Dramas Adolescentes - O Inesperado

Dramas Adolescentes - O Inesperado

O brilho dos olhos dele ofuscava contra a luz do sol. As árvores ao nosso redor transmitia um clima fresco, sem frio, sem calor, apenas o doce aroma de campo fresco, o barulho dos animais – cavalos – e o canto das cigarras.

Então eu tinha tempo, eu tinha o momento, eu tinha o lago, o céu, as árvores... Eu o tinha.

Seu hálito era gélido, suas mãos macias afagavam cuidadosamente as pontas do meu cabelo. Eu senti seus dedos em meu queixo. Seus olhos penetravam os meus e então seus lábios se separaram.

Uma vaga onda de constrangimento passou por mim enquanto outra onda de calor me envolvera, meu coração não pulsava mais e o ar ao nosso redor ficou curto. Minhas mãos suavam e minhas pálpebras queriam se fechar relutando contra os meus comandos.

Seus dedos tocavam as minhas costas, pingos de chuva molhavam seu rosto e fazia pequenas gotas transparentes nos fios de seu cabelo. A pele pálida de sua mão direita tocou gentilmente as costas da minha mão esquerda e depois fez uma rápida subida pelo meu quadril tocando minha cintura fazendo os pequenos pelos do meu braço se arrepiarem no mesmo instante em que sua mão continuava passando pelo meu ombro e acariciando meu pescoço com a leveza de uma mariposa até sentir sua mão em meu rosto.

Meus olhos não resistiram ao seu magnetismo e se fecharam, meu punho esquerdo antes cerrado deixou-se cair entorno do meu corpo. A pressão de seus lábios fora intensa.

A água do lago envolvia nossos corpos até a altura das nossas cinturas. Era clara e limpa. As nuvens tapavam o brilho o brilho do sol e um sopro vago de vento passou por nós.

Acordei suando frio quando o meu celular tocou o alarme, já era 06h40min da manhã. Cocei a cabeça tentando lembrar do sonho, por alguma razão eu não me lembrava do rosto, só lembrava da pressão de seus lábios.

Eu me achava um tosco e idiota, um jovem que acredita em amor, que acredita que garotos querem realmente ter algum romance com outro. Eu ficava excitado só de pensar. Levantei e corri para o banheiro, eu tinha alguns minutos para tomar banho e me arrumar, o pai de André passaria em casa para me pegar, André me convenceu de deixar o pai dele ir me buscar para podermos ir para a escola juntos.

Ele acha que eu o tenho ignorado e sente a minha falta as vezes, seria egoísmo meu deixa-lo daquele jeito.

Despois de um rápido banho desci correndo as escadas, mamãe estava na cozinha, Susan – minha irmã mais velha estava no telefone como sempre e Guto o meu irmão mais novo estava sentado em frente à TV com a sua mamadeira, eu sempre tive orgulho dele, ele era um garoto encantador com apenas três anos e meio de idade. Por incrível que possa parecer ele gosta da minha companhia.

- Aqui está o seu café, tome rápido antes que se atrase para escola no segundo dia de aula, não fica bem para um calouro pode apostar.

- Está bem mãe.

Minha mãe era a melhor pessoa do mundo, não trabalhava por causa do meu pai. Ele achava que ele que tinha que dar tudo a ela.

Meu pai é médico, ele tem um consultório na cidade e é um grande amigo tanto como pai quanto como pessoa. Ele me dá uma boa mesada todo o mês, não tão boa assim, mas permite que eu não fique dependendo muito dele.

André acha que o meu pai não gosta muito de me levar a escola, mas a verdade é que eu gosto de ir andando.

Não demorou muito e ouço o carro do pai dele buzinar em frente minha casa. Ele estava esperando com um típico sorriso no rosto, ele gosta de ir à escola porque se sente em casa, já que passamos a maior parte do tempo na escola do que em casa.

Depois de alguns minutos chegamos na escola, André tagarelava o tempo todo sobre o livro Jogos Vorazes, ele não gosta muito de ler, mas quando insiste em ler não consegue parar, ainda mais livros de ação e ficção cientifica, quando ele ouve o no ficção cientifica ele acha que o livro vai ajudar ele a ficar inteligente, não que ele seja burro, mas tem um pouco de preguiça para estudar.

Chegamos atrás da quadra, todo o resto já estava lá nos esperando.

- Oi – eu disse ao me aproximar.

- Oi – disseram quase em coro.

- Então Gabriel, eu vi você ontem com o Matt o aluno-delícia – Brunna me pegou desprevenido.

- É, ele é muito legal e o melhor, não me acha nerd.

Todos riram.

- E porque importa o que ele acha de você?

André perguntou sem se importa em ser um pouco rude. Às vezes ele tinha um ataque de ciúme de amizade.

- Nada é só para dar uma impressão melhor da escola.

- Sei...

- Porque está sendo infantil? – perguntei.

- Eu não estou sendo infantil! – rebateu ele.

- Ah você está sendo sim! – eu disse.

As meninas meio que ficaram sem reação, nunca me tinham visto daquele jeito. A verdade era que eu estava cansado de ser o aluno sem reação.

- Porque você acha isso? – o tom da voz dele aumentava a cada minuto e aquilo fazia o meu sangue ferver.

- Porque ontem você se comportou muito estranho na hora que a Mia falou do aluno novo, depois quando eu já estava em casa me ligou insistindo para que deixasse seu pai ir me buscar em casa e agora você começa com esse ataque – quando terminei já estava sem fôlego.

- Não estou tendo ataque nenhum, quer saber me deixe em paz, estou indo para a sala.

E se levantou saindo.

O clima ficou meio pesado depois, ninguém se atrevia a quebrar o gelo.

- Então... – começou Amanda. – O que vocês conversaram ontem.

Sentei ao lado delas.

- Sobre nossas vidas só isso.

- Não foi o que eu vi, vocês se comportaram como grandes amigos durante o dia todo depois do café da manhã – Amanda havia mesmo notado tudo.

- O que vocês sabem que eu não sei? – Brunna parecia estar em duvida.

- Nada – respondi rápido demais antes que uma das duas – Amanda e Mia – abrissem a boca.

O sinal tocou e nós entramos. Subimos as escadas.

- Ele vai cair em si – murmurou Amanda.

- Que bom ter tanta certeza – sussurrei.

Ela não conhecia André como eu, a verdade era que ele odiava ser ultimo a saber de algo, e detestava quando eu não dava muita atenção para ele. Eu só não entendia porque, ele era rico e bonito e não precisava de mim, já eu não era rico, só tinha uma vida um pouco melhor. E as pessoas não me achavam feio.

Só brigamos uma vez em todos os nossos anos de amizade. Foi na primeira série quando me esqueci de passar cola pra ele na prova de matemática.

Isso que era infantilidade.

- Vai ter uma festa hoje e você vai, somos calouros esqueceu? – disse Amanda me tirando de um blá blá blá mental.

- Festa? Eu não sei...

- Você vai sim Gabriel, não me faça dizer outra vez. – desafiou Amanda.

- Tudo bem.

Entrei na sala e sentei no meu lugar no fundo como sempre, André chegou a cadeira dele para frente.

- Bom dia.

Reconheci a voz melodiosa de Matt.

- Bom dia. – disse meio desanimado.

- O que houve?

- Nada, é só que o meu amigo está com raiva de mim.

Olhei para André.

- Mas tudo bem – disse quando voltou a olhar para mim.

Eu não sabia muito sobre a vida pessoal, só sabia o básico, estudante, morou fora, estudou em um internato, tem uma irmã e etc.

- Você vai na comemoração hoje? – perguntou ele.

- Não sei, onde vai ser mesmo? – perguntei, na verdade eu sabia.

- Na floresta perto do cemitério antigo. – respondeu.

- Acho que sim, além do mais se eu não for, Amanda me mata.

Ele riu do comentário e eu percebi como era lindo ouvi-lo rir e o seu sorriso. Com uma carinha de criança, e homem ao mesmo tempo, mesmo sendo jovem, não aparentava ter mais de 17 mesmo.

Olhei-o nos olhos e me lembrei do sonho, era ele mesmo.

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Depois da aula fui para casa e tomei um banho rápido, com certeza haveria bebida e musica alta na festa. Coloquei um típico jeans e um casaco preto, pois estava frio lá fora.

Saí de casa, o vento me açoitava com força, era nesse tipo de clima que eu esperava por alguém me esquentando. Entrei na floresta sozinho, mesmo de noite e depois de uns cinco minutos caminhando ouvi o barulho da música alta vinda do meio da floresta e o barulho de gente gritando.

Com certeza era ali.

Vi um carro preto estacionado nas folhagens e alguns jovens que não deveriam ser mais velhos que eu, estavam bebendo e fumando. Tinha muitos outros bebendo, um garoto bebia de cabeça para baixo enquanto os amigos o seguravam pelas pernas.

As cenas eram muito engraçadas. Encostei-me na árvore e fiquei observando foi quando vi André se aproximar.

- Ainda com raiva? – perguntei.

- Ainda me ignorando? – perguntou de volta.

- Eu não estava te ign...

- E mentindo? – perguntou de novo antes que eu pudesse terminar.

- Eu nunca menti, você continua sendo infantil. – rebati.

- Então sim, eu estou com raiva.

Ele saiu e me deixou sozinho, Amanda estava tão perdida em si divertir dançando que nem percebeu.

- Vou sair daqui – murmurei.

A minha noite havia acabado, não importa se sou calouro ou novato.

Vi o resto dos meus amigos dançando em volta da grande fogueira e se divertindo, eles não precisavam de mim. A verdade é que quando não se tem um amigo tão próximo como André, não adianta tentar conseguir novos para substituir, era como tentar tapar o sol com uma peneira.

- Gabriel!

Meu coração disparou quando ouvi Matt gritar.

- Ah, oi – murmurei.

- Já vai?

- Sim, vocês não precisam de alguém como eu aqui.

Ele sorriu, um sorriso seco e sem graça. Ele me olhou fundo nos olhos, a principio achei que fosse algum tipo de piada.

- Eu preciso – sussurrou inclinando-se e me beijando.

Não acreditei, mas não precisava acreditar, o inesperado acontecia. Ele me beijava com toda a vontade e eu me perdia naquele beijo retribuindo cada gesto, que ele fazia.

Eu me excitava e ele me apertava contra a árvore. Eu o queria, o desejava muito. Tirei seu casaco e passava as mãos pelo seu corpo o desejando muito.

Mordi de leve sua orelha o desejando, me esfregando contra o seu corpo quente.

Mesmo quando amamos, temos que nos entregar às vezes, e era o que eu fazia.

Eu me entregava.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Thonnyel em 2013-09-01 13:12:09
Super perfeito!!! Ansioso por uma continuação! *-*
Por Thonnyel em 2013-09-01 13:11:41
Super perfeito!!! Ansioso por uma continuação! *-*
Por Oi em 2013-08-19 19:57:24
Perfeitoooooo cade o resto?