Anahi - Pedacinho Do Céu - Capítulo 7

Conto de Guhh como (Seguir)

Parte da série Anahi - Pedacinho Do Céu

Ele puxou o ar com força para seus pulmões. Aquela era a coisa mais difícil que faria em sua vida, mas sabia que era o correto fazer. Amava sua família, e tinha consciência o quanto o rancho era importante para eles. Não era momento de ser egoísta e pensar somente em si. Eles jamais iriam impor tal sacrifício de si, e isso contribuiu em sua decisão, em saber que eles somente queriam o melhor para si.

Olhou para o pequeno estabelecimento. A delegacia não era muito grande, talvez pelo motivo de ser uma cidade pequena ou por que não tinha tantos crimes ali. Claro, poderia perfeitamente comportar prisioneiros até que eles fossem transferidos para a prisão estadual. Porém o caso não era esse agora.

Acabou rindo de si. Até parecia uma tocaia para apanhar um criminoso.

Devia está ali uma meia hora. Somente quando o relógio marcou uma hora, ele saiu de seu caminhão, e andou rumo à delegacia. Cumprimentou o assistente do xerife, e deu duas batidas na porta.

— Entre! — Ao ouvir a voz de Aslan seu coração apertou em seu peito.

“Você tem que fazer isso!” — Disse para si mesmo em pensamento, e girou a maçaneta.

— Ei garotão! Já estou terminado o relatório e podemos almoçar. — Disse Aslan seu tirar os olhos do computador. — Como foi seu dia?

— Bem! O de sempre. Acorda cedo, leve o gado para o pasto, ordenha as vacas... Ajeita a cerca... Nada diferente! — Christian disse com a voz controlada. Optou por não sentar, e foi até a janela do escritório olhando a rua. Não podia olhar para o outro, do contrário, faria alguma besteira.

— Ah sim! Quer almoçar no DJ? O cozinheiro é ótimo. — Aslan sugeriu desligando o computador, e pegando sua carteira. — Vamos?

— Podemos ir a outro lugar? Preciso conversar sério contigo, e não quero um lugar aberto. Uhh... Podemos comprar algo e comemos no riacho? — Indagou. Não queria nada em público, Aslan não merecia ser exposto, e se tivesse pessoas perto, Christian sabia que perderia a coragem.

— Por mim tudo bem! — Ele puxou o outro pela cintura afundando sua face na curva do pescoço dele. — Está tenso! Aconteceu algo Chris? — Arqueou uma das sobrancelhas olhando para o outro.

— Quando chegarmos lá conversamos. — Disse saindo do aperto de Aslan. Fica perto dele não ajudava.

O resto do caminho foi feito em silêncio. Aslan até tentou puxar assunto, mas com os resmungos de Christian, desistiu.

Eles compraram um lanche no bar de Bill, nada muito saudável, mas encheria o estômago. Eles pegaram a estrada principal, e depois um atalho. O riacho ficava na reserva, pouco afastado da cidade, mas nada realmente muito longe.

Aslan estacionou o carro e viu o outro sair. Pegou os lanches, e igualmente saiu seguindo o namorado até as margens do riacho. Ele estendeu uma toalha xadrez, e colocou a comida sobre a mesma. Eles se sentaram, e passaram a comer.

Christian estava criando coragem. Tentando encontrar o momento certo, mas ele sabia que esse momento nunca chegaria. Ele tinha que falar.

Não aguentando mais aquele silêncio, e os olhos que o menor o dava, Aslan colocou seu sanduíche sobre o prato descartável, e cruzou os braços.

— Christian Brynn, você vai me dizer o que está acontecendo ou tenho que arrancar a força de ti? Isso já está ficando infantil! — Falou em tom autoritário e sério, o que deixava claro que estava quase em seu limite.

— Desculpa! Não existir uma forma fácil para o que vou dizer, e nem sei como falar. — Disse sem encarar o outro. Largou sua comida, e passou a brincar com a grama verde ao seu lado. — Se lembrar do testamento do meu avô?

— Sim! O que tem ele? — Incentivou um pouco mais calmo.

— Então... O velho pirou... E como sua última vontade exigiu algo, e se não cumprimos vamos perder o rancho e tudo que tem nele. Saber o quanto aquele lugar é importante, e mais que um pedaço de terra ou a grana que ele proporcionar... Seu pai e tio cresceram lá... Os antepassados estão enterrados ali... — Sabia que estava enrolando, porém, não era fácil dizer para o homem que amava que tinha que casa-se com outro. Que todo futuro que eles tinham planejado juntos não poderia ser concretizar. Não existiam palavras certas para isso.

Aslan encarou preocupado. Era óbvio que ele sabia o quanto aquele lugar era único para a família Brynn. Eles estavam ali a gerações, e seu pai mesmo dizia – quando ele era criança – as histórias da família, o quanto ela ajudou a tribo de índios. Tinham laços profundos com eles.

— O que seu avô pediu? Por que se não cumprir perde o rancho? Aquele lugar era a vida dele, não ia fazê-los perde. É irracional. — Disse. Aslan sabia o quanto o falecido Raynard amava a família, e aquela terra.

— Não sei o que ele tinha na cabeça! Talvez queria forçar uma aproximação da família. Meu pai Ryan é cabeça durar... Ou ele simplesmente estava doido... A questão é que... Se Ethan não se casar perdemos o lugar. — Disse bem ao menos parte da questão.

Aslan ficou olhando para o outro com expressão imparcial. Christian sabia que ele estava digerindo o que ouvirá, tentando juntas as peças.

Não resistiu. Seus olhos arderam, e seu coração apertou. Aquilo estava mais difícil do que imaginou. As lágrimas queriam cair, mas seria forte, não ia deixar isso acontecer. Precisava se forte, se sua decisão tinha sido tomada.

— Ok! Ele tem que se casar? Ele tem namorada? Está dizendo que terão que arrumar uma noiva para ele? — Indagou tentando achar a lógica em tudo. — Não está querendo me perdi para deixar minha sobrinha casa-se com ele? Saber bem que ela amar sua amiga Abby... Já disse para ela contar para Kota, mas é teimosa...

— Não! Eu e Ethan temos que nos casar até o aniversário dele de 21 anos ou perdemos o rancho. — Disse tudo sem nem ao menos respirar. Agora as lágrimas desceram por sua face. Seus olhos verdes repletos de dor e angústia.

Aslan piscou. Ele parecia petrificado, sem qualquer reação.

— Aslna... Diz algo! Por favor... — Pediu choroso. Imaginou todo tipo de reação do outro, menos que ele ficasse em choque. — Eu te amo... Queria passar o resto dos meus dias contigo, mas é a minha família... Saber como o rancho significa tudo... Talvez depois de um tempo posso-me divorciar... Ou podemos...

— O que? Sermos amante? Já tomou sua decisão? Droga Chris... Somos um casal, devemos conversar. Decidi as coisas juntos, mas pelo visto você optou pelo mais fácil. — Aslan explodiu em raiva. Ele levantou, e suas mãos estavam em punhos, deixando claro que ele buscava manter o controle.

— Não é assim... Eu pensei muito. Acho que se tivesse uma solução teria feito? Merda Aslan!. Eu te amo, mas não posso se egoísta com minha família. — Falou igualmente pondo-se de pé. — Achar que quero-me casar com ele? Ele é praticamente meu irmão... E eu... — As lágrimas desciam com mais força, e ele buscava limpá-las, ainda que grosseiramente.

— O que quer eu diga? Vai lá, casa-se com ele, mas continuaremos juntos. Eu posso se o outro? Eu te pedir em casamento, mas você me disser que não estava preparado, agora que quer aceita que casa-se com outro? — Gritou.

Essa era a verdade. Por Aslan já estaria casado com Christian. O tinha pedido em casamento no aniversário desse há seis meses, porém Christian disse que não estava pronto, que era um passo muito grande, que não precisavam apressa as coisas. Paciente Aslan colocou seu sonho no fundo do baú, tentou se o namorado compreensivo e resolveu esperar mais um pouco.

— Você está fazendo isso mais difícil ainda! Eu tenho uma semana para casa-me com ele, se não perdemos tudo! Eu não o amo, e nem quero nada com ele. E apenas um pedaço de papel.

— Eu entendi! Essa é sua decisão. Terminamos aqui! — Disse afastando de Christian quando este tentou tocá-lo.

— Não Aslan... Eu te amo! Só é mais um batalha para nos, podemos superá-la...

— Não! Isso é casamento. O considero sagrado, o meu povo o tratar assim. Meus pais estão casados há quarenta anos, e queria isso para nos, uma vida juntos. Porém agora terá isso com outro. — Falou cada vez mais se afastando. — Não serei o amante, o outro... A coisa suja que você esconder! Adeus Christian. — Completou duramente dando as coisas para Christian, seguindo a pé par fora da reserva.

— Aslan... Aslan... — Gritou pelo homem que amava, e vencido deixou-se cair no chão de joelhos. Sua alma era estraçalhada, sangrava de maneira abundantemente. Chorou com um bebê diante de sua perda, contudo não poderia voltar atrás em sua decisão.

Não tinha mais nenhuma força, apenas rezava para que tudo não passasse de um pesadelo, na certeza que logo acordaria... Ainda teria Aslan ao seu lado, que ele o tomaria nos braços e o amaria com loucura, como sempre fazia.

A realidade era outro, e não iria acordar. Essa era sua decisão, e não poderia voltar atrás, doesse o que fosse. Bastava esperar que um dia ele fosse diminuir.

Christian acabou deitando-se no chão verde, e lavou sua alma em choro. Não queria ver ninguém, apenas fica ali, lamentando sua perda, chorando tudo o que tinha para fazer...

–oo0oo-

— Maldição! — Aslan gritou em fúria. Ele parecia um anima feroz, qualquer um que se metesse em seu caminho na certa teria uma triste sina. Ele entrou na sua casa bufando, jogando tudo que tinha pelo caminho no chão. — Não tinha esse direito velho! — Gritou contra o falecido Raynard.

Pegou um jarro sobre a mesinha da sala, e a jogou com tudo contra a parede, assim como o cinzeiro, telefone e tudo mais que tivesse em seu caminho. Até que caíra no chão. Mesmo sendo um homem feito, a dor estampada em seu rosto, semelhava a uma medrosa criança.

Ele arrastou até o aparador do bar, e pegou uma garrafa de uísque, abrindo-a, tomou o líquido amarronzado no gargalo, encostando-se encontra a parede.

As lágrimas desciam sem freio manchando sua pele marrom, enquanto seu coração quebrava em pedaços.

“Por quê? Por que tenho que perdê-lo? O amo tanto... Seriamos tão felizes juntos... Eu construir essa casa para ele...” — Seus pensamentos eram confusos, e indagações – sem respostas – fluíam em sua mente.

A casa de Aslan era no meio da reserva. Ele possuía dois andares, e um tamanho agradável. As paredes de madeira se dividiam com algumas de vidros. O moderno e rústico se misturavam de maneira perfeita.

Tinha levado anos projetando, e construindo. Os detalhes finais ele mesmo tinham feito, com cuidado e esmero. Quando a deixou pronto, foi justo no aniversário de Christian.

O tinha levado ali, mostrado tudo, e viu o encantando do outro. Eles jantaram juntos, fizeram amor tão lento e sôfrego... E no final, Aslan pediu o outro em casamento... Doeu receber uma não como resposta, mas estava tudo bem, por que sabia que Christian o amava, e só encontrava com medo no momento.

Eles tinham um mundo na frente deles, e na época pensava que nada seria capaz de separá-los. Lerdo engano. Agora, um testamento, uma vontade de alguém que nem estava mais entre eles, foi à muralha entre eles.

Nunca mais fariam amor em todos os lugares possível... Ou ficaram apenas juntos rindo e brincando... Ou comeriam, ou iria ao cinema...

Amizade? Isso não era possível. Como se simplesmente amigo daquele com quem queria dividi cada segundo de sua vida? Era idiotas quem pensava que isso era possível.

Afogando em sua dor, Aslan ficou ali, naquele canto em meio ao caos de sua casa, tentando com a bebida esquece a dor sem fim que perfurava seu coração e sua alma. A triste de ter perdido quem era seu tudo.

Não culpava Christian. Sabia o quanto a família era importante para ele, o quanto os amava. Ele tinha decidido sacrificar por sua família, e isso era louvável, mas não diminuía a dor de Aslan.

O seu homem estaria nos braços de outro... Vivenciando os louros do casamento com outro.

Tinha falado sério. Não seria o outro... O caso sujo que deveria ser escondido. Christian tinha feito sua decisão, e ele a sua.

Se importar em voltar para o trabalho, ou com mais nada, Aslan ficou entupindo de álcool, e chorando sua perda, pois tinha ciência, aquela dor jamais fecharia.

–oo0oo-

O movimento naquele dia demorou mais do que o normal... Era quase nove da noite quando o último cliente saiu. Dakota e Alicia foram embora, mas Duncan e Ethan resolveram adiantar um pouco serviço para o outro dia.

Eles limparam e arrumaram as mesas e o chão, e claro, lavaram e enxugaram as vasilhas. Os restantes deixarão para o outro dia.

Ethan colocou o lixou para fora, enquanto Duncan fechada à porta de serviço. Passava das dez e meia quando eles fecharam o local.

— Hoje foi puxado, mas ao menos amanhã é nossa folga! — Duncan disse indo até Ethan.

— Sim!

— Que sair? Quero dizer, não conhece muita gente aqui, e somos amigos? Como amigos? Podemos ir a cidade vizinha... Ou algum bar? — O loiro indagou.

— Ah sim! Vou adorar. Não conheço muita coisa aqui. — Disse animado. Tão entretido conversando eles não repararam quando alguém aproximou. Somente deram conta quando Ethan foi ao chão depois do soco que receberá, e o cara bateria mais se não fosse pelo loiro.

— Ei maluco... Endoidou?

— Xerife? — Ethan indagou abismado, enquanto limpava o sangue que saia de sua boca. A merda tinha realmente doído.

— Seu merdinha! Eu o ajudei... Conseguir esse emprego, para quer? Me apunhala pelas costas. Queria-se tanto se fodido fosse ao bar de motoqueiros, aposto que lá teria alguma desesperando disposto a ter comer. — Gritou. Era óbvio que Aslan encontrava fora de si, era possível sentir o cheiro de álcool provido de si, que juntando com a raiva e mágoa levaram a cometer um ato impensado.

— Escutar aqui, pode ser o xerife, mas não pode bater nas pessoas. — Duncan disse empurrando o moreno nativo. Sabia que contra a forma de Aslan, mas poderia impedi-lo de machucar Ethan.

— Eu... Não fiz nada! Não entendo. — Ethan murmurou levando do chão. Era grato aquele homem pela ajudar, e fora o fato que ele sempre mostrava legal consegue. Não queria receber as duras palavras dele, isso machucava mais que socos.

— Não? Eu o amo, ele é tudo para mim e você me roubou ele? Não importar o fato que foi decisão do velho Raynard, se não existisse isso não teria acontecido. — Aslan disse. Seus olhos eram repletos de ódio e dor. Não era um homem mal, e se não fosse à bebida, jamais cometeria aquele ato, mas sua alma sangrava.

— Sinto muito! Mas olhar, não precisamos fazer isso... Não tomamos nenhuma decisão. — Ethan entendeu ao que ele referia, e compadecia do homem, pois ele perderia quem amava. Não era justo. Ele o ajudou, e agora era apunhalado pelas costas.

— Não! Ele te escolheu. — Disse afastando para trás. — Eu espero que sejam muito infelizes. — Disse atordoado, como se parte de sua sensatez voltasse.

— Vai embora xerife! — Duncan disse. Não entendeu nada do que eles falavam só espera que o outro fosse embora, por que se ele revolvesse atacar, nenhum do outros dois teria chance.

Aslan apontou para Ethan, e depois saiu entrando no caminhão e sumiu pela rua.

Duncan virou para o moreno de olhos diferentes.

— Do que ele está falando?

— Nada! Que dizer depois te conto. Só vamos sair daqui, antes que ele volte. — Disse virando e seguindo para o apartamento. Estava confuso, e não queria pensar naquilo. Doía ferir as pessoas, e pior magoado. Christian parecia ter feito sua decisão, mas não queria dizer que ele tinha feito a dele.

— Sim! Isso está feio! — O loiro disse puxando o rosto de Ethan pelo queixo olhando a ferida. Acabou com os lábios cortados, e ficaria com inchaço. Tivera sorte de não perder nenhum dente. — Temos que coloca gelo!

— Uhh... — Ethan resmungou fazendo careta de dor. Perguntava-se as coisas poderiam fica pior do que estavam!?

Continua...

Comentários

Há 4 comentários.

Por fajr26 em 2014-04-24 13:08:31
ola fiquei curioso vc tb posto este conto no Nyah pretende coloca toda saga?
Por hugo em 2014-04-24 00:45:09
mto bom continua !!!!!
Por Rich em 2014-04-22 21:54:09
Eu sei q ja pedi uma vez mais to pedindo de novo. POSTA MAIS UM HOJE PLEASE!
Por Rich em 2014-04-22 21:50:50
Ai ta perfeito! Continua HOJE POR FAVOOORRRRR!!!!