Capítulo 03

Conto de Gojimmy como (Seguir)

Parte da série Ninguém é Perfeito

Meu pai sempre fica nervoso quando pergunto pra ele o motivo de minha mãe tratar o David de forma diferente, das outras houve interrupções mas agora estávamos só eu e ele.

Pedro - fala pai. Qual o motivo disso ?

Cláudio - filho, você devia ter uns quatorze anos, isso não tem muito tempo, sua mãe foi até seu quarto você estava com o David isso era comum nessa época, só que ela viu vocês... como vou dizer.. vocês estavam masturbando um ao outro.

Eu paralisei e fiquei gelado, na hora eu lembrei das intimidades que eu tinha com o David quando éramos mais novos, foram poucas vezes e eu nunca imaginaria que alguém tinha nos visto, ainda mais minha mãe.

Cláudio - sua mãe ficou desesperada, ela quis te castigar, bater e até pensou em levar você ao psicólogo. Mas eu tentei amenizar a situação, eu nunca fiz esse tipo de coisas com meus amigos mas lembro que eles faziam entre si e hoje são homens normais. Então eu entendi que podia ser uma fase.

Pedro - Pai...

Cláudio - só me responde. Isso ainda acontece entre vocês ?

Pedro - não ! isso foi curiosidade de adolescente..

Cláudio - tudo bem filho, eu sei que você e o David são homens, e vai ficar tudo bem eu vou sempre tentar fazer ela enxergar isso

Pedro - obrigado

Cláudio - e... sei lá, tenta arrumar uma namorada, isso vai ajudar a acalmar sua mãe.

Ele falou enquanto se levantava e saía pela porta.

Eu fiquei extremamente perplexo com o que tinha acabado de ouvir

Aquilo foi uma fase, passou, eu e o David nem falamos sobre isso. E eu não vou arrumar namorada nenhuma, isso já é de mais !!!

Na segunda feira depois da aula eu fui direto para a casa do David, ele ia ter que me ajudar a pensar em alguma coisa.

David - então é por isso que sua mãe não fala comigo na escola.

Pedro - eu não sabia disso, ela precisa parar

David - esquece isso

Pedro - esquece... e ainda meu pai disse pra eu arrumar uma namorada pra poder acalmar minha mãe.

David - (risos) caramba.

Pedro - você só vai falar isso ?

David - é que eu passo por isso sempre, o Luiz fica o tempo todo insinuando pra minha mãe que eu tenho que namorar porque de acordo com ele não é normal na minha idade eu estar "sem uma menina" como ele fala.

Pedro - você quer dizer que eu tenho que deixar isso pra lá ?

David - é.

Pedro - eu conheço meus pais, ele não vão me deixar em paz.

David - você tem duas escolhas. Ou você faz o que eles querem, ou você não liga pra isso.

Pedro - é... eu preferia deixar eles doidos. Sei lá, aprontar alguma pra eles ficarem sem graça.

David - enfrentar não adianta, até porque eles são seus pais.

Pedro - tem certeza ?

David - tenho, isso não vale a pena.

Pedro - sim, você tá certo.

David - nunca pensei que falaríamos sobre essa história numa situação dessa.

Pedro - não quero falar mais nisso.

David - ok.

Depois da nossa conversa eu passei a admirar mais ainda o David, ele é muito maduro pra idade e sempre me diz coisas que me fazem bem e me ajudam a tomar decisões certas.

Eu fui pra casa cedo, mas quando cheguei minha mãe já estava lá.

Maria - já estava quase te ligando.

Pedro - eu dei uma passada na casa do David.

Maria - sem avisar ?

Pedro - mãe, eu só passei por lá para falar com ele.

Maria - filho, esse menino não é boa amizade pra você !

Pedro - não vou discutir com você sobre quem vai ser ou não meu amigo. Com licença.

Maria - Pedro vem aqui !

Deixei ela me gritando e fui para o meu quarto mas quando meu pai chegou...

Cláudio - ...VOCÊ NÃO PODE TRATAR SUA MÃE DESSA FORMA !!!

Pedro - se o senhor puder parar de gritar eu agradeço.

Cláudio - você cresceu e ficou abusado !! Você está de castigo e só vai sair dessa casa para ir a escola.

Pedro - isso não é justo !

Cláudio - você passou dos limites. Isso não e justo !

Ele saiu do quarto e eu joguei o travesseiro na porta.

No outro dia eu levantei e fui para escola, nem falei com meus pais. Aproveitei que meu pai provavelmente esqueceu de tomar meu telefone e mandei mensagem para o David e conversarmos sobre o que aconteceu.

Quando cheguei na escola fui direto falar com o Robert, eu não o encontrei ontem e hoje ele não me escapa.

Parei na frente dele e ele ficou me olhando.

Robert - que foi ?

Pedro - vamos conversar

Robert - não tenho nada pra falar com você.

Pedro - tem sim, você tem que terminar o que ia falar lá em casa.

Robert - esquece isso Pedro !!

Pedro - não, não vou esquecer. Você me deve explicações.

Ele sai andando para o meio do pátio e eu vou andando atrás dele.

Pedro - Robert, por favor !

Ele para de vira e abre os braços e começa a falar alto chamando atenção de todos em volta.

Robert - não tô afim de ficar falando com você, eu te odeio Pedro, se enxerga, arruma uma namorada e larga do meu pé seu gayzinho de merda !

Ele fez aquilo pra eu passar vergonha, pois os meninos da escola ficaram me zoando e rindo do que ele havia dito. Eu fiquei com muita raiva e parti pra cima do Robert. Logo se juntaram todos os alunos que estavan ali em cima para ver a briga, depois de distribuir socos e chutes eu senti alguém me puxando de cima do Robert.

Logo depois a coordenadora apareceu e fomos levados para direção.

A notícia boa é que eu não fui suspenso, mas a ruim era que eu ia ter que ficar depois da aula numa espécie de detenção com o Robert e outros alunos. Mas a pior de todas foi ter que ir embora com minha mãe. Ela falou tanto que me deu dor de cabeça e quando eu cheguei tive que ouvir mais do meu pai que aumentou o meu tempo de castigo e agora sim tomou meu telefone.

Já no outro dia eu já fui para meu castigo depois da aula. Mas antes de entrar expliquei o que houve no outro dia para meus amigos.

Amanda - eu ainda não tô acreditando que eu perdi isso.

Allan - eu vi de longe, não sabia que era você.

Pedro - então não foi você que me tirou de cima do Robert ?

Allan - não.

O sinal toca e eu me despeço deles. Eu entro na sala e vejo o Robert e mais algumas pessoas. Me sento no fundo da sala e um menino fica o tempo todo olhando na minha direção. Ele espera um momento de distração do professor e se senta ao meu lado.

Hugo - oi, meu nome é Hugo.

Pedro - Pedro.

Hugo - gostei do que você fez no pátio ontem.

Pedro - você viu ?

Hugo - se eu não te tiro de cima dele você ia quebrar ele todo (risos)

Pedro - então foi você ?

Hugo - sim, alguém tinha que fazer isso.

Pedro - obrigado

Hugo - o ruim é ficar aqui com o cara né ?

Pedro - é verdade. E por que você tá aqui ?

Hugo - semana passada um cara da minha sala tentou me humilhar, ele já fazia isso tem tempo, só que eu perdi a cabeça e joguei uma mesa nele.

Pedro - eu ouvi falar disso.

Hugo - os pais dele tiraram ele daqui antes que eu o matasse. Eu nunca faria isso. Pelo menos não aqui na escola. (risos)

Pedro - (risos) caramba, ele deve ter pegado pesado.

Hugo - foi o mesmo que você, ele me perturbava por ser gay.

Pedro - você é gay ?

Hugo - sim. Você também, certo ?

Pedro - NÃO ! eu não. o Robert falou aquilo do nada.

Hugo - calma, foi só uma pergunta.

Pedro - mas eu não sou !

Hugo - ok, entendi.

Os dias iam passando, fomos liberados da detenção e eu ia ficando cada vez mais amigo do Hugo, ele era muito legal e nem de longe eu diria que ele era gay. Acho que depois da minha reação por ele ter perguntado o deixou com pé atrás para falar de coisas desse tipo.

Em um certo dia eu fiquei com mais coragem para falar com ele.

Estávamos no pátio na hora do recreio e eu aproveitei que meus amigos estavam longe para conversar sobre nossa sexualidade já que tínhamos desenvolvido uma intimidade. Eu expliquei ao Hugo que já a algum tempo eu não sentia atração por meninas e ele estava me ajudando a entender tudo que estava se passando na minha cabeça.

Hugo - pode ser que não tenha uma menina legal que te atraia ou poder ser que você seja...

Pedro - não ! meus pais me matariam.

Hugo - seus pais são tão severos assim ?

Pedro - eles acham que o certo é eu ter uma namorada, casar, ter filhos.

Hugo - e só por ser gay você não pode fazer essas coisas ?

Pedro - não mas... meu pais são complicados.

Hugo - acho que eu entendo.

Pedro - seus pais te aceitaram legal ?

Hugo - apesar do susto no início eles aceitam, acham normal como deve ser. Minha mãe até fala que eu sou muito masculino que eu devia me soltar mais. So que esse não é meu estilo, eu gosto de ser o que eu sou.

Pedro - é, por um momento eu pensei que se eu fosse gay eu ia ter que ser afeminado.

Hugo - você tem que ser o que você é ! se for afeminado seja, mas se não for você também está certo. Mas você não me parece ser do tipo afeminado.

Pedro - mas eu não sou gay !

Hugo - (risos) ok, desculpa.

Pedro - na verdade eu tô com dúvidas.

Hugo - você pode ficar com algum menino e ver como é.

Pedro - isso é impossível, eu não conheço ning....

Ele ficou parado olhando pra minha cara como se dissesse " você vai dizer isso mesmo ? "

Pedro - ... desculpe.

Hugo - tudo bem (risos)

Pedro - mas você ficaria comigo ?

Hugo - isso é um pedido ?

Pedro - pode ser... (risos)

Ele estende o braço e segura minha mão.

Nós combinamos depois da aula de irmos no cinema e conversarmos sobre o assunto, eu ainda estava com medo de alguém ver e acabar chegando nos meus pais.

Eu no fundo sabia que se eu gostasse de ficar com o Hugo isso não teria volta. Mesmo só gostando dele como amigo eu precisava fazer isso.

Encontrei ele na frente do cinema, cheguei um pouco atrasado pois tive que enrolar meus pais dizendo que tinha que fazer um trabalho de escola urgente na casa da Amanda.

Pedro - desculpa o atraso.

Hugo - tudo bem, vamos entrar.

Ele escolheu a seção mais vazia, quando eu entrei eu fiquei mais nervoso ainda porque estava começando a sacar as intenções dele. Ele não queria bem assistir o filme e conversar. No meio do filme ele começou a se encostar mais em mim e de primeira eu fiquei bem incomodado, logo depois ele passou o braço em volta do meu pescoço e eu me assustei.

Hugo - calma, você tem que se acostumar a ser tocado por outro homem.

Pedro - desculpa, isso é tudo novo pra mim.

Hugo - eu posso abraçar você, né ?

Pedro - pode sim.

Hugo - e... eu posso te beijar ?

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