Anahi -Pedacinho Do Céu - Capítulo 14

Parte da série Anahi - Pedacinho Do Céu

— Uhh. — Resmungou manhosamente. Seu corpo todo latejava de dor, mas não era ruim, de alguma forma o fazia sentir-se tão vivo.

Aos poucos suas pálpebras foram abrindo dando espaço para os olhos azuis e verdes. Moveu na cama espreguiçando sentido os raios solares atravessar a parede de vidro e tocar timidamente sua pele.

Sua mente ainda estava nublada, e permaneceu parado por alguns instantes. Aos poucos as cenas do dia anterior vieram a sua memória. Primeiro seu aniversário, o fato de ter reconciliado com seu pai. O casamento. Aquela cerimônia tinha sido tão tocante e bela, e por fim... Suas bochechas tomaram cor carmesim, quando as cenas picantes o invadiram.

Sua mão tocou sua boca, e sutilmente os dedos traçaram um caminho - invisível - do seu pescoço até seu baixo ventre. Nunca imaginou que sua primeira vez poderia ter sido tão perfeita. Em seu corpo ainda tinha os efeitos de tal momento, e o guardaria para sempre na memória como a mais preciosa lembrança.

Lentamente, Ethan, sentou-se na imensa cama, e como se voltasse da terra dos sonhos. Observou que encontrava sozinho no quarto. O leito parecia tão frio sem os outros dois.

Olhou para o relógio no criado-mudo, e percebeu que passava das duas da tarde. Nunca tinha dormido tanto antes. Mas isso fez lembrar o motivo do cansaço... De madrugada foi acordado com beijos e toques. Os três entraram em uma orgia de toques, beijos e lambidas... Fizera seu primeiro 69 e foi explorando pelos dedos de Aslan... O outro tinha dito que ainda não era o momento de ser tomado por ele, mas que logo viria.

Espreguiçado o jovem saiu da cama, e fez uma careta de dor. Esfregou suas nádegas. A dor devia ser normal, mas não era nada gigantesco, afinal os seus maridos foram bem gentis.

Suspirou fundo, e endireitou a coluna. Em passos lentos seguiu até o banheiro que ficava interligado ao quarto, e seus olhinhos brilharam diante de grande banheira que tinha ali. Parecia caber quase cinco pessoas ali dentro.

O lugar era amplo e bem arejado. Tinha um grande Box de vidro transparente, e duas duchas quadradas e de metal. Ao lado – em uma espécie de altar – tinha a negra banheira, e perto dela alguns óleos e sais. Do outro lado do quarto tinha o vaso sanitário, e ocupando o espaço do meio, uma bancada grande com duas pias que sobressaia acima dela. Um grande espelho com luzinha acima dele para dar mais luminosidade.

Praticamente dava para morar no lugar. A área livre era grande, que dava para coloca um divã, algumas revistas e até televisão. Isso que era exagero. Não deixava de se um encanto.

Ainda perdido em admirar o lugar, Ethan seguiu até o Box. Quem sabe em outra ocasião experimentaria a banheira. Ele ligou a água no morno, e deixou que corresse por seu corpo.

Jogou a cabeça par trás, sentido desperto diante da correte de água. Não levou muito tempo no banho, o suficiente para se ver limpo da cabeça aos pés. Viu três toalhas penduras, e optou pela cor cinza... Só esperava que não tivesse usado a toalha dos outros dois, tem pessoas que não gostavam.

Após encontrar tomado banho e enxugado, ele fez suas outras higiene matinal, voltando ao quarto, escolheu uma calça de moletom e uma blusa de malha. Por sorte suas coisas já encontravam ali.

No dia anterior Alicia tinha levado tudo, e pelo visto arrumado. Sentiu-se meio envergonhado por ter tão poucas coisas, mas depois daria um jeito. Tinha uma graninha do trabalho no restaurante, talvez desse para comprar algo.

Timidamente Ethan saiu do quarto rumando para o andar inferior da bela casa. Ao chegar próximo a cozinha pode ouvir risadas e conversas.

Fechou os olhos criando coragem, e com um pensamento firme em mente rumou para o recinto.

Ao entrar encontrou Christian sentado em uma cadeira perto da mesa, e com os cotovelos sobre a mesma, e Aslan achava perto do fogão preparando algo. Eles falavam algo sobre alguma partida de futebol, nada que Ethan prestou atenção.

Sua face ficou quente. Recriminou mentalmente por isso. Seus olhos percorreram os dois homens, ambos encontravam apenas com calças.

Aslan com uma calça jeans que moldava perfeitamente suas coxas torneadas e a bunda arredonda. Já Christian parecia com uma calça de tecido sintético estilo esportivo.

— Bom dia! Dormiu bem? — Aslan disse, sendo o primeiro a perceber a presença do menor dos três.

Ethan sentiu seu coração aquece diante do cálido sorriso. Moveu a cabeça confirmando resmungou algo qualquer. Entrou mais no recinto apoiando na mesa, mas não demorou em que Christian o puxasse, e fizesse sentar no colo, rodeando a cintura do menor.

— Acho que exageramos um pouco contigo. — Disse estalando um beijo na bochecha de Ethan, e acariciando sua cintura e braços.

Em primeira estância ele ficou meio acanhado de encontrar no colo do outro, mas relaxou quando Aslan apenas deu um sorriso, voltando a fazer o que executava.

— Estou bem! Não sou de vidro, não quebro. Só acho que dormir demais. Nunca acordei tão tarde antes, desculpa. — Disse preocupado. Afinal Aslan tinha dito que era seu dever fazer as refeições para todos, e primeiro dia já tinha falhado.

— Tudo bem! Estamos em lua de mel. Sei que é culpa minha que não podemos viajar, afinal meu trabalho atrapalhou, mas vou tentar adiantar minhas férias e podemos ir algum lugar. — Disse o xerife tirando a carne assada do forno, e depois despejando o arroz sortido na tigela. — Onde gostaria de conhece?

— Viajar? Tipo lua de mel? Nos três? — Ethan indagou parecendo uma criança que tinha acabado de abrir seu presente de natal. Ele olhou para os dois homens, e ambos tinham sorrisos cristalinos nos lábios.

— Claro! Sem viagem não parece lua de mel... O que prefere frio ou calor? — Christian incentivou.

— Ah não sei! E vocês? — Não queria parece um menino mimado que somente suas vontades seriam saciadas desejava saber o que os outros dois gostariam.

— Uhh... Praia seria legal... Poderia ter esses dois homens lindos e gostosos apenas de sunga... Poder fazer amor suado... — Aslan disse com sorriso safado, e em suas calças o volume que denunciava o efeito de sua imaginação.

— Ou frio... Ficar no quarto juntinhos... Sentido o calor do outro para aquecer. — Christian sugeriu dando beijos na nuca do menor.

— Os dois são tarados, isso sim. — Disse envergonhado por pensar em coisas nada castas, ao que pulou do colo de Christian e foi arrumar a mesa para eles poderem almoçar.

Aslan e Christian caíram na gargalhada.

Um clima gostoso e tranquilo pairava sobre eles. Sem qualquer intervenção, e tendo conversas banais, os três fizeram a refeição. Combinado que cada uma pensaria com calma onde gostaria de viajar, e depois discutiriam para chegar um acordo.

Ao término Ethan arrumou a cozinha, ao que Christian foi ajeitar o quarto e Aslan fazer algumas ligações para o trabalho. Ele tinha pegado uma folga de três dias, porém a responsabilidade o fazia ficar antenado.

–oo0oo-

— Como andar as coisas? — Duncan indagou ao amigo quando este entrou na cozinha do restaurante.

Tinha passado uma semana que Ethan havia-se casado e mudado para a casa de Aslan, para viver com seus dois maridos. O jovem praticamente tinha sumido do mapa aquele período.

O loiro ficou preocupado perguntando toda hora ao patrão se acaso o irmão dele não era um ditador, se poderia dar uma ligada para ver se Ethan ainda achava vivo.

Dakota quase o esfolou, e deixou claro que se ele perguntasse mais alguma coisa iria apanhar. Falou que era normal. Ethan tinha acabado de casar, e mesmo que eles não puderam viajar, na certa estava muito ocupado entre os lençóis ou qualquer superfície plano com os esposos.

— Estou ótimo! — Ethan disse com um sorriso radiante.

— Parece diferente. — Duncan observou enquanto cortava o frango. O restaurante ainda estava fechado, mas logo abririam para o almoço, e ele terminava de dar os últimos retoques.

— Diferente? — Ethan indagou olhando para si mesmo. — Continuou o mesmo.

— Ainda não acredito que ele proibiu você de trabalhar. Não estávamos mais nos anos 30! Por Deus! — Resmungou chateado. De certa forma sentia falta do outro, era divertido com ele ali, e não tinha digerido aquele casamento por “conveniência”.

— Eu também não me acostumei, porém não foi trazer problemas para meu casamento – que mal começou – por causa disso. Bem, às vezes é meio tedioso em casa sozinho. Aslan voltou à delegacia, e Chris trabalhar no rancho, mas eles sempre vão fazer as refeições em casa, e quando não dar, vou ao rancho e como com minha família. — Falou pegando uma vasilha para o amigo do armário.

— Está mesmo feliz? Quero dizer, em uma semana não dar para conhece uma pessoa... E por que estão casados não quer dizer que ser amaram... — Disse, porém se arrependeu um pouco ao ver a dor nos olhos do outro. — Desculpa! Você andar dando o melhor de si, e eu gorando...

— Tudo bem, Duncan. Não disse nenhuma mentira. Aslan e Chris têm uma sintonia que acho que nem em anos terei... Eles se amam de maneira sublime, e às vezes me sinto um intruso. — Seu olhar era triste, no entanto logo buscou empurrar para o fundo de sua alma, tentando-se animar.

— Mas me diz! O que andar aprontando? — O loiro desviou o assunto. Sentia-se culpado por ter deixado o outro para baixo.

— Ah... Vejamos... Geralmente preparo as refeições e arrumo a bagunça da casa... Não é muita. Aslan é até organizado, mas Chris não saber coloca nada de voltar no lugar. — Disse voltando certa animação.

— O tratar como a dona de casa?

— Não é assim! Eles trabalham o dia inteiro, e outras ajudam... Geralmente eles que preparam o jantar, quando não pedimos pizza ou vamos comer no rancho. Me agradar se útil, dar uma sensação de lar eu poder ajeitar e deixar tudo limpo e organizado. — Ethan defendeu sua teoria.

— E tempo para você?

— Duncan, pare de tentar achar defeito. Nenhuma relação vem com garantia que dará 100% certo. Estamos nos conhecendo, claro que tem hora que um se irritará com o outro... Mas sinto que os dois estão se esforçando. Aslan tem seu jeito autoritário, porém me tratar com carinho e zelo, Chris é divertido e sempre me faz rir. — Disse perdendo a calma. — Queria rever meus amigos, mas já que querendo infernizar meu casamento, vou indo. — Falou dando as costas para o outro.

O loiro chamou por Ethan, contudo este ignorou e deu tchau para Dakota e Alicia saindo do restaurante.

Seu bom humor tinha indo para o ralo, e sentia-se mal por deixar isso acontecer. Sabia que de certa forma a palavra de Duncan não era infundadas, mas ele não conhecia a realidade, e não queria deixar isso estraga sua vida.

Tinha ciência que os três estavam se esforçando para fazer esse casamento dar certo, e óbvio que não seria da noite para o dia que seria tudo perfeito.

O menor acabou andando pela calçada - irado - remoendo isso em mente. Só parou quando percebeu que encontrava em frente à escola do irmão menor, e lembrou o que tinha indo fazer ali.

Tinha avisado Aslan que iria Oscar na escola. Christian e Bryan tinham indo à cidade vizinha para comprar suprimentos para o rancho, e seu pai pediu esse favor, pois com menos duas mãos no trabalho, Ryan e Cody tinha que dar conta de tudo.

— Ethan! — O pequeno gritou correndo até o moreno de olhos bicolor, e ao chegar perto dele deu um grande abraço.

— Oi! Como foi a aula hoje? — Indagou sorrindo, esquecendo todo transtorno com Duncan. Oscar realmente sabia alegra o dia de todos, com seu sorriso e animação cativantes.

— Foi legal! Teve prova de matemática, mas sou bom nessa matéria. — Falou ajeitando a mochila nas costas. — E o seu?

— Foi tranquilo, nada demais. Quer almoçar onde? Maldite ou Kota? — Indagou. Tinha planejado um dia com o menor.

— Uhh... E ser comemos em sua casa? — Falou esperançoso. Queria conhecer onde os irmãos moravam, e passar alguma tarde divertida com Ethan.

Ethan no fundo agradeceu pela ideia do pequeno, pois não queria encarar ninguém. Uma tarde com ele seria agradável.

— Ok! Eu não dirijo, então teremos que ir a delegacia é perdi uma carona ao xerife.

— Eeee... Quero andar no carro de polícia, e legal! — Oscar disse dando pulinhos, o que fez Ethan cair na gargalhada.

Os dois seguiram lado a lado para a delegacia, conversando sobre diversas coisas. Por sorte era uma cidade pequena, e tudo nele ficava perto, bem nem tudo, infelizmente o rancho e a casa ficavam mais distantes.

Ao chegaram o assistente do xerife os atendeu pedindo para aguardar um pouco.

— Aqui é legal! Mas não sei o que serei. Se vou ser um xerife, cowboy ou professor. — Disse com os olhos brilhando e parecendo realmente pensar.

— Ficaria honrado em ser substituído por alguém tão corajoso como você no futuro. — Aslan disse saindo do escritório. Ele foi até Ethan dando um rápido beijo nos doces lábios e encarou Oscar.

— Ah... Não se preocupa. Quando eu for substituí-lo já vai ser velhinho, mas Ethan cuidará de ti. — Disse Oscar como um menino sabido.

Os dois adultos caíram na gargalhada.

— Chris ligou? — Ethan indagou preocupado. O outro tinha indo algumas horas, sabia que era normal, seu pai disse isso, mas não deixava de ser preocupar.

— Sim! Vão demorar um pouco mais que o previsto, mas estão bem. E o que devo a visita?

— E que... Bem... — Ficou meio sem graça de perdi algo. — Oscar quer almoçar lá em sua casa...

— Nossa!

— Como? — Questionou arqueando uma das sobrancelhas.

— E nossa cada, bebê. Você morar lá, e é sua casa também. Fale certo.

— Desculpa! Então, ele quer almoçar em NOSSA casa, mas fica meio longe. E como tinha previsto comemos por aqui, pai foi embora. Poderia nos dar uma carona? Se não for lhe atrapalhar. — Pediu com os olhinhos brilhando.

— Claro! Só me deixa passar algumas instruções e levo vocês. — Disse dando beijo no topo da cabeça de Ethan e voltando ao escritório.

Ethan foi até o irmão que olhava para o aquário que detinha na recepção da delegacia. Não demorou em Aslan sair, e encaminhá-los para o estacionamento, e de lá, seguiram para a casa.

No caminho o pequeno fazia perguntas referentes à profissão de homem da lei, e nem percebeu tinha chegado.

— Vai almoçar conosco?

— Sinto muito, mas não! Tenho uns problemas para resolver. Ligo qualquer coisa. Boa diversão para os dois. — Aslan disse puxando Ethan para inclinar para baixo- visto que o xerife estava dentro do carro, e o outro lado de fora em pé - tomou os lábios dele em um beijo molhado, porém rápido.

— Tchau xerife! — Oscar gritou, e o moreno deu aceno sumindo na estrada.

— Vamos! — Ethan disse tomando a mão do irmão e seguiram para dentro de casa.

Fazer o almoço foi uma festa. Ethan e Oscar fizeram uma bagunça, riram e teve até direito guerrinha de comida. Ao terminar ele comeram e depois juntos arrumaram a zona que eles mesmos fizeram.

Passaram a tarde vendo filme. Depois Ethan ajudou o pequeno com os deveres de casa. Realmente momentos divertidos.

No final Oscar acabou dormindo de cansaço. Ethan olhou com carinho para o irmão. O colocou no quarto de hóspede, e foi preparar algo para comerem mais tarde.

Ao entrar na cozinha pegou os ingredientes para preparar os sanduíches. Enquanto estava na bancada cortando o pão, lembrando-se de seu irmão Angel, deu um pulo quando braços rodearam sua cintura.

— Que susto Chris! — Gritou batendo no braço do outro, que deu uma bela gargalhada, e depois virou o menor para si tomando os lábios em um doce beijo.

— Sentir saudade! O que bebê fez hoje? — Indagou após término do beijo, mas permaneceram próximos.

— Até parece que Aslan não passou relatório! — Resmungou fazendo bico ainda pelo susto.

— O que tem, eu? — O xerife perguntou quando entrou pela porta do fundo da cozinha, retirando a arma – colocando a trava – e a pondo sobre a geladeira, bem no alto.

— Falando no diabo! — Christian brincou quando inclinou para trás recebendo um beijo de boas vindas de Aslan, e este depois tomou os lábios do menor dos três.

— Vai apanhar! — O xerife ditou dando uns tapas na bunda de Christian que alojou a cabeça no ombro de Ethan.

— Comportem-se safados, temos criança em casa. — Ethan disse desvencilhado dos braços dos dois.

— Quem?

— Oscar! Pelo visto os dois se divertiram. — Aslan disse encostando-se à mesa.

— Sim! Por que os dois não vão tomar um banho, enquanto término o lanche, assim podemos comer juntos e me contar como foram seus dias.

— Que ideia tentadora! — Christian disse puxando Aslan pela mão, e os dois subiram as escadas se agarrando e rindo.

Ethan deu um sorriso fazendo sinal de negação com a cabeça, e voltou ao que fazia antes. A vida nunca era chata ali. Sentia-se sempre empolgado e curioso para como seria o dia. O que aconteceria... Aos poucos ele se auto descobria.

Talvez Aslan tinha razão. Devia colocar mais um pouco de fé em si. Sempre desejou torna-se um escritor... Quem saber começasse a escrever o livro que sempre sonhou... Não custava tentar.

Com um doce sorriso nos lábios ele voltou a sua tarefa.

Continua...