Prólogo

Parte da série Rebirth

Olhando para um céu cinzento, La estava eu deitado em um chão sujo, sentindo um estranho calor em minhas costas, mas não sabia bem o que era , quando tentei me levantar uma terrível dor apunhalou-me bem no estomago, o que era? Eu não sabia ao certo.

Todas aquelas pessoas me rodeando, falando palavras mudas. De uma coisa eu já sabia, ali não possui nenhum rosto conhecido, enquanto aquela sensação de umidade em minhas costas crescia a cada momento as cenas da minha vida chata passava em frente aos meus olhos, mas por mais triste que pareça não me deixaram nenhum pouco nostálgico.

As pessoas me diziam que os momentos em que sofremos são os que lembramos e as coisas boa que acontecem sempre passam batido, mas não no meu caso, eu não tive tantos momentos bons porque quando se vive em um orfanato esse momentos ou são inexistentes ou simplesmente raros, e momento ruins foram tantos que acabei achando tudo tão normal.

E pra dizer a verdade, eu não era o primeiro órfão a morrer e muito menos o ultimo, e olhando para o rosto daquelas pessoas aquilo era cada vez mais claro. Eu não me importo em morrer, eu sabia que isso acabaria acontecendo, eu só queria que fosse indolor, mas pelo visto foi pedir de mais.

Hoje a vida é tão banalizada, uma a mais ou uma a menos, quem liga. E tão engraçado: “Órfão morre em uma tentativa de assalto”, se essas pessoas não estivem do meu lado agora, estariam pensando que ‘‘boa coisa eu não era’’, ou ‘que bom que mais um bastardinho morreu, menos um para me assaltar’’, o que poderia esperar de uma sociedade estúpida, hipócrita e preconceituosa. Foi só quando uma senhora colocou minha cabeça em seu colo que eu parei de viajar nos meus pensamentos, ela me olhou e perguntou meu nome, eu respondi sem muita forca: é Ivan.

Ela me olhava com olhos caridosos, uma senhora pequena e feia, mas com olhos profundos, de um negro quase azulado foi estranho ninguém nunca tinha me olhado daquela forma, quase como olhar de mãe ao ver o único filho no leito de morte, subitamente ela retirou algo de seu bolso, era um colar, um simples colar de tecido amarrado com algo atado à ponta, uma moeda ou algo assim, colocou no meu pescoço e diz bem baixinho no meu ouvido: regeneramur spiritus possidentes, eu não havia a mínima idéia do aquilo significava, e nem de que língua era, mas essas palavras estavam me tranquilizando de uma forma anormal, ou eu simplesmente estava morrendo por falta de sangue mesmo, difícil de dizer.

A dor já havia acabado eu apenas me sentia leve, meio livre, deve ser dessa forma que todas as pessoas deveriam morrer, eu estava em paz e enfim eu poderia dar meu ultimo suspiro, fechei meu olhos e relaxei e deixei a vida me levar ou a morte, sei lá, eu já não sentia o chão ou ouvia a voz das pessoas ao meu redor, apenas um aroma ao fundo era do meu perfume favorito, acho que no fim morrer não e tão ruim assim.

Minha consciência foi se esvaindo pouco a pouco, parei de sentir todas as minhas extremidades, naquele exato momento eu vejo uma luz, nunca fui muito religioso, não acreditava nesse tipo de coisa, mais aparentemente existe, um sentimento estanho tomava conta de mim, enquanto aquela luz se aproximava, não estava gostando da sensação. Pensei comigo que eu deveria estar indo pra o inferno ou coisa do tipo, aos poucos sinto de novo minhas extremidades, um formigamento incontrolável, e aquele cheiro exalando por todo lado, eu não estava mais aguentando meus olhos cheio de lagrimas, que loucura era essa, aquela dor toda de volta, era bom demais para ser verdade, ouço gritos e toques na minha pele, era estranho parecia que os gritos saiam da minha garganta, mas não era minha voz que escutava, uma voz grave e rouca, o cheiro se intensificou e os toques também, eu pude ouvir outra voz ao fundo me falando para acordar, na verdade eu não queria abrir meus olhos pensando que tudo isso que eu tinha acabado de vivenciar era algum pesadelo escroto que no qual eu tinha sonhado, escuto aquela voz de novo, tão grave e rouca quanto a minha, ela me falava: acorda mano, isso e um pesadelo. Acorda ai.

MANO eu pensei comigo, eu não tenho irmão, muito menos amigos, ninguém para me chamar de MANO, pelo menos eu já não sentia mais dor, ou o formigamento ou incômodo algum, para falar a verdade eu ate já me sentia mais confortável, como se eu tivesse deitado em uma cama muito macia, aos poucos vou abrindo meus olhos, parecia que fazia um século que eu não os abria, tenho aquele leve desconforto visual por causa da luminosidade do ambiente, mas logo consigo ver um rapaz muito bonito por sinal sentado na beirada da cama onde me deitava, era branco, muito branco, tinha cabelo castanho e lisos, ver aquele rapaz ali só com a parte inferior do pijama, me chamou muito a atenção, perguntei a ele onde estava e ele me responde com uma cara de estranheza: Em casa, onde mais você estaria, agora é melhor dormir amanha tem escola ou você já esqueceu, seu tapado.

Logo em seguida, aparece uma senhora com longos cabelos negros e cacheados, perguntando ao rapaz o que tinha acontecido, ele se vira e responde calmamente: nada mãe, seu filhinho que teve um pesadelo e acordou chorando e gritando. Eu fico pasmo sentando na cama, pensado, como assim IRMÃO, MÃE, FAMÍLIA, eu não tinha uma nunca tive, eu sou órfão e ate algumas horas atrás eu estava no chão frio de uma avenida qualquer sangrando ate a morte, como eu fui para lá e quem eram aquela pessoas, eu ponho a mão no meu rosto tentando entender o que estava acontecendo, a senhora senta ao meu lado e me pergunta se eu tava bem, mas a única coisa que eu escutei quando ela abriu a boca foi “meu filho”, que droga o que estava acontecendo comigo, foi quando me veio a mente a aquela velha enrugada no qual tinha me dado o colar, a suas palavra ecoaram na minha mente mais uma vez: regeneramur spiritus possidentes, o que aquilo significava e mais importante o que ela tinha feito a mim, a senhora e rapaz se levantam me deixando sozinho no quarto, eu me levanto e me olho no espelho, após um passo para trás olhando aquele reflexo diferente, eu percebo que não era eu, eu era moreno, magro ou melhor raquítico e tinha os cabelos curtos, mas meu reflexo era totalmente o oposto, pele alva cabelos na altura dos olhos, cacheados e castanho mel, olhos castanhos esverdeados, e um corpo incrivelmente torneado. Eu estava estupefato com o que eu acabara de ver, voltei e sentei-me de novo na cama, e acabei adormecendo, tentando desvendar o que as palavras da velha significavam.

__________________________________________________________________________________________________________________________

ola, gente esse e meu primeiro conto de uma serie, então, eu nunca escrevi nada desse tipo, espero que gostem...

eu irei publicar mais dois contos e se vocês gostarem eu publico o restante, comentem...por favor

Comentários

Há 3 comentários.

Por Rogério Costa em 2013-07-21 11:55:18
A história parece ser muito boa, intrigante e nos deixa com gostinho de quero mais, além da sua forma de escrever que não nos deixa entediado e nem entrega os pontos todos de uma vez, assim como muitos fazem por aqui. Enfim um escritor de verdade. Parabéns.
Por Lordas em 2013-07-10 02:12:05
Muito legal a forma de narrativa abordada. E a proposta de história parece ser interessante. Tem alguns pequenos erros de pontuação e ortografia, mas nada grave. Continue, pois estarei acompanhando. Abraço
Por Oi em 2013-07-08 18:22:00
Muito bom!Curti bastante.Você passa muita magia nas palavras,só espero que não vire uma putaria pura este conto.Ta bem legal e torço para o Ivan namorar o irmão..ksoask