Capítulo 18:

Conto de GarotoComum como (Seguir)

Parte da série Epifanias

Capítulo 18: Drogas e outras coisas.

- Ok Ok. Deixa eu ver se entendi. Você, Edu, acha que por ser gay seu pai deu em cima de mim, é isso? Que ideia mais sem noção. Não é por ser gay que alguém pode se achar no direito de dar em cima de qualquer um, e outra, seu pai foi muito educado isso sim. Alguém totalmente diferente do que eu pensei que fosse.

- Você não sabe o que está dizendo, Adam. Ele..ele ficou com um amigo meu!

- Eduardo!! - Esbravejou David.

- Não, pai! - gritou Edu aos prantos – não! Você não vai me calar – meu amigo chorava bastante enquanto olhava para mim – eu...eu peguei ele com meu melhor amigo na cama. Você não sabe o que é encontrar seu pai comendo seu melhor amigo, Adam. Eu nem sabia que os dois eram gays.

- Isso é verdade? - perguntei a David que apenas confirmou seriamente.

- Foi por isso que quebrei o carro...- ele limpava as lágrimas – eu sai bêbado, desnorteado até que bati em um poste.

- Você poderia ter morrido, filho. Eu nunca me perdoaria. - David começou a ficar com a voz embargada. - eu...eu me deixei levar. Me apaixonei pelo Caio. Mesmo ele querendo apenas boas noites de prazer. Eu já pedi o teu perdão. Viemos para cá para recomeçarmos.

Os dois choravam. Eu estava meio perdido naquele momento. Aquela era uma situação delicada. Eu entendia o lado dos dois. Por essa razão eu decidi deixá-los a sós. Eles mereciam mais esse tempo de conversa.

- Eu acho que não posso fazer muito além de dizer que vocês dependem um do outro. Vocês precisam um do outro. Não percam mais tempo e procurem se entender. Não deixem para depois.

Eu fechei a porta e desci. Minha vó – agora sozinha – esperava-me lá em baixo com uma xícara de café. Assim que eu desci ela apenas sorriu e me entregou a xícara. Essa mulher, me conhece tão bem, sabe o que eu preciso. Ela disse que ouviu quase tudo e que eu fiz bem. Era o momento deles.

- Você é muito corajoso, meu filho. Tenho orgulho de você. - e ficamos escorados no sofá da sala, tomando nossa xícara de café.

David e Eduardo desceram aproximadamente, uma hora depois de eu ter saído do quarto. Os dois pareciam mais calmos. Não posso dizer que agora estava tudo bem, mas eles pareciam ter entrado em sintonia - o que já era um começo. David não demorou muito para ir embora, após tomarmos um café de dona Rosa. Logo após sua saída Eduardo me chamou para conversarmos em meu quarto. Na verdade era quase que um ultimato para eu me afastar do seu pai. É claro que eu me impus, não aceito ordens desse tipo e ele sabe muito bem disso.

- Então vamos fazer assim, Edu. Eu finjo que não ouvi tudo isso e você finge que não disse essas besteiras. Entendido?

- ... - ele me encarava aparentemente bufando.

- Então acho que estamos entendidos. Boa noite.

Eu fui ao banheiro me trocar para dormir, depois de um dia tão cheio. Não nos falamos durante a noite. Eu gostava de deixar Eduardo pensando nas suas atitudes, até infantis diga-se de passagem, durante algum tempo. Na maioria das vezes ele me pedia desculpas, mesmo quando eu estava errado e não aceitava. Esse era um erro meu.

Pela manhã, Ricardo me ligou, mais uma vez com aquela voz de sono, que na verdade, era voz embargada de pessoas embriagadas.

- Alô, mô! Eu tô te esperando aqui com o rick junior...

- Ricardo! Não acredito que estou te ouvindo nesse estado de novo.

-Vem logo, lindo. Deixa de pureza. Eu sei que você quer esse corpo gostoso.

- Faz o seguinte, você e esse seu rick junior. Vão pra pu...... E só me procura depois de estar ...sóbrio, ok? Precisamos conversar! Tchau!

- mas...

Eu desliguei irado e muito triste. Não acreditava que Ricardo estava naquele estado mais uma vez e falando tanta besteira.

- Adam.. - era a voz de Eduardo.

- Você estava aí há muito tempo? - disse sem me virar. Eu estava com vergonha.

- O tempo suficiente pra entender o que está acontecendo entre vocês. - eu pude ouvir seus passos aproximando se. Ele sentou atrás de mim e segurou meu ombro. - por quê você não larga logo esse cara? Ele vai te decepcionar, Adam. Ele não é pra você.

- Edu. Você pode até ter razão, mas eu não vou fazer isso desse jeito. Eu estou tentando ajudá lo. É claro que tudo tem o seu limite, mas, eu sinto que ainda não cheguei no meu. Caso eu chegue, sei o que devo fazer

- Se você diz... Olha. Eu queria me desculpar por ontem. Não tenho direito de mandar em você, nem de ser autoritário. Você já está fazendo tanto por mim...me desculpe.

- Quê isso, cara. Eu também fui meio rude, julgando pelo fato de tudo o que você tem passado.

Nos entreolhamos, sorrindo para o outro. Não conseguíamos "ficar de mal". Acima de tudo éramos amigos e eu estava disposto a fazer com que fossemos assim sempre.

- Vamos chamar a Gabi para um filme?

- Poxa Edu, eu não vou poder. Haverá ensaio para o baile. Mas se você quiser chamá la mesmo assim tem meu apoio. Ela vai adorar.

- é...vou ver – disse Edu meio decepcionado. - então...bom ensaio pra você. - ele saiu do quarto enquanto eu me arrumava.

O ensaio foi bem tranquilo. Ricardo não apareceu, o que me deixou até certo ponto, confortável. Me dei bem com os gêmeos, se ele tivesse aparecido ficaríamos em um clima pesado.

- Mano! Eu tenho que te dizer que com você vamos arrasar! Sacou?

- Obrigado, Lucas Afonso. - disse sem graça.

- Lucas Afonso? Eu sou o Paulo Lucas. Será que ninguém consegue perceber a diferença? Parem o mundo que eu quero descer!!!

- Ah meu Deus, mil perdões! - Fiquei assustado e um tanto quanto desesperado pela gafe - Eu eu eu...eu juro que achei que você era o ..

- Calma, mano. Ele é o Lucas Afonso – Paulo Lucas olhava-o reprovando a brincadeira do irmão – seu infantil!

- Mas foi engraçado – ria L.Afonso.

- ufa... - me acalmei.

Enquanto saia, Gabi abordou-me na porta de sua casa. Aparentemente vinha falar sobre seu irmão.

- Ele não veio pra casa desde ontem, Adam. Estou preocupada.

- Ele me ligou mas não sei de onde falava. - eu já estava preocupado também.

- De qualquer forma, conhecendo Ricardo como eu conheço não vai demorar para aparecer. Não é a primeira vez que isso acontece. A diferença é que agora eu me preocupo.

- Tá certo..maninha – rimos juntos. De qualquer forma eu estava preocupado. Ricardo estava “caindo na bebedeira” novamente. Eu podia fazer mais do que estava fazendo por ele, mas eu tinha medo. Medo de me envolver demais e acabar sofrendo.

Já em casa, minha avó “assistia” a mais um filme com o Eduardo. Enquanto ela dormia, Eduardo tentava não fazer barulho enquanto comia sua pipoca. Acabou que ficamos vendo filme juntos até o fim do entardecer.

Enquanto arrumava a sala e Eduardo levava minha avó até seu quarto para dormir, alguém bate a porta. Era Ricardo, visivelmente bêbado. Lá estava ele, na porta, com um suéter verde pinheiro surrado e a cara lavada. Ele estava se apoiando na porta para não cair e falava com a voz embargada.

- Oi lindo. Vim ver meu namorado gostoso.

- Rick? Olha só pra você? Não faz isso com a sua vida, por favor!

- Eu só bebi um..um pouquinho assim – ele sorria como se tudo aquilo fosse uma brincadeira

- Você anda bebendo demais, Ricardo. Tem que parar ou isso pode afetar muito mais sua vi..

- Xiii! Não fala nada e me beija – ele veio em minha direção e eu desviei.

- Não não...não com você nesse estado.

- ME BEIJA, ADAM!!! - Ele gritou, voraz enquanto me jogava no chão e montava em mim.

- Sai de cima de mim...Ricardo! - Eu não gritei. Não queria assustar a minha flor, mas eu estava apavorado. Não tinha conhecimento desse lado do Ricardo. Então, naquele momento eu estremeci, tudo poderia acontecer. Enquanto eu o olhava apavorado ouço uma voz conhecida de alguém provavelmente alterado. Era Eduardo.

- Sai de cima dele!!! - ele veio na direção de Ricardo e lhe deu um soco. Prontamente Ricardo levantou-se e revidou, contudo, seu soco acertou o ar. Eduardo esquivou-se rapidamente e o agarrou levando-o ao chão. Os dois pareciam dois animais, socando-se a todo momento, enquanto eu procurava de alguma forma, separá-los.

- Chega! Vocês dois. Parem!! - esbravejei, pondo-me entre os dois. - Ricardo! Você vai para um banheiro agora! Eduardo! Sobe! Depois encontro com você.

- Encontrar com ele? - apontou ricardo.

- Você vai dar banho nesse bêbado? - indignava-se Edu.

- Sim para os dois. Agora vão! Antes que eu entre no meu quarto e deixe os dois aqui.

Lentamente Ricardo foi em direção ao meu banheiro, enquanto Edu ia em direção ao quarto de hóspedes. Ricardo tirou a roupa e entrou no banho. Organizei umas roupas para ele vestir. Liguei para Gabi avisando do ocorrido e que ele dormiria em casa. Ele saiu visivelmente envergonhado e cansado. Vestiu a roupa que eu lhe entreguei e deitou-se em minha cama enquanto eu limpava o ferimento de seu rosto, próximo a sua sobrancelha direita.

- Você me desculpa? - ele fitava a cama e eu o olhei sério e respirei.

- Você está bêbado. Pegou no volante assim, desse jeito. Me agarrou, brigou com meu amigo, preocupou sua família....difícil né? - ele me olhava decepcionado. - eu vou sim te perdoar, mas, com a condição de você parar com isso. Isso só te prejudica. E nos prejudica.

- Eu vou...eu vou fazer isso. Prometo. Me perdoa, eu...eu não sei onde estava com a cabeça. Não queria te machucar. Não posso te machucar.

- Nem se você quisesse, conseguiria. Acredite. - nos entreolhamos e eu dei um selo – agora dorme. Eu vou conversar com o Edu agora. E acho bom você nem ficar estressado por isso. Eu vou e acabou.

- Como se eu conseguisse mudar uma opinião sua...

- Isso mesmo. Tá aprendendo. - e sai do quarto deixando-o descansar. Fui em direção ao quarto de hóspedes. Eduardo estava deitado olhando para o teto, sem camisa. Apoiei-me na porta observando-o.

- Já deu banho nele? - disse secamente.

- Eu não dei banho nele, Edu. Mas de qualquer forma, se fosse preciso eu daria sim. Faria o mesmo com você. - ele soltou ar pelas narinas e olhou-me com aqueles olhos penetrantes.

- O pior é que você tem razão...

- Eu sei que tenho. Então, não há por quê ficar chateado. E também, eu e ele estamos juntos. É natural que sejamos íntimos.

- Íntimos? Então quer dizer que vocês já...

- Não! - eu ri – não não. Não foi isso que quis dizer.

- A tá. Por um momento pensei que você não fosse mais virgem.

- Estou esperando pra saber se ele é a pessoa certa. - falei isso fitando o chão.

- Claro...a pessoa certa. Quisera eu ter esperado mais. Não estaria nessa situação.

- Agora não adianta lamentar, Edu. Segue em frente.

- é o que estou fazendo.

Ficamos em silêncio durante alguns segundos, até que Eduardo o quebrou com um simples e seco “Boa noite”.

- Nada disso. - entrei no quarto e sentei-me ao seu lado. - quero te agradecer por me defender hoje. Não precisava, eu dava o meu jeito...mas obrigado. Obrigado mesmo.

- Não tem de quê – ele parecia emburrado – de qualquer forma, em vez de te defender e fazer aquele otário ir embora, fiz com que ele ainda dormisse aqui.

- Vocês são impossíveis hein – olhei – o com os olhos arregalados. - mas tudo bem...não vou ficar enchendo mais o saco de vocês com isso. Não hoje. Agora Boa noite.

Depois de nos despedirmos eu saí do quarto e fui dormir na sala. Não era tão aconchegante como no meu quarto mas não foi tão ruim. O dia e a noite foram longos, estava bastante cansado e estressado. Dormi logo.

Na manhã de domingo não rolaram grandes coisas. Ricardo acordou cedo e após levar uma bela bronca de dona Rosa e minha ele saiu prometendo se cuidar. David almoçou conosco e nos revelou que conversou com os pais de Karina e com a mesma naquela manhã. Aparentemente os pais de Karina queriam Eduardo longe dela, então David lhes assegurou que eu seria seu intermediador e não deixaria que eles se aproximassem, o que me colocava ainda mais presente nessa história toda. Nosso fim de tarde foi bem agradável, nos preparamos a noite para o dia seguinte, por isso dormimos cedo.

Pela manhã, na escola, fomos avisados que um novo garoto havia chegado. Seu nome era Pedro. Um garoto lindo, porém muito branco, mas de belos olhos azuis, cabelos negros e arrepiados como fogo e um belo corpo. Provavelmente já estaria no alvo das garotas mais assanhadas. Na verdade eu ouvi os longos suspiros e os cochichos alheios. Ele nos olhou com os olhos semi serrados de forma séria e logo falou com sua bela voz grave.

- Antes que me perguntem, estou solteiro, não sou hétero, sou bissexual, sim, podre de rico, porém com uma mãe altamente autoritária que sabe dar um bom castigo no próprio filho, pondo-o em uma escola mediana onde posso encontrar pessoas de todas as classes sociais, inclusive você – ele apontou em direção a Raíza, uma garota popular que aparentemente estava interessada nele – que, embora seja muito gata e esteja me dando mole desde o momento em que eu entrei por essa porta, pressinto que não é digna de minha confiança, ou seja, sem chance! Bitch! Quanto a vocês! Espero que estejam preparados para receber “uma vadia” homem, por que eu não vou exitar em colocar cada um em seu devido lugar. Eu falo o que quero, faço o que quero e ninguém, ouça bem – curvando o corpo para a diretora – ninguém pode me impedir de nada. Ou seja – ele respirou e sorriu ironicamente- vou adorar fazer novos amigos.

Ele falava aquelas de coisas de forma tão fria e rápida que não dava tempo de ninguém dizer nada. A cada palavra que falava, não piscava e sorria como se estivesse ganhado um jogo de virada. Estávamos realmente diante de “uma vadia homem”.

- Nossa. Isso foi sinistro – disse Edu.

- Posso dizer? - interrompeu Gabi - gostei dele. É arrogante, frio, bonito, bi, talvez seja alguém interessante.

- Ele pode ser legal. Basta sermos legais com ele. Agora.. só falarei com ele caso ele venha falar comigo (risos) – eu não teria coragem de puxar assunto.

O garoto sentou-se próximo de mim. Olhou-me com os olhos semicerrados e voltou a sua posição, acomodando-se na cadeira. Foi estranho.

Durante o intervalo estávamos sentados, lanchando, quando Pedro aproximou-se de nós com sua bandeja e se sentou.

- Você – apontou pra mim – é gay. Mas não assumido. Deve estar namorando ou algo do tipo. Um garoto lindinho assim não ficaria na pista por muito tempo. Com quem é? Com ele? - apontou para Eduardo.

- Eu..eu...como você..?

- Não sei, mas sei que sei. Sem mais.

- Olha, eu.. - estava visivelmente incomodado assim como Eduardo e Gabriela. - eu estou me envolvendo com alguém, mas não é com ele.

- Hum...preciso conhecer meu concorrente então.

- Desculpe?

- Sim. Estou interessado em você. Você vai ser meu, querido. Acredite... - ele sorriu – eu sempre consigo o que eu quero.

- Ah é? - meus amigos estavam mudos. E eu estava sendo educado até então. Mas não suporto ser tratado como objeto. E ele precisava ouvir alguém a altura. - Quem mesmo é você? Acha mesmo que pode chegar aqui com esse papinho de nos deixar mudos com seu vocabulário provavelmente chulo e sua voz grave? Primeiramente, a área que você está pisando não é sua, aqui você é o novato, você aqui é a, como se diz, carne fresca, e agora eu digo que não exitarei em te deixar excluído desse grupo. E outra. Eu não sou um objeto. Continue desse jeito e saiba que nunca, ouça bem, nunca terá uma chance comigo. - ele me olhava sério.

- Eu geralmente não deixo ninguém falar assim comigo, sabia? Gostei de você. Prometo que tentarei me comportar. Agora, por não suportá los mais, estarei indo em direção ao meu assento, lá naquele local que vocês aqui chamam de sala. Or revoir! - e saiu.

- Que idiota! - Eduardo estava indignado

- Eu ainda gosto dele – disse Gabi

- Vocês viram isso? Eu sou um troféu é isso? É cada uma que me aparece.

Pedro era um garoto arrogante, mas algo me dizia que aquele não era o verdeiro Pedro. Eu não posso negar que senti uma leve atração física por ele, mas não me envolveria com alguém assim. Fui ao banheiro lavar as mãos e ele entrou depois de mim.

- Oi – ele parecia querer puxar assunto

- oi – disse secamente.

- Eu..eu queria me desculpar por hoje – eu o encarei. - pra falar a verdade estava tentando parecer legal com vocês. Na verdade eu sou uma pessoa legal, bonita e provavelmente terei um futuro maravilhoso e – eu levantei as sobrancelhas em sinal de desaprovação - ...é..desculpe.

- Desculpo se você for alguém melhor do que eu vi lá na mesa.

- OK...Ok...eu prometo que vai gostar de me conhecer. Desculpe-me, nem perguntei seu nome.

- Adam, meu nome é Adam.

- Belo nome para um belo jovem. Parabéns, meu caro. Você está bem servido. Tendo dois caras interessados em você. Já é um começo.

- Como assim?

- Ah...eu já tive cinco caras interessados em mim e duas garotas que não largavam do meu pé, tudo ao mesmo tempo e foi difícil por quê...

- Não não..como assim, dois?

- Quando eu disse que estou interessado, falei sério. E seu namorado deve estar no mínimo interessado em você não é? Então: dois. - eu fiquei sem graça. Não sabia o que dizer. - Bom. Agora já vou indo. Depois conversamos.

Eu fiquei lá, ainda sem graça, quando Eduardo entrou.

- Eu vi aquele Pedro saindo daqui. Rolou alguma coisa?

- Não não. Ele veio se desculpar. Ele parece ser legal. Deve ter agido daquela forma como forma de se proteger, sei lá do quê.

- Tudo bem. Ham...vamos?

- Vamos, vamos sim.

---------------------------- três semanas depois: Dia da festa ----------------------------------------------

- Ricardo! Ricardo! O que está acontecendo? Onde você está? Estamos te esperando há horas e entramos em 20 minutos.

- NÃO VOU, ADAM!! - Aquela voz embargado de novo. - NÃO VOU ATÉ SER CHUPADO TODINHO POR VOCÊ.

- Droga, Rick. Você bebeu de novo? Não acredito nisso..

- Por quê você não cala essa sua boca hein?? Sabe o que eu acho? Que você está é bem feliz por eu não ir. Assim você vai poder brilhar sozinho. Conheço gente como você – risos – gente aproveitadora que fica comigo só pra chegar a esse patamar de popularidade. Você! Adam! É só mais um garoto que acha que é perfeitinho e mostra para os outros o que quer mostrar..mas..mas eu te conheço...você é só mais um egoísta que não vê a hora de fugir disso tudo e mostrar pra sociedade quem você é: UMA VADIA DOIDA PARA REBOLAR ENCIMA DE UM MACHO!!

Eu desliguei o celular e encarei os trigêmeos acenando negativamente. Dirigi-me ao banheiro e chorei. Por mais que tudo o que ele disse nem fizesse sentido, doeu. Achei que com Ricardo seria diferente. Enganei-me. Eu solucei de raiva, frustração, tristeza, mágoa, todos os sentimentos do momento. Mas lembrei que daqui a pouco deveríamos subir ao palco.

A festa estava muito bonita. O tema foi “Preto e branco” com direito a balões, jogos de luz, muita comida e bebida - batizada – e todos vestidos a caráter. Nós estávamos de blusa com mangas compridas, branca e um colete preto.

Saí do banheiro com os olhos ainda inchados, mas precisava encontrar alguém que substituísse Ricardo e ainda, que soubesse as músicas que tocaríamos.

- Então pessoal, precisamos encontrar um substituto e agora.

- Na verdade aquele garoto estava ouvindo tudo e se dispôs, ele só está aprendendo duas músicas enquanto não entramos – Paulo Lucas, apontou em direção àquele garoto branco de olhos azuis que vestia seu blazer branco e seus sapatos pretos muito bem engraxados. Era Pedro. Fui em sua direção, mas antes de falar qualquer coisa ele foi se adiantando sem mesmo tirar os olhos da guitarra.

- Sim, eu sei tocar. Na verdade sou um dos melhores guitarristas que conheço. E já que seu namorado bêbado não apareceu, eu resolvi entrar no lugar dele para ajudar vocês por dois motivos: Primeiro, por quê quero ser popular, então arrasar tocando guitarra em uma boa festa é uma boa forma de se conseguir ascensão.

- E qual o outro motivo? - perguntei sem muito entusiasmo e cruzando os braços, enquanto ele levantava a cabeça para olhar em meus olhos.

- Para conquistar você – ele sorria irônico.

------continua --------

Comentários

Há 2 comentários.

Por Jeeh_alves em 2015-11-27 00:29:36
Perfeito *-* , não some de novo não ✋
Por Perfect em 2015-11-24 18:45:52
Adoroooo você é incrivel..eu me identifico muito com você e com o Adam ( menos na parte de ser perfeito) e espero q dê tudo certo álias como vc diz botta um sorissso na cara e lacra ( Não exatamente assim)