Capítulo 7: Explosão

Parte da série Epifanias

As vezes não raciocinamos direito. Nosso coração é tão confuso que não enxergamos o que pode estar ali na nossa frente. As vezes as coisas poderiam ser mais simples. Nós é que as complicamos por medos, receios e ilusões. Se você ama, lute por esse amor. Você pode até quebrar a cara, mas pelo menos você não poderá dizer que não tentou. Isso pode te ajudar a sair da zona de conforto. Acredite...nem sempre esperar é o melhor caminho.

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Gabriela estava muito solidaria comigo, como sempre. Agradeço sempre a Papai do céu pela amiga que tenho. Enquanto nos abraçávamos eu acabei deixando uma lágrima cair. É complicado sair do controle. É complicado deixar o coração se sobrepor a razão. Mesmo assim, eu precisava disso. As vezes você precisa “jogar pra fora”, não adianta deixar guardado.

- Adam.. - olhou para mim, minha amiga de fora preocupada.

- Desculpa, tá. É só que...eu não entendo. Não estou entendendo o que está acontecendo aqui dentro – disse eu repousando minha mão em meu peito esquerdo.

- Adam – ela falou pegando em meu rosto, com um belo sorriso. - as coisas que ocorrem aí dentro não são planejadas. É algo maior do que todos nós. Elas simplesmente acontecem. Foi assim comigo, lembra? Eu realmente gostei de você. - eu abaixei minha cabeça e ela continuou – você não pode ter medo ou vergonha do que está sentindo. Isso pode te fazer feliz e você aceitar o que está ocorrendo com você.

- E se eu sofrer? - olhei para ela preocupado.

- Isso vem com o pacote..é um risco a se correr. - ela pegou em meu ombro.

Aquelas palavras me fizeram entender que por mais que eu esteja confuso eu preciso agir. Preciso sair da zona de conforto em relação aos meus sentimentos. Se isso não ocorrer, passarão pessoas pela minha vida e eu perderei oportunidades de ser feliz. Se o Eduardo gostasse mesmo de mim, então eu teria que deixar claro que eu também gosto dele. Já durante o intervalo eu conversava com a Gabriela. Eduardo não tinha vindo para a aula está manhã. Ele mandou uma mensagem dizendo que acordou tarde.

- Eu não consigo dizer esse tipo de coisa para alguém, Gabi.

- Mas você vai precisar dizer um dia, Adam. Você precisa deixar esse medo de se expor de lado.

- Você não sabe como é difícil... nossa. Eu realmente estou gostando de um garoto – coloquei as duas mãos na cara.

- Quem diria hein? - disse minha amiga do outro lado da mesa com os braços cruzados – um dos garotos mais cobiçados pelas garotas dessa escola...gay – ela riu – desculpa amigo...é que chega a ser engraçado rsrsrs.

- Ha ha ha ha, isso é por quê não é com você, engraçadinha....tá. É engraçado mesmo – rimos jutos.

Enquanto estávamos ali, rindo. O irmão de Gabriela chegou.

- Ora ora...sempre felizes. Sempre sorrindo. Vocês são uma...inspiração para mim – disse ele sentando-se. - posso me sentar aqui?

- Já sentou – disse Gabriela visivelmente incomodada

- Pode sim, cara. - disse eu tentando ser simpático

- Tá vendo só maninha...você deveria se parecer mais com seu amigo aí. E aí Adam...quais são as novas? Beijando muito? - eu e gabi encaramos Ricardo de uma forma até assustada.

- Claro que não, Ricardo. Ele não é igual a você. Ele valoriza as pessoas – disse Gabriela com raiva.

- Gabi ...menos. Ele é seu irmão.

- Deixa Adam, deixa. Normal.

- Bom...eu já vou. Acho que já está na minha hora. Tchau Amigo. Nos encontramos na sala – ela saiu.

- Desculpa por isso, cara. Ela está meio preocupada com algumas coisas.

- Que nada, Adam. Ela me odeia. Eu nem a culpo. Sou um idiota mesmo. Só dou dor de cabeça – disse ele sorrindo. Nossa... que sorriso lindo.

- Tá. Você pode até ser meio idiota

- Ui...essa doeu

- hahaha...desculpa. Mas eu ia dizer que apesar de um pouco idiota, és legal. Você é engraçado.

- A tá. Assim está melhor.

- … - eu olhei para baixo e sorri.

- Você tem um sorriso, bonito – “mas hein?” eu pensei...como assim? Ele parecia estar flertando comigo. Ele é um cara todo bonitão que pode pegar quem quiser. Eu lembro do Sean Faris quando olho pra ele. Eu fiquei muito sem graça com aquele elogio.

- Obrigado – disse eu da forma mais sem graça possível. O sinal tocou.

- Acho que temos que ir não é mesmo? - ele se levantou

- É...temos.

- Eu vou com você até sua sala

- Não precisa, Ricardo. Sua sala fica do outro lado.

- Mesmo assim, vou com você. Quero parecer um moço educado.

- Já que insiste, então vamos.

Fomos até a minha sala. Nem conversamos, já que seria um pouco complicado naqueles corredores barulhentos. Ele me levou até a porta, e com um “entregue” nos despedimos. Fiquei meio surpreso com o que Ricardo havia feito. Não sabia que ele poderia ser alguém legal e muito menos gentil.

Quando entrei, Eduardo estava ali com minha amiga, conversando. Cheguei perto deles e surpreso, perguntei.

- Você não estava em sua casa?

- Eu vim para a aula agora. Não queria perder todas as aulas.

- Fez bem – disse eu sorrindo.

- Você veio para a sala com o irão da Gabriela, é isso mesmo?

- Sim.

- Mas por que ele veio até aqui com você, Adam – perguntou Gabi, surpresa.

- Sei lá. Acho que ele quis ser gentil – eu sorri

- Ricardo. Gentil. Duvido.

- Gabi. Relaxa. Seu irmão pode ser alguém muito legal

- Ou não – disse Edu de forma abafada. Tentei não ligar. Tentei não pensar que ele estivesse com ciúmes, mas era inevitável. - eu vou ali – disse Edu virando de costas para nós.

- Adam. Ele parece com ciúmes. E isso é fofo. - disse gabi pegando em minha bochecha.

- Pode ser que sim, pode ser que não. Difícil saber....ele pode... - fiquei chocado com o que vi. Eduardo começou a beijar uma garota, a Amanda. Uma bela garota morena, de cabelos negros e olhos verdes. Ele a beijava de uma forma calma e lenta enquanto as outras pessoas os aplaudiam e gritavam. Enquanto eles se beijavam ele abriu os olhos e olhou em minha direção de uma forma raivosa. Como se estivesse me castigando por algo que eu fiz. Logo depois ele se virou e continuou a beijá-la.

- Ele não está fazendo isso – disse Gabi assustada.

- Ele está. - disse eu bufando. Eu fechei meus olhos inspirando e expirando de uma forma lenta e gradativa. Olhei para Gabriela e me sentei.

- Você está bem, Adam? - eu nem olhei para a minha amiga. Estava cheio. Cansado de sempre ser torturado pelos meus sentimentos. Cansado de sempre agir racionalmente, com um sorriso por fora e me quebrando todo por dentro. Eu estava cheio de não falar, de não pensar coisas ruins por querer manter minha integridade intacta. Eu estava cheio e cansado de me sentir preso.

Eu olhei para Gabi e apenas falei em um tom calmo e fraco: vou ficar

- Adam. Eu sei que isso foi doloroso mas você precisa se abrir, amigo. É obvio que isso foi um recado. Como se ele soubesse que você gota dele mas que precisa que você esteja tão desesperado a ponto de explodir, para assim, admitir.

- Gabi. Eu vou esperar...se ele continuar assim, me ferindo para tentar descobrir o que eu sinto por ele, eu vou fazê-lo penar também. Vamos ver até onde essa palhaçada chega. Agora isso ficou sério.

- E o que você vai fazer?

- rs... - Eu olhei para baixo e sorri. Olhei para os olhos de minha amiga. Eu queimava por dentro. Ela parecia assustada com meu olhar e meu sorriso. As vezes eu conseguia parecer maléfico. Cheguei perto de seu ouvido e falei – vou deixá-lo louco.

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Ryan: Querido...gosto muito dos seus comentários. Obrigado por sempre estar acompanhando. O Ricardo é aquele tipo de garoto rebelde que te joga na parede e te chama de lagartixa hahaha...mas, acho que ele tem muito a aprender com um personagem que amamos. As vezes nossas atitudes servem como um vírus, acabamos contagiado as pessoas com nosso caráter, e Adam se mostrará um grande exemplo disso.

Bom queridos. É isso, o Adam a partir de agora começará a sair do controle. Nossa história está apenas começando. Preparem-se!