Capítulo 11: Go on

Conto de GarotoComum como (Seguir)

Parte da série Epifanias

Eduardo:

Eu o beijei! Beijei aqueles lábios incríveis e convidativos. Beijei aquele belo rapaz que estava me fazendo virar de cabeça para baixo. Eu beijei alguém que iluminava meu dia, que iluminava o dia de tantas pessoas com seu jeito simples de ser.

Naquele momento eu pensava,

“Ah...Adam. Eu nunca senti algo tão forte e tão bonito por alguém. Pensar em você me faz querer ser alguém melhor, alguém menos egoísta e mais amoroso. Ver você carregando crianças, trabalhando em projetos sociais e sempre tentando me ajudar em uma matéria que eu sou o melhor (sim. Eu finjo para você me dar atenção) me faz duvidar da imperfeição humana. Você me traz esperança. Ouvir a sua voz, a sua bela voz, cantando uma bela canção do meu lado me deixa extasiado. Eu estou apaixonado por você, Adam! Apaixonado? Por um cara? Não pode ser! Não posso admitir isso. Meu pai me mataria se descobrisse. E o que seria da minha reputação? E meu futuro? Com certeza seria deserdado. Não posso deixar que alguém interfira desse modo em minha vida. Eu sou dono dos meus sentimentos. Posso fazer o que quiser deles...”

Eu não podia continuar ali. Apesar de estar gostando do beijo, meus pensamentos estavam confusos e eu precisava entender o que estava acontecendo. Então fomos desacelerando. Eu o abracei. Nossa que abraço bom, eu precisava daquilo. Não conseguia falar ou fazer muito. Só consegui dizer um “me desculpe” e saí porta afora debaixo da chuva.

Adam não veio atrás de mim. Certamente não gostou do que aconteceu. Como eu fui idiota. Mesmo que ele seja gay, deve gostar daquele tal de Ricardo. Bonitão, rico, e que chegou na minha frente.

Não demorou muito para que as gostas da chuva forte se misturassem com minhas lágrimas. Eu sentia o gosto salgado misturado a água da chuva. Eu não queria chorar, nunca chorei por garoto nenhum, mas não aguentei. Eu estava confuso. Queria ter certeza de que era isso o que eu queria mas se assim fosse, teria que enfrentar tantas barreiras as quais não sei se estou pronto para enfrentar. Por quê? Por quê me mudei para esse lixo de cidade? Por quê me matriculei naquela maldita escola? E principalmente: por quê ele? Eu sempre me apaixonei por garotas. Sempre as achei gostosas o bastante para eu me satisfazer. Agora não sinto mais isso. Sinto-me vulnerável, perdido e só.

Andei até o ponto de ônibus mas ele demorou o bastante para me fazer entender que eu teria que ir caminhando até minha casa. Ela não era distante, mas naquela chuva as coisas poderiam ficar perigosas. Não tive escolha.

Durante o trajeto eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser o fato de eu estar gostando de um cara. E o pior, eu não sabia o que viria depois. Não podia arriscar toda a minha vida por uma “paixonite” adolescente. Logo parei de chorar, eu estava decidido a seguir em frente. Se alguém passasse perto de mim naquele momento, acharia que eu estava louco por falar comigo mesmo.

- Não importa se o Adam prefere o “Ricardão” dele a mim. Que ódio que eu sinto só de pensar nisso. O que ele viu nele? Tá certo que em muitas coisas ele é melhor do que eu, mas eu ainda sou mais eu. - eu falava como uma criança indignada e resmungona.

- Cansei de me sentir assim. Não posso me sentir limitado a gostar de uma só pessoa. Eu vou é procurar pela minha felicidade ao lado de uma garota que me ame. Não sou gay. Vou provar isso para mim mesmo. Preciso apenas de tempo para fazer algo crucial: esquecer o Adam.

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- Adam? Adam? - ouvi aquela voz distante que logo foi aumentando de intensidade – Adam, filho, acorda. Você vai ficar com dores depois. Vamos comer... - era minha flor. Ela chegará do seu bingo e estava tentando me fazer acordar. A chuva já havia passado e a casa parecia desarrumada. Eu acabei deixando a TV ligada e nem retirei as guloseimas de cima do sofá.

- Oi vó – falei bocejando e limpando os olhos aparentemente inchados – desculpe. Acabei dormindo. Por quê a senhora chegou agora?

- A chuva, bonitão. Esqueceu da chuva que durou a tarde toda. Já é quase noite, você já comeu? Vamos tomar nosso café.

- Ainda não comi mesmo rs. Vou só lá em cima e já volto ok? Enquanto isso a senhora prepara um café quentinho – disse beijando em sua testa – aquele café que só você sabe fazer.

- Tá. Mas não demora.

Eu subi acelerado para o meu quarto. Precisava ver se alguma mensagem de Eduardo havia chegado. Eu ainda não acreditava no que tinha acontecido. Estava sorrindo para os cantos. Eu havia beijado um garoto pela primeira vez. Na verdade ele que me beijou, o que me deixava ainda mais animado.

Peguei meu celular em cima de minha mesa antes de subir e lá dentro do meu quarto procurei por alguma mensagem dele mas nada encontrei. O curioso é que ele estava online mas não mandou nada. Fiquei preocupado e aflito. Será que ele está com vergonha do que houve? Será que se arrependeu? Não tive coragem de mandar algo, primeiramente por quê nem sabia o que dizer, e depois, eu não queria parecer um grude. De qualquer forma o fato de ele nem me procurar me deixou um pouco triste. Mesmo assim respeitei seu espaço. Desci e fui tomar meu café da tarde com minha flor. Rimos, conversamos e marcamos de ver um filme com a Gabriela. Ela precisava saber o que havia acontecido naquela tarde.

Logo minha bela amiga chegou. Ela nos trouxe mais guloseimas (minha flor ama guloseimas) e nos aprontamos para ver o filme. Enquanto dona Rosa preparava o filme na ala. Eu e Gaby ficamos incumbidos de preparar a pipoca na cozinha.

- Eduardo me beijou!

- Whats – minha amiga ficou de boca aberta.

- Pois é. Eu sei. Que loucura, não?

- Mas como assim? O que houve? Como foi para acontecer isso? - ela estava falando alto demais.

- Xiii – eu disse com o indicador na boca para que ela fizesse silêncio – ele me pegou de surpresa. O chamei para assistir um filme e enquanto eu falava com seu irmão no celular ele me beijou. ah...e só para constar. Seu irmão tentou me beijar também.

- Adam...como assim? - ela colocou as mãos na cabeça – é muita informação para minha cabeça. Eduardo, meu irmão, você, beijos e mais beij...- ela parou e me olhou com os olhos semi serrados – espera aí...por quê você disse que meu irmão tentou? Você não deixou?

- Eu disse a ele que queria esperar – ela me olhava de forma séria – ahh...desculpa tá legal. Seu irmão é incrível e muito legal, mas tenho medo de não ser o certo. E eu não queria tomar nenhuma atitude precipitada beijando ele.

- e você acha que beijar o Edu não é algo no mínimo precipitado?

- Mas com o Edu foi diferente. Ele que me beijou. E como beijou...nossa.

- Rum...entendi – ela me olhava de forma irônica

- Espere aí, senhorita Gabriela. Você se importou com seu irmão – eu comecei a rir – que fofa de fendendo o mano!!

- Para, Adam. Só estou trabalhando o que conversamos. E parece até que nos aproximamos de ontem para cá. Ele estava me ajudando em uma matéria.

- Acho bom, viu. Irmãos são muito preciosos.

- Mas e o Edu? Falou com ele..o que houve depois?

- Na verdade ele saiu na chuva antes de me pedir desculpas durante um abraços e não deu notícias. Eu, sinceramente, estou preocupado. Não sei se ele se arrependeu – eu disse aflito.

- E por quê você não liga para ele?

- Não quero parecer um desesperado apesar de quê estou preocupado.

- é. Você tem razão. Amanhã vocês se falam.

Assistimos ao nosso filme. Foi tudo muito divertido. Minha flor mais dormia do que assistia. Eu e Gabriela estávamos mais próximos do que nunca. Ela procurava me entender e me apoiar onde pudesse. O filme acabou e logo minha amiga já estava indo para casa, afinal, estava meio tarde. Depois de organizar as coisas fomos dormir. Se bem que era algo que eu não conseguia. Eduardo vinha em minha mente a todo momento. Não aguentei e me levantei da cama e mandei uma mensagem.

Eu: “Edu?”

Ele: “Oi”

Eu: “Você chegou bem em casa?”

Ele: “Cheguei sim, por quê?” - ele parecia frio.

Eu: “Eu fiquei preocupado, você saiu no meio da chuva...desculpe. Boa noite”

Ele não respondeu nada. Fiquei muito chateado e triste. Ele com certeza estava arrependido. Eu nem deveria estar me sentindo culpado já que quem me “agarrou” foi ele. Eduardo estava se tornando alguém irritante já. Eu estava todo empolgado com nosso beijo que criei muitas expectativas. Infelizmente me decepcionei.

Se era assim que ele se sentia, eu não podia forçar nada. Mas se ele penava que iria ficar assim estava muito enganado. Respirei fundo e pensei “amanhã conversarei pessoalmente com ele” se ele acha mesmo que depois do que houve nós dois iríamos nos fazer de esquecidos ele estava errado mais uma vez. Iria tirar essa história a limpo e iria tentar entender o que ele queria comigo.

Pela manhã eu o esperei no portão da escola. Eduardo não veio de ônibus dessa vez. Seu pai o deixou na porta da escola. Antes que ele pudesse dizer algo eu me aproximei e o chamei.

- Lá perto da quadra. Agora!

- Bom dia pra você também, Adam.

Ele me seguiu até nosso destino. O local não tinha quase ninguém então poderíamos conversar a vontade. Nos sentamos.

- O que houve? - ele parecia sem entender.

- O que houve? Você me beijou ontem se lembra? E ainda saiu desnorteado no meio da chuva.

- Adam...

- Olha Edu. Eu não vou ficar te enchendo de perguntas querendo saber o que está sentindo ou por quê fez aquilo. Não vou mesmo, mas eu só queria que você se explicasse. Só isso.

- Adam – ele não olhava pra mim. - eu queria me desculpar. Eu não estava bem ontem, estava me sentindo carente, e eu bebi antes de ir na sua casa. Isso deve ter me deixado daquele jeito. Eu não sinto absolutamente nada por você. Não sou gay. Não gosto de caras e nunca vou gostar.

Aquelas palavras pareciam várias facadas no estômago. Eu realmente sentia esperanças, mas isso só me provou o quanto eu estava enganado. Meus olhos se encheram de lágrimas. Fiquei de costas para que ele não me olhasse nos olhos.

- Entendi...pode ir – eu disse seco.

- Adam...

- Vai Edu. Por favor – minha voz estava falha mas eu não podia deixar transparecer – eu também achei um erro. Te chamei para dizer justamente isso. Agora vai embora

Ele se foi. Não olhei para traz. Sim, eu estava chorando, não soluçava mas as lágrimas apenas escorriam enquanto eu olhava sério para o horizonte. Eu as limpei, esperei um pouco para me recompor e falei para mim mesmo

- Nada de choro. Ele não merece nenhuma lágrima. Vai ser feliz Edu, por quê eu vou ser. Eu vou mostrar o quanto é bom seguir em frente.

Eu estava decidido. Segui para a sala como em um dia normal. Sentei-me ao lado de minha amiga e fiquei ali conversando com ela. Estava tudo muito normal até que Karina (uma garota da sala) entra na sala gritando. Ela veio mostrar seu anel de namoro. Gabriela foi até ela para saber das novidades. Ela, dali, olhou-me decepcionada. Eu entendi o recado e apenas concordei com a cabeça sorrindo. Eduardo entrou em seguida recebendo aplausos eufóricos. Ele me olhou curioso já que e também estava aplaudindo. Estava consumado, Eduardo deveria ser passado e assim seria de agora em diante. Logo eu entendi o que o futuro me preparava. Ricardo adentrou pela porta e trouxe coockies (eu disse a ele que eram meus biscoitos preferidos). Ele aproximou-se de mim e disse, estendendo o pacote:

- Servido? - eu olhei para Eduardo que ainda me olhava do meio dos alunos eufóricos, voltei a olhar para Ricardo e sorri, pegando um biscoito.

- Obrigado.

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Ryan: Que saudades de você, amigo. Ainda estou esperando essa poeira baixar para a gente conversar hehe. Espero que estejas bem. Se precisar de algo, estou a sua disposição. Abraços!!

Biell: Mano! Fico muito feliz de saber que estas gostando. saudades de conversar contigo também. saiba que estou lendo sua série e estou gostando. Vou comentar. Prometo! Continue sendo essa pessoa maravilhosa que és! Abraços!!

Legal: Achei esse nome tão...legal hehehe. deveria ter pensado em um nome assim rsrs... Adam, na verdade é alguém que consegue, e muito bem, se controlar em relação ao seu caráter já que ele quer ser alguém que pode ajuda o mundo. Entretanto, seus sentimentos são seu ponto fraco. Ele ainda não sabe lidar com eles e acaba agindo sem pensar. Tudo dará certo para ele hehehe...Abraços!!!

Rithor: Muito obrigado por acompanhar a série. É muito importante e gratificante saber que pessoas como você estão gostando. Obrigado!

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Bom, Galera. Mais um capítulo postado, sei que demorei e peço desculpas por isso. Prometo que o próximo não irá demorar. No mais é isso...comentem se puderem e quiserem rsrsrs...Abraços a todos!

Comentários

Há 2 comentários.

Por Ryan Benson em 2015-03-07 15:25:09
Adam, como sempre ce mandou muito bem! Gostei desse capítulo, e eu particularmente nunca quis que ele e Edu ficassem juntos, eu prefiro o Ricardão rsrs. Ele é muito fofinho, faz o Adam ficar com ele, please *~* ah vamos conversando, quando puder te chamo no whats. Abraço!
Por BielRock em 2015-03-07 15:22:15
Simplesmente demais o capitulo. Esse Eduardo é um banana mesmo ein !?. Rick pega o Adam para você rapaz. Continuaaaa