1X05 A Primeira Onda

Parte da série Os Segredos de Mountainville

Terça-feira, 2:30 da manhã, e... meu irmão na casa da Camila ? confere. Meu pai no trabalho ? confere. Eu vestido de guarda ? confere.

Eu desço e o Raphael me acompanha já que ele disse para mãe que ia passar a noite comigo. Nós saímos e o Danilo estava esperando a gente no carro dele.

Danilo - você está ótimo.

Bernardo - vamos logo, tô morrendo de medo.

Danilo - eu trouxe um notebook que não pode ser rastreado para você jogar as informações do remédio na internet.

Raphael - ele não vai fazer isso.

Danilo - e o que você vai fazer ?

Bernardo - vamos pegar as informações primeiro e depois eu conto.

Danilo - ok.

Bernardo - como vamos chegar no laboratório ?

Danilo - normalmente só se chega lá de helicóptero mas existe uma estrada de terra uns quilômetros floresta a dentro que deixa longe porém no caminho. O resto temos que ir andando.

Danilo nos levou até o lugar que disse e estava muito escuro. Fomos andando com lanternas pelo meio da floresta e meu medo aumentava cada vez mais. Nós paramos perto da entrada do lugar e haviam quardas no portão.

Danilo - o laboratório principal fica no meio do prédio. Copia tudo e depois coloca esse outro pen drive com um virus que vai destruir tudo. Esse é o cartão pra entrar, eu o requeei e ele dá acesso a todas as portas.

Bernardo - tomara que esses guardas sejam burros.

Raphael - toma cuidado meu amor.

Dou um beijo nele, respiro fundo e depois vou andando. Eu encontro com os guardas que nem me perguntam nada, eu mostro o cartão que o Danilo me deu e entro facilmente. Eu vou andando de cabeça baixa para não ser pego pelas câmeras. Eu consigo entrar no laboratório e vou até os servidores. Eu coloco o pen drive que me dá alguns minutos até copiar tudo. Eu tenho uma ideia e procuro o armário com amostras do remédio e pego todas elas. O processo demora muito e quando termina eu passo logo o outro pen drive com o vírus que detona os servidores e os computadores que estão na mesma rede. Eu saí correndo do laboratório e acabei dando de cara com um guarda.

Guarda - você não é da área externa ?

Bernardo - sim, é que... eu estava atrás de um banheiro.

Ele me olhou sério e eu já estava preparado para correr.

Guarda - é novato ? o banheiro de vocês fica lá fora.

Bernardo - ah, obrigado. Licença.

Eu saio andando e depois consegui sair pelo portão sem ninguém me ver. Vou até os meninos e o Raphael me agarra.

Raphael - meu amor..

Danilo - você conseguiu ?

Bernardo - sim, vamos sair daqui.

Nós voltamos correndo para o carro e saímos fora dali muito rápido.

Danilo - cara você é de mais !!!

Bernardo - nossa como eu tô suando, mesmo com esse frio.

Raphael - muito bem amor.

Bernardo - agora vamos lá.

Eu peguei o computador do Danilo e fui procurar investidores, donos de grupos hospitalares e cientistas estrangeiros. Entre em contato com vários e também troquei o registro das pesquisas colocando em meu nome.

Danilo - você vai vender tudo ???

Bernardo - sim.

Danilo - wow !!! cara você é incrível, eu já disse isso né ?. Eu quero ver a cara do meu pai quando ele ver tudo no mercado e ele não tiver nada nas mãos.

Bernardo - isso é só o começo.

Raphael - isso é incrível.

Eu e Rapha fomos para minha casa com o computador.

Raphael - você vai ficar muito rico.

Bernardo - nós vamos mas esse dinheiro todo não vai trazer minha mãe de volta.

Raphael - mas pelo jeito isso não é o suficiente.

Bernardo - as provas que nós temos podem colocar eles atrás das grades.

Raphael - se as famílias das pessoas souberem isso vai gerar processos e eles vão perder tudo.

Bernardo - exatamente. Nós crescemos e eles caem.

Raphael - você é um gênio.

Bernardo - e aí quando o grupo Genom estiver quase na falência surge um bom homem para salvar o mundo.

Raphael - você vai comprar tudo a preço de banana. Nossa.

Bernardo - mas isso tudo não seria possível sem você.

Eu vou até ele e o puxo pela camisa para a cama e eu deito com ele em cima de mim.

Raphael - tô começando a gostar disso.

Bernardo - eu pensei em começar a agradecer agora mesmo.

Raphael - ah é ?

Bernardo - é (risos)

Acordei no outro dia com mensagens do Danilo falando que o pai já havia sido informado sobre a perda dos arquivos e das imagens das câmeras de segurança. Eu não posso esconder que isso me deixou muito feliz. Eu entrei no meu email e eu tinha recebido diversos emalis de caras muito interessados nos meus arquivos sobre o remédio. Raphael acordou com meus pulos de alegria dentro do quarto.

Raphael - o que aconteceu ?

Bernardo - tá dando tudo certo.

Raphael - como assim ?

Bernardo - olha aqui. Um grupo de laboratórios dos Estados Unidos me ofereceram mais de duzentos milhões de dólares só pela pesquisa !

Raphael - ual !

Bernardo - o melhor é que eu sei que eles são pessoas do bem porque eu sou fã das pesquisas deles.

Raphael - você vai vender para eles ? tem gente que pode oferecer mais.

Bernardo - eu vou vender para eles porque eu sei que eles vão usar para o bem.

Raphael - certo.

Bernardo - nós, estamos, ricos !

Eu vendi tudo para eles e fiz tudo da forma com que ficasse como se fosse uma pesquisa minha da faculdade.

Bernardo - vamos manter segredo até a hora certa.

Raphael - mas isso vai chamar atenção para a faculdade e para você.

Bernardo - eu sei mas na hora certa todos vão ficar sabendo.

Nós fomos para a faculdade e o dia correu fora do normal pois, claro, o reitor queria saber sobre a minha " pesquisa " já que eu tinha que validar como se tivesse a terminado aqui. Ele ficou super feliz mas eu pedi para não ser tão público e ele disse que manteria segredo. Chegando em casa eu tive que fingir que nada havia acontecido. Samuel falava com meu pai sobre o casamento. Como o laboratório não é do conhecimento geral e muito menos a pesquisa creio que ninguém vai ficar sabendo de nada.

Bernardo - oi

Márcio - oi filho.

Samuel - e aí.

Bernardo - estão falando do casamento ?

Samuel - sim, vai ser o mais rápido possível

Bernardo - hm..

Samuel - o que foi ?

Bernardo - nada.

Márcio - filho, essa história com o Raphael é definitiva né ?

Bernardo - sim.

Samuel - eu vou lá na casa da Camila. Ela disse que hoje o pai dela está muito irritado, ninguém sabe o que houve.

Márcio - vai lá.

Ele sai e eu vou pro meu quarto. Assim que eu vejo minha conta quase caio para trás. Fico imaginando quanto o Augusto não ia faturar com tudos os resultados. Eu vendi apenas pesquisa e já posso dizer que sou o novo milionário do país. Ligo para o Raphael que me encontra em uma lanchonete.

Raphael - minha mãe e o Augusto não param de brigar... Eles vão se matar.

Bernardo - creio que ele ache que sua mãe é a responsável.

Raphael - tenho medo do que ele possa fazer com ela.

Bernardo - não vamos diexar ele fazer nada. Sua mãe errou e vai pagar da maneira certa.

Raphael - parece que eu tô traindo ela.

Bernardo - hey.. para com isso. A gente fez o que é certo em nome de todos que serviram de capacho pra família Genom.

Raphael - você tá certo. Mas e aí, o que vai fazer agora ?

Bernardo - vou mostrar quem vendeu as pesquisar e esperar pra ver o que acontece.

Eu combinei de dar entrevista para apenas uma equipe de tv americana dentro da faculdade. E aí a cidade ficou sabendo sobre a minha pesquisa, so não foi divulgado o que ela me rendeu. Assim que cheguei em casa meu pai e o Samuel falaram sobre.

Samuel - tô impressionado irmãozinho.

Márcio - meus parabéns filho, suas descobertas vão ajudar muita gente.

Bernardo - foi só uma pesquisa. Eles vão aprimorar tudo e serão os responsáveis por salvar vidas.

Márcio - tô orgulhoso.

Samuel - isso vai ser interessante. Meu irmão cientista e eu médico.

Bernardo - pois é.

Márcio - isso vai te dar algum dinhero filho ?

Bernardo - acho que sim. Vou investir em um laboratório aqui na cidade.

Márcio - que ótimo.

Samuel - ficou rico ?

Bernardo - ai Samuel...

Samuel - só uma pergunta ué. Acho que a família Genom não vai ser a mais rica da cidade agora.

Bernardo - é não vai. Mas por favor mantenham isso em segredo.

Ele fica muito feliz. É triste admitir que minha família é movida por dinheiro não lembro que eles eram assim antes.

● Uma semana depois

Eu consegui controlar algumas pessoas para que somente as de nossa cidade soubessem sobre a pesquisa e depois de alguns dias sem receber nenhuma ameaça da família Genom eu acho que está funcionando por enquanto. Danilo sempre me informa sobre a movimentação em sua casa e estamos ficando mais amigos. A mãe do Raphael se ausentou da cidade, acreditamos que é para relaxar dado tamanho problemão que eu causei para eles. Óbvio que ela não disse o motivo para o Raphael. Eu comecei a construção do meu laboratório próprio e também de uma casa na área nobre da cidade. Uma casa com a minha cara, em cima de um morro com vista para um vale e uma parte do rio. Ambas estão em segredo do nome do proprietário para não levantar muitas suspeitas.

Eu estou no meu quarto e o Samuel entra.

Samuel - oi.

Bernardo - tudo bem ?

Samuel - sim. Temos uma ocasião especial hoje.

Bernardo - o que é ?

Samuel - um ensaio do casamento. É meio que um almoço para apresentar as famílias antes do casamento.

Bernardo - tem certeza que vai casar com ela ?

Samuel - vou sim e queria muito que você fosse padrinho.

Bernardo - nem pensar.

Samuel - irmão...

Bernardo - não vem com essa de irmão. Eu já estou apoiando muito esse seu noivado.

Samuel - eu imaginei que fosse recusar.

Bernardo - escolhe algum amigo seu.

Samuel - ok, vou chamar o Matheo.

Bernardo - O QUE ?

Samuel - ué, ele é meu amigo

Bernardo - aquele verme me odeia.

Samuel - te odeia mas não me odeia.

Bernardo - eu queria muito saber porque ele pega no meu pé a muito tempo.

Samuel - (risos) sério que você nem desconfia ?

Bernardo - você sabe ?

Samuel - promete que não fala pra ninguém ?

Bernardo - não.

Samuel - tá, então eu vou embora..

Bernardo - não, vem aqui. Fala.

Samuel - promete Bernardo.

Bernardo - eu prometo.

Samuel - olha lá hein...

Bernardo - fala logo !

Samuel - cara... o Matheo é apaixonado pelo Raphael

Eu fiquei um pouco surpreso. Um pouco não, muito. Tentei absolver a informação mas parece que não entra na minha cabeça.

Bernardo - como é ?

Samuel - é o que você ouviu.

Bernardo - pera aí... você tá dizendo que o problema do Matheo comigo e ciúme do Raphael ?

Samuel - exatamente. Só que o Matheo não se aceita ao mesmo tempo que sofre por gostar do seu namorado.

Bernardo - era só o que me faltava.

Samuel - por favor não fala isso pra ninguém. Foi um sacrifício fazer ele confiar em mim.

Bernardo - tá ok.

Samuel - então almoço amanhã na mansão Genom ok ?

Bernardo - ok

Samuel - leva o Raphael.

Eu fiquei pensando naquela informação e em como eu poderia usar ela. No outro dia fomos para a mansão eu cheguei com minha família e o Raphael. Cumprimentamos os familiares deles e como o almoço seria no jardim ficamos eu, Raphael e Danilo próximos conversando um pouco.

Danilo - eu fiz aqueles investimentos que você pediu. Seu dinheiro vai trabalhar para você.

Bernardo - para nós, é bom ter você de sócio.

Danilo - eu tô morrendo de curiosidade para ver a cara do meu pai quando ele souber de tudo.

Bernardo - eu fiquei esperando imaginando que ele já sabia mas pelo visto eu estou correndo pelas beiradas muito bem.

Danilo - me mantenha informado sobre o próximo passo.

Bernardo - acabou acontecendo sem eu querer. Jogamos Lara contra o Augusto.

Raphael - sim, ela está enfurecida.

Bernardo - mas o próximo pode ser mais sutil.

Danilo - tenho algumas sugestões.

Bernardo - diga.

Danilo - em um outro momento. Meu pai está olhando para cá.

Raphael - vamos nos afastar um pouco.

Eu saio de perto deles e o Augusto vem atrás de mim. Ele para ao meu lado e fala bem baixo para as outras pessoas não ouvirem.

Augusto - eu soube do seu feito magnífico.

Bernardo - do que o senhor está falando mesmo ?

Augusto - a sua pesquisa. Eu fiquei bastante interessado.

Bernardo - ah é ?

Augusto - sim. Digamos que Lara foi investigar e confirmar o que seu irmãozinho disse para todos nós.

Bernardo - se o senhor quer me parabenizar obrigado.

Augusto - ah eu quero. Mas por você ter invadido meu prédio e roubado minha pesquisa sem ser notado. Parabéns, eu vou causar um inferno na sua vida garoto.

Bernardo - (risos) eu não faço ideia do que o senhor está falando.

Augusto - ah garoto não seja tão ousado. O que você fez é crime.

Bernardo - ah é ? e o que você faz naquele laboratório ?

Augusto - é ciência.... e você não passa de um ladrãozinho que vai me devolver tudo e me dar o dinheiro que conseguiu com isso. Ou você terá grandes problemas.

Bernardo - prova que eu entrei no seu prédio que não deveria existir e que roubei uma pesquisa que não deveria existir. Você tem como provar isso ? agora eu (risos) eu tenho como provar todas as mortes que aconteceram naquele lugar incluindo a da minha mãe ! Então você que deveria se preocupar muito comigo a partir de agora seu porco miserável !

Eu olho para ele com raiva e com os olhos cheios de lágrimas.