Deixe me ir — Prólogo.

Conto de Gabriel Angelo.O como (Seguir)

Parte da série Deixe me ir.

O vício de um homem sempre será seu fim. Alexandre sabe que seu fim poderá chegar de um jeito ou de outro, ele lamenta todos os dias pelos olhos castanhos que choram compulsivamente, pelos pedidos de uma pessoa amada.

– Meu filho, porque você tá desse jeito? Porquê continua nesta vida Alex? – Perguntou a mãe que abraçava o filho, a educadora nunca foi para o filho o que é para seus alunos, uma heroína da comunidade.

O pior de tudo era não poder mais está do lado da mulher que parecia mãe de uma advogado, Alex não sabia como sair daquela vida e  tudo aquilo era considerado dele, não pertencia a ninguém, ele estava no comando daquele lugar.

- Eu devia ter lhe escutado mãe, agora sufoco nesta vida miserável. - Disse desfazendo o abraço e olhando para baixo, ele tinha vergonha de sua própria mãe.

- Eu sei que há dificuldade desta vida filho, eu ganhei uma segunda chance nos estudos, cogitar mudar. - A mulher levantou a cabeça do filho, como uma guerreira que era, todos os conselhos era de grande valor. - Peça desculpa a si mesmo, quem sabe tem alguém aí dentro que tá magoado.

- Magoado demais mãe, tem tanta coisa que eu estou tentando comprimir aqui. - Tocou no peito. - Tanta coisa que eu fiz.

- Esquece e recomece. - A mulher abraçou o filho tão firme, eles continuaram em um choro mudo, apenas eles e o céu azul da manhã.

Alex sabia quais são as saídas de uma vida no tráfico, cada porta levava para um mesmo lugar; a morte. Por isso pedindo de um modo silencioso, ele recusou qualquer envolvimento com seus filhos, não é homem para tanta coisa e apenas garante que eles tenham o que comer. A criança que se transformou neste homem sofreu muito por suas condições, sofreu por ser o que ninguém entendia e só mudou por ser quem não aceitavam. Comandando o tráfico ele conseguia impor respeito, firme como uma rocha ele não pode ser tocado pelos que julgam e sim julgar a minoria daquele lugar.

Portando armas de verdade, correndo dos verdadeiros policiais; assim está o garoto que se transformou em homem e que mata um por dia.

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