Pedaço Para Mudança
Parte da série No Final Tudo Começa
-ei maninho! Vamos ao trabalho hoje não. Tenho um lugar que talvez você goste.-disse meu irmão virando a direita,diferente de como fazíamos todos os dias.
-acho melhor você ir, tenho muito que fazer naquele escritório,meu superior não deixa - fiz uma careta ao terminar de dizer.
-Não fale assim do papai. - abaixou a cabeça- e eu falei com ele sobre isso,ele nos liberou.-Disse ele me encarando.
-realmente por isso que meu telefone avisava que hoje iria chover,quando que ele me deixaria sair daquele lugar?!- respondi.
Danilo parou o carro no acostamento e olhou dentro dos meus olhos e disse:
-papai também te ama,ele só não demonstra!
-o famoso Daniel Danilo Albuquerque amar o filho gay dele,por favor né Danilo.- respondi olhando pra fora do carro.
-Daniel não confunda as coisas,ele nunca disse que não amava você,aprova dele te amar seja seu nome!- meu irmão disse.
Olhei dentro de seus olhos azuis e respondi:
-nome e só mais um por aí! Existem milhares Daniel por aí,isso não é nada e ele também nunca me disse que me amava,sempre me desprezou. Vamos logo!
- Daniel olha,eu tanto você sabemos como ele e,como ele trata as pessoas que ama. É esquece aquilo que aconteceu,não vai ajudar nada você pensar nisso ele te amo e ponto final.-respondeu olhando dentro dos meus olhos.
Fazia mais de dez anos que isso aconteceu, entretanto saber que meu pai não me aceitava, a pessoa que eu via como um herói,meu ídolo, a pessoa que eu queria me tornar,não me aceitar e chegar ao ponto de quase me expulsar de casa e me fazer parar em um hospital em maca cercada de médicos. Isso era horrível pra mim isso se tornou algo imperdoável com somente uma ligação por causa do trabalho; nem mesmo festas em família que ele iria eu não ia,era um erro ir.
-pronto, chegamos!- disse meu irmão me tirando do meu transe.
Olhei para o lugar e era um parque que me pareceu bem pouco conhecido e muito bem preservado e cheio de lindo animais,realmente eu havia gostado. Estava deslumbrado com tanta beleza; minhas únicas palavra foram:
-Lindo parque.
Pelo canto os olhos pude ver seu sorriso de vitorioso; mais uma conquista alcançada. Ele me puxou até um banco em frente ao Lago e no meio do caminho esbarro em um rapaz.
- me desculpe,me desculpe mesmo. Não devia falar no telefone enquanto ando.- disse o rapaz tentando me ajudar com o café que ele sem querer derrubou em mim.
-Não está tudo bem, sem problemas,não se preocupe.- respondi vendo a sujeira.
-me desculpe mesmo, foi sem querer.- respondeu ele.
Ele queria de todo modo dar um jeito de limpar minha blusa e a todo momento pedia desculpa pelo ocorrido, que ele devia prestar mais atenção por onde andava. Meu irmão tinha sumido,porém reapareceu com uma camisa na mão acalmando o rapaz que após algum momento foi embora.
Olhei para meu irmão meio desconfiado e disse:
-Danilo,de onde veio essa camisa?
Ele começou a rir e disse:
- pelo que te conheço você deve estar pensando que eu planejei tudo isso,pois e eu não planejei, a prova está aqui- tirou a etiqueta do bolso e disse - comprei na loja do parque.
Eu comecei a rir também,como eu poderia pensar que ele poderia montar tudo isso,principalmente ele que precisou de uma forcinha "sobrenatural" para estar namorando com a Pamela.
Enquanto observamos o Lago ele disse:
- espero que você esteja se sentindo melhor,por que seu aniversário e amanhã correto? -
-sim e amanhã,mas não quero comemorar,ainda não estou tão bem assim.- respondi.
-pode parar Danilo, você tem que comemorar, e seu aniversário e tem que ser comemorado independente do que tenha acontecido- ele parou e falar e olhou em seu relógio e terminou- sei que aqui está bonito,mas eu acho melhor a gente ir , ainda tenho que me encontrar com a Pamela.
No caminho ate a minha casa eu fui cantarolando músicas que me pareciam depressivas,mas eram as únicas que eu conseguia me lembrar até tal momento. Joguei minha blusa em cima do sofá e vi uma pulseira cair quando ela se abriu. Eu fiquei intrigado já que sabia que não era do meu irmão já que ele sempre se recusou a usar coisas que lembrasse atos femininos,mas o estranho era que também poderia ser meu já que havia uma letra "D" na pulseira,no entanto eu não me lembrava de já ter tido alguma pulseira assim. Demorei um pouco para poder me lembrar da mancha que foi feita pelo rapaz que encontrei no parque, talvez essa pulseira fosse dele, já que o cordão arrebentou. Não sabia como entregar a ele então guardei na minha gaveta e sai em direção ao meu banheiro na esperança de que esse da acabasse e no próximo eu não tivesse a má sorte de encontrar meu ex na empresa ou vindo me dar seus parabéns. Tinha que me concentrar a não chorar novamente enquanto a água escorria.
Meu banho foi interrompido pelo barulho da campainha; me enxuguei o mais rápido possível e peguei uma roupa para poder atender quem estava no portão e para a minha sorte era o Gabriel meu amigo de faculdade
- e aí sumido, sei que faz menos de um dia que não venho aqui,mas você sabe a gente se preocupa com um amigo, sei lá se matar né.- disse ele me abraçando.
-valeu cara tu e muito importante pra mim.- respondi.
Ele se afastou um pouco e disse:
- Não seria um incômodo seu eu e mais duas pessoas dormisse aí com você né.
Comecei a rir,João e Ângela saíram de dentro do carro. Eu comecei a rir da cara dele.
Obrigado a todos que leram, e vou ao máximo maximizar o tamanho do texto.