Capitulo 2 - Desentendimentos

Parte da série Oscilação Repentina

Eaee pessoas. Foi mal a demora mas eu e o Romance Gay ficamos separados por um assalto. Fiquei sem ter um meio de postar. Mas agora com a alma milagrosa de um amigo querido, vou poder postar, caso eu demore pra postar o proximo, foi por quê não comprei ainda meu celular. Mas espero que isso se resolva logo. Bem, o capitulo de hoje vai ser meio que necessário pro resto da série pois contará com varios acontecimentos que ocorrerão aqui(adoro dar spoilers). Espero que gostem e que me perdoem principalmente o dono do personagem se eu errei em alguma coisa.

Até breve.

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Oscilação Repentina

Capitulo 2 - Desentendimentos

"Não confio em um cara sem um lado sombrio"- Tony Stark

<Jhonn>

Essa é minha última saída. Minha vida está tão bagunçada nos últimos tempos, que não sei mais pra onde correr. Estou há quase dois meses sem emprego, houve um corte de despesas na empresa e os funcionários mais recentes foram os primeiros a serem desligados. Meu ex-namorado ta me tratando como um lixo, e isso dói demais. Está tudo tão estranho. Até pouco tempo atrás minha vida estava nos trilhos, tudo correndo bem. Mas de uma hora pra outra, o destino te coloca na parede e faz você rever muita coisa. Estou indo no último shopping que falta eu tentar a sorte. O Shopping Newtec é um dos maiores e mais movimentados da cidade. Tenho que manter meu pensamento positivo de que tudo vai dar certo. Tenho em mãos uma pasta de plástico transparente com meus currículos, alguns certificados de cursos e cartas de recomendações. Peguei tudo o que me podia ser útil. Assim que chego vou direto na administração, esperançoso e tentando dar minha melhor expressão, afinal, a primeira impressão é o que fica. Uma simpática moça me atende e fica com um dos meus currículos, me dando um prazo máximo de duas semanas para uma eventual entrevista, já que há muitas lojas precisando. Isso reacende minha esperança. Saio da sala sorrindo feito bobo, mas não posso deixar assim. Tenha iniciativa, Jhon! Continuei pelo shopping, distribuindo mais currículos nas lojas. Há de dar certo. Eu estou com um bom pressentimento. Volto pra casa já anoitecendo, um tanto cansado, mas ainda com muita expectativa. Passo a semana com meu telefone perto de mim o tempo todo, e a cada vibração meu coração pula.

Já é sexta e estou enrolado com a louça que estava acumulada quando meu telefone toca. Meu estômago se revira. Será que é do shopping? Eu seco minhas mãos e vou até a mesa pegá-lo. Ao atender uma voz masculina me cumprimenta do outro lado.

- Jhonnel?

- sim, sou eu. Quem gostaria?

- oi, meu nome é Carlos, sou da administração do shopping. Temos uma entrevista de emprego pra você em uma das nossas lojas. Posso te passar as informações?

Eu quase dou um grito de felicidade. Caramba, essa é minha chance!

- claro, só um minuto que eu vou pegar um papel é uma caneta.

Corro atrapalhado até a sala e pego um bloco de anotações e uma caneta em cima da bancada e volto ao telefone. Ele me passa a loja, a data e a hora da entrevista. Eu agradeço e desligo, e começo a dar pulos pela casa. E o mais incrível é que é em uma loja ótima. Loja de calçados. Uma enorme e renomada loja, que com certeza tem um alto nível de exigência. Vou dar o meu melhor agora mais do que nunca. E caramba, já é amanhã. Eles são rápidos.

Meu celular desperta e eu dou um pulo da cama. Eu estava tão ansioso para hoje, que mal consegui dormir. Me levanto e vou direto para o banho, e depois visto a roupa que deixei separada antes de dormir. Meu caminho até o shopping não demora tanto, mas no meio do caminho eu reviso as anotações que eu fiz na minha pesquisa sobre a empresa e repito umas 40 vezes na minha cabeça "não deixa te notarem, não deixa te notarem, você não conseguir segurar jhonnel e vai feri-los fisica e mentalmente. Preciso impressionar e tentar mostrar que sou normal. Quando chego um simpático homem que aparentava uns 26 anos me recepciona com um aperto de mão firme, e eu respondo a altura. Subimos direto para o escritório, no segundo andar da loja, e fizemos um bate papo rápido, ele era o chefe de todo aquele shopping, o dono, o manda-chuva. O nome dele era Diego, tinha uma aparência super elegante e era forte tinha cabelos loiros e olhos verdes, toda essa situação me fez lembrar daquele filme. Foi algo muito mais leve e prático do que eu imaginei. Ele apenas fez uma dúzia de perguntas sobre mim, e eu tentei responder o mais objetivo possível. No final, ele me fala que precisa de alguém com disponibilidade integral e pra começo imediato. Se caso eu pudesse, começaria na próxima segunda. Eu abro um sorriso de orelha a orelha, tentando manter minha postura, mas explodindo fogos de artifício por dentro. Volto pra casa entorpecido. Preciso sair pra comemorar, mas não tenho ninguém pra compartilhar minha alegria. Tenho me sentido tão sozinho. Não tenho sequer um amigo próximo que eu possa ligar pra contar a novidade aí que me lembro de Selene, vou sentir falta daquela ruiva escrota, na verdade vou sentir falta de todos eles. Mas agora minha vida começa do zero de novo. Sem tristezas, sem dúvidas. Passo meu final de semana estudando e arrumando a casa, coisas que já fazem parte da minha rotina. Aproveito bem meus últimos dias de folga, pois eu já estou voltando a ativa.

Segunda chega rápido, e lá vou eu pro meu primeiro dia. Estou vestindo uma camisa de linho preta, calça jeans escura e um sapato preto. Não tenho uniforme por enquanto, mas é muito parecido com a roupa que eu estou. Me sinto tão elegante. Assim que chego sou apresentado aos meus colegas, que me recebem muito bem. Meu dia é bastante produtivo, e o fluxo de pessoas é intenso, o que faz com que o tempo passe rápido. Assim que saio, me bate a fome. O fato de ter um restaurante bem em frente à loja complica pra mim quando eu estou de estômago vazio. Mas não quero comer comida agora. Paro na lanchonete e peço um sanduíche leve pra comer no caminho, pois eu quero logo ir pra casa, e Porto Alegre de noite, ainda mais nessa área, não é muito seguro ficar dando mole na rua. Pego meu embrulho e o desfaço com gosto, comendo um pouco rápido demais. Estou do lado de fora do shopping, já na calçada, andando pela rua deserta e colocando os meus fones de ouvido quando um homem se aproxima de mim. Eu gelo quando ele para no meio do caminho e me encara. Eu olho tudo pela visão periférica, tentando apressar meu passo.

- Erick?

- Que?

Ele deve ter me confundido. Mas mesmo assim não para de me olhar. Ele começa a caminhar mais rápido, quase correndo, e eu tento pensar em algum golpe de defesa pessoal que eu havia visto na televisão tempos atrás. O homem sujo e magro agora está em cima de mim. Ele tentava me bater mas eu não conseguia sentir nada devido toda a minha força. "Para Jhonn, não deve ter uma recaida agora, se não vai matá-lo". Posso sentir seu mau cheiro. Acho que ele não toma banho há umas duas semanas.

- me da mais pedra. Eu quero mais pedra mano.

- pedra? Que pedra?

- as pedra caralho. Eu preciso de mais pedra.

- cara, você deve estar me confundindo.

- eu to ligado quem você é, Erick. Me dá logo a porra das pedra cara.

Eu tento dar um passo pra frente, mas ele me empurra. E consegue me derrubar, a essa altura já estou furioso e seguro ele pelo pescoço e o empurro até a parede. Dois, três, cinco socos seguidos acabam com a cara dele que sangrava loucamente. Eu tento lhe dar outro soco, mas ele desvia. Em seguida, ele me golpeia com a mão fechada e acabo caindo. Ele vai pra cima de mim logo desisti e deixei ele me bater ou iria matar ele. segurei ele mas o cara acabou me arrastando pra rua e começa a me dar mais socos, repetindo para eu dar as pedras pra ele. Ele quer crack. E ele acha que eu tenho. Eu estou deitado no chão meio imóvel porque ele também está me dando chutes. Puxo a perna dele e ele cai de costas no chão. Me levanto e ele se joga encima de mim mas pra acabar com tudo ele fica em pe na minha frente pronto pra atacar e dou um chute na barriga dele e ele cai encima de um carro que tava Estacionado. Vi um homem correndo e ele me parecia familiar, socorreu o drogado e saiu o carregand. No fundo, eu sinto pena. Eu só espero que ele não machuque ninguém. Mesmo eles insistindo, eu mantenho minha palavra. Eles então vão embora e eu continuo meu caminho, com um pouco de dor ainda, mas felizmente sem nenhum machucado. Lembro de seu rosto. Ele deve estar na fase inicial do vício, pois não me parecia alguém que está nessa vida há tempos. Apesar de sua condição, ele parecia ser bonito. Feições marcantes, rosto um tanto jovial. Aparentava ter uns 20 anos, talvez menos, não sei dizer. Por baixo daquela sujeira e daquela roupa rasgada havia alguém que precisava de ajuda, mas ele me confundiu com alguém, e eu não sei por quê. Tenho certeza que não vou tirar isso da cabeça tão cedo.

Duas semanas se passam e eu estou apaixonado pelo meu emprego. Já criei laços com o pessoal, e me acostumei com a rotina da loja. Eu me distraio bastante vendo as pessoas passando na frente da loja o tempo todo. Há um grupo de homens, mais ou menos entre 20 e 30 anos, todos muito bonitos, que passam juntos todos os dias aqui na frente. Um deles já comprou aqui na loja. Lembro dele, ainda mais por ele se parecer muito com Caleb. Estou arrumando a vitrine da loja quando olho para o outro lado do corredor. Meu coração sobe até a garganta. O homem que me agrediu no outro dia. Está tão diferente, mas eu o reconheço. Está limpo, barba feita, banho tomado, e com o uniforme do restaurante em frente, ele arrumado me lembrou o dono do shopping. Há um outro homem, mais novo,

Talvez 19 anos, com rosto angelical, e os dois me olham. Eu não sei o que está acontecendo. Há um clima de tensão entre nós. O homem me reconheceu, e me olha intrigado, surpreso, sedento. Eu tenho medo. Ele é um mistério que eu achava que teria cruzado meu caminho uma vez só. Mas estava enganado.