3 - 24 Horas

Conto de GreenFox como (Seguir)

Parte da série Tudo Pra Ter Você

[2012]

- Me empresta a máscara? - a voz meiga surgiu na minha frente inesperadamente.

- Eu ganhei do meu pai.

- Ah vamos lá, essa máscara é "dahora" - era a máscara do homem de ferro que eu havia ganhado, naquele mesmo ano.

- Sai!

Ele insistia e acabou sentando no chão igual a mim, o mesmo estava ao meu lado, a diferença é que eu estava com a cabeça encostada na parede e com o rosto ardendo, com algumas lágrima ameaçando a cair pelo meu queixo. A máscara era um bom disfarce, eu queria parecer um herói, parecer forte, mas por dentro eu estava destruído. Ele tornou a falar.

- Você ganhou ela na estréia? - naquele ano estreava um dos maiores filmes de heróis. Os Vingadores, era meu filme favorito na época, na verdade até hoje.

Apenas confirmei com a cabeça.

- Sabe, a máscara é muito bacana, mas eu prefiro o Capitão América. - olhei para aqueles olhos castanhos que brilhavam a cada movimento que fazia com o rosto. O cabelo também castanho e liso já estava meio grande, as espinhas já começavam a surgir e ele era maior que eu um pouco

- E quem é que prefere o capitão américa? Ele foi um bosta no filme - ele me olhou incrédulo

- Você é um monstro. - chegou até me arrancar um sorriso

- Eu até tento não ser. Não posso emprestar a máscara - ele até fez bico mas eu fui mais forte.

- Ah por favor, se você emprestar vou ser seu melhor amigo a partir de agora. Não tenho nenhum mesmo.

Era o Ensino Fundamental e eu era o menino que não falava com ninguém mas estudava bastante, socializava nos trabalhos em grupo mas depois voltava pro meu canto. Eu não era amigo de ninguém, eu tinha apenas alguns conhecidos alí, e depois de um dia pesado em casa, eu fui pra escola de boné e quando eu sentei na minha mesa eu só larguei as minhas coisas, fui pra trás da escola sozinho e pus a máscara pra esconder meu rosto.

- Não! - ele me olhou com mais atenção

- Você tá bem maninho?

Como resposta eu apenas abaixei o rosto meio triste.

- Olha, eu não sei o que você tem, mas dá pra ver que feliz você não tá. - eu só ouvia o que ele tinha pra dizer ainda com a cabeça baixa - vem comigo. Vamos tomar um suco na cantina, comer um pastel de "flango", vamos rir do pessoal da 8° serie dançando na cantina, vamos ir na pracinha conversar apenas por ser um lugar agradável - ele se levantou e continuou o discurso - Vamos por aí arranjar namoradas ou namorados, seja lá o que você prefere. Vamos subir numa montanha de areia e cair dela, vamos jogar futebol e perder juntos, porque eu sou péssimo jogando e você também deve ser.

Eu olho pra cima tentando enxergar ele, estávamos sozinhos atrás da escola.

- Se for problema em casa, eu sei, por que eu também passo. A questão é, se você tiver alguém do teu lado, o peso dos teus sentimentos vai ficar mais leve, e eu tô aqui pra dividir seu peso comigo...

Ele me deu forças pra levantar, ainda com a máscara eu fiquei de frente pra ele que usava o uniforme azul claro da escola assim como eu. E ele não parava de falar

-Não vou obrigar você a ser meu amigo, mas estou aqui, disposto a isso. Posso não te conhecer mas eu vejo algo além dessa máscara.

Dou um abraço nele que retribui na mesma hora. As lágrimas enxugaram, a dor tinha passado e meu coração tinha ganhado vida, pois ele veio e com essas simples palavras me tirou de toda o sofrimento que eu havia passado. Nos abraçamos por um tempo e nos soltamos. Eu tirei a máscara com cuidado e estendi a mão para entregar a ele, a ele que estava com a cara de preocupado olhando pro meu olho roxo e pro corte enorme que tinha ao lado da minha sobrancelha

- precisa de um curativo cara, quer que eu vá buscar teu boné na sua sala?

- Não precisa, o que eu mais queria você me deu e foi coragem. - nós dois sorrimos, ele passou o braço pelo meu ombro e andamos até a cantina.

- Aliás, meu nome é Matheus

- Felipe.

E assim começava uma amizade inabalável. Até certas pessoas aparecerem e cagarem com ela.

[2016]

- Ah não brinca! Você tem uma listra de cabelo branco?! - Marc estava indignado por amar cabelos grisalhos e não ter nenhum, enquanto eu, tinha uma listra enorme de cabelo branco na nuca por causa de uma queimadura que sofri na adolescência.

- Ah meu filho, não queira sofrer uma queimadura só pra conseguir cabelos grisalhos - eu disse rindo - uma caixa de tinta deve ser 10 reais por aí

- besta - ele disse me vendo beber mais um copo de cachaça, esse devia ser o 12° já.

Eu avisei pra minha mãe que eu ia dormir na casa da Marcela hoje depois de comemorar o jogo de hoje, ela disse que estava muito orgulhosa de mim e pra eu tomar juízo, mas eu estava tomando cachaça.

Quando Jonas disse "Vamos pra minha casa que eu tenho uma sala somente para festas" eu achei loucura, mas retirei o que disse quando eu entrei naquele lugar.

Era uma sala bem grande, que era cheia de luz negra no teto e jogos de luz nas paredes com um barzinho bem no canto e um som potente, era bem parecido com uma balada, mas na versão Classe C. Tinha o pessoa da sala e mais uns convidados alí, bebendo e dançando, alguns estavam com o uniforme da escola outros não e eu já não estava tão sóbrio assim, mas não queria chegar ao ponto que Jonas estava, caindo de bêbado.

Marcela dançava Sim ou Não da Anitta com umas amigas na pista de dança no meio do salão. Matheus estava com o pessoal do futebol junto com o "W-i-l-l-i-a-m" conversando numa mesa. Várias pessoas montaram grupinhos pra conversar pelo salão e eu estava no barzinho junto com o Marc conversando sobre tudo o que vinha na mente. Estávamos bebendo cachaça em copos descartáveis da nossa cor preferida, o meu era verde e o dele azul. Ele já tinha percebido que estava exagerando na bebida e decidiu trocar por refrigerante.

- Acho que eu já tô ficando sem voz de tanto eu falar - disse fingindo uma rouquidão - nunca conversei tanto assim

- Cala a boca que eu ainda não aceito o fato de você ser grisalho na nuca - ele disse com a cara emburrada

- Eu já disse que você fica com as bochechas maiores quando está com raiva? - falei rindo

- ah para, se continuar falando assim elas vão ficar vermelhas, de vergonha.

Eu estava adorando demais o entrosamento que a gente tinha, ele era muito simpático e não tinha como amar, e aquele sorriso, ah aquele sorriso, derretia profundamente meu coração. Era hipnotizante, mas eu estava ainda intrigado com algo, com Matheus o qual eu não tinha notícias praticamente desde a tarde.

Marc já havia percebido que eu não estava totalmente bem e queria saber o que era.

- O que você tem? - ele dá um gole no refri e me olha com uma cara de interrogação

- Fome! - "claro que não!" - preciso de uma coxinha, necessito de uma coxinha! - digo rindo tentando disfarçar

- Hum. Realmente cairia bem agora.

- Não sei se Jonas se preocupou com comida pra essa "social"

Nos viramos pra pista e ele estava super embriagado dançando com umas garotas, a sala meio escura não ajudava muito pra ver com quem ele dançava. "Digamos que sejam garotas aleatórias", deduzimos pois não deu pra ver nada.

- Você sempre foi assim? Todo extrovertido? - ele me pergunta e o frio na barriga volta quando soltou aquele sorriso dos deuses.

- Que nada, sou todo fechado, todo depressivo, corto pulsos, uso preto dia e noite, pera, eu sou a noite! - rindo, eu digo que é brincadeira e o sorriso dele fica ainda maior.

- Besta

- Não tenho culpa se esse teu sorriso irresistível chega a ser covardia - eu digo sorrindo já não tendo noção do que está acontecendo, eu tava totalmente embriagado e ele me olhava surpreso com um sorriso de canto

- Acho que você está bebendo demais - ele diz

Um feixe de luz vermelha passa pelos meus olhos irritando eles, me fazendo coçar, até que eu nem reparei que o Marc tinha trocado minha bebida pelo refrigerante dele. Continuei bebendo no descartável azul como se ainda fosse meu copo anterior.

- Claro que tô bebendo demais - minha voz já estava igual a de um pinguço do bar lá da rua de casa - não tenho meus amigos, Marcela foi lá com as amiguinhas dela e me abandonou, enquanto o Matheus foi se casar com o novo "melhor amigo" dele - fiz as aspas com meus dedos acompanhados da minha cara de nojo. Marc estava rindo, mas nada exagerado. - acho que eu mereço isso.

Abaixo minha cabeça nessa hora com a tristeza tomando conta do meu rosto. Ele passa a mão na minha costa e deita sua testa no meu ombro, cada toque do seu corpo me fazia gelar todos os meus ossos. Era fantástico.

- Acho que você já chegou no seu limite - eu realmente já estava enjoado mas não queria ir embora. Lá eu me sentia livre mas preso ao mesmo tempo, tendo a certeza que estava sozinho. - vou pedir pra Marcela te levar pra cas...

Segurei forte o braço dele. Marc me olha surpreso que chega a invadir o fundo dos meus olhos.

- Fica aqui, por favor. Você foi a única coisa que fez meu dia valer a pena. Faz ele valer a pena até o final - fiz uma cara de coitado e ele resolveu ficar. Mas nem durou muito tempo, pois algo tomou nossa atenção no meio da pista.

Marcela caiu enquanto rebolava a raba dançando funk. Marc murmurou um "Retardada" e correu pra ajudar a prima a levantar, acabou que fiquei sozinho no balcão, olhando pro copo azul enquanto eu passava o dedo na sua borda não fazendo muita noção do que estava rolando ao meu redor, já com um leve enjôo.

- Ah! Finalmente o branquelo te largou! - peguei um susto com o novato que apareceu de repente no lugar onde Marc estava agora a pouco

- Nossa! Da próxima vez avisa! - botei a mão no peito e me recolhi pro lado mencionando o susto que levei

- Pow qual foi? - ele deu um sorriso que mostrava os dentes todos certinhos, menos o da frente que eram bem desalinhados - tá certo, você não esperava. Até porque, ainda não consegui falar com você direito. Tá de parabéns pelo gol de ontem. Supimpa!

Ele levou a ponta dos dedos até os lábios dando um selinho, como se tivesse dito "uh lá lá". Apenas concordo com a cabeça e esfrio as coisas pra ele. De certeza não fui com a sua cara. Era tudo tão artificial, nem sei como o Matheus caiu na falsidade dele. Continuei calado apenas ouvindo ele falar.

- Aliás - ele passa a mão no cabelo longo e tira do rosto deixando o seu olhar bem visível. - meu nome é William! - ele estende mão pra me cumprimentar, claro que não ia deixar o guri no vácuo.

- Felipe.

- Eu sei, Math me falou de você - "Math???!" - disse que não é tão chato quanto aparenta ser, - "Chato???!" - sei como esse tipo de pessoa é, não se dá bem com quem chega agora. Mas olha, assumo que fiquei meio chateado quando vi você babando pelo branquelo alí.

Ele aponta pra pista de dança onde Marc está sendo obrigado a dançar com as amigas da Marcela. Ele continuou dizendo:

- Irresistível né, aquele sorriso. Os olhos então? Um amigo perfeito pra te ajudar a pegar as minas daqui do colégio. Queria um amigo desses, mas cuidado, tão falando que ele é viado. - "COMO É QUE É???!" MINHA CARA DE ASS... MERDA! ESQUECI DE DESLIGAR O CAPS LOCK. Enfim, minha cara de assustado era totalmente perceptível, ele até deu um sorriso quando me viu assim.

- Ele... É.. é gay?! - agora sou eu que estou apontando pro garoto loiro na pista de dança.

- Boatos quase verdadeiros, tenho minhas fontes - ele falava com um sorriso no canto da boca - o primo da Marcela que desistiu de namorar garotas por causa de um amigo. Todo mundo desconfia cara.

Eu olhei abalado pro copo azul que parecia meio verde na minha visão e tudo começou a girar, tentei me conter mas era quase impossível. Ele continuava a falar

- Qual é! Pensei que o novo melhor amigo do "Sr. Felipe" ja sabia desse fato. Já que tiveram tempo demais para se conhecer.

Audacioso, dei um último gole no resto de bebida que tinha no copo, a bebida desceu na minha garganta só que ao mesmo tempo ela voltou com tudo.

- Sabe, verde e azul são duas cores que nunca vão combinar. Não sei porque insist... - enquanto ele falava olhando para os copos eu botei a mão pra tampar a boca e comecei a correr imediatamente para o banheiro, que eu já tinha frequentado algumas vezes pra mijar então, o caminho tava fácil. - foi um prazer te conhecer também, "Felipe".

Corri atraindo os olhares de todo mundo enquanto eu desviava deles. Vi a Marcela que parou de dançar na hora que me viu assim e correu na direção oposta, sem sentido? Sim. Mas continuei.

Cheguei esbarrando na porta do banheiro que era grande e muito branco, parecia apropriado para eventos que rolavam ali. Tinha uns mictórios masculinos e umas privadas nas laterais e no fundo um box com chuveiro, foi pra onde eu corri sem pensar. Eu olhei de relance para um garoto que estava usando um dos mictórios pra urinar, mas eu não parei de correr e solto o vômito no chão, era uma cena repugnante, todo aquele liquido amarelo que eu via e ainda sentia o cheiro só me fez ter mais vontade de vomitar.

O garoto que mijava olhou pra mim com uma cara de negação e disse:"Tava demorando muito", pois a festa ja estava em um certo nível de loucura, acho que isso já era esperado. Assim que esse tal garoto saiu ele esbarrou com a Marcela que apareceu repentinamente na porta do banheiro enquanto eu jorrava mais uma arremessa de vomito no ralo. Matheus veio junto com ela e se aproximaram de mim, "ainda bem que Marc não me viu assim".

- É, ele te viu assim! - Eu acabo de pensar alto demais, acho que é porque eu tô muito bêbado para similar algo

- Merda, merda me desculpa mesmo eu sou um merda! Culpa tua eu disse que era pra eu ir pra casa, mas a culpa foi toda do Marc, se não fosse por ele eu nem tava aqui - digo com a voz toda preguiçosa. Marcela olha seriamente pro Matheus que está encostado na porta do box mais sério ainda. Mas ela continua com o senso de humor, não aparentava ter bebido demais

- Ei pode parar com esse piti, quer dizer que a gente não faz mais diferença pra ti Sr. Fernandes?

- Aff me esquece - eu fico cabisbaixo - ninguém se importa mesmo, meu pai foi embora a anos, meu primo que eu amava tano se foi, e agora tem esse sentimento confuso no meu peito, acha que eu devia esquecer essa vida de bosta? - ela revirou os olhos e disse enquanto arrumava meu cabelo e me tirava de perto do vomito pra não causar ânsia de novo

- Para, a gente te ama sim! Isso é só um piti pós vômito - ela ri e matheus continua com a cara parecendo um iceberg, dura e fria.

Ela ligou o chuveiro e me sentou na parede do box, enquanto eu via a água cair ela empurrava o vômito pro ralo com um rodo que tava num canto do box. eu parei pra pensar que se eu não tivesse feito aquela besteira com meu primo eu não teria sofrido tanto com namoro nenhum e nem por Marc, poxa o cara é tão perfeito, lindo e tem muito conteúdo de sobra, porque se apaixonaria por mim, um zé ninguém?

- Eu sou um zé ninguém? - perguntei já lacrimejando

- Ah não, choro não - ela levantou os braços se rendendo e disse - Matheus, agora é contigo.

Ela terminou de limpar e saiu do banheiro dançando o trance que tocava, Matheus, com os braços cruzados esperou Marcela sair, andou lentamente até mim e se abaixou a minha altura me fitando com os olhos.

- Vamos, levanta, vem curtir a festa.

- Sai! - lembrei imediatamente daquele dia na antiga escola, o dia em que a gente se conheceu. Agora seria o momento perfeito pra relembrar isso.

- Você é um monstro - ele disse sorrindo

- Até tento não ser - digo ainda com a voz preguiçosa

- Se tu vir curtir a festa eu vou ser seu melhor amigo

- Sai daí, tu deve ter dito isso pro William hoje né - ele riu - "Se tu fizer um gol vou ser seu melhor amigo", "se tu deixar eu agarrar tuas bolas vou ser seu melhor amigo"

- iiiiih já até sei o motivo do teu piti - ele se sentou ao meu lado encostado na parede também

- Nossa é espertão você hein - não sei se ele ria do que eu falava ou se era da minha voz

-Ei sabe que sempre que quiser vou estar aqui, é claro, não como seu melhor amigo - eu fecho a cara - mas como seu irmão uns meses mais velho

- Até parece, vocês nem me amam - eu até fiz bico e abaixei a cabeça, ele riu um pouco e parou

- ei bocó, põe uma coisa na cabeça, a gente te ama muito e demonstramos isso agora vindo te ajudar, enquanto teu crush supremo ta lá conversando com outra garota - okay, admito que lacrimejei de novo

- É né mas foi ele que passou o dia comigo enquanto vocês me abandonaram

- Não é todo dia que a gente tá disponível cara, temos nossas vidas, Will é um amigão, mas tu é meu irmãozinho de consideração e nunca vou te deixar, mesmo. Pensa bem, olha o tanto de gente que está do seu lado todos os dias? Porque elas estão lá? porque o gostam de ti, então chega de drama de bêbado e vai curtir a festa sem por mais nenhuma​ gota de álcool na boca me entende? - respondo que sim com a cabeça

Realmente eu podia estar porre mas isso​ o que ele disse eu vou pensar bem nos próximos dias, foi um discurso fantástico, ele bem que sabia fazer isso, mas isso não mudou minha opinião sobre​ William, aquele garoto não me cheira bem. Ele continuou falando

- Olha mano, preciso te contar uma cois...

Somos interrompidos com a porta do box se abrindo e mostrando o ser mais lindo que vi na vida, meus olhos até brilharam quando vi Marc parado na porta olhando pra gente.

- Nossa te encontrei! Eu procurei pela casa toda, como você tá? - eu apenas balancei a cabeça pra mostrar que não tinha nada de errado, fora o fato do Matheus confundir minha cabeça mais ainda com o que ele disse.

- A gente ja estava indo - Matheus encarou meu "crush supremo" de uma tal forma que atingiu até a mim. Senti uma leve treta naquele momento mas resolvi deixar pra lá

Saindo do banheiro tocava David Guetta e o pessoal da sala fritava com o som contagiante, Marc envolveu meu braço no seu ombro a saimos assim de lá, Matheus andava na nossa frente emburrado, ele nem falou nada e foi direto pro William que tava sentado numa mesa sozinho, fiz uma cara de desgosto e me soltei do Marc indo pra pista de dança aproveitar o resto da festa, olhei pro Marc que sorria enquanto vinha em minha direção, a gente dançou muito no ritmo da batida que fazia os auto falantes do som pularem assim como nós, que dançavamos.

Jonas já revirando os olhos vermelhos de tão porre chegou perto de mim com um copo que isalava de tanto alcool

-Pode beber, ta bem misturado, n-nem vai sentir o gosto

Olhei com uma cara de negação pra ele e tomei o copo da sua mão, enquanto Marc não me olhava eu estava virando a bebida todinha até o fundo da guela, rasgava minha garganta que eu sentia como se estivesse sangarando de tanda ardência, mas era só a sensação, minha vista começou a falhar e me virei pra Marc que sentia profundamente a musica e dançava coberto por jogos de luz na sala escura.

Eu tava só vendo ele dançar enquanto eu me sentia fraco e bambo, ele olhou pra mim e disse:

- Sabe o que essa musica me fez pensar? Que eu gostei muito de ti e quero anotar teu nome na minha lista de pessoas que quero guardar pra vida

- Só escutei até a parte " Eu gostei muito de ti" - meu estômago gelou na hora em que me toquei que ele tinhas falado isso mesmo, será se Matheus tava errado sobre ele ou sei lá, eu estivesse porre demais pra pensar em algo.

Uma garota bem gostosa e tão porre quanto eu me puxou pra dançar a força, sem nem dizer nada e Marc estava parado só me olhando com aquele puta sorriso.

- Você está caidinho por mim né? - ele diz sorrindo mais ainda parado, me vendo ser levado

- Não precisei nem de 24 horas

Ele ri e enquanto eu tava no meio da pista de dança com aquela baita garota, todos olhavam pra gente e nem liguei, pois tava dando certo com o crush e eu só quis aproveitar, eu me aprofundei totalmente na musica e enquanto eu dançava com a guria, eu simplesmente...

APAGUEI.

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