A lasanha

Conto de felipem490 como (Seguir)

Parte da série Além do Crível

Segui em direção à Rua Sidney, era o caminho mais próximo para chegar à casa da Bárbara. Na verdade, eu morava próximo de todos os meus amigos, isso era bom, eu não precisava me locomover muito. No caminho eu não conseguia parar de tentar imaginar quem poderia ter sido o tal senhor mistério que foi até a minha casa, subiu pelas escadas de madeira velha da minha casa, entrou no meu quarto como um amigo bem íntimo e desceu naturalmente sem nada nas mãos. Aquilo já estava me deixando com dor de cabeça. Tentei não pensar mais sobre, até que cheguei na casa da Bárbara.

Aah Bárbara... ela era muito linda, não por ser minha melhor amiga, mas aqueles cabelos louros longos e cacheados me deixavam com um pouco de inveja admito. Seus olhos verdes, ela também tinha algumas curvas interessantes. Felizmente tenho certeza sobre minha sexualidade, mas se eu fosse o alfa com certeza eu já teria dado em cima dela.

Eu pude sentir o cheiro da lasanha que incendiava a casa. Parecia estar deliciosa. Ainda bem que nem comi antes de sair de casa, pois a lasanha da mãe dela é extraordinariamente incrível. Pude notar também a irmã dela jogada no sofá, despreocupada e com seu “iAlgumacoisa” na mão.

- Oi Dylan – disse ela.

- Oi Barba – esse foi o apelido que decidi colocar nela no ano passado, quando ela ficou bêbada com quatro cervejas na festa da queridinha popular da escola: Michelle. Então Bárbara foi até a cozinha pegou sabão em pó, dissolveu bastante na água até formar muita espuma. Ela pegou toda espuma que podia juntar nas suas mãos, colocou no rosto e gritou bem alto: Hou, Hou, Hou Feliz Natal! E ainda faltava cinco meses para o Natal. Foi bem irônico até para o nome dela esse apelido.

- Para de me chamar assim idiota, já se passou um ano depois dessa merda de festa.

- Calma estressadinha – retruquei.

- Entra logo seu babaca – ela me puxou para dentro.

- Oi Dylan – Parecia um coral, todos dentro da casa repetiram a mesma frase quase que sincronizado.

- Oi gente – respondi.

- Veio jantar da nossa lasanha novamente? – Perguntou a mãe de Bárbara.

- Na verdade...

- Também mãe, mas primeiro combinamos de jogar. Não se preocupe Dylan, a lasanha não vai fugir do forno – falou Bárbara. – Vamos subir!

Fiquei um pouco envergonhado quando ela me interrompeu. Ela era assim bruta, mas eu já me acostumei. Afinal já faz um ano que estamos na mesma escola. Subimos até o quarto dela o Xbox já estava ligado. Eu tinha muito desejo por aquele vídeo game, graças a Deus que minha amiga tinha um. Ela já estava para escolher a música quando perguntei:

- Bárbara?

- Eu... – ela respondeu.

- Você por acaso se recorda de eu ter comentado com você que pedi um DVD emprestado a alguém? – Perguntei.

- Huum... não.

- Que estranho – falei.

- Porque a pergunta? – Ela perguntou.

- Antes de vir aqui minha irmã falou que um garoto passou lá em casa dizendo que tinha emprestado um DVD a mim. Ele simplesmente foi no meu quarto e desceu sem nada nas mãos – respondi.

- É cara isso é bem estranho. Talvez você pegou emprestado com ele e não se recorda. Ou talvez ele seja uma espécie de ladrão que não tem medo de mostrar o rosto. Nunca se sabe.

- MEU DEUS BÁRBARA!!! – Exclamei.

- Que foi louco? – Perguntou assustada com minha reação.

- No meu quarto tem muita coisa de valor: meus livros, meus pôsteres, meu notebook, meu travesseiro. Será que ele roubou algo de lá? Desculpa Bárbara o jogo vai ficar para outro dia, não tinha pensado nessa hipótese, tenho que verificar o meu quarto – falei.

- Dylan, deixa para outra hora! – Ela iria ficar chateada comigo por um bom tempo, mas eu precisava ver o meu quarto. Mas, e a lasanha? Agora estou indeciso. Não sei se vou em casa ou fico pela lasanha. Pode ser apenas uma paranoia minha, vai ver ele realmente se tocou que não tinha me emprestado nada.

- Tudo bem, mas só porque faz tempo que jogamos este jogo – menti. Quando na verdade troquei meu papel de detetive pela lasanha da mãe de Bárbara.

- Deixa de mentir, eu sei que você não ficou só pelo jogo – ela falou.

- Droga! Como você... ah esquece vamos jogar.

E jogamos até dar umas nove horas, foi aí que nossa fome falou mais alto e decidimos ir comer: A LASANHA FANTÁSTICA DA SENHORA FRANCINO. Comi pelo menos o suficiente para me manter cheio por uns três dias. Aquela lasanha parecia mais coisa de TV que você vê e fica com água na boca. Me senti o Garfield depois de jantar.

Já eram onze horas, a gente tinha comido e conversado sobre a festa da Michelle. Nossa aquela festa foi demais, eu bebi um bocado o suficiente para dar um beijo no Allan no banheiro da casa dela. O Allan é um amigo e tanto, e notavelmente bonito, ele é da minha altura, fisionomia pouco musculosa, mas era atraente. E cá entre nós ele beija muito bem. Depois da festa eu decidi nem comentar sobre o beijo, talvez ele nem lembrasse, por que ele nem veio falar comigo sobre isso no outro dia. Era melhor assim eu gostar dele sozinho. Não queria ter me envolvido nem naquele ano, nem em outro ano com ninguém. Não queria transparecer minha sexualidade para ninguém mais. Muita gente já sabia, tipo três pessoas: Bárbara, Allan e James.

Comentários

Há 1 comentários.

Por felipem490 em 2015-12-18 22:05:21
Obrigado @lycan ai já está a continuação