Anahi - Pedacinho Do Céu - Capítulo 3

Conto de Guhh como (Seguir)

Parte da série Anahi - Pedacinho Do Céu

— Senhor Griggs sente-se, por favor! — O advogado, um senhor de meia idade disse, apontado uma cadeira, e que estava meio afastada dos demais. — Vamos começar!

Ethan sentou meio acanhado. Todos os presentes faziam parte da família que lhe foi negada, e pelo visto era composta unicamente por homens.

Enquanto o advogado falava algo sobre lei ou coisa parecida, sorrateiramente ficou medindo cada um dos presentes.

Seu pai era um homem grande, e robusto, mas belo. Tinha traços fortes, o que conduzia uma personalidade dominadora. Olhou para o homem ao lado dele. Acreditou que fosse o companheiro do mesmo. Ele parecia ser alguns centímetros mais baixos que Ryan Brynn, e pesava uns quilos a menos, no entanto não era exatamente um homem pequeno. Reparou que ambos tinham aliança dourada nos dedos anelares.

O outro mais perto de si parecia muito com seu pai, pegou pensando-se seriam irmãos. Era justo aquele que deu indicações no dia anterior quando foi à fazenda.

O mais novo, devia se um pouco mais velho que si. Dos outros três homens era o menor, mas ainda era absurdamente mais alto que Ethan. Lembrava-se dele: foi o chamou de “gatinho medroso”. Ele era bonito... Havia nele algo que parecia atraí-lo. Coisa estranha, visto que antes nunca interessou por homens.

Foi quando os olhos verdes pousaram sobre si. Sem jeito, Ethan desviou olhando para seus próprios pés, mas não demorou em que voltasse olhar para o seu “irmão”. Sua face ficou rubra quando viu que este ainda o encarava.

— O que foi? — Ele indagou em sussurrou.

— Os dois vão parar e prestar atenção? — Ryan impôs. — Chris!

— Desculpa pai... — Pediu sem jeito com um sorriso maroto nos lábios. Sorriso este que deixou Ethan encantado.

— Sr Griggs?

— Ah sim! Desculpa senhor Clark! — Falou seu jeito quando todos os olhos caíram sobre si, isso era desconfortável, nunca gostou se chamar atenção. Preferia o anonimato.

— Como eu dizia: uma das cláusulas que o senhor Raynard Brynn exigiu para ler o seu testamento era que todos seus parentes – em idade propícia – encontrassem presentes. — Disse o homem vendo que todos concordaram. Então ele pegou o envelope o abrindo, e colocando as duas folhas sobre a mesa. Não parecia um testamento grande.

Não demorou, e tendo atenção de todos, ele começou a ler o testamento.

Eu, Raynard Brynn me encontrando no meu perfeito juízo e entendimento, livre de qualquer coesão, vêm através desse documento declarar os meus desejos.

Sempre fui um homem acostumado a trabalhar nada terra, e mesmo com meus conceitos rígidos, valorizei acima de tudo, Deus e minha família.

Tive o prazer de casa-se com meu grande amor, Anali, que Deus a tenha, e com ela ter dois lindos filhos. Sempre os busquei educá-los da melhor forma, e os vi torna-se os homens de bens que são. Alguns momentos tiverem que me manter a parte de suas experiências, e vê-los sofrer em alguns momentos.

Acredito que eles iram ser contra a minha vontade, porém espero que compreendam, e no futuro possam perceber que fiz tudo pensando no melhor para eles.

Vou sabendo que meu filho Ryan, tem um bom companheiro, e dois filhos maravilhosos, mesmo que não sejam de seu sangue, ele os amar. Quanto a Bryan precisa criar juízo, e encontrar alguém que o faça firma.

Sinto que essa família está incompleta, o quanto poderia ser mais feliz caso meu único neto de sangue não tivesse sido tirado de nosso seio, se estão lendo isso, e que infelizmente não tiver prazer de vê-lo crescido, um homem, como é agora.

Por isso dessa minha decisão, e espero que por minha memória, e pela herança que por gerações está em nossa família, seja cumprida.

Deixou todos os meus bens, para meus dois filhos, e consequentemente para seus herdeiros, contudo, para que isso seja vigorado até o aniversário de 21 anos de Ethan Griggs ele devera se casar com Christian Brynn, do contrário o rancho Anahi, e tudo que há nela irá para leilão, e o dinheiro doado a entidades filantrópicas.

Sei que nesse momento querem me tirar do túmulo, para me voltarem a matar, entretanto acredito que um dia vão entender por que da minha decisão.

Nunca esqueçam, amo todos vocês... Pois são meus pedacinhos do céu!

Raynard Brynn

Quando o advogado terminou de ler, um silêncio absurdo tomou conta o recinto.

O velho Brynn realmente tinha pegado todos de surpreso, e feita uma grande despedida.

— Isso só pode ser uma brincadeira de muito mau gosto. Esse velho estava doido quando vez isso. — O primeiro a pronunciar foi Christian, um dos mais afetados por aquele. “ultimato” do seu avô.

— Chris! Entendo que esteja chateado, mas mantenha o respeito por seu avô. — Cody corrigiu o filho.

— Qual o problema? Gay você já é... Creio que problema em comer bunda não terá. — Bryan disse com sorriso malicioso cortando sua face.

— Cala a sua boca! Saber muito bem... Não vou aceitar esse absurdo, dever ter outro meio... — Christian disse desolado sentando na cadeira.

— Senhor Clark, saber tão bem que isso é ridículo. Meu pai não devia está bem quando estipulou isso... Dever ter uma brecha na lei... — Quem falou agora foi Ryan, ao menos depois que se recuperou do choque inicial.

— Sinto muito, mas não. Antes de escrever o testamento ele fez todos os exames, que o declaram co faculdades mentais sã... E em nosso estado já é permitido casamento entre pessoas do mesmo sexo. — O advogado disse. Ele era um antigo amigo do falecido Raynard. Claro que na época tentou persuadir o velho, mas esse era irredutível quando colocava algo na mente.

— Não... Não... Pai, não pode permitir isso. Não! — Chris estava com tanta raiva em seus olhos que chegava a fumegar. — Isso é sua culpa, se não existisse, vovô nunca teria inventado essa sandice. — Gritou apontando para Ethan que tão confuso era incapaz de dizer algo.

Ele afundou na cadeira, encarando as próprias mãos sobre seu colo. Tudo repetia diversas vezes em sua mente. Por que nada simplesmente podia dar certo? Ele só queria uma família, e não cair nessa bomba relógio.

— Chris, calma! Vamos encontrar um médio. — Cody disse fazendo filho sentar. — Eles são irmãos, não pode ser casar.

Com as falas de seu pai, Christian viu uma faísca de esperança surgir.

— Não propriamente, Christian não tem real ligação sanguínea com Ethan, pois Ryan não é seu pai legível, e depois, ele não tem nem mesmo sobrenome. Na verdade na certidão de nascimento de Ethan, o senhor Ryan, não entrar como pai dele.

— Como? — Ryan pareceu não entende o que ouvia. — Eu registrei meu filho!

O coração de Ethan pulsou ao ouvir se chamado de “filho”, há tanto tempo ansiava em ouvir isso.

— Aparamente, o marido atual de sua ex-esposa o adotou como filho legítimo.

— Maldita! Espero que ela morra. — Ryan bradou munido de toda raiva. — Vou arrumar um meio, até o aniversário de vinte um ano, daremos um jeito! — Disse confortando todos.

Enquanto eles gritavam e entravam em desespero, Ethan apenas ficou ali, quieto, como se tudo que sucedesse em uma voltar fosse um filme, e não um fato de sua vida.

O advogado indicou para que todos os presentes assinassem o documento, que os colocavam ciente da última vontade do seu patriarca, até que no final restou somente o advogado e Ethan.

— Sr. Griggs? Tudo bem?

— Ah! Eles já foram? — Ethan pareceu despertar de seu sonho ou pesadelo, olhando ao redor procurando pelos outros. No final eles foram embora como uma família, e isso não o incluía. — Não estou sonhando? E real? — Ele indagou tão desolado capaz de tocar qualquer coração. Ele parecia um cãozinho tão perdido diante de tudo que caia sobre si.

— Creio que é verdade, jovem! — O homem disse compadecido.

— Eu... Não sou gay. Eu nem... Nunca namorei. Como vou me casar com estranho? — Foi uma perguntar sem esperar uma resposta, por que ninguém nunca sanava suas dúvidas.

— Sinto muito! — O homem disse parecendo verdadeiro.

— E... — Ethan levantou pronto para sair, mas o advogado o chamou. — Sim? Tem mais alguma coisa?

— Preciso que assine.

— Ah claro!

Assim que assinou o documento, ele deixou o escritório do advogado. Sem rumo, ao saber ao certo para onde ia, Ethan simplesmente andou, deixando que sua mente trabalhasse. Sua mente reviveu várias vezes a cena em sua cabeça, como se tentasse convence que ela era real... Que sua vida tinha se tornando um completo caos.

Dever ter andado por horas, pois quando se deu conta, encontrava escuro, marcando que o sol já tinha indo há um tempo. Seus pés doíam, e sua cabeça latejava. Olhou ao redor, e não fazia a menor idéia onde estava. Encontrava em uma estrada deserta. Parecia uma rodovia.

Um medo terrível começou a tomar conta dele, e junto com ele uma dor agonizante, não física, e sim em sua alma. Só queria que as coisas fossem mais fáceis. Encontrava tão cansado de lutar.

As lágrimas brotaram de seus olhos de cores tão especiais, e raros... Elas marcaram sua pele alva, sem freio, e com ela um choro pequeno. Ethan agachou no chão, e seus braços embrulharam seu próprio corpo.

“Por quê? Por que as coisas sempre têm que ser assim? Ninguém nunca vai me amar? Meus pais me achavam um erro, e não o bastante tenho que me casar por conveniência...” — Divagava desfreadamente consigo mesmo, movendo o corpo para frente e para trás.

Tão absorvido em seus pensamentos não reparou no par de faróis que aproximava pela estrada, e o carro que parou poucos metros de si. Por sorte, esse vinha devagar, pois Ethan encontrava justamente encolhido no meu da pista.

Ele fechou os olhos quando uma luz pegou em seus olhos, escondeu a face, querendo que quem fosse desaparecesse.

— Ei! Garoto... Está perdido? O que faz aqui? — Uma voz rouca indagou, enquanto passos se aproximavam mais do jovem encolhido. Só queria se deixado em paz. — Eu falei com você.

— Eu... Fui caminhar... Sou novo na cidade... — Sussurrou. Acreditou que o cara não ouvirá, pois nem ele mesmo entendeu bem o que disse.

— Sei! Venha, o levo de voltar.

Foi quando Ethan ergueu a face, e pode ver o homem que trajava um uniforme em tons marrons, e a bela estrela no peito escrito: Xerife.

Subiu mais um pouco os olhos, e pode deslumbra. O homem tinha seus quase dois metros, e seus ombros eram largos. Sua pele era morena, uma herança de quem era um nativo americano. Seus cabelos negros estavam presos em uma traça perfeita que descia pelas costas. Não daria para ele mais de trinta anos, ou talvez bem menos.

— Não me ouviu?

— Sim! — Ethan levantou do chão, mas não conseguiu encarar mais o sujeito, apenas o seguiu até a viatura policial. Entrou no lado do passageiro, sentando, enquanto o xerife fechava a porta e rodeava o veículo entrando igualmente nele.

— Onde morar?

— Ah, não sou daqui. Estou hospedado na pousada da dona Maldite! — Sussurrou se abraçado à medida que o carro seguia o curso.

— Disse que veio andando? Andou muito! Estamos alguns quilometro da cidade. — Afirmou sem nunca retirar os olhos da estrada. — Não recomendo fazer isso a noite, tem lobos e coiotes na reserva... Não acho que eles ataquem humanos, mas é bom tomar cuidado. Mudou-se para cá?

Fico incômodo com as perguntas do homem, mas deduziu por ele ser o xerife, era seu deve cuidar da ordem da cidade, e querendo ou não, Ethan era um estranho que estava encolhido na estrada.

— Eu... Eu vim por causa da morte de meu avô. Acho que não ficarei muito, ou talvez sim. Parece um lugar tranquilo para viver. — Disse. Não sabia por que, mas de alguma forma a voz do outro o acalmava.

— Sim, é, mas geralmente os jovens não gostam de cidade pacata. Eles costumam ir embora e não vim para cá. Não aceitamos encrenqueiros aqui. — Disse esticando o olhar para Ethan como se o medisse.

— Não sou encrenqueiro. Eu fico longe de brigas, na verdade, não atraio nada. — Disse com certo pesa, referindo a sua vida fardada a fracassos.

— E maior de idade?

— Sim senhor, que dizer, tenho mais que 18 anos. Por quê? Fiz algo errado? — Indagou incerto.

— Se resolver permanece na cidade, vai precisa de um emprego, vá ao restaurante do DJ, diz que o xerife o mandou. Ele está precisando de alguma ajudar. — Falou.

O rosto de Ethan iluminou. Ao menos uma notícia boa naquele dia inclinada a desastre. Que dizer, se ele fosse realmente fica na cidade, ter um emprego seria bom.

— Obrigado! — Agradeceu.

— São lentes?

— Como? — Ergueu uma das suas sobrancelhas não entendendo a perguntar do homem.

— Seus olhos, um é verde ou outro azul. São lentes de contato? — O homem de relance olhou para ele, e seus olhares se encontraram. Nisso, Ethan sentiu um arrepio tomar conta de si. O homem era estupidamente lindo.

— Ah não! São assim mesmo. Eu devia ter colocado as lentes para deixá-los na mesma cor, mas custa caro... — Falou sem jeito. Na certa, ninguém iria querer saber de suas dificuldades financeiras.

— Não devia, são belos, especiais. Na minha tribo tem uma lenda, que quando uma pessoa nascer com olhos de duas cores diferentes, ela é destinado a grandes feitos, que mudará a vida de muitos. — O xerife disse ao que estacionou em frente à pousada.

— Não acho que essa isso, e apenas anomalia de genética. Bem, obrigado por me ajudar. Senhor...?

— Aslan Rourke. — Disse sem nome mantendo seus olhos complenetados no mais jovem. — Tenha uma boa noite, Ethan. — O cara disse, e fez os cabelos da nuca do outro arrepia, principalmente por que não tinha dito seu nome para o homem.

— Como...

— Cidade pequena, e aqui todos sabem sobre o filho legítimo de Ryan Brynn tem cores diferentes nos olhos, e você disse que veio visitar parentes. Sou próximo a família. — Aslan disse dando um sorriso marcante.

— Claro, mas um para me recriminar. Não devia zombar das pessoas. Boa noite! — Disse com lástima de mágoa. Realmente tinha considerado que poderia achar um amigo no homem de pele escura, mas saber que ele era amigo dos Brynn, fez sua fantasia desmancha diante de seus olhos.

— Ei... Ow... — Aslan tentou rebate as últimas palavras de Ethan, mas esse não virou, e entrou na pousada. Suspirando, o xerife deixou para lá, e deu partida no carro.

— Ethan, chegou tarde querido. Tudo bem?

Ethan deu um sorriso quando viu a bondosa senhora. Maldite era uma mulher incrível. Queria muito ter uma mãe como ela, doce e gentil...

— Estou bem! Depois da lida do testamento acabei indo caminhar, e me perdi. O xerife me trouxe de voltar.

— Ele é um bom homem! Por que não vai tomar um banho, guardei um prato do jantar para você. — Ela disse tocando sutilmente a face do menino, e surpreendeu quando este a abraçou. Eles eram praticamente a mesma altura.

— Obrigado! — Ele murmurou. Forçou as lágrimas não caírem, pois estava cansado de chorar. — Vou tomar um banho, e desço. — Disse terminando com o abraço, e deu um beijo na face da mulher.

Ela nada disse. Sábia. Era ciente que há momento que não dizer nada é a melhor opção. Apenas o acompanhou com os olhos sumir no topo da escada.

— Pobre criança! Há tanto sofrimento em seus olhos. — Replicou para si mesmo, seguindo para a cozinha.

Quando Ethan entrou no quarto que residia ali, deixou encosta na porta, e seu corpo foi tombando até encontrar sentado no chão. As lágrimas desceram, mas estipulou em sua mente que seria a última vez que as deixariam verte seus olhos, dali em diante iam muni-se de força, mesmo que não soubesse de onde tirá-la.

Continua...

Comentários

Há 1 comentários.

Por Mic em 2014-04-15 17:58:38
Adorei *0*