Capítulo 5: A primeira canção

Conto de GarotoComum como (Seguir)

Parte da série Epifanias

Música. ah..a música. Acho que “musicar” é meu hobby predileto. Me ajuda a pensar, a exprimir todo sentimento que por muitas vezes guardo. A música me ajuda a entender o que quero para mim mesmo ou o que se passa no meu coração. Não ouço uma música apenas para chorar por algo que tem ocorrido. O engraçado é que muitos fazem isso – ouvem alguma música super melancólica a fim de chorar ainda mais. Tá. Não vou dizer que não faço isso, porém, não disponho muito do meu tempo para sofrer ainda mais. Eu quero me sentir livre. Livre para sentir o que puder sentir e fazer com que outros sintam. Eu quero continuar musicando e vivendo. Eu preciso da música!

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Eu e Gabriela havíamos ganhado um amigo. Eduardo estava tão perto de nós que alguns pensavam que nos conhecíamos há séculos. Isso por quê havia se passado apenas uma semana e meia de sua chegada ao nosso interior. Eu comecei a desconfiar o por quê de ele me passar tanta curiosidade. Entretanto, eu não assumia que algo de "errado" estava acontecendo comigo. Eu não conhecia a paixão de fato. Cheguei até a gostar de uma garota quando pequenino, mas nunca vivi uma história, com ninguém. A questão é que eu estava sim sentindo algo diferente pelo Eduardo, mas eu não admitia. Durante o segundo final de semana do mês, Eduardo passou o sábado e o dormindo em casa. Ele não dormia lá. Ia embora com seu pai. Eu ainda nem tinha visto seu pai, já que toda noite ele o apanhava de carro mas nem abaixava o vidro para cumprimentar a mim e a minha avó. No quase nem fizemos o trabalho, já que passamos a tarde assistindo filmes.

- Tá aí um filme que eu gosto. Cavalo de guerra. - disse Edu, colocando sua pipoca na boca.

- Eu só não gosto do fato de que quando eu assisto, me emociono – eu disse rindo – e olha que eu não sou disso.

- Adam? Emocionado? Não! Agora que eu quero ver esse filme mesmo.

- Ei – disse eu dando um leve tapa em seu ombro – eu não sou o Homem de gelo, ok? Só me emociono com...dificuldade.

- Justamente. Claro..eu te conheço faz quase duas semanas e já percebi que não és nem um pouco romântico – disse Edu levantando as sombrancelhas ao sorrir um sorriso de canto.

- E como você pode ter tanta certeza, Edu? Você ainda nem me viu “em ação” - eu disse fazendo aspas com as mãos. Ele riu.

- Hahaha...mas já vi uma garota te dar um bom bom com uma mensagem de amor e você simplesmente agradecer com um obrigado super seco. Isso sim foi tenso.

- Ok ok..reconheço não sou assim tão romântico, mas não tenho culpa né. Não ligo para essas coisas ainda.

- De qualquer forma, quero ver o filme. E se puder, quero te ver chorar hehehe

- Se depender de mim. Não hoje, senhor.

Segurei-me para não deixar cair nenhuma lágrima. O filme realmente é muito bom e emocionante. Gostei de verdade. Eduardo também não chorou apesar de parecer bem mais emotivo do que eu. Após o filme subimos para o meu quarto e ficamos lá, mexendo no meu notebook. Eduardo deitou em minha cama com os braços cruzados atrás da cabeça. Ele sempre deitava daquele jeito. Enquanto permanecia deitado ele começou a falar.

- Sabe, Adam. Eu gosto de você. Por que parece que para você as coisas são tão simples. Acho que você simplifica muito a coisas...isso é bom.

- Que bom, não é mesmo? Rsrs – disse eu ainda virado para o computador.

- Ei seu mal educado. Pelo menos olhe para mim enquanto eu estiver falando com você. -mele jogou uma almofada em mim.

- Desculpe, senhor hehehe. Estava aqui atento a videoaula de ditadura.

- Não creio - disse ele se levantando – eu aqui abrindo o meu coração e você es-tu-dan-do?

- Hahaha...acho bom adiantarmos – sorri envergonhado.

- Não mesmo – ele foi em minha direção e fechou meu notebook, me segurou e me jogou na cama – você vai cantar pra mim ou eu te encho de cócegas – era golpe bicho. Eu acabei contando a ele que um dos meus pontos fracos são cócegas, não aguento 10 segundos, me contorço todo, grito para pararem, faço escândalo mesmo. Ele começou e em menos de 7 segundos eu já estava concordando com sua proposta. Ele parou enquanto eu respirava ofegante. - e então? Vai cantar para mim? Ou eu vou te matar em se próprio quarto com simples cócegas.

- Apesar de isso ser golpe baixo, pelo fato de você saber o quanto sou fraco para isso e por voc]ẽ ser bem mais forte que eu, eu vou, ok?

- Vai o quê? - disse ele triunfante.

- Eu vou cantar – disse eu reconhecendo a derrota

- Yeeees!!

- Então? Qual música?

- Qualquer uma pow. Só quero ouvir a “voz de anjo” que as meninas dizem.

- Tá. Chato..

Peguei meu violão, sentei-me ao lado dele e comecei a tocar um trecho da música "Let it be" dos Beatles:

Let it be, let it be, let it be, let it be

Whisper words of wisdom, let it be

And when the night is cloudy

There's still a light that shines on me

Shine until tomorrow, let it be

I wake up to the sound of music

Mother Mary comes to me

Speaking words of wisdom, let it be

Let it be, let it be

let it be, let it be

There will be an answer, let it be

Let it be, let it be

let it be, let it be

Whisper words of wisdom, let it be

Deixe ser, deixe ser

Sussurrando palavras de sabedoria, deixa estar

E quando a noite está nublada

Há ainda uma luz que brilha em mim

Brilha até a manhã, deixe ser

Eu acordo ao som da música

Mãe Maria vem para mim

Não haverá tristeza, deixe ser

Deixe estar, deixe estar

Deixe estar, deixe estar

Não haverá tristeza, deixe ser

Deixe estar, deixe estar

Deixe estar, deixe estar

Sussurrando palavras de sabedoria, deixa estar

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Eduardo me Deixe ser, deixe ser

Sussurrando palavras de sabedoria, deixa estar

E quando a noite está nublada

Há ainda uma luz que brilha em mim

Brilha até a manhã, deixe ser

Eu acordo ao som da música

Mãe Maria vem para mim

Não haverá tristeza, deixe ser

Deixe estar, deixe estar

Deixe estar, deixe estar

Não haverá tristeza, deixe ser

Deixe estar, deixe estar

Deixe estar, deixe estar

Sussurrando palavras de sabedoria, deixa estar

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Eduardo me olhava atentamente enquanto eu cantava. Ele sorria e olhava em meus olhos enquanto ouvia a canção. Eu estava ficando envergonhado mas não parei. Durante as ultimas frases ele se foi se aproximando, sentando-se mais perto de mim. Quando acabei ele olhou para baixo depois voltou-se para mim.

- Isso foi incrível. Sério.

- Obrigado. Faz um tempinho que não toco, então..

- Então nada. Foi realmente lindo. Parabéns! E seus olhos..estão brilhando agora – disse ele pegando em meu rosto. Meu coração começou a bater mais forte e minhas mãos já suavam. Eu tremi. Nossa respiração ficou ofegante. Eu precisava sair dali. Não tinha certeza do que estava sentindo. Estava assustado. Com medo.

- Preciso ver se está tudo bem com minha flor rs..- disse eu me levantando.

- É...acho que preciso ir também.

- Então vamos descer.

- Vamos.

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Historiador: Você tem toda a razão. Adam precisa amadurecer a sua emotividade. Mas ele terá um ótimo professor mesmo rsrs. Obrigado por acompanhar e por comentar sempre. Abraços!

Cyrus: A relação deles realmente é incrível. Eu e minha avó nos completamos. “Ela me compreende. Ela me completa” hahaha...brincadeira. Obrigado por comentar e acompanhar. Abraços!

Comentários

Há 2 comentários.

Por igoroliveira em 2015-07-08 02:56:14
Momentos de aflição .... 😂
Por Ryan Benson em 2015-01-21 11:14:17
Perfeito, perfeito, perfeito! Mds como eu gosto dessa história *-* cara, fiquei na torcida aqui na hora do violão, mas nem rolou... estou louco pra ver no que isso vai dar. Abraço gatão!