Capítulo 15
Parte da série Ninguém é Perfeito
As semanas foram passando e eu ia me aproximando mais ainda dos meus pais. Superando meu namoro com o David só foi difícil encontrar com ele na rua com a namorada e o filho, mas ele estava bem e já parecia ter me esquecido até mesmo com amigo.
Eu saí algumas vezes com o Robert e a gente se divertiu bastante, até mesmo algumas vezes indo com o Edu.
Falando nele, estamos em um barzinho e ele não deixa nenhum garoto chegar perto de mim e o Robert em vez de me ajudar só faz rir.
Pedro - eu só quero dar um beijo na boca.
Eduardo - beija a minha.
Pedro - para Edu... já vieram dois caras gatos dar em cima de mim e você não deixou.
Robert - pô Edu, deixa ele (risos)
Eduardo - seu irmão nega mas ele me quer.
Pedro - nem eu te quero e nem você me quer.
Eduardo - tá. Eu vou deixar o próximo chegar mas vou ficar de olho. Se for babaca vai tomar um soco no olho.
Robert - vamos ficar ali no bar Edu.
Eles se afastam um pouco e um garoto que estava me olhando desde que eu cheguei se aproxima.
César - oi, eu me chamo César, e você ?
Pedro - eu não.
César - hã ?
Pedro - eu não me chamo César.
César - (risos) já gostei de você.
Pedro - (risos) eu sou o Pedro.
César - aqueles dois são seus guarda costas ?
Pedro - ah, não... um é meu irmão e o outro meu amigo ciumento.
César - eles estavam te cercando... cheguei a achar que você era filho do presidente.
Pedro - eles são de mais.
Ficamos conversando e eu percebi o Edu querendo ir pra perto da gente umas cinco vezes mas o Robert segurava ele no balcão, foi bem hilário ver essa cena.
César não era o cara mais lindo que eu já vi mas ele bonito e tinha um charme impressionante... Ele ficou me paquerando o tempo todo durante a conversa.
César - o que você faz ?
Pedro - trabalho no restaurante dos meus pais. E você ?
César - sou modelo.
Pedro - sério ?
César - modelo fotográfico. Mas só faço alguns trabalhos fora do país de vez em quando.
Pedro - você tem jeito de modelo mesmo.
César - mesmo ? já ficou com algum modelo ?
Pedro - não, você vai ser o primeiro.
César - hã, vou ?
Pedro - você não quer ?
César - quero.
Sem medo de nada ele chegou mais perto me pegando pela cintura e me lascou um beijo. Ele tem um pegada de tirar o fôlego de qualquer um. A gente se beijou por bastante tempo e depois que paramos para respirar eu olhei para o Edu e ele estava se corroendo de ciúme e o Robert caindo na gargalhada.
Fiquei rindo e depois tive que explicar tudo para o César.
Na hora de ir embora eu troquei telefone com ele já fora do bar.
Eduardo - eu tô de olho em você hein parceiro.
César - pode deixar que eu vou ser legal com o seu amigo.
Robert - vamos logo pra casa ?
Pedro - então a gente se fala César.
César - sim, claro.
Ele me deu um beijo e depois saiu de perto da gente. Edu estava enfurecido.
Eduardo - tu fez pra me provocar né ?
Pedro - Edu, por favor... deixa eu ser feliz.
Eduardo - se você transar comigo, você pode ficar com quem quiser depois.
Pedro - tá. vamos lá.
Robert - que ?
Eduardo - só se for agora.
Robert - você tá falando sério Pedro ?
Pedro - tô ué, não é isso que ele quer ?
Eduardo - vamos Robertinho, deixa a gente lá bo meu apartamento
Robert - virei taxista...
Eduardo - anda..
Nós saímos de carro e quando paramos em frente ao prédio onde o Edu mora ele desceu do carro e eu mandei o Robert acelerar. O Edu ficou lá parado com os braços abertos sem entender e nós ficamos rindo muito. Eu detesto fazer isso com ele mas ele tem que parar com essas brincadeiras que estão ficando chatas.
Robert - e se não for brincadeira ?
Pedro - que ?
Robert - e se o Edu realmente gostar de você ?
Pedro - ele não gosta, ele quer só se divertir as minhas custas.
Robert - me parece sério quando ele fala.
Pedro - o Edu é palhaço, só isso.
Robert - então tá... mas as reações dele no bar quando te viu com o garoto...
Pedro - faz parte do teatrinho.
Robert insistia em dizer que o Edu não brinca tanto assim quando tem essas reações e eu fico pensando nisso mas não falo nada. Eu provavelmente mais para frente vou conversar com ele sobre isso.
No outro dia eu combinei de sair com o César depois do meu trabalho. Ele me encontrou na frente do restaurante a gente foi para o shopping que fica no mesmo bairro. Conversamos bastante e o César estava se mostrando um cara muito bom para conversar sobre diversos assuntos. Ele é inteligente, divertido e sempre sabe o que dizer. Como ontem também não para de dar em cima de mim.
César - você é muito bonito, sabia ?
Pedro - poxa... um modelo falando isso me deixa até sem jeito.
César - é sério. E olha que com o meu trabalho eu já vi muita gente bonita.
Pedro - eu imagino.
César - eu quero muito te beijar.
Pedro - acho que aqui não dá.
César - tem algum lugar nesse bairro que seja mais privado ?
Pedro - acho que vamos ter que ir para o nosso bairro.
Ele fica me olhando e mordendo os lábios e pegando na minha mão.
Do nada eu ouço um grito e tomo o maior susto.
David - O QUE É ISSO PEDRO ?
Pedro - David ? que foi ??
David - a gente mal terminou e você já está com outro ???
Pedro - David, por favor, abaixa o tom de voz porque todo mundo tá olhando.
David - o que você tá fazendo ?
Pedro - vamos conversar ali fora. Eu já volto César.
César - tá.
David - César seu nome né palhaço ?
Pedro - deixa ele David ! vamos conversar lá fora.
Eu consigo tirar ele da praça de alimentação do shopping e levar ele até o estacionamento.
Pedro - o que você quer ?
David - eu te amo.
Pedro - ama um cacete David !
David - eu amo sim, me perdoa por favor. Eu não acredito que você já está com outro.
Pedro - eu tenho que seguir minha vida assim como você fez.
David - que ?? eu não tô com ela !
Pedro - deixa de ser mentiroso, dias depois que eu saí da sua casa eu vi você com ela e seu filho aqui mesmo.
David - eu só estava comprando coisas para o bebê... Pedro, por favor.
Pedro - David, ok, mas você escondeu que tinha um filho de mim, eu não posso perdoar isso.
David - deixa eu me redimir com você.
Pedro - eu quero que nós continuemos a ser amigos. Mas namorados não dá mais.
David - Pedro...
Pedro - David, somos amigos. Acho que só confundimos as coisas. Você nunca gostou de mim...
David - ...claro que eu...
Pedro - deixa eu terminar ! o que a gente sentiu foi atração, acabou da minha parte, eu te amo sim mas como meu amigo que é o que você sempre foi. Vamos deixar as coisas assim que está ótimo.
David - se não for pra ser seu namorado eu não quero ser nem seu amigo.
Pedro - ok, a escolha é toda sua.
David - eu não acredito que vai acabar assim.
Pedro - eu também não, mas não posso fazer nada.
Eu dei um sorriso e deixei ele lá sozinho. Quando voltei para mesa onde eu estava o César estava com um sorriso sem graça.
Pedro - desculpa ter te deixado aqui.
César - era seu ex ?
Pedro - sim, ele era meu melhor amigo e neu namorado.
César - bonito.
Pedro - pena que é ordinário.
César - o que ele fez ?
Eu contei ao César tudo que o David havia feito e ele ficou impressionado com a cara de pau que o David teve de pedir para voltar depois de tudo que aconteceu.
César - você pode ter certeza que eu não tenho nenhum filho por aí.
Pedro - (risos) e como você sabe ? você já esteve em tantos lugares que pode ter algum sim.
César - (risos) além de ter muito tempo que eu não fico com alguém, eu nunca fiquei com uma garota.
Pedro - é, pensando assim... Mas porque tem tempo que ficou com alguém ?
César - muito trabalho no último ano.
Pedro - é até difícil acreditar que você não ficou com ninguém mesmo cercado de gente bonita.
César - bonitas sim, vazias também e muito, mas muito arrogantes. Eu vim de uma família simples e nunca agi como a maioria deles age.
Pedro - você ainda mora com sua família ?
César - meus pais estão no Estados Unidos.
Pedro - trabalhando ?
César - podemos dizer que sim.
Pedro - entendi.
César - mas então... a gente vai ficar aqui sem se beijar nem um pouco ?
Pedro - você quer me beijar aqui ? no meio de um shopping cheio de gente ?
César - e qual o problema ?
Pedro - nós não estamos na Holanda.
César - se ficarmos com medo do que vão pensar nunca vai se poder gostar de ninguém nesse país.
Pedro - gostar ? você tá gostando de mim ?
César - tô curtindo você sim... parece que nos conhecemos a anos.
Pedro - é verdade.
César - vamos pro meu flat então.
Pedro - agora você tá querendo...
César - ...claro que não ! eu só quero ficar com você.
Pedro - tá ok, vamos.
Saímos do shopping e fomos para nosso bairro. César mora em um flat de frente para o mar, nós entramos e ele foi logo me agarrando.
Pedro - apressado...
César - é que você é muito gostoso.
Pedro - eu ?
César - sim, me beija.
A gente se jogou no sofá e ficamos nos beijando. Ele ficou em cima de mim me beijando e por vários momentos eu fiquei constrangido por sentir que ele estava muito excitado. Ele tirou a camisa e eu comecei a achar que ele queria algo mais. Ele começou a beijar meu pescoço e eu estava gostando muito, mas não queria fazer isso com o cara que conheci ontem. Antes que eu pudesse falar alguma coisa ele parou e levantou ficando sentado nas minhas pernas.
César - a gente não pode fazer isso.
Pedro - o que houve ?
César - eu não quero fazer por fazer.
Pedro - eu também não. Você tá certo.
César - eu queria te chamar pra assitir um ensaio meu amanhã.
Pedro - claro, vou sim.
César - vai ser amanhã em uma praia deserta.
Pedro - eu vou com você.
César - certo.
No outro dia eu encontrei o César e nos fomos para a tal praia que não fica longe mas é um pouco difícil de chegar. Assim que descemos do carro, eu fico impressionado com as pessoas e a equipe toda da agência onde o César trabalha. Haviam alguns modelos que cumprimentaram a gente, eles eram lindos.
César - fica tranquilo que o pessoal é legal.
Pedro - tudo bem.
Mike - oiee... namorado bebê César ?
César - e aí Mike... Esse é o Pedro, meu amigo.
Mike - nossa que gato....
César - Mike é nosso anjo aqui, ele cuida de todo mundo.
Mike - faço meu melhor querido. E você Pedro, já pensou em ser modelo ?
Pedro - eu ? que nada, não tenho jeito pra isso.
Mike - César falava a mesma coisa. E olha ele agora, é o melhor da agência.
César - para de falar isso, os meninos ouvem e eu me ferro com eles.
Mike - só disse verdades. Mas agora vai pro caminhão se arrumar, ou se desarrumar né ? (risos)
César - já volto.
Pedro - ok.
Mike - eu cuido dele.
Mike me puxou para perto de onde ia ser a seção de fotos e o César foi para um caminhão super legal que parecia ser o centro de operações. Eu fiquei parado e o Mike foi fazer o trabalho dele.
Depois de uns minutos o César apareceu com os amigos dele e eles estavam de roupão.
César - eu só esqueci de te falar...
Pedro - o que ?
César - é um ensaio nu.
Pedro - nu tipo... nu ?
César - sim, mas não erótico. É um nu artístico, para uma agência americana.
Pedro - você tá sem nada aí em baixo ?
César - tô, quer olhar ?
Pedro - não César...
César - quando eu tirar você vai ver de qualquer forma.
Pedro - eu não vou olhar.
César - duvido.
Os fotógrafos e diretores chamam os modelos e eles vão para frente das câmeras e tiram os roupões. Eu não sei onde eu enfio a cara, fico com muita vergonha porque os garotos são todos um mais lindo que o outro e quando o César tira o dele eu fico tentando não olhar mas o Mike todo feliz vira meu rosto para frente.
Mike - uma hora ou outra você vai ter que encarar o corpão dele.
Eu olho e não consigo mais tirar o olho do corpo dele. César tem uma cor de pela linda, como se fosse um bronzeado perfeito, ele não é musculoso e nem magro de mais, ele tinha o corpo definido e todo certinho assim como os outros caras. Ele é todo lisinho e o pênis dele é de um tamanho acima da média, fora a bunda redondinha... eu já fiquei imaginando um monte de besteiras e fiquei constrangido quando me deparei com esses pensamentos.
Mike - tá vendo, agora você não quer parar de olhar. (risos)
Pedro - (risos) eu nunca vi tantas pessoas nuas ao mesmo tempo.
Mike - eu já me acostumei e nem tô mais na idade pra pensar nisso. Você quer champanhe, suco, ou água ?
Pedro - nada... eu tô bem.
Mike - deixa de ser tímido, vou pegar champanhe pra gente.
No fim da seção o César se aproximou de mim amarrando o roupão.
César - gostou ?
Pedro - muito legal, eu não teria coragem.
César - com o tempo acostuma.
Pedro - não é o primeiro trabalho nu que você faz ?
César - não. O primeiro foi mais difícil, eu tinha que abraçar e enfim... era difícil controlar as reações. Hoje em dia é mole.
Pedro - acho que agora você podia abrir uma brechinha nesse roupão pra eu ver de perto esse corpo...
César - poderia... mas se eu fizer isso eu posso ser demitido. Eu estava brincando com você naquela hora.
Pedro - ah que sem graça isso.
César - vou colocar minhas roupas e vou te levar num lugar.
Pedro - tá.
Depois que ele colocou sua roupa nós fomos para uma parte da praia onde haviam algumas pedras, ele me puxou para trás delas e começou a me beijar. Ele me puxava cada vez mais pra perto do corpo dele e apertava minha bunda.
César - agora eu posso mostrar o que você quer ver.
Pedro - eu não quero fazer isso aqui.
César - a gente não vai fazer nada.
Ele tirou a camisa e quando ia tirando a calça uma onda mais forte bateu nas pedras e nos molhou completamente. Saímos de lá rindo um do outro e completamente ensopados. Nós sentamos na beira da rua perto de onde estava o carro.
Pedro - e agora ?
César - você tem que ir trabalhar hoje ?
Pedro - tenho que ir daqui a pouco.
César - eu levo você em casa.
Pedro - obrigado.
Ele me levou em casa e antes de sair do carro eu o beijei.
Quando entrei em casa o Robert estava na sala.
Robert - já estava quase te ligando.
Pedro - não precisa, estou vivo.
Robert - vivo e todo molhado. Onde você tava ?
Pedro - numa praia.
Robert - tomando banho de roupa ?
Pedro - uma onde forte me molhou. Acabou o interrogatório ?
Robert - deixa de ser chato, eu só estava preocupado.
Pedro - eu vou tomar banho.
Robert - rápido.
Chegamos no restaurante e fomos para nossa sala trabalhar. No meio da tarde o meu pai me chamou na sala dele e eu fui. Quando entrei tinha um cara sentado e ele estava com uns papéis.
Mauro - filho, esse é o dr Robson.
Pedro - oi.
Mauro - ele é meu advogado.
Pedro - advogado ? o que houve ?
Mauro - estamos cuidando da troca do seu nome.
Pedro - o que ?