Capítulo 14: Me abraça...

Conto de GarotoComum como (Seguir)

Parte da série Epifanias

- Espaço para responder os comentários anteriores (hahahahhaha)

CarolSilva: Que bom que gostou!! Mesmo mesmo..já gostei de você por isso hahahah..abraços!

Jeeh_alves: Está aqui hehehe...desculpe pela demora. Desculpe mesmo. Vou tentar não demorar para o próximo. O Adam também me faz ficar estressado kkkk..mas noraml. De qualquer forma eu o amo hehehe. Abraços. Continue comentando.

BielRock: Que saudades suas, cara! Não vi mais você postando sua série. O que houve? O Adam as vezes pode ser um pé no saco hahahaha...Abraços!!

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E aqui vai mais um capítulo da série Revenge....não pera...da série Epifanias. [pausa para risos (ou não)].

Capítulo 14: Me abraça..

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- A gente se gosta

- Ótimo. Tudo bem. Eu já vi – apesar de desejar não ter visto – e compreendo. Mas vó. Ele é casado! Como a senhora pôde se submeter a isso?

- Apenas aconteceu meu filho. Só isso. - Aquela conversa estava sendo o ápice do estranhismo que meus dias apresentavam. Minha avó era “a outra”. Isso é tão polêmica de novela mexicana que eu não conseguia acreditar. De qualquer forma eu deveria entender. Eu sempre fui o cara que preconizava a razão em detrimento da emoção, mas eu não deveria sempre considerar que nem sempre as pessoas seriam igual a mim, e nesse caso, minha avó acabou preconizando seu coração.

- E agora? - perguntou-me ela com as mãos no rosto e a voz embargada.

- Sinceramente...eu não sei. Eu não vou ser contra minha flor. Não vou. Mas vocês precisam resolver essa situação. E precisam logo. Essa é minha única objeção. - aproximei-me dela e peguei em sua mão...aquelas mãos, que naquele momento suavam de nervosismo – de qualquer forma, eu estarei com você, ouviu bem? A gente vai enfrentar isso juntos. Eu, você e o vovô....ops – eu comecei a rir.

- Seu moleque – ela riu e bateu em minha testa.

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- Preciso falar com você – disse eu entrando na sala de aula. Ele chegara cedo assim como eu, era costume dele e eu sabia disso. Eu precisava falar com ele e explicar meu posicionamento. Ele estava na janela, provavelmente me viu chegar.

- Eu esperava por você. Sente-se. Quero ouvir o que você tem para me falar.

Meu professor ouvia cada palavra com muita atenção. O alertei sobre sua condição matrimonial e sobre o julgamento das pessoas. De qualquer forma eu demostrei apoio, disse que fico feliz por eles, mas que precisam resolver isso logo. Ele sorria, parecia estar aliviado e até surpreso com meu posicionamento. Na verdade meu objetivo era esse, deixá-lo mais tranquilo mas alertado.

- Adam. Eu agradeço por ter essa conversa comigo. Saiba que minha intenções são as melhores com sua “flor”. Foi ela que me disse que você a chama assim – ele riu – mas obrigado. Mesmo.

- De nada professor. Agora eu tenho que ir – enquanto eu ia saindo ele me chamou mais uma vez.

- E então, Adam. Ela já sabe?

- Desculpe?

- Sobre sua orientação sexual. Sobre você gostar de garotos.

Como assim? Ele sabia sobre mim. Meu professor sabia sobre minha orientação sexual. De qualquer forma eu precisa negar, negar o quanto eu pudesse. Não estava preparado para falar sobre isso, muito menos em assumir. Eu não conseguia.

- Do que você está falando? Minha orientação sexual está muito resolvida.

- Vamos, Adam. Eu sei que está saindo com o Ricardo. O garoto do cursinho. Eu já os vi juntos, não precisa mentir para mim – ele falava aquilo de forma tranquila, olhando por cima de seus óculos de grau.

- Olha aqui professor, eu sei que o senhor está tentando ser gentil, mas eu asseguro que o senhor está enganado. E outra, as questões a respeito de minha sexualidade são assuntos meus. Ok?

- Calma, Adam. Eu sei que deve estar sendo difícil pra você. Tenho um sobrinho gay também. Mas olha só, você não precisa ser tão duro consigo mesmo. - eu estava com raiva. Como ele podia estar falando aquelas coisas pra mim de forma tão natural? Quem ele pensava ser? Em vez de ajudar ele estava piorando as coisas. Me segurei para não gritar com ele. Fechei os olhos, respirei fundo e o encarei.

- Professor Antônio. A nossa conversa acaba aqui. Tenha um bom dia.

Ele me lançou um “bom dia” em tom decepcionado. Eu saí de lá sem falar com nenhuma das pessoas que começavam a chegar naquela manhã. Eu apenas encarava o chão e seguia para a sala de Ricardo. Depois percebi que algumas lágrimas queriam cair, então mudei de ideia, dirigindo-me até a quadra e mandando uma mensagem pedindo a Ricardo que me encontrasse lá assim que chegasse.

Lá. Naquela arquibancada eu chorei. Sozinho. Estava assustado já que eu não me acostumara com a ideia de todos saberem o que sou. E se minha flor descobrisse? E meu pai e minha mãe? Eu era o garoto modelo. Aquele que toda mãe gostaria de me ter como genro. Eu seria uma completa decepção. Foi em meio a esses pensamentos que nem percebi a presença de alguém aproximando-se, mas logo pude ouvir seus passos em minha direção. Eu precisava do abraço de Ricardo. Precisava de seu apoio. Eu estava tão envergonhado que nem consegui olhar em seu rosto.

- Você nem demorou – falei fitando o chão.

- Estava me esperando? - aquela não era a voz de Ricardo. Virei meu rosto instantaneamente, esquecendo-me de meu estado. Meu rosto certamente deveria estar inchado por causa da crise de choro. Levei um susto quando vi Eduardo na minha frente. Tudo foi muito rápido. Logo tudo veio a tona, como se tudo o que eu senti por ele e tudo o que eu sou fosse errado, fosse desprezível, em menos de 2 segundos eu me senti um lixo, senti como se minha vida fosse uma mentira e eu estivesse fazendo tudo errado. Naquele momento Eduardo me olhou assustado.

- O que houve, Adam? - eu não aguentava mais. Eu precisava de alguém ali. Assim, eu o abracei e chorei em seu ombro. Em meu estado normal eu não faria isso, não consigo chorar na frente de pessoas, mas eu não consegui ser “eu”. E não, eu não estava alimentando sentimentos ou mendigando amor, eu estava precisando de um abraço amigo e Eduardo ali era o único.

- Calma, Adam. Vai..vai ficar tudo bem. - ele me consolava enquanto tocava em meus cabelos.

- Não...não vai. Eu..eu sou uma piada. Está tudo errado. Tudo errado – eu estava soluçando. Eduardo apenas ouvia cada palavra e continuava a me abraçar. Era o que eu precisava. Depois de uns minutos eu fui me afastando dele, percebi que aquilo poderia ficar estranho, mas não queria ser indelicado. Afastei-me, limpei meus olhos enquanto ele me observava. Eu encarei o chão por alguns segundos e sussurrei um “obrigado”.

- Mesmo, Edu...obrigado.

- Você pode me dizer o que houve agora?

- Nada de mais Edu...- eu me sentei e encarei o chão – eu vou ficar bem.

- Mas eu.. - ele foi interrompido pelo toque do celular, que foi tirado do bolso para que Eduardo atendesse a ligação. - oi amor. Sim, sim. Já cheguei. Ok. Não não, estou a caminho. Beijos. Tchau.

Ele desligou o celular e me olhou preocupado, ates que ele dissesse algo eu disse antes:

- Vai lá Edu. Eu vou ficar bem.

- Tem certeza.

- Tenho – eu encarei o chão e voltei a encará-lo – eu sempre fico. Lembra? - ele se aproximou e pegou em minha mão.

- Conta comigo viu? Sempre. Meu amigo. - eu sorri e concordei. E ele foi. Certamente sua namorada precisava dele naquele momento. De alguma forma isso me deixou feliz, pois naquele momento percebi que poderíamos ser amigos, e ainda mais, eu percebi que eu podia contar com Eduardo. Contudo, eu ainda estava me sentindo pequeno diante da minha “questão”, eu sentia que tinha um peso de muitas toneladas em minhas costas e a qualquer momento aquilo iria me fazer cair. Coloquei as mãos em meu rosto enquanto algumas lágrimas ainda permaneciam caindo.

- Tudo poderia ser mais fácil. - disse eu em desabafo.

- Mas não é.. - tirei minhas mãos do rosto e o observei. Ele estava ali. Na minha frente, com sua calça justa, sua camisa polo branca e com um lenço na mão – se a vida fosse fácil ela seria sem graça, você não acha? - disse Ricardo estendendo sua mão para me entregar o lenço

- Nem sei o que pensar – ele se sentou ao meu lado enquanto eu enxugava meu rosto.

- Não vou ficar perguntando o que houve ok? Só diga se se sentir confortável. - ele colocou seu braço em volta de meu corpo e fez nossas cabeças se encostarem.

- Me beija. - ele segurou em meu queixo e me beijou, calmamente. Logo voltamos a mesma posição.

- Engraçado...

- O quê?

- Você nunca me pediu um beijo desse jeito. Não em um lugar assim. - eu não disse nada – eu sinceramente gostei.

- Acharia estranho se não gostasse

- Tá melhor? Faltam cinco minutos para o sinal bater.

- Já estou sim...acho que meus olhos nem estão mais inchados...estão?

- Deixa eu ver – ele virou meu rosto – não não..não estão. Estão brilhando como antes. - eu sorri.

- Você me leva até a sala?

- Claro. Vamos. Eu levo suas coisas – disse ele se levantando e pegando minha mochila. Eu até tentei fazê-lo me devolver, não gosto de favores assim, mas quando Ricardo bota algo na cabeça ele não tira facilmente. No caminho eu fui resumindo o que ocorreu pela manhã ele apenas ouviu, disse que seri melhor conversarmos depois com mais calma e eu concordei. Ricardo sabia me deixar calmo quando eu estava em meus momentos. Ele me levou até a sala e de lá foi para a sua. Entrei e Eduardo e Gabi estavam juntos, conversando. Assim que me aproximei os dois me encararam com preocupação. Eduardo com certeza já contara para Gabriela sobre o ocorrido.

- Antes que os dois comecem a fazer perguntas do tipo “o que houve?”, “você está bem?”, “por quê estava daquele jeito?” eu vou logo adiantando as coisas ok? - eu falava enquanto me organizava em minha cadeira – não. Eu não estava bem. Vou. Eu vou ficar. O que aconteceu? A vida. As provas da vida as vezes nos enchem. E há dias mais difíceis que outros. Agora, sério, não vamos nos prender a ficar falando disso ok? Posso contar com vocês para isso? - os dois me olhavam de forma solidária.

- Na verdade nós estávamos comentando justamente isso. - disse Edu.

- Isso mesmo, nós sabíamos que você estaria assim. Sabíamos que iria pedir que falássemos de outras coisas e que ficaria bem – disse minha amiga.

- Vocês me conhecem mesmo – nós sorrimos – obrigado. Vocês são os melhores.

- Eu já sabia disso – Eduardo ria triunfante.

- Vai dormir, Edu – Gabi o empurrava enquanto eu ria da situação.

O dia foi ótimo. Tentei esquecer o que havia ocorrido. Fiz os exercícios propostos em sala (isso soou tão nerd hehehe), conversei bastante, brinquei bastante com meus amigos (isso soou tão infantil hehehe) e marcamos de nos encontrar na casa da Karina após o almoço. Fui para casa, dessa vez sozinho já que Eduardo iria direto para a casa de sua namorada, com ela. Assim que cheguei, conversei com dona Rosa sobre minha conversa com meu professor, ela agradeceu. Disse que se sentia mais aliviada e que com certeza iria resolver todas as questões que pudesse. Logo após o almoço eu subi para meu quarto, tomei um banho que lavou até a alma e me preparei para ir a casa de Karina. Ricardo estaria chegando por volta de 20 minutos. Vesti uma regata preta e uma bermuda jeans, calcei meu sapato e já estava pronto. Não uso regatas de forma frequente, por essa razão as pessoas se surpreenderam quando me viram, tanto minha avó, a qual estranhou o fato de eu estar usando aquele tipo de roupa, quanto Ricardo e Gabi assim que me aproxiei do carro.

- Wooow...não é que meu amigo está gato? Quê que é isso hein? Passa o whats gato! - eu ri enquanto entrava no carro.

- Sério...você está gostoso – disse Ricardo me deixando sem graça.

- Acho que já dá pra parar com esses comentários não é mesmo? - eu sorri ironicamente. Ricardo continuava me olhando como se esperasse por algo. Ele queria nosso selinho de cada carona. Eu o olhei de forma séria querendo dizer com o olhar que não estávamos sozinhos.

- Qual é Adam. Eu sei que você se beijam. Não precisa ficar com vergonha de mim né. Faça-me o favor. E outra...sou muito madura em relação a essas coisas. Super normal – dizia minha amiga enquanto lia seu novo mangá.

- Tá vendo só – Ricardo nem me deixou revidar, pegou na minha nuca e me puxou para um beijo. Ele quase me matou asfixiado mas eu o perdoei, estava muito bom. Assim que ele se afastou eu olhei para Gabi e ela sorria de forma cínica.

- O que foi? - me arrependi de ter feito essa pergunta.

- VOCÊS SÃO LINDOS, JUNTOOOS!!! - minha amiga deu um berro dentro do carro, fazendo com que eu e Ricardo nos assustássemos de verdade. A viajem inteira foi Gabi nos dizendo o quão fofos nós somos, que seremos um casal gay que irá lutar pelos nossos direitos servindo de exemplo a tantos outros, ou que teremos uma bela casa com piscina e um belo cachorro chamado “pom pom” (que ideia..). Minha amiga fica insuportável quando quer, mas eu posso fazer o quê? Eu a amo.

Assim que chegamos a casa de Karina, tanto ela como Eduardo vieram nos recepcionar. Sua casa era adorável, uma bela casa de cores vermelho e branco de apenas um andar para cima, certamente para os quartos. Karina não é Rica, contudo, vive muito bem. Ao lado de sua casa ficava a bela casa de Eduardo, esse sim não tinha do que reclamar, sua casa era muito grande, muito bonita, com um jardim perfeito, o qual estava sendo cuidado naquele momento por um homem.

- Adaaaam...seu fofo. Que honra te receber em minha casa – Karina estava eufórica, o que me deixava constrangido.

- Eu disse que ela te adora – Eduardo se aproximou apertando minha mão. Nós sorrimos.

- Mas e eu amiga de mangás? Eu mereço essa euforia toda também. - disse Gabi ainda dentro do carro com as janelas abertas.

- Desce logo, Gabi – gritou Ricardo de dentro do carro, fazendo com que todos rissemos de nossa amiga. Ela desceu com cara de poucos amigos até que Karina a abraçou e foi levando-a para dentro enquanto comentavam sobre o mangá que haviam lido mais cedo. Ricardo abaixou o vidro e fez sinal para que eu me aproximasse. Eu me aproximei.

- Você vai se comportar né? - disse ele pegando em meu queixo. Eu não ficaria nervoso, mas Eduardo continuava ali. Mesmo assim tentei passar naturalidade.

- E você já me viu passar da linha alguma vez? Sem neura, eu cuido muito bem da Gabi. - pisquei para ele enquanto sorria.

- Ok então..me liguem assim que terminarem. - ele levantou o vidro e deu partida. Enquanto ele se distanciava eu me virei para que pudéssemos entrar.

- E então...vamos? - Eduardo permanecia parada me olhando de forma séria. Eu sabia o que ele estava pensando, ou concluindo, só não sabia que ele teria coragem para fazer aquela pergunta de forma tão rápida.

- Vocês estão juntos... - eu o olhava assustado como se estivesse em uma enrascada – não estão?

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Galera linda linda linda linda linda. Que saudades de vocês. Saibam que não deixarei de postar, mesmo que demore, estarei por aqui. Mesmo assim queria saber se vocês estão acompanhando, sendo assim, se você puder, comente. Só assim eu saberei que você “passou” por aqui, e também é uma boa oportunidade de eu conhecê-los...sou uma pessoa muito legal, juro (hahahahahah). Então é isso, fiquem de boa. Procurem a felicidade nas coisas mais simples, e saibam que se precisarem, de alguma forma, contem comigo. Só não desista da felicidade. Não desista de você. Você pode muito. Você consegue. Você é alguém especial. Nunca esqueça disso. Abraços de seu amigo, Adam.

Comentários

Há 5 comentários.

Por igoroliveira em 2015-07-09 02:32:41
Nossa como é bom ler essa série 😍, Adam, vc tem alguma outra série postada ? Pq deve ser ótima tbm.. E eu adoraria ler ^^
Por BielRock em 2015-06-20 10:51:13
Estou louco por esse capítulo meu Deus . Continua e não para não meu filho . A respeito da minha série, eu parei de escrever ela a muuuito tempo . Continuaaaa
Por Salvatore em 2015-06-15 22:20:36
Adam....... Acho q já ouvi esse nome em algum lugar...... kkkkkk Nossa fiquei louco por mais nesse final. Não demore ok
Por Jeeh_alves em 2015-06-14 22:26:15
Demorooou , mesmo , e de mês em mês agora 😒 , eu quero o próximo logo , porque eu preciso ver o próximo ksksksk, bjs poste logo *-*
Por CarolSilva em 2015-06-14 15:48:39
Demorou....mas valeu a pena bjao