U. D. P. : ... (01x61)
Parte da série U. D. P.
Parte 61
Seguimos felizes da vida pelo corredor. A felicidade era clara em nossos rostos e meu coração estava alegre de modo que tudo parecia brilhar. Sentia absoluta paz, é como estar no céu, sem problemas nem nada que traga o menor sofrimento. O problema é que existe um equilíbrio então quando estamos felizes alguém puxa o tapete e caímos. Estávamos quase na porta do banheiro quando alguém falou atrás de nós.
Maria – bonito seus caras de pau. Andando pelados pela casa, não tem vergonha? – minha mãe estava com uma cara de séria e falou naquele tom de bronca. Rafael desviou o olhar para não ter contato visual direto, ainda mais nessa situação.
Eu – é que... Não é nada disso que você está pensando... Eu... Ele... – eu disse descendo dos braços do meu Rafael, vermelho de vergonha.
Rafael – só teria vergonha do Lucas, pois ele é o único que me importa – ele disse de um jeito muito carinhoso, olhando fundo nos meus olhos.
Como sempre acontecia o mundo ao redor mesclou-se em um borrão e a face linda do Rafael tomou o centro de minha atenção, seus traços, seus olhos, seu cabelo, tudo nele era perfeito e equilibrado, todavia não acho que tenho direito de dizer que ele é perfeito, pois quando se ama tem-se a cegueira aos defeitos do amado. Fui puxado a terra pelas risadas de minha mãe. Eu fiquei ainda mais vermelho (se é que é possível).
Maria – meu filho, adoro quando você fica vermelho, é muito engraçado, porém não façam mais isso, quando saírem do quarto usem roupas. Já pensaram se ao invés de mim houvesse sido seu pai, eu sou enfermeira e troquei suas fraudas então não é grande problema, agora o Rafael, alem de ser um “desconhecido” é seu namorado e é bem grandinho para andar pelado – ela riu mais um pouco da situação – agora vão antes que seu pai apareça.
Fomos rápido para o banheiro, eu estava morrendo de vergonha, mas em baixo da água, com o Rafael me acariciando, cheguei a rir daquela vexame. O banho estava delicioso, o Rafael era sempre muito atencioso e fazia questão de me passar o sabonete. Ao acabarmos descemos para o café, felizes da vida.
João – parece que tiveram uma noite bem agitada – ele disse e os dois riram um pouco, eu fiquei meio encabulado e sentei ao lado do Rafael para tomarmos café.
Maria – nós ouvimos os gemidos quando passamos perto da porta – eles deram mais umas gargalhadas – nos fez lembrar quando começou o nosso namoro...
Eu – Rafael, acho que estamos atrasados – disse interrompendo minha mãe e pegando na mão dele para sairmos.
Puxei o Rafael até o carro e de lá fomos para a escola. Quando paramos no estacionamento ele me deu um beijo que deve ter durado uns cinco minutos. Quando parou eu ainda queria mais, todavia tocou o sino e fomos obrigados a ir para a sala. Quando chegamos descobrimos que a fofoca do massacre da noite anterior já havia espalhado. Sentamos em nossos lugares e resolvemos focar na aula, mesmo que já soubéssemos o que o professor estava falando fazia semanas (quando se quer um curso bom em uma universidade conceituada e pública tem que ser assim, você tem que saber antes de acontecer).
A aula prosseguiu normalmente, o Alex conversou bastante com a Carol e eu fiquei namorando meu Rafael, normalmente o professor iria reclamar, porém o nível de avanço que nós nos encontrávamos era grande e esse professor até que era legal, como estávamos nos fundos não perturbávamos ninguém então ficamos na nossa. Claro que minha vergonha ainda era estampada em meu rosto, mas o Rafael sabia como me distrair com suas palavras, seus selinhos ou mesmo o conforto de seus braços. No intervalo fomos conversar na entrada do bosque com a Carol e o Alex. Eu estava sentado em uma raiz grande ao lado do Rafael e o Alex estava bem próximo, na grama, com a Carol deitada em sua perna.
Eu – qual de vocês espalhou essa fofoca – eu falei de uma forma ameaçadora e engraçada.
Carol – você sabe que nós não falaríamos nada – ela disse entre risos do que falei.
Alex – pelo que eu fiquei sabendo, foram os filhos da diretora que começaram a fofoca, a enfermeira da escola é a mãe da Madalena e contou para a diretora que contou para os filhos e o marido e o marido é delegado então ele pegou o caso.
Rafael – qual é o nome do marido da diretora?
Eu – Leopoldo – minha mente estava no horizonte e o nome simplesmente surgiu em minha cabeça.
Carol – é isso ai. Vocês já se conhecem?
Rafael – ele está trabalhando em um caso que eu estou envolvido.
Alex – nos conte sobre isso, com aquela coisa lá fora é bom que saibamos.
Contamos em riqueza de detalhes a história da noite que o Rafael me resgatou daqueles marginais (no beco depois que meus pais me expulsaram). Quando acabamos o sinal tocou e voltamos para as aulas, felizmente ninguém sabia que o Rafael estava envolvido, pelo que ficamos sabendo, a fofoca era de que mais um grupo de pessoas havia desaparecido na floresta e a polícia iria investigar. Sabiam que a Madalena estava envolvida e mais alguns “campistas” que estavam nas proximidades (nós). A aula acabou um pouquinho mais cedo e eu decidi ir visitar a Madalena para saber como as coisas estavam indo. Quando fui tocar a campainha à porta se abriu e uma figura inesperada surgiu...
Continua...
Ei gente, desculpem se não dei titulo para us últimos contos, desculpe também se cometi algum exagero. Espero qe tenham apreciado a leitura... Até a próxima!