2X17 Um Brinde a Amizade
Parte da série A vida de John.
Thomas está muito doente e não pode contar com a própria mãe, o namorado o largou quando soube e ele só eu e o Bruno e o Gabriel. E como amigos dele temos que dar o nosso apoio, sim, esquecer tudo que aconteceu e fica ao lado dele nesse momento difícil.
Eu e o Bruno fomos com o Gabriel no apartamento do Thomas ver como ele estava. Assim que eles nos viu na porta do quarto ele começou a chorar e nós abraçamos ele.
Thomas - que bom que vocês estão aqui.
Gabriel - eu não quis contar que você estava doente mas eles são seus amigos né.
Thomas - tudo bem, você fez bem.
Bruno - a gente não podia deixar você sozinho nessa.
John - você é importante pra nós dois.
Thomas - é, eu sei.
Bruno - como você está se sentindo ?
Thomas - eu estou bem fraco, mal consigo sair daqui, quimioterapia acaba comigo... e está forte porque já está em estágio avançado. Eu descobri tarde que estava doente.
John - sinto muito. Você sabe que pode contar com a gente pro que precisar.
Thomas - eu sei
Bruno - mas tem como você ficar bem né ?
Thomas - o médico disse que é difícil, mas não custa tentar. Ele foi bem realista comigo.
Bruno fica nitidamente abalado com a possibilidade do Thomas não aguentar, ele abaixa a cabeça por alguns instantes. Thomas percebe que ele ficou mal e tenta destrair.
Thomas - vamos mudar o assunto, eu soube que vocês vão casar.
Bruno - é.
Thomas - eu fiquei feliz de saber, vocês são perfeitos. Eu quero ir.
John - você está convidado.
Thomas - eu sempre achei que ia ser o noivo, mas você combina melhor com ele Bru.
Bruno - nós dois combinamos.
Após nossa visita ao Thomas fomos para casa e o Gabriel ficou com o irmão. Bruno estava bastante preocupado e enquanto estavamos no carro ele nem abriu a boca e quando chegamos em casa ele subiu direto pro meu quarto e eu fiquei com minha mãe e minha irmã na sala.
Sarah - o que houve com o Bruno ?
John - ele tá arrazado.
Jenny - eu imagino, Thomas e ele são amigos desde o colégio.
Sarah - e aí filho ? como ele está ?
John - ele está bem ruim, o câncer está avançado e a quimioterapia tá deixando ele fraco.
Sarah - isso é normal, a quimioterapia é bem invasiva e sempre deixa o paciente debilitado
John - mas é diferente, ele descobriu tarde.
Sarah - você disse a ele que o que ele precisar nós vamos ajudar ?
John - sim, eu disse.
Jenny - tadinho do Thomas.
Sarah - só de pensar que nem com a mãe dele ele pode contar.
Jenny - eu até acho bom a Rita ficar longe dele.
John - pois é. Eu vou subir, vou ver como o Bruno está.
Quando eu cheguei no meu quarto ele estava sentado na cama com a cabeça baixa. Eu fui até ele e dei um beijo na cabeça dele e depois abaixei na sua frente.
John - triste né ?
Bruno - sim, além de ele ser meu amigo eu lembro que perdi um primo assim, o David. Lembra dele ?
John - eu lembro dele.
Bruno - ele dias antes de morrer de leucemia também estava igual o Thomas está. Foi isso que me preocupou.
John - você acha que..
Bruno - ele pode nem aguentar chegar no nosso casamento.
John - caramba.
Bruno - isso dói muito.
Eu dou um abraço nele e fico pensando a barra que nós vamos aguentar com essa notícia.
O câncer se descoberto tarde como é o caso do Thomas pode não dar chance para a pessoa, pra família e para os amigos. Todos sofrem e por isso eu fico muito preocupado com o Bruno e com o Gabriel. Eu vou sofrer, mas sou mais durão que eles.
Os dias foram passando e nós deixamos de cuidar de algumas coisas para dar atenção ao Thomas. Ele piorava e melhorava, foi internado várias vezes e nós não saimos do lado dele.
Ele melhorou e enquanto Gabriel ficava com ele eu e Bruno fomos um pouco pra casa. Quando entramos o Chris estava na sala de cara fechada. Bruno subiu e eu fiquei com o Chris.
John - o que houve ? tu não devia estar no trabalho ?
Chris - fui demitido.
John - em quem você bateu ?
Chris - como você sabe ?
John - não acredito nisso, é sério ?
Chris - um cliente me irritou, eu dei com um livro na cara dele. Quase fui parar na delegacia.
John - de novo né Chris ?
Chris - você faria o mesmo. Não me julgue.
John - e agora ? seu pai vai te matar.
Chris - ah não.. eu nem pensei nisso. Me ajuda.
John - vai me meter em confusão de novo ?
Chris - eu prometo que não, eu sou um bom menino. Eu acho.
John - ok, você vai trabalhar comigo, eu estou precisando de um secretário e quanto ao seu pai eu não duvido se ele já sabe. Eu não vou me meter com a força maior, se vira.
Chris - dessa vez ele me mata.
John - com certeza, mas você pode recorrer a bondade da dona Sarah e vê se para de fazer bobagem.
Chris - eu tento, mas é difícil.
John - eu sei.
Chris - e como o Thomas está ?
John - ele melhou bastante de ontem pra hoje
Chris - tomara que ele fique bem.
John - é.
Jenny entra na sala bocejando e com roupa de dormir.
Jenny - nossa que sono, oi gente.
John - você acabou de acordar e está com sono ?
Jenny - estamos grávidos querido.
John - é, vem cá deixa eu ver essa barriga.
Chris - que barriga ?
John - ah ! vai crescer daqui a pouco.
Jenny - eu pensei, e assim que meu sobrinho nascer eu vou ter um primo ou uma prima pra ele já que eu vou estar nesse embalo.
John - ah que lindo irmã...
Chris - da até vontade de ser pai também.
John - hm, sério ?
Chris - pensando bem não..
John - imaginei.
As semanas passam e vai ficando cada vez mais perto do meu casamento com o Bruno, eu fico na esperança do Thomas conseguir se curar, apesar de ver todos os dias ele ficar cada vez mais magro, tendo que raspar o cabelo por conta da quimioterapia e a voz dele ficando mais fraca.
Eu estava com ele no quarto, Bruno estava pesquisando com o médico do Thomas algum tratamento fora do país.
Thomas - ele tá com muita vontade de me ver bom.
John - todos nós estamos, você tem que descansar.
Thomas - eu tô bem, para. Eu quero conversar com você.
John - tudo bem então, fala.
Thomas - John, eu não vou ficar bem.
John - para de dizer isso, você tem que ser positivo.
Thomas - não, eu tenho que ser realista, já disse.
John - Thomas..
Thomas - John, eu quero de dizer que eu te amo, sou louco por você. Quero que você seja muito feliz com o Bruno.
Apesar da dificuldade ele conseguiu falar toda a frase e aquilo me emocionou profundamente. Eu comecei a chorar.
Thomas - faz uma coisa por mim ?
John - sim, fala.
Thomas - eu quero ir na praia.
John - quando você ficar melhor a gen....
Thomas - .... não, eu quero ir agora. Eu você e o Bruno e uma garrafa de Vodka.
John - (risos) você quer beber ?
Thomas - quero, por favor, da um jeito de eu sair daqui. Você consegue.
John - é perigoso.
Thomas - você tirou o Max da cadeia, isso é fácil pra você.
John - eu vou falar com o Bruno.
Eu vou até o corredor atrás do Bruno e encontro ele voltando ao quarto do Thomas.
Bruno - oi meu amor, eu consegui um hospital especializado em Nova York, a preocupação agora é a viagem.
John - quem bom amor, mas eu preciso te falar uma coisa.
Bruno - o que ?
John - Thomas quer ir na praia.
Bruno - como assim ? ele tá doente, ele não pode...
John - ...amor.
Bruno - oi, você parece preocupado John.
John - a gente tem que fazer isso por ele.
Bruno - eu vou falar com ele.
Voltamos pro quarto dele e o Thomas disse tudo que estava sentindo para o Bruno e disse ainda mais. Ele pediu ao Bruno para cuidar de mim e nunca me deixar. Bruno assim como eu ficou emocionado.
Fomos bolar um plano para tirar o Thomas do hospital sem ninguém ver, ele quer ir na praia preferida dele que não foca longe mas é uma praia sem casas e prédios por perto. Eu pequei as roupas dele, vestimos o Thomas e o Bruno segurou ele tentando disfarçar e eu dei uma olhada no corredor esperando ficar mais vazio. Quando ficou nós saimos rápido do quarto e entramos no elevador de serviço, descemos até a garagem e colocamos ele no meu carro. Passamos em um mercado, compramos a vodka e fomos para a praia com o Thomas. Quando chegamos o Bruno pegou ele e o levou nas costas até a areia e sentamos, Bruno de um lado e eu do outro dele.
Thomas - tô muito feliz.
Bruno - que bom, não vamos ficar muito tempo tá ?
Thomas - enche os copos John.
John - tá,
Thomas - eu quero pedir uma coisa pra vocês.
Bruno - fala.
Thomas - eu quero um beijo de cada um.
Bruno - que pedido diferente.
Thomas - e não quero beijinho não, é pra beijar direito.
Bruno - tudo bem por você J ?
John - claro.
Thomas - você primeiro John.
Eu me inclino e beijo ele, como ele mesmo disse não foi um beijinho. Depois ele virou e deu um super beijo no Bruno. Nós três bebemos a vodka e ficamos olhando o mar e conversando.
Thomas - seu eu soubesse antes, tinha ficado com os dois ao mesmo tempo.
John - (risos) bobo
Depois de alguns minutos em silêncio decidimos ir embora antes que percebecem a falta de um paciente no hospital.
Bruno - amor, vamos levar ele.
John - vamos.
Bruno - Thomas vamos ? Thomas ? Thom ?
John - Thom, acorda...
Bruno - Thomas, por favor... acorda...
John - amor...
Bruno - Thomas...
Ele começou a mexer nele pra ele poder acordar.
John - amor... ele se foi...
Bruno começou a chorar bastante e eu não consegui segurar as lagrimas, eu não sabia o que fazer ou o que dizer. depois de uns cinco minutos eu tive coragem de ligar para o hospital e pedir ajuda.
A verdade era só uma, nós perdemos o Thomas mas realizamos o último desejo dele que era fazer um brinde à nossa amizade.