1X13 Guerra

Conto de Gojimmy como (Seguir)

Parte da série A vida de John.

Já tinha se passado uma hora desde que chegamos aqui mas sem notícias da minha mãe e dos meninos parecia uma eternidade. Paulo dá uma olhada na casa que não é muito pequena mas com sete pessoas dentro pode ficar um pouco desconfortável. As horas passam e escurece rápido. Eu estava tentando ligar a televisão antiga que tinha na sala pra ter notícias do que estava se passando.

Paulo - John, vou precisar voltar e ver o que está acontecendo. Toma

John - isso é uma..

Paulo - ...uma arma, se alguém estranho se aproximar da casa, mate !

John - eu não sei atirar !

Paulo - aponta e segura esse gatilho até ver a alma do desgraçado ir pro inferno.

Antes do Paulo terminar alguém força a porta e ele me manda ficar perto da Jenny e em seguida aponta arma pra porta.

A porta se abre.

Victor - somos nós !

Paulo - graças a Deus !

Sarah - meu amor...

John - Bruno, onde está o Thomas. ?

Thomas - aqui meu amor !

Ele ainda estava entrando pela porta.

Victor - vou ligar essa tv pra gente ver o que tá acontecendo.

Paulo - Sarah eu preciso ir atrás do meu filho, tenho medo do que pode estar acontecendo.

Sarah - sim, eu também acho que você precisa ir.

Paulo - eu volto logo, e Victor, fica com isso.

Ele entrega a arma ao Victor.

Sarah - toma cuidado !

Paulo - pode deixar, tchau crianças.

Paulo sai e minha mãe vai até Jenny que começa a passar mal.

Victor - ela tá com febre.

Sarah - você tá queimando filha.

Jenny - antes de vocês chegarem eu tive um sangramento, tô preocupada com meu bebê mãe.

Sarah - a gente tem que dar um jeito de te levar ao hospital.

Bruno - NÃO !!!

Todos nós nos assustamos com o grito do Bruno mas logo entendemos. A tv estava ligada e a notícia era de que funcionários e dois diretores da empresa "Rio Entretenimento" que é o nome da empresa da minha mãe com os pais do Bruno haviam sido mortos no atentado ao prédio.

Sarah - o Edson e a Ruth...

Bruno - não, não...

Bruno começa a chorar muito e nós ficamos sem chão, ele desmonta literalmente e o Thomas o abraça. Eu fico em estado de choque, minha mãe começa a chorar e a Jenny passa mais mal ainda.

Bruno - meus pais...

Ele levanta de repente e pega a arma na cintura do Victor e corre pro lado de fora da casa.

Thomas - Bruno não !!!

Eu, Thomas e o Victor corremos atrás dele e o Thomas consegue o alcançar e derrubar ele no chão, ele consegue também tirar a arma das mãos do Bruno.

Thomas - Victor, esconde isso !!!

Bruno - me solta Thomas !!!

Thomas - PARA ! o que você tá querendo ?

Bruno - eu vou matar aqueles desgraçados !!!

Thomas - todo mundo quer isso ! Mas você tem que se acalmar !

John - Bru, por favor, se acalma.

Bruno - os meus pais John...

Nós três nos abraçamos e começamos a chorar juntos, depois conseguimos acalmar o Bruno e entramos. Resolvi desligar a tv porque não precisávamos mais de notícias ruins.

Durante a madrugada estávamos dormindo na sala Bruno, Victor, Thomas e eu quando eu percebi que o Bruno estava acordado e saindo da casa bem devagar. Eu me levanto sem acordar o Thomas e o Victor e vou atrás dele.

John - onde você tá indo ?

Bruno - J, volta pra dentro.

John - onde o senhor vai ?

Bruno - eles mataram meus pais...

John - e você vai fazer o que ? Eles são três com um monte de bandidos junto. Nem a polícia sabe o que fazer..

Bruno - eu vou matar os três, ou morrer, porque pra mim não faz mais diferença.

John - eu...

Respiro fundo...

John - .... Vou com você

Bruno - John eu não posso deixar

John - se você não quiser que eu dê um grito e impeça você de ir, deixa eu ir com você.

Bruno - tá ! Mas eu vou andando até a cidade. Viemos em dois carros mas não achei a chave de nenhum

John - não, você sabe onde está o carro ?

Falei mostrando a chave.

Bruno - vamos !

Saímos andando e achamos os carros, nós entramos, nos olhamos e seguimos.

Chegando na frente do condomínio onde moramos e bombeiros deixavam o lugar, adentramos e quando eu parei na frente da minha casa eu não acreditava no que estava vendo.

Minha casa havia sido consumida pelo fogo. Nós descemos do carro e entramos na casa sem ninguém ver. Ficamos olhando sem acreditar.

John - Bruno, olha isso...

Bruno - essa loucura tem que acabar...

Max - acabar ? Acho que não !

Bruno - eu vou te matar seu...

Max - acho melhor não.

Ele aponta uma arma para nós.

Max - eu vi vocês chegando, vocês devem estar se perguntando, como ?

John - achei que vocês estavam escondidos bem longe daqui.

Max - é que ninguém tem como provar que nós estamos por trás disso tudo sabe...

Bruno - vocês mataram meus pais.

Max - nunca gostei deles... Eles imploraram tanto pra eu não fazer nada com você. Mas eu vou ter que matar os dois.

Bruno - eles não cairam do prédio...

Max - não ! Eu dei um tiro na cabeça da sua mãe com seu pai vendo, depois eu matei ele e joguei os dois do prédio. Fim.

Bruno - eu vou...

Ele avança chorando e eu o seguro. Mas o Max encosta o cano da arma na testa dele.

Max - não faça isso... dessa vez não vai ter erro.

Eu fecho o olho com certeza o tiro iria pegar em mim também pela distância que eu estava, mas eu ouço um barulho e quando eu abro os olhos o Max está no chão e o Thomas está parado na nossa frente com um extintor na mão.

Thomas - vocês estão loucos ? Vamos sair daqui, a polícia cercou tudo.

Enquanto corríamos pra fora da casa começou uma troca de tiros entre o Ricardo com o Jorge e os policiais. Nos jogamos no chão e esperamos tudo acabar.

..............

Mais tarde depois que tudo acabou, nós três estávamos na delegacia. Estávamos com um peso, Jorge e meu pai foram mortos pelos policiais mas o Max tinha conseguido fugir.

Eu estava sentando com o Bruno e o Thomas estava acabando de falar no telefone.

Thomas - Era sua mãe, eles estão bem, quer dizer, Jenny acabou perdendo o bebê. Sinto muito.

John - não acredito...

Bruno - sinto muito.

John - ela deve estar arrasada.

Thomas - sim... mas olha a única coisa que eu posso pedir pra vocês é força. Eu tô aqui com vocês.

John - obrigado amor..

Bruno - obrigado mano.

Thomas - vamos, a gente vai passar a noite num hotel, amanhã temos muita coisa pra fazer.

Parecia que aquela cena se repetia, um dia estranho, velório dos pais do Bru, ele não consegue para de chorar. Ver essa cena me corta por dentro, porque eu sofria vendo o sofrimento dele. Dei um forte abraço nele, apenas eu e o Thomas fomos ao enterro, minha mãe estava em estado de choque, e Victor cuidando da Jenny que estava em repouso.

Conseguimos conversar depois que ele se acalmou.

Bruno - você tá bem ?

John - e você como sempre ainda se preocupa comigo.

Bruno - todos nós perdemos.

John - sim.

Bruno - preciso te dizer uma coisa.

John - fala.

Bruno - eu não tenho como ficar aqui no Rio.

John - não Bru, não fala isso...

Bruno - me escuta. Eu não posso ficar naquela casa, nessa cidade. Tudo me lembra eles.

John - mas...

Bruno - eu vou pra São Paulo. Amanhã.

John - por favor não faz isso... Eu...

Thomas chega e acaba interrompendo a conversa, quando eu conto pra ele que o Bruno vai embora ele também tenta o convencer de ficar mas é em vão.

Depois de me despedir dele nós vamos embora.

Thomas - nós vamos pra casa.

John - nossa casa pegou fogo.

Thomas - sua mãe me mandou o endereço da nossa casa nova. Ela ia fazer surpresa mas acabou acontecendo isso tudo.

John - ela comprou uma casa ?

Thomas - ela mandou construir uma bela casa, de frente ao mar, com espaço pra todo mundo, eles estão esperando a gente.

Subimos para um bairro diferente, ao lado do nosso antigo bairro nele só tem casas e algumas delas são construídas de frente pro mar. A nossa era assim, uma bela casa realmente, toda em madeira e vidro e com uma arquitetura bem moderna. Tinha uma bela visão, era iluminada e linda. Foi realmente uma boa surpresa.

Eu entrei e fui conhecer o interior da casa, meu quarto, e era tudo maravilhoso, depois fui até a sala onde estavam Jenny, Victor minha mãe Paulo e o Chris. Talvez fosse a última pessoa que eu queria ver na frente mas ele estava tão assustado quanto eu. Abracei minha família e falei com o Chris de longe.

Sarah - vocês foram loucos, mas corajosos. Eu estou triste pelas nossas perdas, mas feliz porque vocês estão aqui e eu gostaria de informar que o Paulo e o Chris vão morar com a gente, e o Bruno também, porque ele é como um filho pra mim. Além claro do Victor e da Jenny.

John - bem vindos a família.

Thomas - acho que o Bruno não vai morar com a gente.

Sarah - por que ?

Bruno - deixa que eu mesmo conto. Oi gente !

Sarah - oi querido, senta.

Bruno - Sarah, eu sou muito grato a tudo o que você fez e faz por mim, mas agora eu preciso recomeçar minha vida longe daqui.

Sarah - Bruno, somos uma família, e vamos respeitar sua vontade.

Bruno - J, Thom, Jenny e Vic. Eu amo vocês, são meus melhores amigos e não é tão longe.

Jenny - eu tô com você.

Victor - sempre irmão.

Thomas - você sabe que eu não concordo com isso mas respeito sua decisão.

John - eu não concordo e não respeito.

Bruno - John...

John - Bruno...

Bruno - por favor, não faz isso.

John - nada que eu fale vai fazer você mudar de ideia, então tudo bem.

Ele me abraça, e depois de se despedir de todos ele vai embora e eu fico com a sensação de que eu estava perdendo uma parte do meu corpo, esses sentimentos confusos parecem se juntar com a minha vida pra me punir de algo.

Eu subo para o meu quarto e vou até a varanda e fico olhando para o horizonte buscando uma forma de entender tudo que acontece comigo, depois de alguns minutos o Thomas aparece.

Thomas - oi... Quer ficar sozinho, eu saio.

John - não amor, vem cá. Me abraça.

Thomas - vocês são muito grudados né ?

John - assim como você e ele também.

Thomas - mas vocês são amigos desde criança e você era apaixonado por ele..

John - Thomas não... Para de falar no passado, por favor.

Thomas - ele ainda mexe com você, não é ?

John - Thomas..

Thomas - não precisa falar, mas eu vejo isso nos seus olhos.

Ele fica me olhando com uma cara de " eu sei a verdade mas ela doi muito " e eu fico sem ter o que dizer, aquele ditado quem cala consente nunca foi tão real pra mim.

..............

Os dias passaram, as coisas foram voltando as sua normalidade, bem pelo menos normal ao nível da minha família.

Bruno ligava sempre mas eu nunca quis falar com ele, o Max continuava solto por aí, o prédio da empresa estava sendo revitalizado aos poucos. A tristeza e o medo já havia passado e eu estava menos depressivo do que assim que aquela loucura acabou.

Eu estava sentado na sala com meu Notebook terminando alguns projetos, ideias para deixar o prédio diferente do que era antes, minha mãe chega e vai falar comigo.

Sarah - oi meu amor...

John - oi mãe. Olha.

Sarah - que lindo.

John - eu pensei em colocar essas arvores na frente e colocar essas cores nas paredes, sabe, deixar o primeiro piso mais alegre, com cor.

Sarah - vai ficar um máximo, eu confio em você. Mas eu vim aqui falar sobre esses papéis.

John - a herança do Ricardo.

Sarah - é filho.

Jenny - oi gente...

John - chegou na hora certa.

Sarah - vocês tem que assinar esses papéis para receber a herança do pai de vocês.

John - eu decidi dar minha parte pras famílias e pessoas que sofreram por causa dele.

Sarah - isso é lindo John.

John - eu sei que dinheiro não vai trazer ninguém de volta, mas é o mínimo que eu podia fazer.

Jenny - certo, eu vou fazer o mesmo.

Realmente, esse era o mínimo que eu podia fazer, e já que aquele infeliz destruiu a vida de algumas pessoas e a última coisa que eu quero é algo dele, vamos fazer o que é certo.

" No meio de uma guerra podemos ser soldados, mas sempre devemos lembrar que somos todos vítimas "

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Espero que estejam gostando da série, e vou adiantando, ainda tem muita coisa pra acontecer nessa e temos história pra uma segunda temporada !

OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS !

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