Capítulo 13

Parte da série Ninguém é Perfeito

Eu não podia acreditar no que eu ouvi. Nós três estávamos parados de frente para os pais do Robert e eles estavam com caras muito assutadas.

Mauro - meninos, não vimos vocês aí. Sentem na mesa, o almoço já vai sair.

Robert - pai o que a gente ouviu é verdade ???

Mauro - como assim meu filho, sente aí...

Robert - pai !

Flávia - Mauro, por favor.

Ele olha pra mim e pro Robert e depois olha para a tia Flávia.

Mauro - é verdade. Pedro, você é nosso filho biológico.

Pedro - isso é impossível...

Flávia - não é, nós vamos explicar tudo...

Pedro - não eu não quero saber, eu vou embora.

Eu saio correndo e eles ficam gritando meu nome. Eu corro pelas ruas do condomínio e depois de sair pelo portão eu corro muito sem saber para onde estou indo. Corro pelas ruas até chegar na beira da praia onde eu atravesso as pistas da avenida sem olhar e só paro na beira da areia. Eu fico olhando para o mar e pedindo para que aquilo que eu ouvi seja mentira, eu me sento na areia e começo a chorar muito. De repente eu sinto uma mão tocando meu ombro e percebo alguém parado próximo a mim, eu levanto a cabeça para ver quem é.

John - oi, você está bem ?

Pedro - eu tô...digo, é nítido que não muito.

John - posso sentar aqui ?

Pedro - pode.

John - qual o seu nome ?

Pedro - Pedro.

John - eu sou o Johnata, Pedro.

Pedro - eu conheço você. Você é Johnata Galt.

Ele era só um dos empresários mais novos e mais ricos do país.

John - sim.

Pedro - ual, eu te admiro muito.

John - obrigado. Mas o que você faz chorando aqui ?

Pedro - tô passando por um momento estranho.

John - me conta.

Pedro - eu estava...

Comecei a falar com ele tudo que estava rolando na minha vida noa últimos dias e ele ficou lá me ouvindo como se fosse um psicólogo. Era inacreditável.

Pedro - ... é isso.

John - bem pesado. Mas eu já passei por coisas ruins também...

Pedro - ... eu sei, nossa você deve me achar um idiota. Eu aqui falando dos meus problemas sendo que você enfrentou coisas bem piores.

John - cada um sabe o tamanho do seu problema Pedro. Mas eu ia dizer que o que me ajudou a enfrentar tudo com força foi pensar que aquilo ia passar logo, seja positivo.

Pedro - eu vou tentar, obrigado.

John - e se eles forem realmente seus pais isso é ótimo, pois eles te amam e te aceitam. Como pais de verdade devem fazer.

Pedro - é sim...

John - agora deixa eu ir, preciso terminar minha corrida e ir pra casa ver meu filho.

Pedro - obrigado por essa conversa.

John - de nada, e lembre sempre. Seja positivo.

Pedro - sim.

Ele se afastou e voltou para o calçadão. Esse cara é demais.

Eu levantei e decidi voltar andando para casa do Robert e acabei encontrando com eles no caminho. Robert me deu um abraço muito forte e nós fomos andando para o shopping.

Pedro - isso é a maior loucura que eu já ouvi.

Robert - eu tô tremendo até agora.

David - o lado bom que se for verdade vocês dois são irmãos.

Pedro - é verdade.

Robert - sim, isso é incrível.

Pedro - eu preciso conversar com eles.

Robert - eu estou com raiva, não quero voltar agora.

Pedro - a gente precisa ouvir essa história Robert.

Robert - deve ser uma história bem louca, porque eu sou alguns meses só mais velho que você. A conta não bate.

Pedro - tem uma explicação.

Robert - tem que ter.

Pedro - então vamos lá ouvir.

Tomamos coragem e voltamos para a casa do Robert e quando entramos o Mauro e a Flávia estavam abraçados na mesa da cozinha chorando muito.

Robert - gente.

Flávia - meus filhos...

Robert - não precisa levantar daí. A gente só quer ouvir a verdade.

Mauro - sentem aí por favor, nós vamos contar tudo.

Pedro - como eu posso ser filho de vocês se a diferença de idade entre eu e o Robert é pouca ?

Flávia - você nasceu da Maria, mas não tem laços de sangue com ela...

Mauro - naquela época, eu a Flávia estávamos planejando engravidar, mas não conseguimos. Tentamos pelos meios comuns e não deu certo, aí decidimos fazer inseminação artificial e mesmo assim não deu certo.

Flávia - um médico me diagnosticou com uma doenca no útero que eu não ia poder ter filho.

Mauro - foi aí que o Cláudio e a Maria como nossos melhores amigos ofereceram a barriga da Maria para gestar um filho nosso. Deu certo na primeira e ela ficou grávida de você Pedro.

Robert - mas espera, eu sou mais velho que o Pedro.

Mauro - sim filho. Ouve um engano por parte do médico. A inseminação não funcionava porque sua mãe já estava grávida, só que em nenhum exame aparecia isso.

Flávia - eu já estava com quatro meses mas não tinha sintomas de gravides.

Mauro - e aí o Robert nasceu primeiro que o Pedro e nós como gastamos muito dinheiro com tratamentos e o resturante estava no início não podíamos criar vocês dois com o mínimo de conforto.

Flávia - Maria e o Cláudio se apegaram a você quando nasceu e eles disseram que podiam dar tudo pra você. Mas logo depois o restaurante funcionou e nós podíamos criar vocês dois.

Mauro - tentamos falar várias vezes mas ficávamos muito emocionados e ninguém conseguia.

Flávia - mesmo assim não permitimos que o Cláudio e a Maria gastassem um centavo com você.

Pedro - então tudo que eu tenho...

Flávia - fomos nós que demos para você.

Mauro - todas as suas coisas, escola e o dinheiro todo mês na sua conta.

Pedro - isso é inacreditável.

Mauro - quando o Cláudio expulsou você de casa...

Mauro começa a chorar muito e a Flávia tenta o acalmar.

Mauro - ... eu vi que isso tinha ido longe de mais e fui até a casa deles e fiz ele levar suas coisas de volta pra você.

Robert - se vocês tivessem dito a verdade desde o início nada disso tinha acontecido.

Mauro - nós tentamos muitas vezes filho e já que não conseguimos falar nosso plano era criar vocês dois juntos. Só que veio essas brigas de vocês...

Flávia - e nós ficávamos desesperados pensando que vocês não iam mais se falar.

Mauro - e aí quando vocês voltaram a ser amigos sua mãe achou que era a hora certa pra falar.

Pedro - aqueles miseráveis me colocaram pra fora igual um animal e nem meus pais eles são ??

Mauro - não meu filho. Nós somos os seus pais... Você pode perguntar a eles e podemos até fazer um exame para comprovar isso.

Flávia - não gosto de imaginar nem o que você passou esses anos todos.

Pedro - só fui criado por dois generais...

Flávia - perdoa a gente

Pedro - eu preciso pensar.

Robert - o que eu mais queria era ter um irmão e eu tinha mas não sabia.

Mauro - Robert...

Robert - não pai, me deixa.

Pedro - a gente vai embora...

Robert - eu vou com vocês e não sei se eu volto.

Flávia - meninos !

Mauro - amor... deixa eles...

Saímos de lá e fomos para casa do David. Conversamos com a tia Beth que ficou impressionada com tudo que ouviu.

Elizabeth - eu não desconfiei de nada. Imaginei que elas estavam grávidas juntas porque eram amigas.

Pedro - pois é, eu ainda não consigo acreditar em tudo isso.

David - meu amor, eu tô aqui com você.

Robert - é, mas no meio disso tudo descobri que meu maior sonho foi realizado.

Pedro - me sinto mais culpado ainda por nossas brigas.

Robert - só você não...

A gente se abraçou. Depois eu e Robert subimos e a tia Beth chamou o David que ficou conversando com ela. Depois de alguns minutos ele subiu meio atordoado mas não quis falar o porque. Na segunda tínhamos que ir trabalhar, eu e Robert fomos para o restaurante e quando entramos tivemos uma péssima surpresa.

Pedro - o que vocês querem ?

Cláudio - só viemos dizer a verdade pra você.

Pedro - eu já sei a verdade.

Maria - queremos confirmar o que o Mauro e a Flávia disseram pra vocês.

Pedro - não precisa, eu acredito neles.

Cláudio - nos desculpe por ter colocado você pra fora.

Pedro - tá certo. Aquela não é minha casa mesmo. Sabe de uma coisa ? eu nunca estive melhor na minha vida. Essa notícia foi a melhor que eu já recebi.

Eu fui caminhando e falando na direção deles, passei por eles e parei na frente do Mauro e da Flávia e me virei.

Pedro - eu não poderia ter família melhor.

Cláudio - você é um ingrato garoto.

Pedro - não... eu sou grato aos meus pais por me livrarem de vez de vocês dois.

Maria - vamos embora Cláudio.

Cláudio - vocês são uma vergonha.

Eles sairam e eu me virei para os meus pais verdadeiros e os abracei. Robert mesmo relutante também se juntou a nós em um abraço em família.

Claro que eu ia ter que me acostumar a chamar eles de pai e mãe mas isso ia acontecer com o tempo.

Eu e o Robert subimos para nossa sala e a gente não escondia nossa felicidade por sermos irmãos.

Robert - agora tá explicado porque a gente é tão parecido.

Pedro - e porque a gente se gosta tanto.

Robert - eu tô muito feliz.

Pedro - eu também.

Robert - acho que agora você vai ter um quarto lá em casa mesmo se não quiser morar lá.

Pedro - mas acho que agora o David vai ter que entender que meu lugar é com vocês.

Robert - você vai morar com a gente ?

Pedro - eu quero ficar com a minha família.

Ele levantou da cadeira e me agarrou. O dia passou muito bem e feliz. Quando eu cheguei em casa subi para o quarto do David e eles estava lá meio pra baixo.

Pedro - oi

David - oi meu amor.

Pedro - por que ta com essa cara ?

David - nada, só tô pensando na vida.

Pedro - a vida tá tão ruim assim ?

David - (risos) não bobo. Vem cá.

Eu tiro minha mochila e me deito ao lado dele, a gente se beija.

David - promete que nunca vai me deixar ?

Pedro - por que essa pergunta ?

David - nada...

Pedro - você tá estranho.

David - tô não... eu só quero fazer amor.

Ele começa a beijar meu pescoço e eu não resisto.

A semana foi passando e cada dia eu tinha mais vontade de morar com o Robert e os pais del... os nossos pais. A gente se divertia no trabalho e já estávamos parecendo uma família.

No fim do dia eu encontrei o Edu novamente e nós fomos dessa vez para uma praça e eu contei a ele toda a verdade.

Eduardo - ...Que confuso. Mas então você vai morar no meu bairro ?

Pedro - tô tomando coragem para falar com o David.

Eduardo - ah para Pedro, o David não manda em você.

Pedro - mas ele fica triste de saber que eu vou morar longe dele.

Eduardo - muleque fresco, nem é tão longe assim.

Pedro - Edu...

Eduardo - Edu nada, as vezes distância é melhor pros dois. E nesse caso é melhor pra mim que você fique longe dele e perto de mim.

Pedro - (risos) idiota.

Eduardo - David tem que aprender a ser homem.

Pedro - vamos para de falar dele ? eu tenho que ir.

Eduardo - tá, qualquer coisas eu tô onde você sabe que eu moro.

Pedro - tá. Não vai me dar um abraço ?

Eduardo - achei que eu não podia.

Pedro - anda logo.

Edu me abraçou e como ele é ele, beijou meu pescoço e apertou minha bunda. Depois saiu andando, não vou negar que eu gostei.

Cheguei em casa e fui entrando pelo portão e depois pela porta da sala. tia Elizabeth estava com o David, uma garota e um bebê no colo do David. Haviam algumas bolsas junto com eles. David estava muito abalado.

Pedro - temos visitas.

Elizabeth - vocês precisam conversar.

David - Pedro, essa é a Sabrina.

Pedro - oi.

David - a gente tem que conversar mesmo.

Pedro - pera aí...

Sabrina ?... eu olhei pra ela, olhei para o David e depois para o bebê. Eu estava torcendo para não ser verdade o que eu estava pensando. David começa a chorar e a garota pega o bebê do colo dele.

Pedro - o que tá acontecendo ?

David - lembra que eu disse que tinha ficado com uma menina da minha sala ano passado ?

Pedro - sim, você disse que vocês trasaram e depois ela sumiu.

David - a Sabrina sumiu porque ela estava grávida.

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E AÍ PESSOAL, ESTÃO GOSTANDO DA SÉRIE ? NESSE CAPÍTULO TEVE UMA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DO PERSONAGEM PRINCIPAL DA MINHA OUTRA SÉRIE, O QUE ACHARAM ?