namorada, e tava me iludindo. — Agora ela falou com tristeza.

— Sinto muito Nat. — Ela embora fosse linda demais, não tinha sorte pra homens, só arranjava esses trastes.

— Ai, ele era tão perfeito Higor, sabia que tinha coisa errada, era simpático, simples, gente boa, lindo, fodia gostoso. — Ok essa última parte foi desnecessária.

— Nat podia ter evitado essa última.

— Desculpa, se serve de consolo, tu ainda foi o melhor que eu tive. — Ela falou rindo.

— Óbvio que fui, todas falam isso, sou eu Nat. — Eu nunca ia perder meu narcisismo.

— Olha a humildade né garotão. — Ela riu.

— Só falei verdades. — Continuei a rir.

— Deixa o gostosinho saber dessa.

— Não, ele nem sabe sa metade das garotas, to falando aos poucos pra não assustar. — Brinquei.

Rimos alto depois dessa, mas notei que Natália continuava triste, tudo que ela queria era achar um cara legal, que amasse ela, mas ela simplesmente nunca conseguia. Até que uma idéia passou pela minha cabeça, mas era maluquice, deixa pra lá.

— Hey. — Peguei na mão dela, notando sua tristeza. — As coisas acontecem na hora certa, acredita em mim, tu ainda vai achar o cara ideal pra ti, ele não vai ser perfeito, ninguém é, mas pode ter certeza que ele vai te fazer feliz, tudo tem sua hora ruivinha, só esperar.

— Acho que um amigo como você é um presente de Deus, obrigado por tudo. — Ela me abraçou.

— Que isso, eu é que tenho que agradecer por me aturar, ainda mais com esse meu ego gigantesco. — Ela riu.

— Pois é, faz parte do pacote, fazer o que.

Depois de mais e mais conversa, levei a Nat em casa, por que já estava tarde da noite. Na volta decidi dar uma parada na praia, pra pensar um pouco. Como era lindo o oceano a noite né, com a iluminação da praia ficava melhor ainda. Sentei na orla da praia, e fiquei ali contemplando aquela paz, não tinha nenhum barulho, fora as ondas quebrando na areia, era tudo que eu precisava.

Ali sentado, fiquei pensando, nunca imaginei minha vida como ela é hoje, naquela mesma hora a um ano atrás, eu era uma pessoa totalmente diferente, eu havia melhorado e muito, Mas fiquei pensando, será que isso tudo foi pelo Artur, ou eu mudei por mim mesmo, eu me sentia melhor comigo mesmo, deitava a cabeça no travesseiro e não tinha peso na consciência. A vida nos ensina muito né, era impressionante, eu nunca me imaginei amando e sendo feliz em um relacionamento, mas aconteceu, embora algumas coisas ainda me preocupassem, era tudo uma questão de tempo para se resolver.

Fiquei mais um tempo ali pensando, até que ficou tarde demais, e fui pra casa. Subi na moto, dei a partida e me despedi daquela vista maravilhosa. Cheguei em casa, e provavelmente não conseguiria dormir, pois já tinha dormido o dia todo, então a solução foi assistir a um filme mesmo. Fui dormir tarde, porém acordei cedo pela manhã, com um frio de rachar.

O meu telefone tocou, era o Artur, queria que eu o encontrasse daqui a pouco no parque, e era pra eu me agasalhar bastante por que estava frio, como se eu não soubesse né.

Cheguei ao parque, e ele já estava lá me esperando, tão lindo com aquelas roupas de inverno.

— Bom dia amor. — Ele disse quando me aproximei.

— Bom dia amor, mas por que me chamou aqui?

— Era só pra fazer charme. — Ele riu. — Nosso destino é outro lugar.

— Destino?? — Não entendi.

— Você já vai entender, vem comigo.

Fomos andando até o carro dele, eu não tava entendendo nada, mas beleza. Artur ligou o carro e foi andando, revonheci o lugar, era do outro lado da cidade, onde ficavam as casas, e não os prédios, essa parte era bem mais bonita é claro, as ruas eram cheias de árvores, assim como as enormes partes da floresta que cercavam essa parte da cidade, floresta essa, que não podia ser vista na parte onde morávamos, devido aos enormes prédios. Mas o que será que ele tava aprontando ali, a curiosidade estava me matando.

— Chegamos amor. — Ele saltou do carro.

— Chegamos aonde??

Deci do carro e notei claramente que estávamos na frente de uma bela casa, o portão branco era enorme, mas ainda dava pra ver uma parte da casa, Artur tocou a campanhia e o portão abriu. Só então o surto de realidade me pegou, era a casa nova dos pais dele, mas eles não iam chegar só na próxima semana???

— Vem. — Artur me chamou.

— Por que você não me avisou?? — Falei baixinho.

— Se eu tivesse falado, tu ia ficar muito nervoso amor.

— Mas eu já to nervoso "amor".

— Desculpa, queria fazer surpresa.

— E adivinha, conseguiu. — Ele riu. — Eles não iam chegar só na semana que vem??

— Iam, mas os planos mudaram, e chegaram essa semana.

— Por isso tavas tão ocupado essa semana. — Era tão óbvio.

— Sim, agora vamos entrar.

Meu estômago se contorcia, eu sempre ficava assim quando estava nervoso. A porta de abriu e uma linda senhora loira nos atendeu, era impressionante, eu dava uns trinta anos para ela, embora soubesse que ela tinha bem mais, a semelhança com Artur era impressionante, agora sabia de onde ele tinha herdado os lindos olhos verdes, a cor do cabelo era parecido também, embora ela fosse bem loira, e Artur já nem tanto, os traços do rosto lembravam muito os do filho, era realmente impressionante.

— Oii mãe, esse é o Higor. — Artur me apresentou a ela.

— Ahh meu querido que prazer finalmente te conhecer, meu deus Artur, ele é muito lindo filho, parabéns, entrem por favor. — Ela me tratou tão bem que meu nervosismo acabou na hora, como era bom ser bem recebido.

— O prazer é meu Senhora Helena. — Rapaz que sorte que lembrei o nome dela.

— Que senhora Higor, pode me chamar de Helena mesmo, ou se preferir de sogra. — Fiquei pasmo com a atitude dela, entendeu tão bem.

— Então ta, o prazer é meu minha sogra.

— A isso mesmo lindo, Artur já amei ele. — Disse ela se dirigindo a cozinha, e nos a acompanhamos.

— Esse é um dom que ele tem mãe, todo mundo ama ele. — Artur falou brincando, e ao mesmo tempo me cutucando pelo o que eu falava quando a gente se conheceu.

— A mas lindo e simpático desse jeito, entendi por que ele conquistou seu coração filho. — Artur corou de vergonha.

— Pois é, ele também conquistou o meu. — Falei deixando ele ainda mais envergonhado.

— Awnn, vocês são tão lindos juntos. — Ela falou, agora me deixando com vergonha.

— Então esse é o famoso Higor que meus filhos tanto falam. — Ouvi uma voz forte vindo de traz de mim, já imaginando de quem seria, então o Gustavo também falou de mim.

— Prazer senhor Rafael. — Também lembrava o nome do pai do Artur.

— Antes de qualquer coisa me responda uma coisa. — Ele falou sério.

— O que quiser senhor. — Respondi nervoso.

— Pra que time você torce??

— Flamengo.— Respondi mesmo sem entender o porquê da pergunta.

— Então pode me chamar de sogro rapaz. — Ele me deu um abraço apertado de felicidade, e eu ali sem entender nada.

— Ta bom meu sogro. — Respondi.

— Adorei esse moleque. — Ele disse.

Seu Rafael era alto, e pouco tinha em comum com seus filhos na aparência, era moreno e forte, aparentava mais de quarenta, mas muito bem cuidado.

Mesmo nervoso, percebi o quanto os pais do Artur gostaram de mim, passamos a manhã inteira conversando, e então descobri que o pai do Artur era fanático por futebol e mais ainda pelo flamengo.

Gustavo chegou era perto do almoço, e sentamos os cinco para almoçar, caramba a mãe do Artur cozinhava muito, e eu quase nem gostava de comer né, perdi completamente a vergonha, conversei tanto com eles, que no final do dia já me sentia parte da família. A casa ainda estava meio bagunçada da mudança, mas já dava pra ver como era linda, tinha até piscina no quintal, e das grandes.

No fim do dia, nos despedimos de todos e fomos pra casa. Artur estava com uma felicidade que não cabia nele, e eu também, por ver o quanto a família dele gostava de mim.

O dia foi realmente perfeito, e eu não esqueceria tão cedo, e tenho certeza que Artur também não, chegamos em casa e tomamos um café, comemos qualquer coisa, fizemos nossa higiene e fomos dormir. Acordei pela manhã com Artur me chamando da sala, levantei resmungando, era cedo ainda.

— Que foi. — Berrei do quarto.

— Tem alguém aqui que você vai querer ver.— Ele berrou da sala.

Alguém que eu queira ver, mas essa hora da manhã de domingo?? Quando cheguei na sala tomei um baita choque, era o Thiago.

— Eu falei que você ia querer ver. — Disse Artur.

Caramba, ele tem muito o que explicar...

Comentários

Há 2 comentários.

Por em 2015-06-24 01:11:21
Caralho mano, desculpas mas que puta de História linda cara, lançe um livro assim que você ficará rico... Cara me emocionei de verdade. Já queremos a continuação disso ai mano, já pode postar em. Abraços.
Por diegocampos em 2015-06-22 13:44:07
Nossa o que sera que o thiago quer ? Amei